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Instituto Superior Politécnico Tocoísta

www.ispt.co.ao
Decreto presidencial N.83/16, de abril _Diário da República I série N.61

METODOLOGIA DE
INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

CONHECIMENTO.

Docente: Miella Isaac

Luanda, Novembro, 2023.


Instituto Superior Politécnico Tocoísta
www.ispt.co.ao
Decreto presidencial N.83/16, de abril _Diário da República I série N.61

CONHECIMENTO.

Autores: Agostinho Vieira Diogo


Delfina Soares Nzage
Ilda Caputo Damião Papel
Julieta Lutonadio S. Manuel
Silva Cabange Bessa

Curso: Psicologia
Turno: Noite
Grupo: n 6
Disciplina: MIC
INTRODUÇÃO
Em nossas experiências cotidianas, nós estabelecemos comparações entre as
coisas e entre as pessoas: elas são semelhantes, diferentes, sucessivas, são causas umas
das outras etc. – Enfim, nós estamos construindo conhecimento. Fazemos isso muitas
vezes sem sequer perceber; outras vezes, tomamos consciência de que estamos
construindo conhecimento e estabelecemos métodos para isso. Mas por que e para que
conhecemos?

Friedrich Nietzsche tem uma intrigante fábula que nos incita a pensar. Em algum
remoto rincão do universo cintilante que se derrama em um sem-número de sistemas
solares, havia uma vez um astro, em que animais inteligentes inventaram o conhecimento.
Foi o minuto mais soberbo e mais mentiroso da “história universal”: mas também foi
somente um minuto. Passados poucos fôlegos da natureza congelou-se o astro, e os
animais inteligentes tiveram de morrer (NIETZSCHE, 1978, p.45).

Quando falamos de um curso superior, estamos nos referindo, indiretamente, a


uma Academia de Ciências, já que qualquer Faculdade nada mais é do que o local próprio
da busca incessante do saber científico. Neste sentido, esta disciplina tem uma
importância fundamental na formação do profissional. Se os alunos procuram a Academia
para buscar saber, precisamos entender que Metodologia Científica nada mais é do que a
disciplina que “estuda os caminhos do saber”, se entendermos que “método” quer dizer
caminho, “logia” quer dizer estudo e “ciência” quer dizer saber.

I. Formulação do problema:

II. Hipótese
H1 :
H2 :

III. Justificativa
O tema "O Conhecimento" é essencial para compreendermos o desenvolvimento
humano, a evolução da sociedade e as dinâmicas complexas que moldam nosso mundo.
A justificativa para explorar esse tema reside na centralidade do conhecimento em
diversas esferas da vida, abrangendo desde as bases da aprendizagem individual até os
avanços científicos e tecnológicos que impulsionam a inovação. Além disso, o
conhecimento desempenha um papel crucial na tomada de decisões, na resolução de
problemas e na construção de perspectivas culturais.

Investigar o conhecimento permite uma análise crítica das fontes de informação,


da disseminação do saber e das barreiras que limitam o acesso ao aprendizado. Além
disso, o tema abre portas para explorar a evolução das formas de conhecimento ao longo
do tempo, desde tradições orais até a revolução digital, refletindo sobre como essas
mudanças influenciam a sociedade.

IV. Objectivo de estudo


a) Objectivo geral: Investigar e compreender os diferentes tipos de conhecimento,
explorando suas características, inter-relações e aplicações em diversos contextos,
a fim de fornecer uma visão abrangente que contribua para o enriquecimento da
compreensão teórica e prática do papel fundamental que o conhecimento
desempenha na sociedade

b) Objectivos específicos
- Classificar e Definir Tipos de Conhecimento;
- Identificar e categorizar os diversos tipos de conhecimentos, esclarecendo suas
características distintivas e aplicações práticas;
- Analisar como cada tipo de conhecimento influencia processos decisórios em
diferentes contextos, desde o cotidiano até ambientes profissionais e científicos.
I - DEFINIÇÃO DE TERMOS E CONCEITOS

A palavra conhecimento tem sua origem etimológica no latim “cognoscere”, que


significa conhecer ou tomar conhecimento de. Essa raiz latina destaca a essência de
conhecer ou tomar conhecimento de compreensão por meio da observação experiencia
ou estudo.

Segundo Aristóteles, o conhecimento (episteme) é o entendimento racional e


justificado da realidade. Ele acreditava que o conhecimento se obtém através da
observação e da razão, sendo adquirido por meio da experiência sensorial e do raciocínio
lógico. Aristóteles também diferenciava entre conhecimento teórico (sabedoria), prático
(prudência) e poético (arte).
II - TIPOS DE CONHECIMENTOS
Conhecer é incorporar um conceito novo, ou original, sobre um fato ou fenômeno
qualquer. O conhecimento não nasce do vazio e sim das experiências que acumulamos
em nossa vida cotidiana, através de experiências, dos relacionamentos interpessoais, das
leituras de livros e artigos diversos.

Ao longo da história da humanidade, iremos distinguir quatro tipos de


conhecimento: o conhecimento popular ou senso comum, o conhecimento religioso, o
conhecimento filosófico e o conhecimento científico. Veremos também que não existe
um conhecimento que seja melhor do que outro; eles são diferentes, com características
próprias e bem específicas. Cada um deles, dentro de seu escopo, possui o mesmo
objetivo: responder às nossas dúvidas atuais e criar novas dúvidas. Apesar do
conhecimento científico ser o mais sistematizado, podemos afirmar com certeza que a
ciência não é o único caminho que leva à verdade.

2.1. Conhecimento empírico

o conhecimento popular é valorativo por excelência, pois se fundamenta numa


seleção operada com base em estados de ânimo e emoções: como o conhecimento implica
uma dualidade de realidades, isto é, de um lado o sujeito cognoscente e, de outro, o objeto
conhecido, e este é possuído, de certa forma, pelo cognoscente, os valores do sujeito
impregnam o objeto conhecido. É também reflexivo, mas, estando limitado pela
familiaridade com o objeto, nã0e-ode ser reduzido a uma formulação geral. A
característica de assistemático baseia-se na "organização" particular das experiências
próprias do sujeito cognoscente, e não em uma sistematização das idéias, na procura de
uma formulação geral que explique os fenômenos observados, aspecto que dificulta a
transmissão, de pessoa a pessoa, desse modo de conhecer. É verificável, visto que está
limitado ao âmbito da vida diária e diz respeito àquilo que se pode perceber no dia-a-dia.
Finalmente é falível e inexato, pois se conforma com a aparência e com o que se ouviu
dizer a respeito do objeto. Em outras palavras, não permite a formulação de hipóteses
sobre a existência de fenômenos situados além das percepções objetivas.

Características do Conhecimento Popular "Se o 'bom-senso', apesar de sua


aspiração à racionalidade e objetividade, só consegue atingir essa condição de. forma
muito limitada", pode-se dizer que o conhecimento vulgar ou popular, latu sensu, é o
modo comum, corrente e espontâneo de conhecer, que se adquire no trato direto com as
coisas e os seres humanos: "é o saber que preenche nossa vida diária e que se possui sem
o haver procurado ou estudado, sem a aplicação de um método e sem se haver refletido
sobre algo" (Babini, 1957:21). Para Ander-Egg (1978:13-4), o conhecimento popular
caracteriza-se por ser predominantemente:

• Superficial, isto é, conforma-se com a aparência, com aquilo que se pode comprovar
simplesmente estando junto das coisas: expressa-se por frases como "porque o vi",
"porque o senti", "porque o disseram", "porque todo mundo o diz";
• Sensitivo, ou seja, referente a vivências, estados de ânimo e emoções da vida diária;
• Subjetivo, pois é o próprio sujeito que organiza suas experiências e conhecimentos,
tanto os que adquire por vivência própria quanto os "por ouvi dizer";
• Assistemático, pois, esta "organização" das experiências não visa a uma sistematização
das idéias, nem na forma de adquiri-las nem na tentativa de validá-las;
• Acrítico, pois, verdadeiros ou não, a pretensão de que esses conhecimentos o sejam
não se manifesta sempre de uma forma crítica.

2.2. Conhecimento filosófico

O conhecimento filosófico é valorativo, pois seu ponto de partida consiste em


hipóteses, que não poderão ser submetidas à observação: "as hipóteses filosóficas
baseiam-se na experiência, portanto, este conhecimento emerge da experiência e não da
experimentação" (Trujillo, 1974: 12); por este motivo, o conhecimento filosófico é não
verificável, já que os enunciados das hipóteses filosóficas, ao contrário do que ocorre no
campo da ciência, não podem ser confirmados nem refutados. É racional, em virtude de
consistir num conjunto de enunciados logicamente correlacionados. Tem a característica
de sistemático, pois suas hipóteses e enunciados visam a uma representação coerente da
realidade estudada, numa tentativa de apreendê-la em sua totalidade.

Por último, é infalível e exato, já que, quer na busca da realidade capaz de


abranger todas as outras, quer na definição do instrumento capaz de apreender a realidade,
seus postulados, assim como suas hipóteses, não são submetidos ao decisivo teste da
observação (experimentação). Portanto, o conhecimento filosófico é caracterizado pelo
esforço da razão pura 78 para questionar os problemas humanos e puder discernir entre o
certo e o errado, unicamente recorrendo às luzes da própria razão humana. Assim, se o
conhecimento científico abrange fatos concretos, positivos, e fenômenos perceptíveis
pelos sentidos, através do emprego de instrumentos, técnicas e recursos de observação, o
objeto de análise da filosofia são idéias, relações conceptuais, exigências lógicas que não
são redutíveis a realidades materiais e, por essa razão, não são passíveis de observação
sensorial direta ou indireta (por instrumentos), como a que é exigida pela ciência
experimental.

O método por excelência da ciência é o experimental: ela caminha apoiada nos


fatos reais e concretos, afirmando somente aquilo que é autorizado pela experimentação.
Ao contrário, a filosofia emprega "o método racional, no qual prevalece o processo
dedutivo, que antecede a experiência, e não exige confirmação experimental, mas
somente coerência lógica" (Ruiz, 1979:110). O procedimento científico leva a
circunscrever, delimitar, fragmentar e analisar o que se constitui o objeto da pesquisa,
atingindo segmentos da realidade, ao passo que a filosofia se encontra sempre à procura
do que é mais geral, interessando-se pela formulação de uma concepção unificada e
unificante do universo. Para tanto, procura responder às grandes indagações do espírito
humano e, até, busca as leis mais universais que englobem e harmonizem as conclusões
da ciência.

2.3. Conhecimento teológico

O conhecimento religioso talvez seja tão antigo quanto o conhecimento popular.


Faz parte da característica humana buscar explicações para suas dúvidas. Por exemplo,
ter a noção de que a fumaça indica a presença de fogo na mata admite uma explicação
natural. Em outras palavras, se existe fumaça, com certeza há algo queimando. Entretanto,
pode ter havido muitos casos em que o homem antigo deve ter se perguntado sobre o
porquê de determinado fenômeno (por exemplo, o que é, e porque ocorre um eclipse
lunar) e não tenha conseguido uma explicação natural.

Assim, surgia então uma explicação sobrenatural, um mito, que teria a função de
tranqüilizar o homem, porque esse mito forneceria a explicação necessária para a sua
dúvida. Eis aqui a explicação para o eclipse lunar segundo um mito da Índia, vários
séculos antes de Cristo:

A primeira coisa a surgir na superfície do mar foi uma fumaça negra e venenosa, chamada
Kalakuta, o Vértice Negro, a saber, a mais alta concentração do poder de morte. Bebam-me, disse Kalakuta;
e a operação não pôde prosseguir até que encontrasse alguém capaz de sorvê-la. Xiva, que se sentava alheio
e distante, foi aproximado. De forma magnificente, relaxou de sua posição de profunda meditação interna e
seguiu para o local onde era batido o Oceano Lácteo. Tomando a mistura de morte numa xícara, engoliu-a
de um golpe e, graças ao seu poder de iogue, manteve-a na garganta. Sua garganta ficou azul, razão porque
Xiva é chamado de Pescoço Azul, ou Nilakantha. Tendo prosseguido o processo de bater o oceano cósmico,
começaram a surgir, das inesgotáveis profundezas, formas preciosas de poder concentrado. Apareceram as
Apsaras (ninfas); Lakshmi, a deusa da fortuna; o cavalo branco como leite conhecido por Uchchaihshravas
(Relincho Alto); a pérola de gemas, Kaustubha; e outros objetos, em número de treze. O último a aparecer
foi o habilidoso médico dos deuses, Dhanvantari, trazendo nas mãos a lua, a xícara do néctar da vida. Nesse
momento, começou uma grande batalha pela posse da valiosa beberagem. Um dos titãs, Rahu, conseguiu
roubar um pouco, mas foi decapitado antes de o licor passar pela sua garganta; seu corpo feneceu, mas a
cabeça permaneceu imortal. E hoje a sua cabeça procura a lua, eternamente, por todo o céu, tentando
alcançá-la outra vez. Quando o consegue, a xícara passa facilmente por sua boca e volta a sair pela sua
garganta; eis porque temos eclipses da lua (CAMPBELL, 1989, p.168).

2.4. Conhecimento cientifico

De acordo com Matallo Júnior (1989), o conhecimento científico começa a partir


do momento em que as explicações saem do campo da opinião (eu acho que) e entram no
mundo do método da ciência (eu sei que). O senso comum é um conjunto de informações
não sistematizadas, fragmentadas. A partir do momento em que essas informações
começam a ser justificadas por meio de argumentos aceitáveis, o senso comum começa a
evoluir em direção à ciência. Em outras palavras, o senso comum trabalha com o juízo de
valor, com o subjetivo. Assim, não há como determinar se uma opinião é boa ou má,
verdadeira ou falsa.

O desenvolvimento científico leva esses comportamentos informais a um


formalismo, um padrão aceitável pela maioria como verdade. Assim, a ciência pode ser
definida como um conjunto de proposições coerentes, objetivas e desprovidas (até certo
ponto) de valorações (MATALLO JÙNIOR, 1989). O mesmo autor nos ensina que o
conhecimento científico tem início em problemas que visam solucionar questões práticas
ou explicar irregularidades em padrões da natureza. Esses problemas criam teorias que
devem ser validadas por um programa investigativo de pesquisa. Tais programas visam
determinar leis que explicam e permitem fazer previsões (nem sempre infalíveis).

A ciência é extremamente rigorosa em suas proposições, que, por sua vez, são
fortemente baseadas em fatos verdadeiros. Surge aqui uma dúvida: o que é a verdade? É
aquilo que podemos ver, ou aquilo que podemos comprovar? E como podemos
comprovar e saber que algo é verdade?
Vamos juntos tentar achar respostas para essa pergunta. Alexandria era o maior
centro cultural e econômico da Antiguidade. Seu maior tesouro era a Biblioteca de
Alexandria, fundada no século III a.C. por Ptolomeu I Sóter, e desenvolvida
principalmente por seu filho, Ptolomeu II Philadelphus. Acredita-se que a biblioteca tenha
reunido mais de 700 mil rolos de papiros, selecionados por filósofos, matemáticos e
pesquisadores de diversas áreas (CHASSOT, 2004).
CONCLUSÃO
Em conclusão, a exploração do tema do conhecimento revela-se fundamental para
desvendar os mecanismos intrincados pelos quais os indivíduos e as sociedades
constroem, compartilham e aplicam compreensões do mundo. A diversidade de tipos de
conhecimento, desde o empirismo até o científico e intuitivo, destaca a complexidade
desse fenômeno.

A análise das interseções e desafios na integração desses tipos de conhecimento


destaca a necessidade de abordagens holísticas para enfrentar os desafios
contemporâneos. Além disso, a compreensão da evolução histórica do conhecimento
oferece insights valiosos sobre como as sociedades moldaram e foram moldadas por
diferentes formas de saber ao longo do tempo.

Os objetivos específicos, desde a classificação até a avaliação de impactos na


tomada de decisão, fornecem uma estrutura robusta para investigar as nuances do
conhecimento. Este estudo visa contribuir para uma apreciação mais profunda da
importância do conhecimento na formação de perspectivas individuais e coletivas,
promovendo, assim, uma sociedade mais informada, crítica e adaptável diante dos
desafios do presente e do futuro.

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