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Aproximação teológica
RESUMO ABSTRACT
O monoteísmo é resultante da The monotheism is resultant of
experiência religiosa no âmbito da the religious experience in the scope
fenomenologia das religiões mais of the phenomenology of the antique
antigas. O judaísmo, o cristianismo religions. The Judaism, the Christian-
e o islamismo são as três confi- ity and the Islamism are the three
gurações religiosas e históricas do religious configurations and historical
monoteísmo. A tentativa da nossa of the monotheism. The tentative of
reflexão é oferecer uma aproximação our reflection is to offer a theologi-
teológica ao conceito de monoteísmo cal approximation to the concept of
numa perspectiva cristã. Trata-se de monotheism in a Christian perspec-
verificar como se pode afirmar, teolo- tive. It is about to verify how can be
gicamente, o monoteísmo cristão re- affirmed, theologically, the Christian
ferenciado ao Mistério Trinitário num monotheism referenced to Trinitarian
horizonte de diálogo ecumênico com Mystery in a horizon of ecumenical
o judaísmo e com o islamismo. dialog with Judaism and Islamism.
Palavras-chave: Monoteísmo, Key-words: Monotheism, theol-
teologia, Revelação, Trindade. ogy, Revelation, Trinity.
INTRODUÇÃO
1
Sobre o conceito de “panenteísmo”: “O Criador como Espírito (Spiritus Creator) fixou morada
nos cosmos, participa de seus desdobramentos, sofre com as extinções massivas, sente-se
crucificado nos empobrecidos do planeta Terra (‘os gemidos inefáveis do Espírito’ de São
Paulo, Rm 8,26). Deus está presente no cosmos e o cosmos está presente em Deus. A
teologia antiga expressava esta mútua interpenetração pelo conceito ‘pericórese’. A teologia
moderna cunhou outra expressão, o ‘panenteísmo’ (em grego: pan=tudo; en=em; theós=Deus).
Quer dizer: Deus em tudo e tudo em Deus. Esta palavra foi proposta, pela primeira vez,
por Karl Christian Frederick Krause (1781-1832), fascinado pelo fulgor divino do universo”,
BOFF, Leonardo. Ecologia. Grito da terra, grito dos pobres. São Paulo: Editora Ática, 1996,
p. 235.
2
David HUME (1711-1776) nasceu em Edimburgo numa família da baixa nobreza escocesa.
3
Wilhelm SCHMIDT (1868-1954), sacerdote missionário do Verbo Divino, orientalista, etnólogo,
lingüista e historiador das religiões.
4
Rudolf OTTO (1869-1937), teólogo luterano, orientalista e historiador das religiões. Publicou
em 1917 sua obra mais conhecida “O Santo” – o início da religião se dá com a experiência
do tremendo e fascinante.
5
Mircea ELIADE (1907-1986), principais expressões: homo religiosus, hierofania, sagrado,
símbolo.
6
Cf., EDWARDS, Mark J. “Monoteísmo”. IN: LACOSTE, Jean-Yves. Dicionário crítico de
teologia. São Paulo: Paulinas-Loyola, 2004, p. 1187.
7
Cf., AA.VV. Dicionário Teológico Enciclopédico. São Paulo: Loyola, 2003, p.333s.
8
Cf., PASTOR Félix. A lógica do inefável. São Paulo: Loyola, 1989, p. 96s.
9
Idem, p. 98.
10
Cf., PIKAZA, Xabier. Monoteísmo e globalização: Moisés, Jesus, Muhammad. Petrópolis:
Vozes, 2004, p. 174.
11
Cf., BOFF, Leonardo. Jesus Cristo Libertador. Petrópolis: Vozes, 1972, p. 131s.
12
Cf., PASTOR, Félix. A lógica do inefável. São Paulo: Loyola, 1989, p. 110s.
13
Cf., BOFF, Leonardo. A Trindade e a sociedade. Petrópolis: Vozes, 1987, pp. 29-39.
14
Para estas afirmações ver: RAHNER, Karl. Escritos de Teología (Vol. IV). Madrid: Taurus
Ediciones, 1962, p. 126ss.
15
Cf., BOFF, Leonardo. A Santíssima Trindade é a melhor comunidade. Petrópolis: Vozes, 1989,
p. 23ss.
16
Cf., PASTOR, Félix. Op. cit., p. 149.
Galiléia. Ele é para nós cristãos a cifra da finitude humana como possibilidade
definitiva de acesso à Infinitude de Deus, sendo estas duas dimensões de
finitude e infinitude circunscritas no mistério de sua encarnação cunhada de
forma inimitável na inaudita expressão joanina: «Kai ho logos sarx egeneto
kai eskênôsen en hêmin = E o Verbo se fez carne e habitou entre nós» (Jo
1,14a). No transfundo das nossas considerações a concepção monoteísta
de Deus acontece na finitude da criatura humana aberta à infinitude do
mistério transcendente do próprio Deus.
CONCLUSÃO
17
Idem, p. 166.
BIBLIOGRAFIA
BOFF, Leonardo. A Trindade e a sociedade. Petrópolis: Vozes, 1987.
BOFF, Leonardo. Jesus Cristo Libertador. Petrópolis: Vozes, 1972.
BOFF, Leonardo. A Santíssima Trindade é a melhor comunidade. Petrópolis:
Vozes, 1989.
BOFF, Leonardo. Ecologia. Grito da terra, grito dos pobres. São Paulo: Editora
Ática, 1996.
EDWARDS, Mark J. “Monoteísmo”. IN: LACOSTE, Jean-Yves. Dicionário crítico
de teologia. São Paulo: Paulinas-Loyola, 2004.
RAHNER, Karl. Escritos de Teología (Vol. IV). Madrid: Taurus Ediciones, 1962.
PASTOR Félix. A lógica do inefável. São Paulo: Loyola, 1989.
PIKAZA, Xabier. Monoteísmo e globalização: Moisés, Jesus, Muhammad. Pe-
trópolis: Vozes, 2004.
RAHNER, Karl. Escritos de Teología (Vol. IV). Madrid: Taurus Ediciones, 1962.
TRACY, David. “O paradoxo dos muitos rostos de Deus no mono-teísmo”. IN
Revista Concilium 258 (1995).
PONTIFÍCIA COMISSÃO BÍBLICA. A interpretação da Bíblia na Igreja. São Paulo:
Paulinas, 1994.
AA.VV. Dicionário Teológico Enciclopédico. São Paulo: Loyola, 2003.
18
Cf., TRACY, David. “O paradoxo dos muitos rostos de Deus no mono-teísmo”. IN Revista
Concilium 258 (1995), p. 42.