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Bruno_Costa_Castro_T03
A IMPORTÂNCIA DO ESCOPO:
O estabelecimento de um vocabulário e de um entendimento comuns acerca dos
conceitos e dos princípios do gerenciamento de projetos é tratado no Guia
PMBOK® como condição essencial para o desenvolvimento da disciplina e da sua
comunidade de praticantes.
Então, uma a melhor definição para o conceito de objetivo surgiu com a utilização
do acrônimo Smart, que vem a ser: S de specific, em inglês, específico; mensurável;
atingível; relevante; e com tempo limite. Ao adotar que um objetivo precisaria
possuir todas essas cinco propriedades em conjunto, e não apenas uma ou outra,
Doran conseguiu solidificar o conceito de estabelecimento de metas para gestores
em muitas organizações.
Por exemplo, não adianta tentar definir o escopo de um projeto sem entender os
objetivos organizacionais e os benefícios estimados para a entrega do produto,
serviço ou resultado a ser gerado pelo projeto. O conceito Smart nos auxilia nesse
processo de entendimento, pois minimamente um objetivo deverá ser tratado por:
As cinco condições devem aparecer sempre em conjunto, nunca apenas uma ou
outra. Assim como em outras disciplinas, os conhecimentos relacionados ao
gerenciamento de projetos devem ser padronizados bem como globalmente
reconhecidos e aceitos pelos profissionais envolvidos, de modo a possibilitar a
evolução constante da disciplina.
De acordo com o PMI (2017b), existem quatro tipos de ciclos de vidas de projeto.
Isso significa que um time de projeto precisa ter conhecimento a respeito dessas
variadas formas no intuito de selecionar uma abordagem condizente com as ações
demandadas pelo produto, serviço ou pela condição que será gerada.
Os tipos são:
Ciclo de vida iterativo – uma abordagem empírica, que permite aos poucos
retorno dos principais stakeholders engajados no projeto. Os feedbacks são
recebidos pelo time do projeto sobre trabalhos ainda não finalizados, no intuito de
melhorar o produto, o serviço ou a condição e conseguir modificá-los antes de a
versão final ser efetivamente entregue.
Nenhum ciclo de vida será perfeito para todos os tipos de projeto. Em ciclos
preditivos, existe a vantagem de se trabalhar em um ambiente com baixo grau de
incertezas e complexidade, permitindo poucas mudanças e poucas entregas
intermediárias – às vezes, nenhuma –, adotando um sequenciamento previsível de
ações.
TRIÂNGULO DE RESTRIÇÕES:
TRADICIONAL VERSUS INVERTIDO
Segundo Cruz (2015), cada ciclo iterativo precisa terminar sendo capaz de
responder, pontualmente, às seguintes questões:
Essa versão não é perfeita, mas consegue incluir um grau mínimo das principais
características desejadas para o produto. Por exemplo, imagine que o seu projeto
seja construir um kart. O cliente solicitou que o kart fosse seguro, bonito e
ergonômico. Em determinados casos, como o item vinculado à segurança, existem
normas legais e técnicas que permitirão o time do projeto definir o grau mínimo
de padrão de segurança exigido para um kart. A partir do momento em que esse
padrão mínimo for atingido em uma primeira versão do produto, já começa a
surgir a ideia do MVP, apesar de não podermos considerá-lo como um MVP ainda.
Explico: o kart pode ser o mais seguro desenvolvido no mundo, mas as
características de beleza e ergonomia não estiverem ainda implementadas, não
conseguimos atingir a primeira versão desse produto. Portanto, será considerado
um MVP apenas quando conseguir unificar os padrões mínimos de segurança, beleza e
ergonomia. Contudo, um padrão de beleza seria uma avaliação subjetiva, e a opinião
do cliente, de pessoas ligadas a ele ou até mesmo a opinião pública terá um peso
fundamental nessa aprovação. Para que o time defina isso com propriedade, deverá
estabelecer padrões de beleza e então descobrir qual seria o padrão mínimo.
Depois da primeira versão desenvolvida, podem-se então colher feedbacks ou
medir detalhes no intuito de juntar a maior quantidade de informação válida 18
possível para que esses dados possam ser analisados, e novas ideias possam
surgir.
Assim, um novo ciclo do MVP poderá ser gerado. Trabalhar o escopo do projeto
utilizando o conceito do MVP não só permitirá ao time do projeto um aprendizado
constante em relação ao produto ou serviço que está sendo gerado, como
também será importante para receber feedbacks intermediários, antes do produto
totalmente finalizado. Somente por meio desses feedbacks é que o time do projeto
poderá analisar detalhes pertinentes à implementação das funcionalidades requeridas
pelo escopo do produto e então decidir o rumo a ser tomado em um próximo ciclo de
iteração, obviamente, nunca perdendo de vista o objetivo de negócio com o escopo do
projeto capitaneando os processos de tomada de decisão, conforme demonstrado no
projeto donut, na figura 5.
A partir do momento em que essa visão for gerada, servirá como ponto de
partida para o time do projeto. É como se dissessem: “Já temos condições
de compreender a ideia e estamos prontos para gerar o produto”.
Normalmente, quando se define uma característica ou condição, define-se
também o seu critério de validação.
Para encerrar essa parte dos nossos ensinamentos, faltou definir o que vem a ser
o termo DoD – definition of done, que nada mais é, então, do que conferir se o
produto, o serviço ou a condição, depois da sua conclusão – em parte ou no todo –,
está de acordo com as características desejadas no momento do DoR, a situação
clássica de verificar se o realizado está de acordo com o que foi previsto. Em linhas
gerais, então, temos o pronto “de antes” (DoR), que funciona como uma visão de
futuro; e o pronto “de depois” (DoD), que confirma se o que foi desenvolvido está de
acordo com a definição inicial – ou modificada ao longo do projeto – do produto.
FUNCIONALIDADE
Precisamos compreender corretamente o conceito de funcionalidade, que se resume a
tudo aquilo que pode ser realizado ou entregue. Sempre que for possível enquadrar
determinado comportamento ou ação dentro de um intervalo de tempo, teremos uma
proposta inicial para desenvolver uma funcionalidade.
fun·ci·o·na·li·da·de
(funcional + -idade)
substantivo feminino
EXEMPLO
Quando uma equipe de projeto trabalha uma funcionalidade descrita como "gerar
relatório", por exemplo, estamos presumindo que ela terá de lidar com diferentes
informações acerca de um ou mais documentos em particular que definirão uma nova
dimensão do atributo "relatório". Segundo Jeffries et al. (2000), um produto pode ser
integralmente definido por meio das necessidades dos seus usuários. Nesse sentido,
a user story (ou, em português, história do usuário) é uma técnica que auxilia na
descrição de uma funcionalidade, definindo uma única maneira de executá-la, o que
deve ser feito, preferencialmente, no formato a seguir:
EU, COMO ____________ [quem é e o que faz a pessoa],
EXEMPLO 1
Cada uma dessas histórias de usuário poderia ter sido facilmente executada em projetos
reais, como um aplicativo de celular para ofertar vagas gratuitas em determinada região
ou uma plataforma virtual de fornecimento de cursos on-line.
Apesar de não ser essencial na maioria dos casos, algumas equipes de projeto também
trabalham com o conceito de "quando" essa funcionalidade poderá ser executada.
___________________________________________
MVP
Diante da necessidade de coletar requisitos, definir funcionalidades e entregar um
produto com a proposta de oferecer valor ao seu cliente, patrocinador ou usuário final,
chegamos a um ponto em que é fundamental a compreensão do conceito de minimum
viable product (service) (MPV) ou, na versão em português, mínimo produto (serviço)
viável ( MVS).
"Você está tentando descobrir nos primeiros dias de começar um produto: estamos
errados ou o mundo está errado?"
DOR/DOD
Aprendemos que um ciclo iterativo é um período pré-determinado que
prioriza itens cujo valor possa ser valor percebido pelo cliente ou usuário
final e transforma-os no incremento de determinado produto.
Para evitar esse tipo de problema, todo item determinado como "pronto"
precisa ser:
do projeto. Ela valida um determinado requisito se aprovado (ok), ou se não está (ok).
A turma do Escopo recebe essa resposta do setor de qualidade, sendo responsável por
fazer a aceitação vinda da qualidade.
O escopo, a entrega só acontece quando é feita essa formalização. O trabalho do escopo
é baseado em critérios de aceitação, transferência, delivery, amparados pela área da
qualidade. Um bom trabalho da qualidade alivia e muito o time de trabalho do escopo
de projeto.
DIFERENÇA ENTRE ESCOPO DO PROJETO E
ESCOPO DO PRODUTO
Segundo o PMI (2017a), o termo escopo pode ser utilizado, dentro do contexto do
gerenciamento de projetos, de duas maneiras:
O escopo do produto seria definir as características do curso, como carga horária, conteúdo e
tipo de ambiente virtual a ser adotado, entre outras características. Já o escopo do projeto
seria definir como conseguir as licenças necessárias para registrar o curso nos órgãos
competentes, contratar mão de obra, alugar servidores de internet, etc. Ainda utilizando o
exemplo do curso on-line, apenas para corroborar alguns ensinamentos da unidade anterior,
algumas funcionalidades possíveis seriam: desenvolver conteúdo, estruturar trilha – do curso –
e definir pré-requisitos.
As causas de falhas em projetos são inúmeras. e você não sabe ao certo o que
deve entregar e quais são os limites do projeto, a probabilidade de atingir os seus
objetivos é muito pequena.
Uma das práticas disponíveis para obter o controle sobre as mudanças do escopo
recomenda a educação dos stakeholders quanto aos perigos inerentes à
realização de modificações não planejadas no escopo. O envolvimento contínuo e
a comunicação, desde o início do projeto, com todas as partes interessadas e com
o patrocinador, bem como com clientes e usuários, é outra recomendação
importante para reduzir problemas na definição e no gerenciamento do escopo.
ENTREGAS OU “DELIVERABLES”:
TERMO DE ABERTURA DO PROJETO (TAP):
Antes mesmo de a área de escopo iniciar propriamente os trabalhos, o time do
projeto já arregaçou as mangas e providencia detalhes que serão importantes
para o futuro do trabalho. De acordo com o PMI (2017a), todo projeto inicia
formalmente os seus trabalhos após a aprovação de um Termo de Abertura do
Projeto (TAP).
Os projetos são iniciados por uma entidade externa ao projeto, tais como um
patrocinador, programa, escritório de gerenciamento de projetos (EGP) ou dirigente do
órgão diretivo do portfólio ou o seu representante autorizado. O responsável pela
iniciação do projeto ou patrocinador do projeto deve estar em um nível apropriado
para captar o financiamento e dedicar recursos para o projeto (PMI, 2017a, p. 113).
É de bom tom que o TAP seja aprovado pelo patrocinador do projeto e, mesmo que não exista
um formato ou template específico para confeccioná-lo, deve haver muita atenção no
momento de gerar essa importante etapa do projeto.
Segundo Massari (2016), da mesma maneira que um TAP serve para definir a visão de um
produto e formalizar o início dos trabalhos com foco em um planejamento mais detalhado,
muitas outras técnicas podem ser utilizadas, por exemplo: inception enxuta, tweet charter,
vision box, project model canvas, press release, elevator statement ou exploração 360º.
Depois do advento do TAP, os esforços serão voltados ao Plano de Gerenciamento
do Projeto (PGP), e um dos componentes principais desse documento é o Plano de
Gerenciamento do Escopo (PGE), que será a base para o gerenciamento do escopo
do projeto, definindo todas as regras inerentes ao trabalho do escopo para o time
do projeto. Segundo o PMI (2017a), o gerenciamento do escopo do projeto
encontra-se presente apenas em dois grupos de processos: planejamento, com
quatro processos; e o de monitoramento e controle, com outros dois processos,
conforme pode ser verificado no quadro a seguir.
Por sua vez, as informações do processo 5.2 também serão importantes para os
trabalhos do 5.3 e do 5.4, que trabalharão artefatos como a declaração do escopo
do projeto e a linha de base de entregas, também conhecida como Estrutura
Analítica do Projeto (EAP). O curioso é que, depois da conclusão de uma primeira
versão aplicável da EAP, as informações retornam aos pontos de origem, ou seja,
uma linha de base pronta no processo 5.4 retorna informações para o 5.3, para o
5.2 e para o 5.1.
Então, o ciclo se fecha, pois todo o fluxo de ida e de volta foi realizado por meio de
mútuas ações do time do projeto, visando ao planejamento do escopo. Com o
planejamento do escopo do projeto pronto, outras áreas também vão reforçar os
seus respectivos planos complementares no intuito de gerar um único e grande
documento: o PGP.
Quando uma entrega encontra-se pronta para validação, há uma sincronia da área
de escopo com a área de qualidade. Somente após o “ok” do time de qualidade é
que o escopo, ou parte dele, poderá ser validado – processo 5.5. Entretanto,
sempre que houver algum tipo de problema ou desconformidade em relação
àquilo que foi planejado nos processos iniciais – 5.1 a 5.4 –, há a possibilidade de
controlar o escopo – processo 5.6 – acionando o controle integrado de mudanças
do projeto, processo vinculado à área de integração.