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Matriz de atividade individual*

Módulo: 02 Atividade: 5.2.1


Título: Formas de implantação da filosofia de gerenciamento de projetos em
organizações de pequeno a médio porte.
Aluno: Greiceane Mesquita de Menezes
Disciplina: Introdução à Gerência de Turma: Turma 40 - Dezembro 2010 –
Projetos ESMPU
Introdução
A crescente utilização da disciplina de gerenciamento de projetos vem
demonstrando às empresas, inclusive as de pequeno e médio porte (PME), o quanto
a aplicação dessa disciplina é importante para o crescimento e sucesso das
organizações, pois traz vantagens competitivas e eficiência no uso e definição dos
recursos.

O uso das práticas de gerenciamento de projetos define com clareza os objetivos e


resultados que espera-se alcançar e aumenta, significativamente, a probabilidade
da empresa atingir seus objetivos. Essa definição e descrição dos objetivos do
projeto traz consigo a possibilidade de alinhar os resultados dos projetos com os
resultados que espera-se para organização como um todo.

Esse gerenciamento pode ser aplicado em projeto de vários tipos e tamanhos,


podendo ser aplicado até para atingir objetivos pessoais. Os benefícios oriundos da
utilização da gerência de projetos trazem ganhos claros às organizações, pois as
prepara para atingir os objetivos definidos por ele, trazendo organização e
planejamento para a execução das atividades antes de efetivamente realizá-las.
Com isso, a empresa pode determinar de maneira mais eficiente o tempo,
qualidade, custos e recursos necessários para atingir os objetivos definidos no
projeto e verificar quais serão os ganhos da empresa com a sua execução.

A profissionalização da empresa traz agilidade na tomada de decisão, fazendo com


que a organização possa se adequar com mais rapidez e eficiência às mudanças no
mercado.

Levando-se em consideração os ganhos expressados com a utilização de


gerenciamento de projetos, demonstraremos como a disciplina poderá ser aplicada
em empresas de pequeno e médio porte.

Modos e meios de implantação


O planejamento é ferramenta essencial para obter sucesso nas organizações e ,no
caso de gerenciamento de projetos, temos como referência o PMBOK (Project
management body of knowledge ou Corpo de conhecimento do gerenciamento de
projetos) que é um guia com as melhores práticas nessa àrea.

Ao aplicar as práticas descritas no PMBOK é necessário que o gerente de projetos


utilize somente as práticas que julgue imprescindíveis e que trarão benefícios aos
objetivos da organização, evitando assim aqueles que não são necessários. Essa
adaptação das práticas do PMBOK se torna ainda mais essencial no ambiente das
PME, onde a escassez de recursos (materiais e humanos) e a falta de métodos na
organização do trabalho é maior.

Essa seleção do trabalho a ser desenvolvido deve ser realizada pelo gerente de
projetos. Ressaltando que para desempenhar essa atividade com proficiência é
necessário que ele se profissionalize e busque constantemente informações para

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incrementar seus conhecimentos a respeito dos negócios da empresa e da área que
gerencia. Como exemplo, podemos citar que o profissional dessa área poderia
excluir os processos de aquisição para os casos em que um projeto não necessite
realizá-las ou pode-se optar por utilizar apenas alguns processos de uma área de
conhecimento e descartar outros.

As práticas de gerenciamento de projetos devem ser patrocinadas pela alta cúpula


da empresa e devem ser implementadas gradualmente, de forma a adaptá-las a
estrutura organizacional, causando o mínimo de rejeição possível. De acordo com o
crescimento da maturidade nesse segmento que a PME adquire, as práticas deverão
ser readaptadas para se adequar à realidade da empresa e trazer mais benefícios.

Dentre os benefícios obtidos com a implantação do gerenciamento de projetos


podemos citar os seguintes: melhoria na comunicação entre os interessados no
projeto; definição clara dos objetivos esperados; diminuição dos custos; e definição
mais aproximada de tempo e custo necessários à execução do deste. Nos casos em
que não se utilizam boas práticas de gerenciamento de projetos podemos listar as
seguintes desvantagens: custos elevados; prazos longos de execução; excesso de
medidas corretivas; retrabalho; falta de documentação com as definições e decisões
dos projetos.

Simulação de modelo – modus operandi


O PMBOK possui 44 processos, 9 áreas de conhecimento e 5 fases. Baseado nisso, o
gerente deverá, em primeiro lugar, realizar uma seleção das atividades em cada
uma das áreas de conhecimento (custo, tempo, escopo, comunicação, riscos,
qualidade, recursos humanos, aquisição e integração) do PMBOK, levando em
consideração o negócio, necessidades, estrutura e recursos da PME. Na próxima
fase, o gerente deverá escolher as ferramentas necessárias para a realização das
atividades definidas para o projeto. Nesse caso, o gerente deverá sempre adaptar
os processos ao projeto, enxugando e simplificando as atividades para se
adequarem a realidade das PMEs e para conseguir alcançar seus objetivos e
resultados. Ao customizar o PMBOK o responsável deve sempre ter em mente que o
custo do gerenciamento deve sempre justificar o objeto gerenciado, caso contrário o
gerenciamento se torna um ônus à organização.

Estudo de caso
Para exemplificar a adequação do modelo, utilizaremos como estudo de caso o
projeto realizado na Unimed Curitiba, onde a empresa passou a usar o portal para
atrair e manter seus clientes e parceiros. A organização em questão é dona de 60%
do mercado de planos de saúde da capital paranaense e região metropolitana.

A Unimed Curitiba adquiriu uma solução completa da IBM para desenvolvimento do


seu portal, juntamente com ferramentas de colaboração entre os setores internos
da Unimed Curitiba e também com seus cooperados. A solução é composta pelo IBM
Websphere Portal, o gerenciador de informações corporativas IBM Lotus Web
Content Management e os softwares Lotus Quickr e Lotus Sametime.

Com a aquisição e implantação dessa solução a empresa espera aumentar a


agilidade na divulgação e coleta de informações entre a empresa e seus cooperados
e clientes, assim também como melhorar a interação entre seus setores
administrativos.

Para executar o projeto seguiríamos fases e processos descritos a seguir:

1. Iniciação:

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Nessa fase será dada a autorização formal para iniciar o projeto e o termo de
abertura do projeto (TAP) é elaborado.

No termo de abertura deverão constar a designação do gerente do projeto e seu


grau de autoridade e responsabilidades, o usuário gestor, os interessados, os
objetivos, o cronograma de marcos, o escopo preliminar, as premissas, restrições,
orçamento estimado, prazo de execução e entrega do produto e os riscos que
podem interferir no andamento do projeto. No caso das PMEs a declaração de
escopo poderá ser integrada ao TAP para simplificar e diminuir a quantidade de
artefatos gerados.

As informações estabelecidas no TAP são de importância fundamental para o


sucesso do projeto, pois são a base em que o projeto será construído e suas
informações são essenciais para verificar se realmente o projeto teve sucesso e se
seus objetivos foram alcançados.

Nessa fase seriam executados os processos listados a seguir:


• 4.1 - Desenvolver o termo de abertura do projeto;
• 10.1 - Identificar as partes interessadas.

2. Planejamento:
Na fase de planejamento o foco está em planejar e gerenciar as atividades que
deverão ser executadas para concluir o projeto. Durante o planejamento, o escopo
do projeto deverá ser definido e será a base para a definição da Estrutura Analítica
do projeto (EAP) que deverá descrever as atividades do projeto e seus respectivos
resultados. A partir da EAP pode-se definir um Diagrama de Gantt, onde para cada
atividade poderão ser definidos os recursos humanos (RH), insumos e tempo para
execução das atividades. Através desse diagrama poderão ser planejados os
recursos humanos, custos e tempo do projeto.

Em muitos casos, para projetos de PMEs, essas informações são suficientes. Porém,
para o caso analisado em questão o planejamento das comunicações também se faz
essencial, pois o gerente do projeto precisará manter os interessados informados
sobre o andamento do projeto. Lembrando que o gerente do projeto deverá sempre
ficar atento para disseminar as informações para os interessados no tempo e
através dos meios corretos.

Caso seja necessário, o gerente do projeto poderá desenvolver o plano de RH,


riscos, aquisições e qualidade. Esses planejamentos poderão constar no próprio
plano de gerenciamento do projeto, mas, caso o gerente julgue necessário, poderá
elaborar documentos a parte para tratar dessas áreas de conhecimento.

Ao fim dessa fase, teremos todo o planejamento do trabalho necessário para


executar o projeto e somente isso. Tudo que não estiver relacionado com o escopo
do projeto e trouxer mais ônus do que bônus deverá ser eliminado do
planejamento.

Nessa fase seriam executados os processos listados a seguir:


• 4.2 - Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto;
• 5.1 – Coletar os requisitos;
• 5.2 – Definir o escopo;
• 5.3 – Criar a EAP;
• 6.1 – Definir as atividades;
• 6.2 – Sequenciar as atividades;

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• 6.4 – Estimar duração das atividades;
• 6.5 – Desenvolver o cronograma;
• 7.1 – Estimar os custos;
• 7.2 – Determinar orçamento;
• 12.1 – Planejar as aquisições;
• 10.2 – Planejar as comunicações;
• 11.2 – Identificar riscos;
• 11.5 – Planejar as respostas aos riscos;
• 11.1 – Planejar o gerenciamento dos riscos.

3. Execução:
Nesta etapa, o trabalho definido na fase de planejamento é executado para alcançar
os resultados esperados e atingir os objetivos do projeto. Efetua-se também
atividades que verificam se o projeto está sendo executado com a qualidade
planejada. O projeto poderá, ainda nessa fase, ser replanejado de acordo com o
andamento das atividades, mudanças aprovadas no escopo e ocorrências dos riscos.

Durante a execução, o gerente deverá coordenar as atividades do projeto. Durante


a execução são coletadas informações sobre o andamento dos trabalhos realizados
e através das mesmas são emitidos relatórios sobre o desempenho do projeto.

Nesse fase seriam executados os processos listados a seguir:


• 4.3 – Orientar e gerenciar a execução do projeto;
• 9.4 – Gerenciar a equipe do projeto;
• 12.2 – Conduzir as aquisições;
• 10.3 – Distribuir as informações.

4. Monitoramento e controle:
O principal foco dessa fase é observar a execução do projeto a fim de verificar se o
este está sendo desenvolvido de acordo com o que foi planejado. O seu
desempenho é medido frequentemente para que possam ser descobertas possíveis
divergências em relação ao que está estabelecido no plano de gerenciamento. Caso
o gerente identifique problemas (ocorrência de riscos, falhas, atrasos, qualidade
indesejada, falta de recursos e insumos etc), deverá agir para evitá-los e corrigi-los,
minimizando assim o impacto no andamento do projeto.

Nesse fase seriam executados os processos listados a seguir:


• 4.4 – Monitorar e controlar o trabalho do projeto;
• 5.4 – Verificar o escopo;
• 5.5 – Controlar o escopo;
• 6.6 – Controlar o cronograma;
• 7.3 – Controlar os custos;
• 12.3 – Administrar as aquisições;
• 11.6 – Monitorar e controlar os riscos.

5. Encerramento:
Na fase de encerramento, o projeto é formalmente finalizado, seja porque foi
concluído, seja poque foi cancelado. Da mesma forma, as aquisições do projeto
também são finalizadas na fase de encerramento.

Caso tenha sido concluído, ele será entregue. Os processos do grupo de


encerramento podem ser usados também para finalizar fases de um projeto, porém

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como o foco desse trabalho é a implantação da metologia de gerenciamento de
projetos em PMEs, provavelmente isso ocorrerá em poucas ocasiões.

Nesse fase seriam executados os processos listados a seguir:


• 4.6 – Encerrar o projeto ou fase;
• 12.4 – Encerrar as aquisições.

Os processos suprimidos se devem às seguintes características do projeto:


• A solução completa foi adquirido de um fornecedor e não desenvolvida por uma
equipe do projeto;
• Os projeto não apresentam tantos riscos devido ao fato da solução completa ter
sido adquirida e já ter sido testada e utilizada em outras organizações; e
• O fornecedor ser uma das maiores empresas de TI no mercado mundial e sua
qualidade ser mundialmente comprovada.

Com a aquisição e implantação da solução citada anteriormente a Unimed Curitiba


atingiu os seguintes resultados:

• Descentralização na atualização das informações dos sites internos e externos;


• Melhoria na participação dos diversos setores da empresa em relação à estrutura
do portal;
• Melhoria na comunicação entre a organização e seus interessados;
• Melhoria na comunicação entre os diversos setores da organização;
• Economia nas ligações telefônicas;
• Agilidade na criação de equipes e no compartilhamento de documentos entre os
membros das equipes;
• Diminuição do tempo de atualização do portal;
• Maior fidelidade e facilidades na disponibilização das informações publicadas no
portal;
• Melhoria da navegabilidade do portal;
• Aumento da quantidade de acessos ao site;
• Disponibilização de informações referentes aos acessos (quantidade e velocidade)
ao portal;
• Acesso à relatórios de medições do acesso e velocidade de resposta dos sites
internos e externos;
• Aumento dos canais de comunicação entre a empresa e seus diversos
interessados.

Os resultados alcançados pelo projeto Unimed Curitiba foram: primeiro, alcançar a


marca de 10 mil acessos diários realizados por seus interessados (médicos
cooperados, beneficiários, prestadores de serviços e fornecedores) aos serviços
prestados pela cooperativa médica. Ressalto que a situação anterior à implantação
era de lentidão e falha na utilização dos serviços que eram disponibilizados no site
da empresa, fato esse que gerava um alto índice de insatisfação entre os
interessados. Segundo, obter a atualização das informações de seus interessados
(dentre eles podemos citar o número expressivo de 500 mil clientes) e melhorar a
imagem da empresa perante eles.

Conclusão
O estudo aqui realizado demonstra que a utilização das práticas de gerenciamento
de projeto são plenamente utilizáveis em empresas e projetos de qualquer porte,
porém é preciso criar um framework customizável para atender as expectativas e
necessidades específicas de cada projeto. Temos que ter sempre em mente que a
utilização das práticas de gerenciamento de projeto devem trazer ganhos à

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organização e não engessar ou burocratizar as atividades. São as práticas que
devem ser adequadas para atender o projeto e não o contrário. As práticas devem
ser simples e claras para que sejam compreendidas da melhor maneira possível
pelos interessados e executores do projeto.

No mundo globalizado de hoje, onde as empresas precisam tomar decisões e


executá-las, com a maior brevidade e qualidade possível, é imprescindivel a
profissionalização da maneira de conduzir projetos que tragam ganhos e
competitividade às organizações. É necessário focar no sucesso que o
empreendimento traz, pois o que é realmene importante para as organizações e
pessoas é o resultado da execução dos projetos e o impacto positivo que ele deverá
causar.

Referências bibliográficas
[1] GONÇALVES, André Silva; TAKATO Josimara Moreno. Gestão de Projetos em
Pequenas e Médias Empresas: Principais dificuldades. Techoje – uma revista de
Opinião, Belo Horizonte. Disponível em: http://www.techoje.com.br/site/
techoje/categoria/detalhe_artigo/677. Acesso em: 02 mar. 2011.

[2] JUNIOR, Paulo. Implantando uma filosofia de Gestão de Projetos em


organizações de pequeno a médio porte. Paulo Junior.net, 15 ago. 2010.
Disponível em: http://paulojunior.net/implantando-uma-filosofia-de-gestao-de-
projetos-em-organizacoes-de-pequeno-a-medio-porte/. Acesso em: 28 fev.
2011.

[3] MARCUSSI, Wanderley. O Que É Um Projeto e Porque Temos que Gerenciá-lo?


Ogerente.com, 15 set. 2009. Disponível em: http://www.ogerente.com.br/novo/
colunas_ler.php?canal=14&canallocal=46&canalsub2=149&id=2628. Acesso
em: 28 fev. 2011.

[4] O que é Gerenciamento de Projetos. PontoGP. Disponível em: http://pontogp.


wordpress.com/gerenciamento-de-projetos/. Acesso em: 01 mar. 2011.

[5] Unimed Curitiba usa portal para abrir as portas a clientes e parceiros.
Disponível em: http://www.ibm.com/expressadvantage/br/downloads/
tiinside_unimedcuritiba_fev_03.pdf. Acesso em: 28 fev. 2011.

[6] VARGAS, Ricardo Viana. Gerenciamento de Projetos em Micro e Pequenas


Empresas. Disponível em: http://www.ricardo-vargas.com/pt/podcasts/
smallcompanies/. Acesso em: 01 mar. 2011.

[7] Wikipédia - Diagrama de Gantt. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/


Diagrama_de_Gantt. Acesso em: 29 fev. 2011.

[8] Wikipédia - Estrutura analítica do projeto. Disponível em: http://pt.wikipedia.


org/wiki/Estrutura_anal%C3%ADtica_do_projeto. Acesso em: 29 fev. 2011.

*Esta matriz serve para a apresentação de trabalhos a serem desenvolvidos segundo ambas as linhas de
raciocínio: lógico-argumentativa ou lógico-matemática.

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