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Módulo
2 Conceitos básicos
Brasília - 2014
Atualizado em: dezembro de 2013.
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente
Paulo Sergio de Carvalho
Diretor de Desenvolvimento Gerencial
Paulo Marques
Coordenadora-Geral de Educação a Distância
Natália Teles da Mota
Curso cedido pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ - do curso original: Gerência de Projetos.
Conteudista:
Luiz Otávio Borges de Moura (2013)
© Enap, 2014
Objetivos específicos........................................................................................................... 5
Conceitos básicos.................................................................................................................................5
3 Estilos de gerência............................................................................................................ 8
10 Fases do projeto........................................................................................................... 17
11 Metodologias............................................................................................................... 17
12 Ferramentas................................................................................................................. 18
Módulo
2 Conceitos básicos
Objetivos específicos
Conceitos básicos
1 Partes interessadas
Projetos são planejados e executados por pessoas. Para que sejam bem-sucedidos, é importante
definir uma estrutura formal para os indivíduos envolvidos. Dessa forma, todos terão claro
entendimento de suas funções e responsabilidades para realizar as atividades do projeto.
A forma de se organizar um projeto específico varia com seu tamanho e sua natureza. Os
grandes projetos podem exigir dedicação integral da equipe do projeto. Em projetos menores,
os trabalhos podem ser executados em apenas uma parte do tempo, do qual as pessoas
dispõem, o que permite que um mesmo indivíduo possa trabalhar em mais de um projeto
simultaneamente ou dedicar parte do seu tempo a algum projeto e o restante às atividades
de rotina.
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Para assegurar o sucesso do projeto é importante identificar e classificar as partes interessadas,
suas necessidades e expectativas, bem como a forma como elas podem influenciar o projeto,
ou ainda traçar um plano para lidar com todas elas.
Papéis Descrição
Pessoa, grupo ou organização que utilizará o produto, serviço ou resultado do
projeto. Em algumas áreas de aplicação, os termos “cliente” e “usuário” são
Sociedade, cliente sinônimos, enquanto que em outras, “cliente” se refere à entidade que adquire
e usuários o produto do projeto e “usuários” são os que utilizarão diretamente o produto
do projeto.
Pessoa ou grupo que fornece apoio político e/ou recursos financeiros para
a realização do projeto, esclarecendo dúvidas sobre o escopo e exercendo
influência sobre outras pessoas para beneficiar o projeto. Quando um projeto
é concebido, o patrocinador o defende. Isso inclui servir de porta-voz para os
níveis gerenciais mais elevados, buscando obter apoio de toda a organização e
Patrocinador
promover os benefícios que o projeto trará.
Equipe de São os membros da equipe do projeto que estão diretamente envolvidos nas
gerenciamento atividades de gerenciar o projeto.
de projetos
Pessoa designada pela organização, responsável pelo gerenciamento, para
atingir os objetivos definidos. Requer flexibilidade, bom senso, liderança
e habilidades de negociação, além de conhecimentos das práticas de
gerenciamento de projetos. O líder do projeto é a pessoa responsável pela
comunicação com todas as partes interessadas, particularmente com o
Líder do projeto
patrocinador e a equipe do projeto.
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2 Competências necessárias ao líder/gerente de projetos
O líder/gerente de projeto é essa pessoa responsável pela condução das atividades e dos
processos relativos ao projeto. Para designar quem vai atuar como líder/gerente de projeto,
deve-se observar, no servidor escolhido, características como:
• Liderança.
• Capacidade de comunicação.
• Habilidade de negociação e influência.
• Aptidão de planejamento, organização e controle.
• Visão/conhecimento do negócio da organização.
• Capacidade de resolução de conflitos, etc.
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Faça uma autoavaliação do seu domínio sobre as competências de um líder/gerente de
projetos. Existe alguma em que você se considera excelente? Existe alguma que necessita
ser desenvolvida? É importante se conhecer!
3 Estilos de gerência
Segundo o Modelo de Blake e Mouton (imagem abaixo), os estilos de gerência são os seguintes:
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• A gerência 9.9 - de equipe é caracterizada por um gerente que busca o alcance
dos resultados almejados pela administração tanto quanto o bem-estar pessoal
e coletivo de sua equipe. Nesse estilo, os conflitos são apresentados e discutidos
de forma aberta e racional, buscando-se, em grupo, as melhores soluções. O
ambiente é criativo e existe uma comunicação plena entre os envolvidos.
• No estilo de gerência baseado na 5.5 - organização e pessoas, busca-se alcançar
tanto os resultados quanto os interesses pessoais e coletivos da equipe. No
entanto, não se obstina aos melhores resultados. Nesse ambiente, os membros
se ajustam proporcionando ao gerente um adequado grau de coordenação.
Com outro ponto de vista, Paul Hersey e Kenneth Blanchard lançaram a teoria da liderança
situacional, ilustrada na imagem abaixo.
A teoria dita que o estilo de liderança usado pelo líder deve variar conforme a maturidade
e relacionamento com o liderado. O líder deve ser capaz de identificar o melhor estilo a ser
usado em cada situação.
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o líder. Esta indisposição pode estar relacionada a fatores como desmotivação e
falta de confiança em seu trabalho. O papel do líder é buscar sua participação e
colaboração na tomada de decisões.
• Estilo 4 - Delegar: a maturidade é alta e a equipe tem habilidades e disposição
para executar as atividades. O líder não precisa apoiar e direcionar efetivamente
seu trabalho, uma vez que os liderados têm autonomia e confiança do líder para
criar as melhores soluções e executá-las, independente de seu acompanhamento.
O líder situacional entende o ambiente e age da melhor forma para atingir os objetivos do
projeto.
4 Estrutura organizacional
A estrutura dos órgãos do Poder Executivo Federal está designada no Sistema de Organização
e Inovação Institucional do Governo Federal – SIORG (Decreto nº 6.944/2009, arts. 20-25).
A estrutura organizacional dos órgãos públicos é um fator ambiental que pode afetar a
disponibilidade dos recursos e influenciar a maneira como os projetos são gerenciados.
A forma de como as organizações podem se estruturar pode ser classificada como funcional,
matricial ou projetizada, vamos ver as características de cada uma delas:
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• Estrutura funcional = é uma hierarquia em que cada colaborador possui um
superior bem definido e são agrupados por especialidade, por exemplo: recursos
humanos, contabilidade, logística, etc. Essa estrutura é mais utilizada no serviço
público. Neste modelo, a burocracia tende a ser mais enfática devido às relações
de autoridade mais fortes.
• Estrutura projetizada = neste modelo, os colaboradores são geralmente alocados
em equipes para executar o projeto e, ao final, o grupo é desfeito ou os recursos
são realocados em outras iniciativas. Os gerentes de projetos possuem grande
independência e autoridade.
• Estruturas matriciais = podem ser subdivididas em fraca, balanceada ou forte.
Essas estruturas são uma combinação de características das organizações
funcionais e projetizadas.
Um EGP pode existir em qualquer uma das estruturas organizacionais. Nos últimos anos,
tem aumentado o número de órgãos públicos que estão implementando escritórios de
gerenciamento de projetos. Normalmente os escritórios são criados em uma determinada
área da organização. Porém, quando a alta administração percebe os benefícios gerados pelo
EGP, normalmente acaba implementado um EGP mais estratégico.
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6 Áreas de conhecimento
Gerenciamento do escopo: inclui os processos necessários para assegurar que o projeto inclui
todo o trabalho necessário, e apenas o necessário, para terminar o projeto com sucesso.
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Gerenciamento das partes interessadas: inclui os processos necessários para identificar todas
as pessoas ou organizações impactadas pelo projeto, analisar as expectativas dessas partes
interessadas e seu impacto no projeto, bem como adotar estratégias apropriadas para o
efetivo engajamento delas nas decisões e na execução.
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Gerenciamento de processo de iniciação: são os processos realizados para definir um novo
projeto ou uma nova fase de um projeto existente por meio da obtenção de autorização para
iniciar o projeto ou fase.
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O planejamento é uma obrigação para os agentes públicos. No nosso mundo jurídico, existem
vários instrumentos que falam sobre a importância do planejamento, e no gerenciamento
de projetos, tem um grupo de processos para essa finalidade, seguem abaixo alguns deles:
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O curso Gerência de Projetos - teoria e prática, oferecido pela Enap, aprofunda mais sobre
os grupos de processos de gerenciamento de projeto. Acabando este curso é indicado que
se faça o outro para dar continuidade ao aprendizado.
O ciclo de vida significa a sequência de fases que vão do começo ao fim de um projeto.
Há diferentes tipos de ciclos de vidas de projetos, dependendo da área de negócio ou das
preferências da organização. Ele pode ser definido ou moldado de acordo com aspectos
exclusivos da organização.
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10 Fases do projeto
As fases do projeto são divisões de um projeto em que o controle adicional é necessário para
gerenciar de forma efetiva o término de uma entrega importante.
A estrutura de fases permite que o projeto seja segmentado em subconjuntos lógicos para
facilitar o gerenciamento, o planejamento e controle. O número de fases, a necessidade de
fases e o grau de controle aplicado depende do tamanho, grau de complexidade e impacto
potencial do projeto. Uma fase não é um grupo de processos de gerenciamento de projetos
Não há uma forma única de definir a estrutura ideal para um projeto. Embora práticas comuns
no setor normalmente levem à utilização de uma estrutura preferida, projetos no mesmo
setor, ou mesmo dentro da própria organização, podem apresentar variações significativas.
Algumas organizações estabelecem políticas que padronizam todos os projetos, enquanto
outras permitem que a equipe de gerenciamento escolham as fases mais apropriadas para o
seu projeto.
Uma lei pode definir as fases de um projeto. Por exemplo, em um projeto que envolve uma
contratação aderente à Lei 8.666/1993, as principais fases são as representadas abaixo.
11 Metodologias
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As organizações devem fazer adaptações de metodologias existentes no mercado para sua
própria realidade, instituindo as suas próprias, como, por exemplo:
12 Ferramentas
• GEPnet.
• Openproj.
• Dotproject
• NetOffice.
Softwares licenciados:
• Primavera.
• Microsoft Project.
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Introdução à Gestão de Projetos
Módulo
3 Grupos de processos de
gerenciamento de projetos
Brasília - 2014
Atualizado em: dezembro de 2013.
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente
Paulo Sergio de Carvalho
Diretor de Desenvolvimento Gerencial
Paulo Marques
Coordenadora-Geral de Educação a Distância
Natália Teles da Mota
Curso cedido pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ - do curso original: Gerência de Projetos.
Conteudista:
Luiz Otávio Borges de Moura (2013)
© Enap, 2014
Objetivos específicos........................................................................................................... 5
Objetivos específicos
O surgimento de projetos é provocado por vários motivos dentro da organização, alguns deles são:
Os processos de iniciação servem para identificar e definir novos projetos, em que são
estabelecidos os primeiros parâmetros (objetivo, justificativa, partes envolvidas, público-
alvo, escopo, recursos necessários, gerente do projeto, entre outros) e quando é obtida sua
aprovação formal.
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Uma vez que nenhum administrador público pode autorizar despesa que não esteja
previamente incluída na LOA, é essencial que o líder/gerente do projeto verifique se os
custos estimados já possuem previsão orçamentária.
Em caso negativo, será preciso adotar medidas para garantir tais recursos, seja por
cancelamento de outras despesas, remanejamento de verbas não utilizadas ou créditos
adicionais.
Neste grupo de processo, serão definidas as alternativas para se atingir o objetivo do projeto
e quando serão especificadas as partes interessadas, os requisitos, o escopo, os custos etc..
Conforme mais informações do projeto são conhecidas, pode ser necessário adicionar mais
elementos ao planejamento do projeto, essa característica é conhecida por “planejamento por
ondas sucessivas”.
O PGP é composto dos vários planos de gerenciamento específicos de cada uma das áreas
de conhecimento do gerenciamento de projetos, conforme ilustrado abaixo.
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Mudanças podem ocorrer durante a execução do projeto, ocasionando a necessidade de
revisitar um ou mais planos. Por esse motivo, entende-se que o PGP é um documento vivo, em
constante modificação, conforme a dinâmica do projeto.
A ilustração abaixo demonstra o fluxo de mudança do planejamento. Após a execução das ações
conforme planejado deve-se mensurar os resultados alcançados para avaliar se correspondem
ao que se esperava. Em seguida, revisar o planejamento em função da experiência obtida.
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2.2 Planejamento de escopo
Descreve-se o trabalho que deve ser realizado para entregar o produto, serviço ou resultado
com os requisitos, funcionalidades e características definidas pelas partes interessadas.
No gerenciamento de escopo existe uma expressão chamada goldplating (banhar a ouro) que
significa fornecer mais do que o cliente solicitou, adicionar produtos ou serviços não previstos
no escopo do projeto. O projeto deve entregar o escopo solicitado pelas partes interessadas.
Uma das ferramentas mais utilizadas para gerenciar o escopo do projeto é a elaboração
da Estrutura Analítica do Projeto - EAP.
A EAP é um diagrama que organiza e define o escopo total do projeto por meio da
representação em forma de árvore.
Podemos elencar alguns benefícios obtidos com o uso da EAP, entre eles:
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2.3 Planejamento de tempo
Todo projeto deve ter seu tempo de execução controlado e monitorado. O gerenciamento
do tempo de um projeto vai desde a definição de atividades, passando pelo sequenciamento
de atividades, definição de recursos, estimativa de duração até a construção e o controle do
cronograma.
O caminho crítico é a sequência de atividades em que será gasto o maior tempo de execução
do projeto. É um caminho sem folga. Portanto, atrasos verificados nas atividades do caminho
crítico significam atraso na conclusão do projeto.
O gerenciamento dos custos do projeto preocupa-se principalmente com o custos dos recursos
necessários para completar as atividades do projeto. Deve-se identificar os custos financeiros
para execução do projeto, como: mão de obra, materiais, fornecedores, equipamentos,
serviços, instalações etc..
Tendo em vista que a fonte de recursos financeiros do governo é a LOA, deve-se conciliar o
cronograma de desembolso do projeto ao orçamento aprovado para o órgão.
A qualidade em projetos busca a conformidade dos produtos elaborados. Para isso, na fase de
planejamento do projeto, é preciso compreender as necessidades das partes interessadas e
identificar padrões de qualidade relevantes.
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É necessário traçar anteriormente quais serão as metas a serem atingidas, os indicadores a
serem controlados, as métricas a serem consideradas e o checklist a ser verificado na execução
e no monitoramento.
O planejamento dos riscos em projetos pode ser definido como as atividades necessárias para
identificar os riscos, analisá-los e definir um plano de resposta. Segundo o PMBOK, um risco é
“um evento ou condição incerta que, se ocorrer, provocará um efeito positivo ou negativo nos
objetivos do projeto”.
Portanto, podemos observar que a definição de risco está intimamente ligada ao conceito de
probabilidade.
Muitas vezes, em projetos pequenos, o planejamento de recursos humanos pode ser bem
simplificado. Entretanto, à medida que os projetos crescem, a complexidade desse processo
de gerenciamento também aumenta.
Essa preocupação se faz necessária a fim de integrar as ideias e os esforços do projeto que
garantirão seu sucesso.
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A comunicação do projeto precisa atender aos requisitos de informação de todos os
interessados nos resultados do projeto, na forma, linguagem, tempo, e meio mais adequados
aos diversos segmentos desse público.
Uso da Comunicação
Formal Informal
Escrita • Problemas complexos • Mensagens
• Planos • E-mails
• Termos • Bilhetes
• Relatórios
• Reuniões
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2.9 Planejamento das aquisições
A partir desse plano, pode-se controlar as datas para entrega dos produtos ou serviços
contratados, os valores a serem pagos, entre outros.
É importante ressaltar que as empresas privadas possuem bastante flexibilidade para decidir
e realizar suas compras. Por outro lado, a Administração Pública precisa seguir um conjunto
rígido de leis e normas, o que torna os processos mais complexos e exige especial atenção da
equipe do projeto.
Além disso, quase que a totalidade das aquisições é realizada por uma unidade especializada
(área de compras/contratos) e não diretamente pela equipe do projeto, o que aumenta a
dificuldade de acompanhamento e limita o poder de decisão.
O planejamento das partes interessadas visa a estabelecer os procedimentos que serão adotados
no decorrer do projeto para identificar as partes interessadas, planejar o gerenciamento,
gerenciar o envolvimento e controlar o envolvimento das partes interessadas.
Esses processos têm como objetivo a mitigação dos riscos provenientes da falta do devido
envolvimento das partes com o projeto.
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3 Grupo de processo de Execução
É o grupo de processo que realiza o trabalho definido no plano de projeto para satisfazer às
expectativas das partes interessadas, entregar os produtos e atingir o objetivo do projeto. É o
momento da integração de pessoas e recursos para fazer o projeto acontecer.
É muito importante realizar uma reunião de kick-off do projeto. Essa reunião marca o início
da fase de execução e consiste em um evento importante que promove a integração entre os
membros da equipe e demais interessados (inclusive patrocinador e cliente).
Em muitos casos, principalmente no ambiente público, a equipe que o líder conseguiu mobilizar
ou contratar não possui os conhecimentos e habilidades necessários para realizar as atividades
do projeto. Nesse caso é necessário capacitar ou desenvolver as competências requeridas.
Além disso, também é preciso desenvolver a interação entre os membros da equipe.
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3.3 Garantir a qualidade do projeto
Para garantir que as diversas partes interessadas mantenham-se engajadas com os objetivos do
projeto ao longo de toda a execução, é necessário manter permanentemente a comunicação e a
interação com todos, para atender às necessidades e solucionar as questões à medida que ocorrerem.
A manutenção do engajamento como processo contínuo traz como benefícios maior aceitação,
menores problemas e menor desgaste.
Este processo apresenta certa complexidade, pois as expectativas das partes mudam ao longo
do projeto.
Este processo é iniciado após o envio das requisições de propostas aos fornecedores. No
ambiente público, dependendo do valor da aquisição, o recebimento das propostas pode ser
feito de diversas formas (carta-convite, solicitação de orçamento para compor a previsão de
orçamento, publicação do termo de referência ou projeto básico, etc.).
Alguns pontos devem ser observados pelo líder para que consiga conduzir boas aquisições no
ambiente público:
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• Dependendo da abrangência e do valor da contratação, o líder deve realizar
publicação em jornais de grande circulação para ampliar sua lista de fornecedores
em potencial.
• Para melhorar a base de preços de forma a compor o orçamento previsto para
a aquisição, use, além das propostas recebidas, contratos já firmados pela
administração. Para apoiar essa tarefa, é possível obter essas informações do
sistema SIASG.
• Estabeleça critérios de aceitação bem objetivos para garantir que os fornecedores
tenham o correto entendimento do que é esperado.
Relembre a interação entre os grupos de processos durante o ciclo de vida do projeto, conforme
vimos no Módulo 2.
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Vamos então conhecer um pouco mais sobre os principais processos monitoramento e
controle.
A validação do escopo refere-se à aceitação dos resultados do trabalho pelo cliente, solicitante,
patrocinador e demais partes interessadas, enquanto o controle da qualidade determina se
esses resultados estão de acordo com os padrões relevantes de qualidade e identifica maneiras
de eliminar as causas de um desempenho insatisfatório.
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Sempre avalie a necessidade de prever no seu projeto atividades de inspeção, de testes, ou
implantação de pilotos.
• Certifique-se de que não está sendo realizado nenhum trabalho fora do escopo.
• Todas as solicitações de mudança no escopo devem ser comunicadas,
compreendidas e aprovadas pelo patrocinador e/ou cliente.
• Quando ocorrer uma mudança no escopo, não se esqueça de atualizar o plano
de projeto.
As entregas relevantes do projeto devem ser formalizadas por meio de um Termo de Aceite.
Como o aceite é validado pela parte interessada competente, esse passo garante que os
produtos cumpriram com os requisitos de escopo e qualidade necessários.
O gerente de projeto precisa atuar no sentido de manter os custos esperados dentro de limites
aceitáveis e cumprir o cronograma conforme previsto.
O processo foca no monitoramento dos resultados do projeto para verificar se estão conforme
os padrões de qualidade definidos no plano de gerenciamento. Neste momento também
há preocupação com a identificação de formas para eliminar causas de possíveis resultados
insatisfatórios, garantindo a qualidade das entregas do projeto.
Neste processo, o líder do projeto deve coletar e distribuir informações sobre o desempenho,
incluindo relatórios de andamento, medições do progresso e previsões, de modo a garantir
que as necessidades de informação das partes interessadas sejam atendidas.
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A identificação dos riscos geralmente é feita nas fases iniciais e sem o conhecimento suficiente
sobre o projeto. Portanto, deve ser mantido um ciclo que retroalimente informações entre
monitoramento e identificação.
Este processo visa a monitorar os relacionamentos entre as partes interessadas para ajustar as
estratégias de forma a manter o seu engajamento, eliminando resistências e aumentando o
suporte ao projeto.
É necessário coordenar as mudanças que ocorrem ao longo de todo o projeto. Para tal, deve-se
estabelecer um processo para revisar todos os pedidos, aprovações e controle das alterações.
Essas mudanças podem estar relacionadas ao escopo, tempo, custo, qualidade e demais áreas
de conhecimento do projeto.
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4.9 Monitorar e controlar o trabalho do projeto
Vale ressaltar que o projeto se encaminha para o fim desde o seu primeiro dia de vida. Portanto,
não deixe para pensar no encerramento somente nas fases finais do projeto. É recomendável
possuir uma estratégia de gerar e coletar as lições aprendidas para serem futuramente
documentadas e arquivadas.
O grupo de processo de encerramento tem por objetivo formalizar a aceitação dos resultados
do projeto, encerrar as aquisições e encerrar o projeto de uma forma organizada.
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As lições aprendidas são informações obtidas no decorrer do projeto que podem ser usadas
para beneficiar projetos futuros ou em andamento. A ideia é gerar um banco de dados de
conhecimento que será utilizado como melhores práticas para projetos que utilizem as mesmas
pessoas, tecnologias ou processos, visando assim a contribuir para a melhoria contínua dos
projetos da organização.
Dessa forma, as lições aprendidas devem ser documentadas e podem compreender fatores
positivos ou negativos, relativamente a aspectos técnicos (do negócio) ou de gerenciamento
do projeto.
Não deixe de realizar uma comemoração com a equipe e outros interessados, para festejar
a finalização do projeto.
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Introdução à Gestão de Projetos
Módulo
1 Contextualização
Brasília - 2014
Atualizado em: dezembro de 2013.
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente
Paulo Sergio de Carvalho
Diretor de Desenvolvimento Gerencial
Paulo Marques
Coordenadora-Geral de Educação a Distância
Natália Teles da Mota
Curso cedido pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ - do curso original: Gerência de Projetos.
Conteudista:
Luiz Otávio Borges de Moura (2013)
© Enap, 2014
Objetivos específicos........................................................................................................... 5
Contextualização ................................................................................................................ 5
3 O que é projeto?............................................................................................................... 7
4 O que é operação?............................................................................................................ 9
6 Gerenciamento de projetos............................................................................................ 11
7 O que é um programa?................................................................................................... 12
8 O que é um portfólio?..................................................................................................... 13
Objetivos específicos
Contextualização
Frederick Taylor (1856-1915), no início do século 20, iniciou os estudos sobre o trabalho,
aplicando o raciocínio científico para analisá-lo.
Em 1969, no auge dos projetos espaciais da NASA, um grupo de cinco profissionais de gestão
de projetos, da Filadéfia, Pensilvânia, nos EUA, reuniu-se para discutir as melhores práticas, e
Jim Snyder fundou o Project Management Institute - PMI (EUA). O PMI é a maior instituição
internacional dedicada à disseminação do conhecimento e ao aprimoramento das atividades
de gestão profissional de projetos [PMI, 2004; SISK, 1998].
Nas décadas seguintes, o gerenciamento de projetos começou a tomar sua forma moderna.
Enquanto vários modelos de negócio desenvolveram-se nesse período, todos eles
compartilharam uma estrutura de suporte comum: projetos são liderados por um gerente de
projetos, que põe pessoas juntas em um time e assegura a integração e comunicação de fluxos
de trabalho por meio de diferentes departamentos [SISK, 1998].
Hoje, o gerenciamento de projetos vem se fortalecendo cada vez mais. As organizações sabem
que precisam gerenciar projetos para obterem sucesso. Estima-se que aproximadamente 25%
5
do PIB mundial são gastos em projetos e que cerca de 16,5 milhões de profissionais estão
envolvidos diretamente com gerência de projetos no mundo.
Atualmente existem várias metodologias, guias, métodos, instituições, que falam sobre o tema
gerenciamento de projetos. Vamos apresentar alguns deles.
c) ZOPP– Ziel Orientierte Projeckt Planung (Planejamento de Projeto Orientado por Objetivos)
e) ISO 21.500:2012
6
f) PRINCE 2 - Projects in Controlled Environments (Projetos em ambientes controlados)
3 O que é projeto?
Se estamos estudando “projetos”, qual a primeira pergunta que nos vem à cabeça?
O que é um projeto?
Como visto acima, ocorre com o termo Projeto o mesmo problema de outros termos que
são amplamente usados, os significados podem variar bastante e essas diferenças podem,
eventualmente, prejudicar a compreensão e a comunicação. No entanto, existem algumas parti
comuns aos projetos, que nos permitem listar as seguintes características gerais.
7
Na tabela abaixo, apresentamos conceitos de projeto em outras literaturas.
Referência Conceito
Projeto é um esforço temporário empreendido
PMBOK para criar um produto, serviço ou resultado
exclusivo (entregas).
8
• Construção de nova ferrovia incluída no Programa de Aceleração do Crescimento
– PAC.
• Elaboração de novo curso da Escola Nacional de Administração Pública – Enap.
4 O que é operação?
As organizações realizam diversos trabalhos para atingir seus objetivos, onde eles podem ser
categorizados como projeto ou operações. Os projetos exigem um gerenciamento de projetos,
enquanto que as operações exigem gerenciamento de processos de negócios. Projeto e
operação diferem-se principalmente pelo fato de que o primeiro é temporário, enquanto a
operação é contínua e produz produtos, serviços ou resultados repetitivos.
9
Abaixo, são apresentadas as diferenças e similaridades entre operações e projetos.
Operações Projetos
• Evento contínuo. • Evento temporário.
• Sustenta o negócio.
• Padrão conhecido.
10
Alguns itens devem ser observados na transição das entregas dos projetos para as operações,
como por exemplo:
Projeto e Desenho
6 Gerenciamento de projetos
11
Por que gerenciar projeto?
As organizações públicas cada vez mais têm o desafio de entregar para sociedade serviços e
produtos de qualidade e que atendam suas expectativas.
A utilização dessa tecnologia de gestão é uma das formas de melhorar as repostas aos anseios
da sociedade. Inúmeras áreas do governo vêm implementando o gerenciamento de projetos
para entregar seus resultados de forma eficaz, eficiente e com efetividade.
Existem vários critérios para definir se o gerenciamento de projetos foi bem-sucedido ou não.
Alguns desses critérios podem ser comuns à maioria dos projetos, como, por exemplo:
7 O que é um programa?
12
ele perseguidos. Benefícios não são produtos, mas sim impactos e resultados percebidos pela
sociedade, organização, serviços, etc.
A Lei nº 12.593, de 18 de janeiro de 2012, que institui o Plano Mais Brasil, define os seguintes
tipos de programas:
“I - Programa Temático: que expressa e orienta a ação governamental para a entrega de bens
e serviços à sociedade.
II - Programa de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado: que expressa e orienta as ações
destinadas ao apoio, à gestão e à manutenção da atuação governamental.”
8 O que é um portfólio?
Um portfólio é uma coleção de projetos, programas e outros trabalhos, que estão agrupados
com o propósito de facilitar o gerenciamento efetivo do trabalho para atender objetivos
estratégicos organizacionais. Portfólio consiste nos trabalhos que estão em andamento ou
planejados, estando eles relacionados de alguma forma entre si, ou não. Enquanto os projetos
e programas são temporários, os portfólios são contínuos. Uma organização pode possuir mais
de um portfólio, cada um tratando de áreas ou objetivos específicos. Em última instância, deve
haver um portfólio abrangente para a organização como um todo.
13
9 Relacionamento entre projeto, programa e portfólio
Normalmente, é chamada gestão por projetos quando uma organização classifica suas
iniciativas como projetos que devem ser planejados e executados com tal característica. Há um
relacionamento entre as disciplinas Gerenciamento de Portfólio, de Programas e de Projetos.
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O Plano Plurianual - PPA é o planejamento estratégico do governo. Sua vigência sempre
inicia no segundo ano do mandato presidencial até o primeiro ano do mandato seguinte. Na
imagem abaixo, vemos a estrutura do PPA 2012-2015 e a sua vinculação aos conceitos que
vimos acima.
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