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RESUMO DOS ​QUATRO​ TEXTOS​ obrigatórios PARA QUINTA 10/09

Professora Cibele

Texto 1: ​Pesquisa Social: Teoria, Método e Criatividade​ ​MINAYO​ (ORG.)


(para quinta: capítulos 1 e 2)

Resenha do Capítulo 1
Resenhado por Daniella Silva

● A poesia e a arte continuam a desvendar lógicas profundas e insuspeitadas do


inconsciente coletivo, do cotidiano e do destino humano (p.10). ​Observação: ponto
positivo = escrita com teor poético / afetivo - metodologia das cartas;
● A ciência é apenas uma forma de expressão desta, não exclusiva, não conclusiva,
não definitiva (p.10);
● Ciência => critério de verdade, novo mito (​?​);
● Cientificidade das ciências sociais = ideia reguladora de alta abstração e não como
sinônimo de modelos e normas a serem seguidos. Observação: paralelo com
Boaventura de Sousa Santos​:​ este autor pontua os seguintes obstáculos:
As ciências sociais não dispõem de teorias explicativas que lhes permitam abstrair
do real para depois buscar nele, de modo metodologicamente controlado, a prova
adequada; as ciências sociais não podem estabelecer leis universais porque os
fenômenos sociais são historicamente condicionados e culturalmente determinados;
as ciências sociais não podem produzir previsões fiáveis porque os seres humanos
modificam o seu comportamento em função do conhecimento que sobre ele adquire;
os fenômenos sociais são de natureza subjetiva e como tal não se deixam captar
pela objetividade do comportamento; as ciências sociais não são objetivas porque o
cientista social não pode libertar-se, no ato da observação, dos valores que
informam a sua prática em geral e, portanto, também a sua prática de cientista. E O
QUE FAZER COM ESSES OBSTÁCULOS? O autor aponta duas vertentes, uma diz
que os obstáculos são superáveis e a outra que são intransponíveis. Valorizando a
nossa pesquisa, social: o conhecimento pós-moderno não é determinístico nem
descritivista. É um conhecimento sobre as condições de possibilidade! O autor
(Boaventura) afirma que todo conhecimento é autoconhecimento, pois hoje sabemos
ou suspeitamos que as novas trajetórias de vida pessoais e coletivas (enquanto
comunidades científicas) e os valores, as crenças e os prejuízos que transportam
são a prova íntima do nosso conhecimento sem o qual as nossas investigações
laboratoriais ou de arquivo, os nossos cálculos ou os nossos trabalhos de campo
constituem um emaranhado de diligências absurdas sem fio nem pavio. No entanto,
este saber, suspeitado ou insuspeitado, corre hoje subterraneamente,
clandestinamente, nos não-ditos dos nossos trabalhos científicos! Daí,
ressubjetivado, o conhecimento científico ensina a viver e traduz-se num saber
prático.
● A ​ciência moderna era a ciência de valorizar a matemática, de quantificar, ela
construiu-se contra o senso comum o considerando superficial, ilusório, falso. Ela vê
como um salto do conhecimento do senso comum para o científico;
● A ​ciência pós-moderna ​procura reabilitar o senso comum por reconhecer nesta
forma de conhecimento algumas virtualidades para enriquecer a nossa relação com
o mundo. Isto é, todo conhecimento científico visa constituir-se num novo senso
comum (pensamento do autor Boaventura). Ele ainda questiona o que é dado do
conhecimento científico para o senso comum. Daí ​a importância de pensar os
benefícios das nossas pesquisas! Elas vão muito mais do que alimentar dados!
Complementando com outro autor: ​Stuart Hall afirma, por sua vez, que o sujeito
pós-moderno não possui uma identidade fixa.
● Cuidado: a ciência pós-moderna não despreza o conhecimento que produz
tecnologia, e sim afirma que o desenvolvimento tecnológico deve traduzir-se em
sabedoria de vida;
● Qualquer conhecimento é aproximado, é construído;
● Características da Questão Social: provisoriedade; dinamismo; especificidade;
● Objeto de estudo = consciência histórica. Observação: em pesquisas
transdisciplinares não se fala mais em objeto de estudo.
● Sugestão: entrevista no youtube Boaventura e Caetano. Link:
https://www.youtube.com/watch?v=K28wTrjlLYI&t=3s
● Paralelo com ​Abramowicz:​ ​Temos 3 obstáculos segundo a autora:
1. A universidade brasileira está cada vez mais longe de uma possibilidade de
produzir ​pesquisas descolonizadas;
Como a universidade se constitui para além da lógica do poder/ saber e do
capital? Ninguém cria sem um tempo largo e generoso. Não se cria pesquisa
sem o tempo. Vivemos sem tempo para criação.
2. Os pesquisadores têm abandonado a discussão sobre o desejo de
prescrição (o como se faz); Dizer ao outro como fazer é uma indignidade de
dizer pelo outro. A QUESTÃO DE UM PESQUISADOR NÃO É
APRESENTAR OPINIÕES PARA SEREM DEBATIDAS, MAS CONSTITUIR
PROBLEMAS, PARA SEREM PENSADOS.
3. O próprio processo de descolonização! O entrave epistemológico é a
linguagem e a gramática hegemônicas. A centralidade dessa linguagem é a
escrita, a oralidade é subalternizada. ​Daí a importância de entrevistar, dar
voz nas nossas pesquisas.
● A história oral é um instrumento que preserva o entrelaçamento entre história
e subjetividade. para isso, levar-se em conta os gestos, o timbre e o tom da
voz, a política do rosto, a expressividade do olhar, etc. (Abramowicz);

Resenha do Capítulo 2

● Conceito de ​METODOLOGIA: É o caminho do pensamento e a prática exercida na


abordagem da realidade;
● Não pensar puramente a metodologia como técnicas e instrumentos, mas sim
conteúdos, pensamentos e existência;
● A teoria e a metodologia caminham ​juntas!​ :-)
● Nem endeusar e nem desprezar as técnicas. Quando endeusamos produz um
formalismo árido e quando desprezamos leva ao empirismo;
● Para ​Feyerabend o ​progresso da ciência tem mais a ver com a violação de regras
do que sua obediência. Sejamos criativos na escrita de nossa dissertação!
● Para ​Thomas Kuhn​ o ​progresso da ciência​ se dá pela quebra de paradigmas;
● PESQUISA é a atividade básica da ciência na sua indagação e construção da
realidade;
● PESQUISA​ ​= ​PENSAMENTO​ + ​AÇÃO
● Antes de ser intelectualmente um problema tem que ser um problema da vida
prática;
● investigação ​>​ problema ​>​ questão, dúvida, pergunta
● Teoria ​é construída para explicar ou compreender um fenômeno; São explicações
PARCIAIS da realidade;
● Nenhuma​ ​teoria ​explica todos os processos e fenômenos;
● FUNÇÕES DA ​TEORIA: ​esclarecem melhor o objeto de investigação; ajudam a
levantar questões com mais propriedade; permitem organizar melhor os dados;
“iluminam” a análise dos dados (Minayo utiliza a palavra iluminam , mesmo);
● Proposições​ ​são declarações afirmativas; são construções lógicas;
● CARACTERÍSTICAS DA ​PROPOSIÇÃO​: sugerem questões reais; são inteligíveis;
representam relações abstratas entre fenômenos.
● AS ​TEORIAS UTILIZAM UM CONJUNTO DE ​PROPOSIÇÕES PARA ORGANIZAR
O PENSAMENTO.
● Trabalhamos com, a ​linguagem científica​ das ​proposições.
● FUNÇÕES DOS CONCEITOS: SÃO 3: ​Cognitiva​, ​pragmática e ​comunicativa​;
Explicando cada uma:
● Cognitiva: conceito delimitador - afunila/especifica.
● Pragmática: conceito operativo - pode trabalhar no campo.
● Comunicativa: Claro, específico e abrangente.
● Kaplan ​fala em ​3 conceitos: de ​observação direta; de ​observação indireta e
teóricos. ​Explicando cada um:
● de observação direta: ​grau operacional/etapa descritiva.
● de observação indireta: ​detalhes da observação empírica e os relaciona.
● teóricos: ​grau abstração/ articula as proposições. ​Não é só jogo de palavra! ​Tem que
ver a questão histórica e ideológica!
● Cada corrente teórica tem seu acervo de conceito, temos que nos apropriar do
contexto! Dale historiadores! Uhu!

Resumo do Capítulo 3

● A pesquisa ​qualitativa responde a questões muito particulares. Trabalha com o


universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes;
● A diferença entre ​qualitativo​ - ​quantitativo: ​é da ordem da natureza.
● O CONJUNTO DE DADOS ​QUANTITATIVOS E ​QUALITATIVOS ​NÃO SE OPÕEM.
ELES SE COMPLEMENTAM!
● A realidade abrangida por eles interage dinamicamente, excluindo qualquer
dicotomia. ​Mas tem corrente que não pensa assim, espia só:
● Positivismo: considera mais o ​quanti. Essa corrente considera o método
quantitativo​ enquanto suficiente para explicar a realidade social.
● E ​quais são os fundamentos da pesquisa quantitativa?​ ​São 4:
● 1) o mundo social opera de acordo com leis causais; ​2) ​o alicerce da ciência é a
observação sensorial; ​3) a realidade consiste em estruturas e instituições
identificáveis enquanto dados brutos por um lado e crenças e valores por outro. ​4) o
que é real são os dados brutos.
● Sociologia Compreensiva: ​o significado é o conceito central de investigação.
Propõe a subjetividade como o fundamento do sentido da vida social. Não se
preocupam em quantificar. Considera só o ​quali.
● Ambas (positivismo e sociologia compreensiva) são dicotômicas e recebem críticas.
Aí vem outra corrente:
● Dialética: pensa a relação da ​quantidade como uma das ​qualidades dos fatos e
fenômenos. Trabalha com a complexidade. Aí sim! Mas é mais um ideal do que uma
realidade.

Resumo do Capítulo 4

● A pesquisa é um labor artesanal. ​Como artesã, amei isso!


● Precisa de ​criatividade​, mana.
● Conceito de ​Ciclo da pesquisa: ​um processo de trabalho em espiral que começa
com um problema ou pergunta e termina com um produto provisório capaz de dar
origem a novas interrogações. Esse ciclo nunca se fecha! A pesquisa provoca outras
questões…
● O início: ​fase exploratória da pesquisa​. Tempo que a gente fica se perguntando. O
foco é a construção do projeto de investigação.
● Aí vem o trabalho de campo​: entrevistas, observações, levantamento do material
documental, bibliográfico, etc.
● E por fim, temos o ​tratamento do material recolhido no campo​: ordenação;
classificação; análise propriamente dita.
● Não vê as etapas acima como estanques, mas em planos que se complementam.

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Texto 2:​ ​Yin: Estudo de Caso


(para quinta: páginas 3 a 28)

● O ​Estudo de Caso é apenas uma das muitas maneiras de se fazer pesquisa em


Ciências Sociais;
● Cada estratégia tem vantagens e desvantagens, dependendo de 3 condições: Tipo
da questão da pesquisa (vantagens e desvantagens); controle que o pesquisador
possui sobre os eventos comportamentais efetivos; foco em fenômenos históricos,
em oposição a fenômenos contemporâneos.
● Estudos de Caso ​(características): ​questões de “como” e “por que”; O pesquisador
tem pouco controle sobre os eventos; O foco se encontra em fenômenos
contemporâneos inseridos em algum contexto da vida real.
● O ​Estudo de Caso ​contribui ​para a compreensão que temos dos fenômenos
individuais, organizacionais, sociais e políticos.
● A necessidade pelos ​estudos de caso ​surge do desejo de se compreender
fenômenos sociais complexos.
● O ​Estudo de Caso ​permite ​uma investigação para se preservar as características
holísticas e significativas dos eventos da vida real.
● CUIDADO! ​Uma investigação ​equivocada muito comum é a que as diversas
estratégias de pesquisa devem ser dispostas hierarquicamente. Ensinaram-nos
a acreditar que os ​estudos de caso eram ​apropriados à fase exploratória de uma
investigação, que os ​levantamentos de dados e as pesquisas históricas eram
apropriadas à fase descritiva​, e que os ​experimentos eram a ​única maneira de se
fazer investigações exploratórias ou causais. A ​visão hierárquica reforçava a ideia
de que os ​estudos de caso eram ​apenas uma ferramenta exploratória e não
poderiam ser utilizados para descrever ou testar proposições​. ​Essa visão
hierárquica está ​incorreta.
● Mesmo em estudo de caso único pode ser frequentemente utilizado para perseguir
um propósito explanatório e não apenas exploratório (ou descritivo).
● Pode-se utilizar cada estratégia por 3 propósitos: exploratório, descritivo ou
exploratório.
Texto 3: ​A pesquisa sobre política educacional no Brasil: análise de aspectos
teóricos-epistemológicos
Mainardes

● Buscou identificar os referenciais teórico-epistemológicos empregados em


pesquisas de política educacional, a partir de 140 artigos publicados entre
2010 a 2012 em 7 periódicos brasileiros;
● A epistemologia ou teoria do conhecimento está relacionada com a natureza,
fontes e limitações do conhecimento;

● ontologia = natureza da existência;


● epistemologia = natureza do conhecer
● metodologia = melhores formas para construir o conhecimento
● axiologia = o papel dos valores no desenvolvimento do conhecimento

● Para ​Gringeri, Barusch e Cambron (2013) ​não há pesquisa sem teoria. E, os


aspectos críticos dos fundamentos epistemológicos da pesquisa são os
seguintes: ​reflexividade, relacionamento entre pesquisadores e participantes,
explicitação das teorias que embasam o estudo e os uso consciente e
integrado de uma tradição de pesquisa ou paradigma de pesquisa;

● EEPE:​ ​ENFOQUE DAS EPISTEMOLOGIAS DA POLÍTICA EDUCACIONAL:


É ​um esquema analítico-conceitual que pode ser empregado pelo próprio
pesquisador para o exercício da vigilância epistemológica, bem como para
desenvolver estudos de metapesquisa em política educacional.

● O EEPE TEM 3 COMPONENTES ANALÍTICOS:


1. Perspectiva epistemológica: ​Refere-se à cosmovisão que o pesquisador
assume para orientar sua pesquisa.
2. Posicionamento epistemológico: ​Está relacionado (deveria estar) à
perspectiva epistemológica em uma pesquisa consistente.
3. Enfoque epistemológico: ​é o modo como se constrói
metodologicamente a pesquisa a partir de uma determinada perspectiva
epistemológica e de um posicionamento epistemológico.
● Ball (2011) defende a necessidade da teoria na pesquisa em educação e na
formação de pesquisadores e menciona ​2 tipos de epistemologia no processo
de pesquisa:

Operar com ambas é ver a política como um conjunto de técnicas, categorias,


objetivos e subjetividades. ​Romper esse binário.

● Vantagens​ da metapesquisa em política educacional:


permitem uma compreensão mais aprofundada das perspectivas
teórico-epistemológicas que têm sido empregadas na pesquisa de política
educacional e das sua implicações para o fortalecimento da pesquisa nesse campo;
oferecem uma linguagem de descrição para nos referirmos às pesquisas do campo;
permitem identificar, com maior clareza, as potenciais tensões e desafios da pesquisa
de política educacional, bem como refletir sobre estratégias para o contínuo
fortalecimento das pesquisas de campo.

● Quais os ​desafios que os estudos epistemológicos colocam para a pesquisa


de campo da política educacional?
Desafio 1) ​Necessidade de ampliar o conhecimento acerca dos fundamentos
teórico-metodológicos que têm sido utilizados pelos pesquisadores do campo
da política educacional. Tem ​3 desdobramentos​: ​possível validade da
explicitação de opções epistemológicas nos relatórios de pesquisa​;
importância do uso consciente e reflexivo das teorias; ​possibilidades e limites
do pluralismo.
Desafio 2) Necessidade da ampliação do número de pesquisas de
compreensão, pois contribuem de forma mais efetiva para o fortalecimento
das pesquisas de campo.

● MENSAGEM PRINCIPAL: ​Necessidade de ampliação das pesquisas e


discussões relacionadas aos fundamentos teóricos da pesquisa em política
educacional, sem deixar de reservar espaço, tempo e energia para a análise
das políticas atuais e do contexto complexo de crise, instabilidade e
retrocessos em que vivemos.

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Texto 4:​ ​A ​pesquisa participante:​ ​um momento da educação
Brandão e Borges

★ O compromisso social, político e ideológico do investigador é com a


comunidade, com suas causas sociais.
★ Pesquisa participante é um momento de trabalhos de educação popular
realizados junto com e a serviço de comunidades, grupos e movimentos
sociais.
★ O ponto de origem da pesquisa participante deve estar situado em uma
perspectiva da realidade social, tomada como uma totalidade em sua estrutura
e em sua dinâmica.
★ Deve-se partir da realidade concreta da vida cotidiana dos próprios
participantes individuais e coletivos do processo, em suas diferentes
dimensões e interações.
★ Os processos, as estruturas, as organizações e dos diferentes sujeitos sociais
devem ser contextualizados em sua dimensão histórica.
★ A relação sujeito-objeto, entre investigador-educador e os grupos populares
deve ser progressivamente convertida em uma relação do tipo sujeito-sujeito.
★ Deve-se partir sempre da busca de unidade entre a teoria e a prática e
construir e reconstruir a teoria a partir de uma sequência de práticas refletidas
criticamente​.
★ A pesquisa participante deve ​ser pensada como um momento dinâmico de um
processo de ação social comunitária.
★ As questões e os desafios surgidos ao longo de ações sociais definem a
necessidade e o estilo de procedimentos de pesquisa participante.
★ A participação popular comunitária deve se dar, preferencialmente, através de
todo processo de investigação-educação-ação.
★ O ideal será que em momentos posteriores exista uma participação
culturalmente diferenciada, ams social e politicamente equivalente e igualada,
mesmo que entre pessoas e grupos provenientes de tradições diferentes
quanto aos conteúdos e aos processos de criação social de conhecimentos.
★ Deve-se reconhecer e aprender a lidar com o caráter político e ideológico de
toda e qualquer atividade científica e pedagógica.
★ Não existe neutralidade científica em pesquisa alguma e menos ainda em
investigações vinculadas a projetos de ação social.
★ A investigação, a educação e a ação social convertem-se em momentos
metodológicos de um único processo dirigido à transformação social.
★ Os conhecimentos de uma pesquisa participante devem ser produzidos, lidos
e integrados como uma forma alternativa emancipatória de saber popular.
★ Duplo sentido da ideia de totalidade nas propostas originais das pesquisas
participantes: ​aspiram ser algo historicamente próximo às novas ideias
holísticas e transdisciplinares dos novos paradigmas e seus preceitos de
totalizações complexas. ​Não reconhecemos hoje em dia uma tendência única.
Uma única teoria, um único método.
★ A ​pesquisa participante ​integra os ​propósitos: a) respondem de maneira
direta às finalidades práticas e sociais a que se destinam. b) pretendem ser
instrumentos pedagógicos e dialógico de aprendizado partilhado. c) as
abordagens de pesquisa de vocação aspiram participar de processos mais
amplos e contínuos de construção progressiva de um saber mais partilhado,
mais abrangente e mais sensível às origens populares do conhecimento
popular. d) as alternativas participativas se reconhecem vinculadas de algum
modo com a educação popular. e) as alternativas participativas através da
pesquisa abrem-se de maneira múltipla e fecunda a outros campos de ação
social. Um dos mais enfatizados hoje em dia é o das pesquisas e ações
ambientalistas.
★ “Há alguma relação entre a ciência e a virtude? Há alguma razão de peso para
substituirmos o conhecimento vulgar que temos da natureza e da vida e que
partilhamos com os homens e mulheres de nossa sociedade pelo
conhecimento científico produzido por poucos e inacessível à maioria?
Contribuirá a ciência para diminuir o fosso crescente na nossa sociedade
entre o que se é e o que se aparenta ser, por saber fazer, entre a teoria e a
prática?”​ ​Boaventura de Souza Santos.
★ Todo pensamento que imagina saber algo e diz o que alguém pensa, de modo,
a outras pessoas a outros pensadores-interlocutores, fala sempre desde e
para um lugar social.
★ PRÁXIS: ​“​um pensar dialógico e crítico a respeito de uma realidade que uma
ação reflexiva trata de transformar como e através de um processo inacabado
e sempre actancial e reflexivamente aperfeiçoável ao longo da história
humana.” ​Paulo Freire.
★ PP (​P​esquisa ​Pa​ rticipante) ​é um ​repertório múltiplo e diferenciado de
experiências de criação coletiva de conhecimentos, destinados a superar a
oposição sujeito/objeto no interior de processos que geram saberes e na
sequência de ações que aspiram gerar transformações.
★ Brandão e Borges (2007) afirmam que ​a pesquisa participante tem como
estrutura os seguintes pontos: deve contemplar “a realidade concreta da vida
cotidiana dos próprios participantes individuais e coletivos do processo, em
suas diferentes dimensões e interações”; e deve contextualizar em sua
dimensão histórica as estruturas, os processos, as organizações e os sujeitos
sociais, convertendo a visão de sujeito-objeto em uma relação do tipo
sujeito-sujeito.
★ Todos os pressupostos de caráter político e ideológico devem ser analisados
para que não interfiram na pesquisa. Apesar de não ser possível atingir uma
total neutralidade, não se pode ir a campo, com pressupostos definitivos. O
diálogo não é um discurso doutrinário. “Uma verdadeira pesquisa participante
cria solidariamente, mas nunca impõe partidariamente conhecimentos e
valores” ​(Brandão & Borges). ​O processo é dirigido à transformação social, à
transformação de conhecimentos, sentimentos e motivações populares.

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