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INTRODUÇÃO

É importante que na busca de maiores conhecimentos, o aluno


assuma e desenvolva hábitos de estudo que o encaminhe para o aprender pela
pesquisa. Para tanto, faz-se necessário o desenvolvimento da capacidade de
observar, selecionar, organizar e usar o espírito crítico sobre a realidade social.

Portanto, a educação superior embasada em uma tríplice


competência: a competência técnico-profissional, a competência científica e a
competência política irão formar profissionais capazes, frente a seus propósitos e
estruturados em conhecimentos científicos.

A educação pela pesquisa é a especialização mais própria da


educação escolar e acadêmica como também, a necessidade de fazer pesquisa
deve ser a atitude cotidiana no professor e no aluno.

A Metodologia Científica trata de método e ciência. Método é o


caminho em direção a um objetivo; metodologia, o estudo do método. Científica,
deriva de Ciência, a qual compreende o conjunto de conhecimentos precisos e
metodicamente ordenados em relação a determinado domínio do saber.

A atividade preponderante da metodologia é a pesquisa. O


conhecimento humano caracteriza-se pela relação estabelecida entre o sujeito e o
objeto, podendo-se dizer que esta é uma relação de apropriação.

Dessa maneira, metodologia é igual a um conjunto de


procedimentos a serem utilizados pelo indivíduo na obtenção do conhecimento. É a
aplicação do método, por intermédio de processos e técnicas, que garantem a
legitimidade do saber obtido.

A complexidade do objeto a ser conhecido determina o nível de


abrangência da apropriação. Assim, a apreensão simples da realidade cotidiana é
um conhecimento popular ou empírico, enquanto o estudo aprofundado e metódico
da realidade enquadra-se no conhecimento científico. O questionamento do mundo
e do homem quanto à origem, liberdade ou destino, remete ao conhecimento
filosófico.
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1. CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

O conhecimento pode ser definido como sendo a manifestação


da consciência de conhecer, é a consciência do conhecer. Ao viver, o ser humano
tem experiências progressivas, da dor e do prazer, da fome e saciedade, do quente
e do frio, entre muitas outras. É o conhecimento que se procede pela vivência
circunstancial e estrutural das propriedades necessárias à adaptação, interpretação
e assimilação do meio interior e exterior do ser.

Nessa linha, ocorrem, então, as relações entre sensação,


percepção e conhecimento, sendo que a percepção tem uma função mediadora
entre o mundo caótico dos sentidos e o mundo mais ou menos organizado da
atividade cognitiva.

É importante frisar que o conhecimento, como também o ato de


conhecer, existe como forma de solução de problemas próprios e comuns à vida.

O conhecimento como forma de solução problemática, mais ou


menos complexa, ocorre em torno do fluxo e refluxo em que se estabelece a base
da idealização, pensamento, memorização, reflexão e criação, os quais acontecem
com maior ou menor intensidade, acompanhando parâmetros cronológicos e de
consciência do refletido e do irrefletido.

O conhecimento é um processo dinâmico e inacabado, serve


como referencial para a pesquisa tanto qualitativa como quantitativa das relações
sociais, como forma de busca de conhecimentos próprios das ciências exatas e
experimentais.

Portanto, o conhecimento e o saber são essenciais e


existenciais no homem, ocorre entre todos os povos, independentemente de raça,
crença, porquanto no homem o desejo de saber é inato.
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As diversificações na busca do saber e do conhecimento,


segundo caracteres e potenciais humanos, originaram contingentes teóricos e
práticos diferentes a serem destacados em níveis e espécies.

O homem, em seu ato de conhecer, conhece a realidade


vivencial, porque se os fenômenos agem sobre os seus sentidos, ele também pode
agir sobre os fatos, adquirindo uma experiência pluridimensional do Universo.

De acordo com o movimento que orienta e organiza a atividade


humana, conhecer, agir, aprender e outros conhecimentos, se dão em níveis
diferenciados de apreensão da realidade, embora estejam inter-relacionados.

Assumindo o pressuposto de que todo o conhecimento humano


reporta a um ponto de vista e a um lugar social, compreende-se que são quatro os
pontos principais da busca do conhecimento.

 Conhecimento empírico ou popular.


 Conhecimento filosófico.
 Conhecimento teológico.
 Conhecimento científico.

1.1 CONHECIMENTO EMPÍRICO

É o conhecimento do dia a dia, que se obtém pela experiência


cotidiana. Também chamado de popular ou vulgar. É espontâneo, focalista, sendo
por isso considerado incompleto, carente de objetividade. Ocorre por meio do
relacionamento diário do homem com as coisas. Não há a intenção e a preocupação
de atingir o que o objeto contém além das aparências.

Fundamentado apenas na experiência, doutrina ou atitude, que


admite quanto à origem do conhecimento de que este provenha apenas da
experiência. Dentre suas características destaca-se:

a) Conjunto de opiniões geralmente aceitas em épocas determinadas, e que as


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opiniões contrárias aparecem como aberrações individuais.


b) É valorativo por excelência, pois se fundamenta numa operação operada com
base em estados de ânimo e emoções.
c) Assistemático.
d) Reflexivo.
e) Verificável.
f) Falível e inexato.

O principal mérito do método empírico é o de assinalar com


vigor a importância da experiência na origem dos conhecimentos.

O conhecimento popular é valorativo por excelência, pois se


fundamenta numa seleção operada com base em estados de ânimo e emoções.
Implica uma dualidade de realidades, isto é, de um lado o sujeito cognoscente e, de
outro, o objeto conhecido, e este é possuído, de certa forma, por aquele que tem
conhecimento, os valores do sujeito impregnam o objeto conhecido.

É também reflexivo, mas, estando limitado pela familiaridade


com o objeto, não pede ser reduzido a uma formulação geral. A característica de
assistemático baseia-se na organização particular das experiências próprias do
sujeito cognoscente, e não em uma sistematização das idéias, na procura de uma
formulação geral que explique os fenômenos observados, aspecto que dificulta a
transmissão, de pessoa a pessoa, desse modo de conhecer.

É verificável, visto que está limitado ao âmbito da vida diária e


diz respeito àquilo que se pode perceber no dia-a-dia. É falível e inexato, pois se
conforma com a aparência e com o que se ouviu dizer a respeito do objeto.

1.2 CONHECIMENTO FILOSÓFICO

A palavra filosofia foi introduzida por Pitágoras e é composta do


grego de philos = amigo esophia= sabedoria.

A Filosofia é a fonte de todas as áreas do conhecimento


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humano, e todas as ciências não só dependem dela, como nela se incluem. É a


ciência das primeiras causas e princípios. A Filosofia é destituída de objeto
particular, mas assume o papel orientador de cada ciência na solução de
problemasuniversais.

Progressivamente, constata-se que cada área do


conhecimento desvincula-se da Filosofia em função da forma como trata o objeto,
que é para a mesma, a matéria. A razão do conhecimento filosófico não tem
condições de distinguir o verdadeiro ou o falso.

Em toda trajetória filosófica, surgiram ideias e teorias de


grandes filósofos, convergentes e divergentes. Portanto, se há generalidades não há
consenso. Isto pode ser exemplificado por expoentes como:

 Pitágoras – a alma governa o mundo. As partes do universo unidas entre si


refletem a harmonia, expressas pelos números (quantidades).
 Sócrates – o conhecimento é o guia da virtude. “Conhece-te a ti mesmo e
conhece a verdade que o outro encerra”.
 Platão – as ideias não são representações das coisas, mas é a verdade das
coisas.
 Santo Agostinho – preconiza que a razão é a dimensão espiritual.
 São Tomás de Aquino – considera o homem como indivíduo, estudando-o na
prospecção de matéria e forma, admitindo que o Universo seja dirigido pelo
princípio da perfeição.
 Francis Bacon – no Renascimento, defende a Filosofia por meio de concepções
ligadas a pesquisas e experimentações.
 Rousseau – no século XVIII, dá prioridade à sensibilidade em detrimento da
razão. O homem é naturalmente bom, a sociedade o perverte. Trata-se de uma
reflexão eminentemente moral, defendendo a democracia vivida na dimensão da
liberdade e da igualdade.
 Locke – empirista inglês, defende a tese de que o homem ao nascer é uma
tábua rasa sobre a qual a experiência é gravada. A gênese do conhecimento,
que é a experiência, é a sensação e reflexão, as quais geram ideias.
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 Kant – admite que se o conhecimento se inicia com a experiência, este não


resulta só da experiência.
 Hegel – desenvolve uma filosofia cujo ponto de partida é as ideias, inicialmente
heterogêneas, e por isso confusa. Para torná-las claras, deve-se considerar o vir
a ser; ou seja, o objeto feito. “Todo dado racional é real e todo dado real é
racional”.
 Marx – constrói o materialismo dialético e materialismo histórico, que defende a
tese de que as contradições existem na Natureza. Portanto, dispõe-se a
interpretar essas realidades que, se são contraditórias, são concretas. A sua
metodologia considera os seguintes itens, próprios ao sistema: a matéria, o
trabalho e a estrutura econômica.

Observa-se que não há unanimidade de pensamento e de


forma de reflexão entre alguns dos grandes expoentes da Filosofia aqui citados, isso
porque a Filosofia repousa na reflexão que se faz sobre a experiência vital e esta
propicia derivações interpretativas diferentes sobre as impressões, imagens e
opiniões concluídas.

O Conhecimento Filosófico procura conhecer as causas reais


dos fenômenos, não as causas próximas como as ciências particulares. Procura
conhecer, também, as causas profundas e remotas de todas as coisas e, para elas,
respostas. Dentre suas características destacam-se:

a) É valorativo, pois seu ponto de partida consiste em hipóteses, que nãopoderão


ser submetidas à observação.
b) É racional.
c) Não é verificável.
d) Tem a característica de sistemático.
e) É infalível e exato.

O conhecimento filosófico é valorativo, pois seu ponto de


partida consiste em hipóteses, que não poderão ser submetidas à observação, pois
se baseiam na experiência.
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O conhecimento filosófico emerge da experiência e não da


experimentação por este motivo, o conhecimento filosófico é não verificável, já que
os enunciados das hipóteses filosóficas, ao contrário do que ocorre no campo da
ciência, não podem ser confirmados nem refutados.

É racional, em virtude de consistir num conjunto de enunciados


logicamente correlacionados. Tem a característica de sistemático, pois suas
hipóteses e enunciados visam a uma representação coerente da realidade estudada,
numa tentativa de apreendê-la em sua totalidade.

Por último, é infalível e exato, já que, na busca da realidade


capaz de abranger todas as outras realidades, quer na definição do instrumento
capaz de apreender a realidade, seus postulados, assim como suas hipóteses, não
são submetidas ao decisivo teste da observação (experimentação).

Portanto, o Conhecimento Filosófico é caracterizado pelo


esforço da razão para questionar os problemas humanos e poder discernir entre o
certo e o errado, unicamente recorrendo às luzes da própria razão humana.

1.3 CONHECIMENTO RELIGIOSO OU TEOLÓGICO

O Conhecimento Religioso assinala em que se deve crer, mas


não facultaa compreensão da natureza das coisas em que se crê.

a) Valorativo.
b) Inspiracional.
c) Sistemático.
d) Não verificável.
e) Infalível e exato.

O conhecimento religioso, isto é, teológico, apoia-se em


doutrinas que contêm proposições sagradas (valorativas), por terem sido reveladas
pelo sobrenatural (inspiracional) e, por esse motivo, tais verdades são consideradas
infalíveis e indiscutíveis (exatas); é um conhecimento sistemático do mundo (origem,
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significado, finalidade e destino) como obra de um criador divino; suas evidências


não são verificadas: está sempre implícita uma atitude de fé perante um
conhecimento revelado.

1.4 CONHECIMENTO CIENTÍFICO

Surge com Galileu Galilei (1564 – 1642). Os gregos já


distinguiam, no século VII a.C., a diferença entre o conhecimento racional
(científico), o conhecimento mítico e o conhecimento empírico.

Ligado à Filosofia até a Idade Média. O conhecimento científico


parte da determinação de um objeto específico de investigação.

Há necessidade da explicitação de um método para essa


investigação.

1.4.1 Características do Conhecimento Científico

a) É real (factual), porque lida com ocorrências ou fatos.


b) Constitui um conhecimento contingente, pois suas proposições ou hipóteses têm
sua veracidade ou falsidade conhecida por intermédio da experiência e não
apenas razão, como ocorre no conhecimento filosófico.
c) É sistemático, já que se trata de um saber ordenado logicamente, formando um
sistema de ideias (teoria) e não conhecimentos dispersos e desconexos.
d) Possui características de verificabilidade, a tal ponto que as afirmações
(hipóteses) que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da
ciência.
e) É falível, em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final e, por este motivo, é
aproximadamente exato. Novas proposições e o desenvolvimento de técnicas
podem reformular o acervo de teoria existente.

Apesar da separação metodológica entre os tipos de


conhecimento popular, filosófico, religioso e científico, no processo de apreensão da
realidade do objeto, o sujeito cognoscentepode penetrar nas diversas áreas. Ao
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estudar o homem, pode-se tirar uma série de conclusões sobre sua atuação na
sociedade, baseada no senso comum ou na experiência cotidiana.

Exemplo: pode-se analisar o ser humano como um ser


biológico, verificando, por intermédio de investigação experimental, as relações
existentes entre determinados órgãos e suas funções.

Pode-se questionar quanto à sua origem e destino, assim como


quanto à sua liberdade. Pode-se, também, observá-lo como ser criado pela
divindade, à sua imagem e semelhança, e meditar sobre o que dele dizem os textos
sagrados.

Por sua vez, estas formas de conhecimento podem coexistir na


mesma pessoa: um cientista, voltado, por exemplo, ao estudo da física, pode ser
crente praticante de determinada religião, estar filiado a um sistema filosófico e, em
muitos aspectos de sua vida cotidiana, agir segundo conhecimentos provenientes do
senso comum.

O senso comum representa a pedra fundamental do


conhecimento humano e estrutura a captação do mundo empírico imediato, para se
transformar posteriormente em um conteúdo elaborado que, por intermédio do bom
senso, poderá conduzir às soluções de problemas mais complexos e comuns até às
formas de solução metodicamente elaboradas e que compõe o proceder científico.

O conhecimento científico exige demonstrações, submete-se à


comprovação, ao teste.

Verifica-se, nesse sentido, que o conhecimento científico se


desenvolve à medida que se investiga o que se fazer sobre a formulação de
problemas, que exigem estudos minuciosos para seu equacionamento.

Utiliza-se o conhecimento científico para se conseguir, por


intermédio da pesquisa, constatar variáveis. As variáveis são a presença ou
ausência de um determinado fenômeno inserido em dada realidade. Essa
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constatação se dá para que o estudioso possa dissertar ou agir adequadamente


sobre as características do fenômeno que o fato apresenta.

Representativamente, o estudioso pode estar interessado em


investigar a situação do menor abandonado e delinqüente, com o objetivo de
descrever as suas características, como também, procurar conhecer os fenômenos
que encerram este fato para sobre eles (fenômenos), agir.

Quer aconteça o procedimento mantido para um ou outro


objetivo, conclui-se que o procedimento estará presente, desde que obedeça a um
Projeto determinado, cuja preocupação se estende às generalizações que possam
até atender casos particulares.

1.4.2 Qualidades e Quantidades

A atividade desempenhada pelo cientista tem em vista definir


as situações fenomenais, pois somente definindo-as ele é capaz de tornar
conhecidos os conceitos elaborados.

Dessa maneira, o estudioso consegue atingir em termos de


conhecimento as qualidades e quantidades próprias e próximas à verdade ou, às
vezes, quase próximas, como também, a certeza que o fato encerra. Pretende-se,
assim, atingir o melhor índice de validade e fidelidade do conhecimento de um
fenômeno.

Para atingir tal resultado, é necessário que a busca do


conhecimento de um fenômeno seja guiada por perguntas básicas que
encaminharão o encontro de respostas concernentes e, portanto, coerentes entre si.

Essas perguntas podem ser sintetizadas em:

 O que conhecer?
 Por que conhecer?
 Para que conhecer?
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 Como conhecer?
 Com que conhecer?
 Em que local conhecer?

Observa-se que tais procedimentos acabam por caracterizar


uma ação metodológica que direciona o conhecimento do pesquisador, que se dirige
a qualquer uma das propostas de formação profissional, seja ela própria ao
advogado, ao psicólogo, ao contador, ao administrador, entre outros.

Assim sendo, a realidade científica é uma realidade construída


e que tem significado à medida que oferece características objetivas,
quantativamente mensuráveis ou qualitativamente observáveis e controladas.

Nesse contexto, é possível destacar que:

 O conhecimento científico surgiu a partir das preocupações humanas cotidianas


e esse procedimento é conseqüente do bom senso organizado e sistemático.

 O conhecimento científico, considerado como um conhecimento superior, exige a


utilização de métodos, processos, técnicas especiais para análise, compreensão
e intervenção na realidade.

 A abstração e a prática terão que ser dominadas por quem pretende trabalhar
cientificamente.

1.4.3 Conceito de Ciência

De acordo com ANDER-EGG, “A ciência é um conjunto de


conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obtidos metodicamente
sistematizados e verificáveis, que fazem referência a objetos da mesma natureza.” 1

a) Ciência Geral – enquanto conjuntos de observações generalizáveis expressam


1
Ander-Egg apud Eva Maria Lakatos; Marina de Andrade Marconi. Metodologia científica. 1991, p. 19.
(a)
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pelo enunciado de uma lei.

b) Ciências Particulares – à medida que se privilegia aspecto da realidade como a


Física, a Química, a Contabilidade, a Pedagogia, a Administração, a Medicina, a
Administração, entre outras.

 Dispõe de métodos e linguagens próprios, com similaridades.

 Podem ser compreendidas como busca constante de:


- explicação;
- previsibilidade;
- solução dos problemas da Humanidade.

 Deve-se considerar sua falibilidade e seus limites.

c) Ciências Sociais – têm peculiaridades que as distinguem das ciências físicas.

 Os fenômenos humanos não ocorrem de forma semelhante a do mundo físico,


impossibilitando a previsibilidade.
 A quantificação dos resultados é falha e limitada.
 Os pesquisadores sociais têm crenças que podem prejudicar os resultados de
suas pesquisas.
 O método por si só não pode explicar um fenômeno social.

1.5PARA COMPLETAR A COMPREENSÃO DO QUE FOI ESTUDADO

1) O conhecimento científico foi desenvolvendo-se aos poucos, apropriando-se da


realidade da natureza. Você crê que ele já atingiu a verdade em alguma área do
universo real? Por que?

2) O que é mais verdadeiro: o objeto real ou o conhecimento que temos dele?

3) Existe alguma diferença de qualidade entre conhecimento sensível e


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conhecimento intelectual? Se existe, qual a diferença?

4) Ao investigar a realidade, o homem extrapola os conhecimentos adquiridos e


prevê uma realidade que ainda não conhece, ou seja, formula uma hipótese.
Essa hipótese pertence a que tipo de conhecimento: vulgar, científico, filosófico
ou teológico? Por que?

5) Por que motivo o conhecimento científico depende de investigação metódica?

6) Por que o conhecimento científico esforça-se para ser exato e claro? Isso tem a
ver com a busca da verdade?

7) Que sentido tem o fato de o conhecimento científico ser sistemático? De que nos
serve conhecer e aplicar as leis da natureza?

8) Qual o sentido da afirmação: “O método científico é um instrumento usado pela


Ciência na procura da realidade”

9) Os procedimentos, técnicas e regras do método científico formam um sistema?


Pode explicar por que?

10) O método científico é infalível? Por que?

11) Em que circunstâncias os procedimentos, técnicas e regras do método cientifico


podem sofrer mudanças?

12) Que sentido tem a rejeição do subjetivismo nas atividades científicas?

13) O que aconteceria se a Ciência aceitasse a concepção de verdade eterna para o


conhecimento que tem da realidade?

14) Para que a Ciência submete constantemente seu conhecimento à verificação e à


revisão?
15

15) A simples demonstração racional de um fato pode ser considerada compatível


com o método científico? Por que?

16) Que objetivo tem a análise científica ao decompor o todo em suas partes
componentes?

17) É possível afirmar que dedução e indução são processos lógicos de raciocínio?
Por que?

18) Qual é a função da síntese como procedimento científico de conhecimento da


realidade?

19) Como característica da observação científica, a exatidão é absoluta ourelativa?


Por que?

20) O que você entende por Ciência. Dê alguns exemplos.


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2. O MÉTODO CIENTÍFICO

Considerando o que já foi estudado, reforça-se a concepção de


que a Ciência é um procedimento metódico cujo objetivo é conhecer, interpretar e
intervir na realidade, tendo como diretriz problemas formulados que sustentam
regras e ações adequadas à constituição do conhecimento.

Os métodos científicos são as formas mais seguras inventadas


pelo homem para controlar o movimento das coisas que cerceiam um fato e, montar
formas de compreensão adequada dos fenômenos.

 Fatos – acontecem na realidade, independentemente de haver ou não quem os


conheça. Do latim factu, coisa ou ação feita, acontecimento, aquilo que é real.

 Fenômeno – é a percepção que o observador tem do fato.

Pessoas diversas podem observar no mesmo fato fenômenos


diferentes, dependendo de seu paradigma.

 Paradigmas – constituem-se em referenciais teóricos que servirão de orientação


para a opção metodológica de investigação.

Mesmo que os paradigmas sejam constituídos por construções


teóricas, não há cisão entre a teoria e a prática, ou entre a teoria e a lei científica.
Portanto, um e outro coexistem gerando o que se pode denominar praxiologia.

 Método Científico – é a expressão lógica do raciocínio, associada à formulação


de argumentos convincentes.

Esses argumentos, uma vez apresentados, têm por finalidade


informar, descrever ou persuadir um fato. Para isso o estudioso vai utilizar-se de:
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 Termos – são palavras, declarações, significações convencionais que se referem


a um objeto.

 Conceito – é a representação, expressão e interiorização daquilo que a coisa é


(compreensão da coisa). É a idealização do objeto.

O conceito é uma atividade mental que conduz um


conhecimento, tornando não apenas compreensível essa pessoa ou essa coisa, mas
todas as pessoas e coisas da mesma época.

 Definição – é a manifestação e apreensão dos elementos contidos no conceito,


tratando de decidir em torno do que se duvida ou do que é ambivalente.

Saber utilizar adequadamente termos, conceitos e definições


significam metodologicamente expressar na Ciência aquilo que o indivíduo sabe e
quer transmitir.

2.1 MÉTODO DE GALILEI - MÉTODO ANALÍTICO E SINTÉTICO ou MÉTODO DE


INDUÇÃO EXPERIMENTAL

Como já foi visto, Galileu Galilei (1564 – 1642), foi o primeiro


teórico do método experimental. O primeiro a desenvolver estudos sobre a
sistematização das atividades no âmbito do conhecimento científico.

As Ciências, para Galileu, têm como foco principal as relações


quantitativas, não se preocupa muito com a qualidade. Discordou dos seguidores de
Aristóteles, que consideravam que o estudo do conhecimento da essência íntima
das substâncias individuais deveria ser substituído pelo conhecimento da lei que
preside os fenômenos.

Seu método pode ser descrito como indução experimental,


chegando-se a uma lei geral por intermédio da observação de certo número de
casos particulares. Para Galileu a pesquisa científica tem aspectos:
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a) Analíticos - observação empírica do fenômeno.


b) Sintéticos - reprodução experimental do fenômeno.

A confirmação da HIPÓTESE a transforma em LEI.

Portanto, o método de Galileu pode ser chamado de Método


de Indução Experimental, que chega a uma generalização (lei geral) por intermédio
da observação de certo número de casos particulares. Os principais passos do
Método Indutivo Experimental são:

a) Observação dos fenômenos.


b) Análise dos elementos que compõem os fenômenos, estabelecendo relações
quantitativas.
c) Indução de hipóteses.
d) Verificação de hipóteses aventadas por intermédio das experiências.
e) Generalização do resultado das experiências.
f) Confirmação das hipóteses obtendo-se leis gerais.
g) Estabelecimento de leis gerais.

“O pesquisador chega por indução, a uma lei geral partindo da


observação de fatos particulares, específicos e, depois, a partir da lei geral, já
estabelecida, por meio de processos dedutivos, acrescenta outros fatos
particulares.”2

Isaac Newton, nascido em 1642, escreve que a Lei da


Gravitação, uma das premissas fundamentais de sua obra Principia, é obtida a partir
das leis de Kepler (físico inglês, contemporâneo de Galileu).

2.2 MÉTODO DE BACON - INDUTIVO

Para Francis Bacon (1561 – 1626) o conhecimento científico é


o único caminho seguro para a verdade dos fatos. Como Galileu, critica Aristóteles

2
Eva Maria Lakatos; Marina de Andrade Marconi. Op. Cit. p. 49. (a)
19

por considerar que o silogismo e o processo de abstração não propiciam um


conhecimento completo do Universo. Aponta como essenciais a observação e a
experimentação dos fenômenos. Somente o que é verdadeiro ou falso o que pode
ser comprovado pela experimentação.

 Silogismo: dedução formal que, partindo de duas proposições chamadas


premissas, retira-se uma terceira, logicamente implicada nas primeiras, chamada
conclusão.

Bacon é considerado como um dos fundadores do Método


Indutivo, que considera:

a) As circunstâncias e a freqüência com que ocorre determinado fenômeno.


b) Os casos em que o fenômeno não se verifica.
c) Os casos em que o fenômeno apresenta intensidade diferente.

A partir da Observação é possível formular uma Hipótese


explicativa da causa do fenômeno.

A Indução leva as conclusões de caráter geral, a partir de


casos particulares.

2.2.1 Passos para o Método de Bacon:

a) Experimentação – fase em que o cientista deve realizar experimentos acerca do


problema estudado para poder observar e registrar sistematicamente todas as
informações possíveis de serem coletadas.

b) Formulação das Hipóteses – com base nos experimentos e na análise dos


resultados obtidos, as hipóteses procuram explicitar a relação causal entre os
fatos.

c) Repetição – a repetição dos experimentos tem por finalidade acumular dados


que servirão para o surgimento e formulação das hipóteses.
20

d) Teste das Hipóteses – por meio da repetição dos experimentos, testam-se as


hipóteses, buscando-se novos dados, bem como as evidências que os
confirmam.

e) Formulação de Generalizações e Leis - após ocorrerem todas as fases


anteriores – baseadas nas evidências, o cientista formula as leis que descobriu,
generaliza suas explicações para todos os fenômenos da mesma espécie.

2.2.2 Regras para a Experimentação

a) Alargar a experiência – observar a intensidade do fenômeno, aumentando


pouco a pouco a intensidade do que se supõe ser a causa.

b) Variar a experiência – aplicar os diferentes fatos, fenômenos (objeto de estudo)


a mesma causa.

c) Inverter a experiência – para verificar se o efeito contrário se produz.

d) Recorrer aos casos da experiência – verificar o que se pode conseguir, retirar,


no conjunto das experiências.

O método de Bacon pode ser assim sistematizado: aparecendo


a causa, dá-se o efeito; retirando-se a causa, não se dá o efeito; variando-se a
causa, altera-se o efeito. O pesquisador anota as circunstâncias em que se produz o
fenômeno.

C  efeito C1  E1

2.3 MÉTODO DE DESCARTES - DEDUTIVO

René Descartes (1596 – 1650) apresenta o Método Dedutivo, a


partir da matemática e de suas regras de evidência, análise, síntese e enumeração.
Para o cientísta chega-se à certeza pela razão, princípio absoluto do conhecimento
21

humano. Discurso do Método é a sua principal obra.

O protótipo do raciocínio dedutivo é o silogismo, que, a partir


de duas proposições chamadas premissas, retira-se uma terceira chamada
conclusão.

Exemplo: Todo mamífero tem um coração.


Ora, todos os cães são mamíferos.
Logo, todos os cães têm um coração.

Em sua obra, Discurso do Método, Descartes estabelece


quatro regras fundamentais:

a) Regra da evidência – não acolher como verdadeira coisa nenhuma que não se
reconheça evidentemente como tal, não incluir juízos, não dar margem de
dúvidas ao que é apresentado.

b) Regra da análise – dividir cada uma das dificuldades em tantas partes


necessárias para melhor resolvê-las.

c) Regra de síntese – conduzir ordenadamente o pensamento, começando com os


objetivos que não se disponham de forma material, em seqüência de
complexidade crescente.

d) Regra da enumeração – para se ter certeza de que nada foi omitido, realizar
sempre enumerações e revisões gerais.

Para melhor compreensão do método dedutivo:

 Análise – é o processo de decomposição de um todo em suas partes


constitutivas (em sua constituição). Caminha do mais complexo ao menos
complexo.

 Síntese – é a reconstrução do todo decomposto pela análise. Caminha do mais


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simples ao mais complexo, ou seja, para o menos simples.

Sem a análise, o conhecimento é incompleto. Após análise


deve obrigatoriamente seguir-se à síntese.
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3. PROCESSOS DO MÉTODO CIENTÍFICO

Na história da Metodologia do conhecer, muitas modificações


foram feitas baseadas no surgimento de novas concepções filosóficas, físicas e
sociais. Dessa forma, qualquer que seja o método científico, esse campo da
investigação, deve cumprir, segundo BUNGE, as seguintes etapas:

a) descobrimento do problema ou lacuna em um conjunto de


conhecimentos;
b) colocação precisa do problema ou, ainda, a recolocação de
um velho problema à luz de novos conhecimentos;
c) procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes do
problema (dados empíricos, teorias, aparelhos de medição,
técnica de medição, entre outros);
d) tentativa de uma solução (exata ou aproximada do problema
com o auxílio de instrumento conceitual ou empírico
disponível);
e) investigação da conseqüência da solução obtida;
f) prova (comprovação da solução, isto é, confronto da solução
com a totalidade das teorias e das informações empíricas
pertinentes);
g) correção das hipóteses, teorias, procedimentos ou dados
empregados na obtenção da solução incorreta. 3

3.1 OBSERVAÇÃO

A observação científica pode ser classificada de assistemática


e sistemática. Em ambas o observador deve ter competência para observar e obter
dados com imparcialidade, procurando controlar suas próprias opiniões e
interpretações.

a) Observação assistemática – não estruturada, sem controle anteriormente


elaborado e sem instrumental apropriado.

b) Observação sistemática – planejada ou controlada, tem objetivos e propósitos


predefinidos.

3
Bunge apud Aidil Jesus da Silveira Barros et al. Fundamentos de metodologia científica. 2000, p. 60
24

 Utiliza instrumento adequado.


 Indica e delimita a área a ser observada.
 Requer planejamento prévio para seu desenvolvimento.
 Considera:
- por que observar?
- para que observar?
- o que observar?
- quem observar?

3.2 MÉTODO INDUTIVO

É o método proposto pelos empiristas, Bacon. Hobbes, Locke,


Hume. Considera que o conhecimento é fundamentado na experiência, não levando
em conta os princípios preestabelecidos.

Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo


de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou
universal não contida nas partes examinadas. O objetivo dos argumentos é levar a
conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se
basearam.

As premissas do método indutivo conduzem os argumentos a


conclusões provavelmente verdadeiras.

Exemplo: O vestido amarelo é bonito.


O vestido azul é bonito.
O vestido branco é bonito.
O vestido n é bonito.
(Todo) vestido é bonito.

As fases e as regras do método indutivo são embasadas em


leis observadas na natureza, sendo que:

a) nas mesmas circunstâncias, as mesmas causas produzem


25

os mesmos efeitos;
b) o que é verdade de muitas partes suficientemente
enumeradas de um sujeito é verdade para todo esse sujeito
universal. 4

A indução pode ser:

a) Formal ou completa – (de Aristóteles) – é o inverso da dedução. Não induz de


alguns casos, mas de todos os casos de uma espécie ou gênero. Nesse tipo de
indução, há uma simples substituição de uma coleção de termos particulares por
um equivalente. Exemplo:

Os corpos A, B, C, D se aquecem.
Ora, os corpos A, B, C, D são todos metais.
Logo, os metais se aquecem.

Não especificamente todos os metais.

b) Indução incompleta ou científica – é a alma das ciências experimentais -


criada por Galileu e aperfeiçoada por Bacon. Fundamenta-se na causa ou na lei
que rege o fato ou fenômeno, constatada em um número significativo de casos
(um ou mais), mas não em todos.

3.3 MÉTODO DEDUTIVO

O método dedutivo é proposto pelos racionalistas, Descartes,


Spinoza, Leibniz, que pressupõe que só a razão é capaz de levar ao conhecimento
verdadeiro.

A dedução consiste em um recurso metodológico em que a


racionalização ou combinação de idéias, em sentido interpretativo, vale mais que a
experimentação de caso por caso. Em termos mais simples, pode-se dizer: é o
raciocínio que caminha do geral para o particular.

4
Eva Maria Lakatos; Marina de Andrade Marconi.Op. Cit. p. 49. (a)
26

O argumento dedutivo fundamenta-se em premissas, como o


indutivo, só que no dedutivo as premissas verdadeiras levam, inevitavelmente, à
conclusão verdadeira, no indutivo, como já foi dito, a conclusões prováveis.

Para a Metodologia, é importante entender que no modelo


dedutivo a necessidade de explicação não reside nas premissas, mas na relação
entre as premissas e a conclusão. O processo dedutivo é utilizado amplamente na
Matemática. Os seus argumentos são, na maior parte dedutivos. Os teoremas são
demonstrados a partir de axiomas e postulados (premissas).

Exemplo:Toda ave bota ovo.


Ora, todas as galinhas são aves.
Logo, todas as galinhas botam ovo.

3.3.1 Críticas ao Processo Dedutivo

 O processo dedutivo é de alcance limitado, pois a conclusão não pode assumir


conteúdos que excedam o das premissas.

 A dedução não é condição suficiente de explicação, como também não é


condição necessária, pois muitas são as explicações que não têm qualquer lei
como premissa.

A descrição dos fatos ou fenômenos pode ser feita


externamente de um ponto de vista especial, sendo que essa descrição serve de
explicação sem, necessariamente se processar qualquer dedução. Exemplo:

Dedutivo – Todo mamífero tem um coração.


Ora, todos os cães são mamíferos.
Logo, todos os cães têm um coração.

Indutivo – Todos os cães que foram observados tinham um


coração.
Logo, todos os cães têm um coração.
27

3.3.2 Características Básicas

Segundo SALOMON,5as características básicas que


distinguem os argumentos dedutivos dos indutivos, são:

DEDUTIVOS

 Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão deve ser verdadeira.


 Toda a informação do conteúdo fatual (coisa ou ação feita) da conclusão já estava
pelo menos implicitamente (inclusa) nas premissas.
INDUTIVOS

 Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é provavelmente verdadeira,


mas não necessariamente verdadeira.
 A conclusão encerra informação que não estava, nem implicitamente nas
premissas.

O dedutivo tem o propósito de enunciar formalmente,


claramente, o conteúdo das premissas.

O indutivo tem a finalidade de ampliar o alcance dos


conhecimentos.

5
Délcio Vieira Salomon apud Aidil Jesus da Silveira Barros et al. Op.Cit. p. 64.
28

4. A PESQUISA

Pesquisa é o processo de desenvolvimento do método


científico; seu objetivo é descobrir respostas mediante o uso de procedimentos
científicos. De maneira bem simples, significa procurar respostas para indagações
propostas.

Pesquisar é um conjunto de ações propostas para encontrar a


solução de um problema, que tem por base procedimentos racionais e sistemáticos.
A pesquisa é realizada quando se tem um problema e não se tem informação para
solucioná-lo.

Portanto, pesquisar significa, de forma bem simples, procurar


respostas para indagações propostas.

Entende-se por pesquisa acadêmico-científica como “(...)


trabalho empreendido metodologicamente quando surge um problema para o qual
se procura a solução adequada de natureza científica.”6

Há sempre o que se descobrir na realidade; isso equivale a


aceitar a pesquisa como um processo interminável, intrinsecamente processual. É
um fenômeno de aproximações sucessivas, jamais esgotadas, e não uma situação
definitiva diante da qual já não haveria o que descobrir.

4.1 REALIZAÇÃO DA PESQUISA

Para a realização da pesquisa pressupõe três requisitos


básicos:

a) A existência de uma dúvida, de um problema, de uma pergunta que se deseja

6
Délcio Vieira Salomon apud Manolita Correia Lima. Monografia: a engenharia da produção
acadêmica. 2004, p. 8.
29

responder, solucionar fundamentalmente.

b) Planejamento de um conjunto de etapas que permitem chegar às respostas,


interpretação da dúvida formulada.

c) A confiabilidade na resposta, na solução alcançada.

4.2 PROCEDIMENTOS COMUNS À PESQUISA

a) Formulação de questões ou proposição de problemas e levantamento de


hipóteses de trabalho ou solução.

b) Realização de leituras e observações.

c) Registro e interpretação das observações e das leituras.

d) Elaboração de explicações, conclusões, generalizações e previsões.

4.3CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Existem várias formas de classificar as pesquisas. As formas


clássicas de classificação são:

4.3.1 Do Ponto de Vista de Sua Natureza

a) Pesquisa básica: objetiva gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da


ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais.

b) Pesquisa Aplicada: objetiva gerar os conhecimentos para aplicação prática,


dirigida à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses
locais.

4.3.2 Do Ponto de Vista da Forma de Abordagem


30

a) Pesquisa quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que


significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-los e
analisá-los.

Requer o uso de recursos e técnicas estatísticas: percentagem,


média, moda, mediana, desvio padrão, coeficiente de correlação, análise de
regressão e outros.

Os argumentos que são utilizados para justificar esta visão


metodológica ressaltam:

 A objetividade e o rigor reconhecidos neste tipo de método.

 A existência e o uso de mecanismos de controle durante o processo


investigatório.

 A existência de rigorosas regras de procedimentos que possibilitam a previsão do


conjunto de etapas que caracterizam a investigação.

 A representatividade estatística da população investigada amplia a credibilidade


das conclusões alcançadas.

 As conclusões alcançadas permitem a generalização dos resultados.

 Os resultados alcançados suportam a formulação de leis – explicações gerais –


em função do fenômeno investigado e outros.

b) Pesquisa qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo


real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a
subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números.

As interpretações dos fenômenos, as atribuições dos


significados são básicos nos processos de pesquisas qualitativas. Não requerem o
31

uso de métodos e técnicas estatísticas.

O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o


pesquisador é o instrumento chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a
analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos
principais de abordagem.

Os méritos da abordagem qualitativa são cinco, os principais:

 No processo investigatóriona investigação dos fenômenos sociais, ohomem é


reconhecido como singular universal.

 Em detrimento da idéia de quantidade, é valorizada a idéia de intensidade.

 A credibilidade das conclusões alcançadas é reflexo das multiperspectivas


resultantes das diferentes fontes de consulta exploradas pelo método qualitativo.
Pressupondo um olhar profundo e prolongado da realidade investigada.

 A quantidade de tempo envolvida no processo de investigação, somada à


intensidade dos contatos estabelecidos entre o pesquisador e os sujeitos da
investigação, corresponde a fatores que reduzem, significativamente, a
fabricação de comportamentos.

 A quantidade de tempo envolvida no processo de investigação somada à


multiplicidade de fontes de evidência figura como fatores que dificultam o
pesquisador manter pré-conceitos frente ao objeto da investigação.

Enquanto os métodos quantitativos supõem uma população de


objetos comparáveis, os métodos qualitativos enfatizam
particularidades de um fenômeno em termos de seu significado
para o grupo [humano] pesquisado.7

4.3.3 Do Ponto de Vista de Seus Objetivos

7
M. Goldenberg apud Manolita Correia Lima. Op. Cit.p. 29.
32

A classificação da pesquisa tem como base seus objetivos


gerais, sendo possível classificá-la em três grandes grupos:

 Exploratórias
 Descritivas
 Explicativas

a) Pesquisas Exploratórias

O objetivo principal das pesquisas exploratórias é proporcionar


maior aproximação com o problema, tornando-o mais explícito ou a constituir
hipóteses, de uma maneira a aprimorar idéias ou descobrir intuições.

Embora o planejamento da pesquisa exploratória seja bastante


flexível, na maioria dos casos assume a forma de pesquisa bibliográfica ou de
estudo de caso.

Na maioria dos casos essas pesquisas envolvem:

 Levantamento bibliográfico.
 Entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema
pesquisado.
 Análise de exemplos que estimulem a compreensão do problema.

b) Pesquisas Descritivas

Observa, registra, descreve, analisa e correlaciona fatos ou


fenômenos, sem interferência do pesquisador.

Visa descrever as características de determinada população ou


fenômeno ou, ainda, o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolvem o uso
de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a
observação sistemática. Assume, em geral, a forma de Levantamento.
33

Dentre as pesquisas descritivas salientam-se aquelas que têm


por objetivo:

 Estudar as características por idade, sexo, precedência, nível de escolaridade,


estado de saúde física e mental, e outras.

 Estudar o nível de atendimento dos órgãos públicos de uma comunidade, as


condições de habitação, o índice de criminalidade que aí se registra, e outros.

 Levantar as opiniões, atitudes e crenças de uma população.

 Aquelas que visam descobrir a existência de associações entre variáveis, como


por exemplo, as pesquisas eleitorais que indicam a relação entre preferência
político-partidária e nível de rendimentos ou de escolaridade.

As pesquisas descritivas são, junto com as exploratórias, as


que habitualmente realizam os pesquisadores sociais, quando preocupados com a
atuação prática. São também as mais solicitadas por organizações como instituições
educacionais, empresas comerciais, partidos políticos, entre outros.

A pesquisa descritiva pode assumir a forma de:

 Estudo Exploratório - visa proporcionar maior familiaridade com o problema


com vistas a torná-lo explicito ou construir hipóteses.

 Estudo de Caso - caracteriza-se pelo estudo exaustivo de poucos objetos,


sendo possível com a Pesquisa Exploratória.

A dificuldade está na generalização dos dados obtidos, porém


suas vantagens superam esta dificuldade. Sugerem-se, para esse delineamento,
objetos extremos ou marginais.

 Levantamento de Dados - pesquisas que se caracterizam pela interrogação


34

direta dos sujeitos. As conclusões obtidas podem ser projetadas para todo o
universo.

Diferem do censo porque não recolhe informações de todos os


sujeitos, mas sim de uma amostra significativa.

 Vantagens
- Contato com a realidade pesquisada.
- Economia e rapidez na coleta de dados.
- Tratamento estatístico dos dados.

 Limitações
- Subjetividade incontrolável.
- Pouca profundidade.
- Validade restrita à época e ao lugar da coleta dos dados.

c) Pesquisas Explicativas

Visam identificar os fatores que determinam ou contribuem


para a ocorrência dos fenômenos, aprofunda o conhecimento da realidade porque
explica a razão e o porquê das coisas.

As pesquisas explicativas são do tipo mais complexo e


delicado, já que o risco de cometer erros aumenta consideravelmente.

Pode-se dizer que o conhecimento científico está assentado


nos resultados oferecidos pelos estudos explicativos. Isso não significa, porém, que
as Pesquisas Exploratórias e Descritivas tenham menos valor, porque quase sempre
constituem etapa prévia indispensável para que se possam obter explicações
científicas.

Uma Pesquisa Explicativa pode ser a continuação de outra


Descritiva, posto que a identificação dos fatores que determinam o fenômeno exige
que este esteja suficientemente descrito e detalhado.
35

A explicação do método de Pesquisas Explicativas reveste-se


de muitas dificuldades, razão pela qual recorre também a outros métodos, sobretudo
ao observacional.

Quando realizadas nas:

 Ciências naturais - requerem o uso do método experimental.

 Ciências sociais - requerem o uso do método observacional.

As Pesquisas Explicativas assumem, em geral, as formas de


Pesquisa Experimental e Pesquisa Ex-Post-Facto.

4.3.4 Do Ponto de Vista dos Procedimentos Técnicos

a) Pesquisa Bibliográfica

Quando elaborada a partir de material já publicado, constituído


principalmente de livros, artigos de periódicos e materiais disponibilizados na
Internet.

b) Pesquisa Documental

Quando elaborada a partir de materiais que não receberam


tratamento analítico.

c) Pesquisa Experimental

Quando se determina um objeto de estudo selecionam-se as


variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definem-se as formas de controle e
de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.

d) Levantamento
36

Quando a pesquisa envolve a interrogação direta das pessoas


cujo comportamento se deseja conhecer.

e) Estudo de Caso

Quando envolve o estudo profundo de um ou poucos objetos


de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento.

f) Pesquisa Ex-Post-Facto

Quando o experimento se realiza depois dos fatos.

g) Pesquisa Ação

Quando a pesquisa é concebida e realizada em estreita


associação com uma ação ou com o resultado de um problema coletivo.

Os pesquisadores e participantes representativos da situação


ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.

h) Pesquisa Participante ou pesquisa de campo

Quando se desenvolve a partir da interação entre


pesquisadores e membros das situações investigadas.

4.4 COLETA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

ALEATÓRIA

UNIVERSO OU
RETIRA-SE A ESTATÍSTICA E
FONTE DE DADOS POPULAÇÃO DE
AMOSTRA CONSIDERADA
ESTUDO

CONSTITUÍDA DE
ACORDO COM A
OPORTUNIDADE
37

4.4.1 Técnicas de Coleta de Dados

a) Informações bibliográficas
 Livros.
 Periódicos.
 Bibliografias retrospectivas.
 Internet.

b) Pesquisa de campo – estudo direto junto às fontes informativas.

c) Coleta de dados estatísticos


 Fontes nacionais e internacionais (dados primários e secundários)
 Pesquisa de campo (população ou amostragem)

Diante do que se apresenta, considera-se que pesquisar


cientificamente implica em utilizar métodos e linguagem próprios de uma área da
ciência e da comunidade, a qual está sendo submetida, de modo geral, com uma
estrutura lógica de argumentação, apresentando inicialmente o problema ou objetivo
da investigação, o conjunto de hipóteses, as possíveis soluções do problema ou
modos de se atingir o objetivo, uma descrição dos métodos e técnicas utilizados,
uma análise dos resultados obtidos, uma conclusão que aponta qual hipótese foi
verificada experimentalmente.
38

5. PESQUISA DE CAMPO

A pesquisa de campo é a apreensão dos fatos-variáveis


investigáveis no campo da ocorrência, considerando as especificidades do que se
está investigando.

 Onde
 Como
 Quando

A pesquisa de campo utiliza recursos metodológicos


qualitativos e quantitativos.

5.1QUESTIONÁRIO

Na pesquisa de campo de caráter quantitativo a técnica de


coleta de dados está alicerçada na observação direta extensiva.

O questionário é uma das técnicas utilizadas, no método


quantitativo, sendo o resultado da formulação e da aplicação de uma série ordenada
de questões. As questões devem ser respondidas por escrito, sem a presença do
pesquisador, acompanhado por uma carta explicativa.

 Explicar os objetivos da pesquisa em andamento.

 Afirmar a relevância dos objetivos fixados.

 Enfatizar a importância da colaboração do contato (pesquisado) nas respostas às


questões.

 Registrar o compromisso de remeter os resultados alcançados.


39

 Indicar os organismos ou instituições vinculadas à pesquisa, nome do autor ou


autores da pesquisa, o vínculo com a organização ou instituição, motivo e
finalidade da pesquisa, entre outros.

 Assumir o compromisso de respeitar o sigilo quanto ao nome do respondente e


da instituição a qual pertence, se solicitado.

 Estipular a data-limite para devolução do material devidamente preenchido.

Para se definir o número adequado de perguntas é necessário


considerar o interesse do respondente pelo tema pesquisado. Alguns estudiosos
sugerem como máximo o número de 30 perguntas.

5.1.1 Exemplo de Correspondência para Acompanhar o Questionário

Fortaleza, 13 de maio de 2013.

Caro Colega

Estou realizando uma pesquisa para fundamentação de minha


monografia da Pós-Graduação em Docência no Ensino Superior, da UNICE-Ensino
Superior. O objetivo primordial é identificar os fatores que têm desencadeado um
processo de crise nas universidades e reunir sugestões capazes de contribuir para
superação desse fato.

Considerando que o alvo desta pesquisa são as universidades


brasileiras que oferecem programas de graduação e pós-graduação em Educação,
estou remetendo uma cópia do questionário. Enfatizo que os dados obtidos com a
aplicação do instrumento anexo serão objetos de tratamento em conjunto, logo, será
desnecessários a identidade do respondente e o nome de sua respectiva instituição.

Tendo em vista as limitações do cronograma de trabalho, solicito


que a devolução do questionário preenchido não ultrapasse o dia 30 de maio de
2005. Para tanto, basta utilizar-se do envelope-resposta anexo.
40

Ressalto que sua percepção sobre a realidade das universidades em


geral, e das brasileiras, em particular, é de fundamental importância para esta
pesquisa. E, considerando o interesse que o tema-problema tem suscitado entre os
colegas, comprometo em apresentar e discutir, nos diversos fóruns acadêmicos, os
resultados parcial e final da pesquisa em andamento.

Agradeço antecipadamente a colaboração de todos os


respondentes, colocando à disposição para quaisquer esclarecimentos que se façam
necessários.

Atenciosamente

Profª. Terezinha Tartuce


Diretora do Núcleo de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da UNICE-Ensino
Superior.

5.1.2 Avaliando a Eficiência do Questionário

a) Vantagens (prós)

 Possibilidade de contar com dados atualizados sobre o tema / problemas


investigado.

 Dispor de um volume expressivo de dados em um período de tempo


relativamente curto.

 Possibilidade de alcançar um espaço geográfico enorme e um vasto número de


pessoas, simultaneamente.

 Não depender da existência de uma equipe de pessoas adequadamente


treinada para aplicar o questionário.

 Estimular a cooperação do respondente na medida em que respeita o anonimato


41

daqueles que respondem o instrumento.

 Minimizar distorções das respostas registradas à medida que o pesquisador


estará ausente e não exercerá influências diretas sobre o respondente.

 Custo operacional é relativamente baixo, pois se restringe as despesas relativas


às cópias do instrumento, ao envio e à respectiva devolução.

b) Desvantagens (contras)

 Baixo índice do retorno do material devidamente preenchido (retorno por volta


de 25%).

 Número significativo de respostas incompletas, ou respondidas de forma


errada, ou ainda em branco. Particularmente, as questões abertas que exigem
mais tempo do respondente, competência técnica e conceptual, raciocínio lógico
e competência redacional.

 Ausência do pesquisador no momento do preenchimento do questionário torna-


se impossível esclarecer eventuais dúvidas quanto à formulação de algumas
questões, prejudicando o resultado esperado.

 Nível de escolaridade compatível com o teor do questionário; quanto mais


elevado o nível de formação do respondente mais expressiva será sua
colocação.

 Relativo comprometimento da fidelidade das respostas registradas pelo


contato.

5.1.3 Elaborando um Questionário

Na elaboração do questionário é muito importante que o


pesquisador tenha atenção, ao redigir as questões, focalizar as seguintes
42

considerações:

 Abordagem sobre o tema-problema investigado.


 Objetivos da pesquisa e perfil do respondente.
 Formular questões imprescindíveis à pesquisa, respeitar um princípio lógico e
evolutivo da abordagem – partir do geral para o específico.

a) Perguntas Abertas ou Livres – respostas de forma livre

Deve-se procurar formular este tipo de pergunta mais ao final


do questionário. Quando o respondente estará mais envolvido com os aspectos
tratados, com informações essenciais à análise da problemática investigada.

Quadro 1. Exemplos de perguntas abertas

a) Considerando a experiência que V. S.ª acumulou como responsável pela área de Recursos
Humanos desta empresa, quais as perspectivas profissionais dos egressos de programas de
graduação em Administração no contexto do atual sistema produtivo?

b) Qual o impacto do controle da inflação sobre o setor financeiro brasileiro em curto prazo?

c) Do seu ponto de vista, qual a política de investimento adotada pelo setor automobilístico brasileiro
após a abertura de mercado?

d) Em que termos são possíveis explicar a política externa adotada pelo atual governo brasileiro?

A estrutura desse tipo de questão permite a obtenção de


materiais qualitativos, a tabulação de seu conteúdo é complexa e bastante
demorada, pois requer maior competência do pesquisador nas fases de
interpretação das respostas, formulação de categorias quantificáveis, tratamento
estatístico com base em tais categorias, seleção e análise dos dados resultantes.

b) Perguntas Fechadas – oferecem 2 (duas) alternativas como resposta

Não permitem o aprofundamento dos conteúdos explorados,


43

não permitem maiores explicações sobre o objeto da investigação, não abre espaço
para justificações ou exemplificações, não tolera discordâncias apenas quantifica
opiniões.

Quadro 2. Exemplos de perguntas fechadas

a) Você é a favor ou contra a adoção do imposto único?


( ) A favor
( ) Contra

b) A Escola de origem do candidato a estagiário corresponde ao principal critério adotado pelo


processo seletivo deste banco?
( ) Sim
( ) Não

c) Em sua opinião, o atual presidente do Brasil conseguirá ou não manter sob controle a
inflação brasileira?
( ) Conseguirá
( ) Não conseguirá

c) Perguntas de Múltipla Escolha

 Perguntas-mostruário - Requer expressivo domínio técnico-teórico dos


aspectos explorados pelo tema-problema de pesquisa. O respondente poderá
indicar uma ou mais alternativas de resposta. É de difícil tabulação e
apresentação em gráficos.

Quadro 3. Exemplos de perguntas mostruário

a) Qual o fator determinante na elevação da taxa de desemprego no setor industrial cearense?


( ) A implantação de um processo de um processo de reengenharia em grande parte das empresas
deste segmento.
( ) A adoção de uma política de terceirização
( ) O expressivo investimento em tecnologia
( ) A necessidade de reduzir custos para ampliar competitividade no setor
( ) A imposição da crise energética
44

b) Quais os fatores que contribuem para a excelência da formação de um profissional de alto


nível na área de management?
( ) Consistência do projeto pedagógico do curso oferecido
( ) Capacidade de selecionar e manter bons estudantes
( ) Titulação, experiência docente e não docente dos professores do curso
( ) Perfil das lideranças acadêmicas da instituição de educação superior
( ) Qualidade e quantidade do acervo da biblioteca tradicional e virtual.

d) Perguntas de estimação ou de avaliação – de fácil tabulação

Quadro 4. Exemplos de perguntas de estimação ou avaliação

a) Como o(a) Sr.(a) avalia os resultados do trabalho realizado pelos colaborares incorporados
à empresa na condição de estagiários?
( ) Ótimo
( ) Bom
( ) Regular
( ) Insatisfatório

b) Qual o seu nível de interesse por eventos que tenham como objetivos discutir questões
relevantes sobre a gestão de pequenas e médias empresas do setor industrial brasileiro?
( ) Alto
( ) Médio
( ) Baixo

c) Em sua opinião, qual será o peso ideal dos conteúdos que privilegiam as dimensões
práticas e teóricas em um programa de graduação em Administração?
( ) 25% prática e 75% teórica
( ) 50% prática e 50% teórica
( ) 75% prática e 25% teórica

e) Perguntas semi-abertas – minimiza os efeitos indesejados de perguntas


abertas e fechadas. Evita induzir o respondente a respostas que não
correspondem à realidade dos fatos.

Quadro 5. Exemplos de perguntas semi-abertas


45

a) Qual a maior contribuição que a realização do TCC-Trabalho de Conclusão do Curso pode


representar para a sua formação acadêmica?
( ) Superar deficiências de cunho teórico, acumuladas ao longo do curso, em determinadas
disciplinas.
( ) Desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes de pesquisador
( ) Ampliar e aprofundar meus conhecimentos sobre a área em que tenho interesse de atuar
profissionalmente
( ) Dispor de visão de conjunto das diferentes áreas de conhecimento exploradas pelos programas
de graduação em Administração
( ) Outra alternativa. Qual? _________________________________________

b) Por que você assina o jornal Gazeta Mercantil?


( ) Porque esse diário tem foco na área econômico-financeira
( ) Porque esse diário está “antenado” com as exigências de uma economia globalizada ao veicular
notícias locais, regionais, nacionais e internacionais
( ) Porque esse diário, além de privilegiar a notícia, dispõe de excelentes comentaristas
( ) Porque esse diário investe em jornalismo investigativo
( ) Por outras razões. Quais? ________________________________________

f) Questões de Fato – remetem a dados objetivos sobre o respondente. Atenção


para não desencadear constrangimentos.

Quadro 6. Exemplos de questões de fato

a) Nome completo: ______________________________________________

b) Idade:
( ) De 20 a 29 anos
( ) De 30 a 39 anos
( ) De 40 a 49 anos
( ) mais de 50 anos

c) Gênero
( ) Feminino
( ) Masculino

d) Estado civil
( ) Solteiro
( ) Casado
46

( ) Separado
( ) Viúvo

e) Nível de formação
( ) Graduação
( ) Especialização
( ) Mestrado
( ) Doutorado

f) Instituição de educação superior em que concluiu o último nível de formação pós-


secundária: __________________________________________________________________

g) Tempo de experiência profissional enquanto gerente de produto


( ) Menos de três anos
( ) De três a cinco anos
( ) De seis a sete anos
( ) De oito a dez anos
( ) Mais de dez anos

g) Questões de Ação – identificação de atitudes, opções, decisões, ações. Evitar


constrangimentos.

Quadro 7. Exemplos de questões de ação

a) Qual é área que escolheu para investir em uma especialização?


( ) Finanças ( ) Sistema de Informação
( ) Marketing ( ) Recursos Humanos
( ) Estratégia

b) Qual é o perfil dos profissionais que recrutou nos últimos doze meses?
( ) Especialistas com visão sistêmica
( ) Profissionais experientes e atualizados
( ) Profissionais polivalentes
( ) Profissionais com elevada capacidade de trabalhar em equipe

c) Como avalia o modelo de gestão que prevalece nas empresas familiares do setor calçadista
situado no Estado de São Paulo?
( ) Em franco processo de profissionalização
47

( ) Comprometimento com o processo de modernização indispensável em um contexto de


globalização de mercados
( ) Tradicional e reativo

h) Questões de Intenção – os dados não passam de aproximações, pertencem ao


universo da simulação, abordam projeções e expectativas.

Quadro 8. Exemplos de questões de intenção

a) Em que termos poderia traduzir o projeto que irá concretizar ao concluir o programa de
graduação em Administração
( ) Investir em um próprio negócio
( ) Crescer na empresa da própria família
( ) Fazer carreira em uma grande empresa
( ) iniciar um Programa de Pós-graduação
( ) Outro Projeto? Qual ? __________________________________________

b) caso o Plano FHC consiga manter a inflação sob controle, quais os investimentos que
pretende injetar na empresa considerando o longo prazo (dez anos)?
( ) Investir em programas de capacitação dos colaboradores
( ) Investir em novas tecnologias de produção
( ) Ampliar a carteira de produtos existente na empresa
( ) Conquistar 5% do mercado alvo da empresa

i) Questões de Opinião – exigem na elaboração muita atenção e bom senso.


Utilizadas em pesquisas de mercado. Objetivam: valores, impressões,
experiência.

Quadro 9. Exemplos de questões de opinião

a) Ao adquirir produtos de higiene pessoal, produzidos e comercializados pela empresa X,


qual o fator que mais influencia a sua decisão de compra?
( ) A qualidade dos produtos
( ) O preço dos produtos
( ) A beleza, a praticidade e a segurança das embalagens dos produtos
( ) Os projetos sociais patrocinados por esta empresa
( ) As promoções oferecidas aos clientes
48

b) Na sua opinião quais dos atributos abaixo enumerados refletem melhor a imagem da
montadora de veículos X?
( ) Tradição
( ) Modernidade
( ) Confiabilidade
( ) Segurança
( ) Sofisticação

c) Em sua opinião, o problema da educação superior brasileira se deve (indicar uma única
alternativa):
( ) Às debilidades presentes na formação resultante do ensino fundamental e médio
( ) Às debilidades existentes na maioria dos Projetos Pedagógicos dos cursos oferecidos
( ) Às deficiências identificadas no processo seletivo de estudantes e professores
( ) Ao fato dos serem na maioria das vezes noturnos

5.2FORMULÁRIO COMO TÉCNICA DE COLETA DE DADOS

O formulário é uma técnica de coleta de dados que pertence à


categoria de pesquisa direta extensiva, ou seja, está no campo da pesquisa
quantitativa. Tanto quanto o questionário, o formulário pressupõe trabalhar com
universo total de uma determinada população (censo) ou com critérios amostrais.
Envolve-se em análises estatísticas e exige-se a tabulação de dados.

Contrariamente ao questionário, o sistema de coleta de dados


pela aplicação de formulário pressupõe a obtenção do material sem intermediários.
Conseqüentemente, a comunicação entre o pesquisador e o respondente é
estabelecida de forma direta (presencial).

O formulário diferencia–se também do questionário, pois,


durante sua aplicação, é o pesquisador quem verbaliza as questões propostas no
instrumento e registra os conteúdos das respostas. O respondente perde o acesso
direto ao instrumento de coleta de dados. Tem-se como exemplo os técnicos do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE que coletam os dados dos
censos que são regularmente publicados no País.

5.2.1 Vantagens
49

a) Não há restrições quanto à população que irá responder as questões, visto


que o registro das pessoas é de responsabilidade exclusiva do pesquisador.
Sendo assim, os formulários correspondem a instrumentos de coleta de dados
que podem ser aplicados em populações com pouca ou nenhuma formação
escolar.

b) Permite ao pesquisador, no momento da aplicação do formulário, conhecer e,


se for pertinente para a pesquisa desenvolvida, registrar impressões sobre as
reações manifestadas pelo respondente.

c) Reduz o número de questões respondidas incorretamente ou simplesmente


não respondidas. A presença do pesquisador durante o registro das respostas
favorece o esclarecimento de eventuais dúvidas sobre o enunciado de alguma
questão que não tenha sido facilmente compreendida.

d) A aplicação de formulários viabiliza a coleta de dados exatamente como foi


prevista no planejamento da pesquisa. Considerando a forma direta de
abordar o respondente para realizar o registro das respostas dadas, o
pesquisador não depende do retorno do formulário adequadamente preenchido.

e) O pesquisador pode dispor de conteúdos uniformes de respostas já que o


preenchimento do instrumento é de sua responsabilidade.

f) Reduz expressivamente o tempo envolvido no processo de coleta de dados.

5.2.2 Desvantagens

a) Limitação de tempo do contato para elaborar as respostas, quando estas forem


abertas. Por isso mesmo, estas são evitadas neste tipo de instrumento.

b) Riscos de distorção na interpretação e no registro dos conteúdos das respostas


proferidas pelo contato, fruto da pessoa ou de vieses por parte do pesquisador.

c) Com diferentes intensidades, observa-se a ocorrência de alguma influência do


50

pesquisador sobre o respondente (indução) ou do respondente sobre o


pesquisador.

d) Pode implicar um procedimento mais oneroso, tendo em vista o elevado


custo que representam os deslocamentos exigidos durante a coleta de dados e o
treinamento da equipe de aplicadores do instrumento, quando a pesquisa
envolve uma extensa população de respondentes.

e) Pode engendrar elevada margem de distorções nas respostas oferecidas


pelo contato à medida que a técnica não resguarda anonimato do mesmo.

f) Como a aplicação do instrumento pressupõe o deslocamento do aplicador, pode


exigir deslocamentos significativos e onerosos.

5.3 ENTREVISTA

A entrevista como técnica de coleta de dados assemelha-se


muito pouco ao questionário. O princípio básico da entrevista é o contato face a face
entre o entrevistador e o entrevistado. É o material típico da pesquisa qualitativa.
Não é mensurada.

 Pressupões mais tempo, se comparada ao questionário ou formulário, devido à


intensidade do contato.

 Envolve maior profundidade na comunicação estabelecida entre o pesquisador e


o entrevistado. As respostas tendem a ser extensas e detalhadas.

 Utiliza materiais primários para registro (mp3, vídeo ou papel)

A entrevista pode ser definida como um encontro entre duas


ou mais pessoas a fim de que uma ou mais delas obtenha dados, informações,
opiniões, impressões, interpretações, posicionamento, depoimentos, avaliações a
respeito de um determinado assunto, mediante uma conservação de natureza
acadêmica ou profissional.
51

5.3.1 Tipos de Entrevista

a) Entrevista Estruturada ou Padronizada

 O entrevistador e o contato se orientarem por um roteiro previamente elaborado


e conhecido.

 O contato, freqüentemente, é um especialista sobre as questões exploradas


nesse roteiro, fato que justifica seu envolvimento com o fenômeno investigativo e
a relevância das contribuições que vier a agregar à pesquisa.

 Padronizar para obter da totalidade dos contatos resposta derivadas da mesma


pergunta, permitindo, assim, que todas elas sejam comparadas com o mesmo
conjunto de perguntas e que as diferenças devem refletir de acordo com o ponto
de vista de cada respondente e não diferenças nas perguntas.

 Planejamento da Entrevista

- Roteiro da entrevista adequado às questões formuladas à problemática


investigada.

- Identificar e selecionar, a população a ser entrevistada.

- Contatar cada entrevistado, agendar dia, horário e local. Explicar o objetivo da


pesquisa, a importância da contribuição do contato, o roteiro básico para que ele
possa se preparar para responder as perguntas formuladas além do cartão de
visita do pesquisador.

 Todas as entrevistas devem ser transcritas do mp3 e apresentar um cabeçalho.

EXEMPLO DE CABEÇALHO
Nome:Professora Izaura Ribeiro Xavier
Nome da instituição: UNICE – Ensino Superior
52

Cargo ocupado: Diretora Pedagógica


Endereço para correspondência: Rua Dona Leopoldina, 912 – Fortaleza/CE
CEP: 60110-000
Número do telefone: (85) 3226-6446
E-mail: izaura@unice.br
Entrevista realizada em: 28/04/2013

Terezinha Tartuce: faz a pergunta

Izaura:responde

Terezinha:

Izaura:

É recomendável que o pesquisador tenha guardado as


gravações para que em situações de extrema necessidade, sejam acionadas como
provas do que está sendo apresentado.

b) Entrevista Não-Estruturada ou Despadronizada

Visa explorar amplamente sem impor limites e direção à


comunicação estabelecida entre o pesquisador e o contato. Pode ser:

 Entrevista Focalizada

- Propõe-se a explorar um tema bem definido e explicitamente delimitado.

- Existe um roteiro oculto previamente construído.

- O pesquisador vai formulando ao longo da entrevista as questões que julga


relevantes e pertinentes.

- Exige experiência do uso da técnica e expressivo conhecimento sobre o assunto.


53

 Entrevista Clínica

- Aconselhamento: curta e trata de casos simples e corriqueiros. Tem como


objetivo criar condições para que o paciente possa formular suas conclusões e
planos de ação.

- Voltada para a Psicoterapia: visa descobrir novas abordagens para o problema


apresentado pelo paciente.

 Entrevista Não-Dirigida

- Pressupõe a existência de total liberdade para o contato transmitir suas


convicções, expressar suas opiniões, seus sentimentos e impressões, sem
qualquer tipo de interferência.

- Importante: não induzir o contato a respostas esperadas.

 Entrevista Painel

- Definir para uma mesma população regularidade de tempo (mensal, bimensal,


semestral, dentre outros).

- Mesmo roteiro de questões, mesmo que formuladas de maneiras diferentes.

- O objetivo é conhecer a evolução de certos grupos de pessoas de expressão


(acadêmicos, cientistas políticos, empresários, e outros).

5.3.2 Vantagens da Entrevista

 Permite ao pesquisador investigar fatos ou fenômenos em curso ou até mesmo


ex-post-facto.

 Possibilidade de atingir todo e qualquer segmento da população alvo da


54

pesquisa.

 Adequar o enunciado da questão no nível de compreensão do contato.

 Conhecer as reações do contato, se pertinentes à pesquisa, registrá-las.

 Reunir materiais de primeira mão, que ainda não foram objeto de descrição,
análise e publicação.

 Coleta de materiais rica e profunda.

 Dificilmente o contato consegue manter um discurso cujo conteúdo não


corresponda à realidade dos fatos.

5.3.3 Desvantagens da Entrevista

 Difícil assegurar a representatividade qualitativa de pessoas para entrevistar.

 Difícil avaliar o número de entrevistas suficientes para a investigação.

 Nem sempre a comunicação entre o pesquisador e o contato é fácil.

 Influência mútua entre pesquisador e contato.

 Receio do contato em se comprometer.

 A realização de entrevistas exige muito tempo do entrevistador.

5.4 OBSERVAÇÃO COMO TÉCNICA DE COLETA DE MATERIAIS

A observação pode ser a sistemática e a de experimentação.


Considerada, a observação, também, técnica do método qualitativo, não é
mensurada, sendo que, implica um contato face a face entre o pesquisador e
55

observado, e o processo de coleta de materiais exige uma comunicação mais


profunda e demorada entre os agentes envolvidos.

Em pesquisas formais, o que diferencia a observação enquanto


técnica de coleta de material da simples impressão é o fato de ser orientada por
objetivos previamente fixados, planejada, sistematizada e registrada.

Implica a formulação de um plano de pesquisa, mesmo que


este sofra modificações justificadas ao longo do processo investigatório.

Tende, a técnica de observação, a ser superior às dos


materiais resultantes de outras técnicas de coleta, visto que parece ser mais fácil
blefar, faltar com a verdade em situações que envolvem aplicação de formulários,
questionários, entrevistas, do que fazer o mesmo no processo de observação.

A observação, no contexto das pesquisas de campo e de


laboratório, pressupõe que o pesquisador examine a realidade investigada,
explorando os recursos dos sentidos (visão, audição, olfato, tato e paladar), a saber:

 Um vilarejo – estudos antropológicos.

 Uma tribo – estudos etnológicos.

 Uma organização – estudos organizacionais.

 Uma coleção de ratos – estudos de medicina experimental.

Torna-se indispensável decidir previamente:

 Quais os objetivos a serem atingidos com a pesquisa.

 Quais os aspectos da realidade que serão privilegiados no processo


observacional (pelo menos, inicialmente).
56

 Qual tipo de observação (participante ou não-participante).

 Caráter quantitativo: qual o tamanho da população envolvida.

 Caráter qualitativo: qual a unidade de estudo ou quais as unidades.

 Qual a regularidade e a extensão de tempo previsto para ocorrer a observação.

5.4.1 Tipos de Observação

a) Observação Participante

Quando o pesquisador estiver convencido de que o processo


de coleta de materiais ganhará em profundidade, extensão e credibilidade na
medida em que participar ativamente do cotidiano que marca a realidade
investigada.

A credibilidade do uso dessa técnica depende, em grande


parte, das exigências de rigor crescentes nas atividades investigatórias.

b) Observação Não Participante

Ocorre quando o pesquisador tem convicção de que a coleta


dos materiais terá mais êxito na medida em que resguardar sua identidade e
assumir uma postura de espectador dos eventos observados ou do cotidiano dos
grupos observados.

5.4.2 Vantagens da Observação

 Reunião de multiplicidade de informações.

 Riqueza de detalhes nas descrições da observação.


57

 Capacidade de o pesquisador imprimir sentido àquilo que observa e tecer


interpretações de intensidade, embasadas no referencial teórico.

 Permite ao pesquisador trabalhar a espontaneidade e a qualidade do material


reunido.

 Permite o pesquisador não apenas conhecer o discurso e as ações individuais


dos sujeitos, mas igualmente o contexto em que o fenômeno ocorre.

5.4.3 Desvantagens da Observação

 É impossível o observador estar presente em todos os lugares ao mesmo tempo,


pode estar ausente no exato momento em que ocorrem situações de expressivo
significado para a pesquisa.

 A quantidade e a variedade de material coletado dificultam seu tratamento e


análise, por ser difícil transpor o material vivo para o plano conceptual.

 As pessoas envolvidas no fenômeno investigado são singulares. Aquela que não


concordar em participar não poderá ser substituída, o que pode ocorrer em
entrevistar, questionários e formulários.

 Os trâmites para os primeiros contatos podem levar meses.

 A presença contínua de um estranho no grupo, cuja função é observar, tende a


ser menos tolerada do em circunstâncias de entrevista.

5.5 O MÉTODO DE ESTUDO DE CASO

O Método de Estudo de caso serve como exemplo de


Abordagem Qualitativa.

Segundo GIL,
58

O estudo de caso é uma modalidade de pesquisa amplamente


utilizada nas ciências biomédicas e sociais. Consiste no estudo
profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que
permita seu amplo e detalhado conhecimento,tarefas
praticamente impossível mediante outros delineamentos já
considerados. 8

As origens do estudo de caso são bastante remotas. Prendem-


se ao método introduzido por C.C. Laugdell, no ensino jurídico nos Estados Unidos.
Sua difusão, entretanto, está ligada à prática psicoterapêutica caracterizada pela
reconstrução da história do indivíduo, bem como ao trabalho dos assistentes sociais,
junto a indivíduos, grupos e comunidade.

Atualmente o estudo de caso é adotado na investigação de


fenômenos das mais diversas áreas do conhecimento.

O estudo de caso pode ser visto como técnica psicoterápica,


como método de pesquisa. Neste último sentido que é o que interessa em
Metodologia Científica, pode ser definido como um conjunto de dados investigados,
em uma fase ou na totalidade, em uma pessoa, uma família, um profissional, uma
instituição social, uma comunidade ou uma nação.

A maior utilidade do estudo de caso é verificada nas


pesquisas exploratórias.

Devido sua flexibilidade

 É recomendável nas fases iniciais de uma investigação sobre temas complexos.


 Para a construção de hipóteses.
 Para reformulação do problema.
 Nas situações em que o objeto de estudo já é suficientemente conhecido a ponto
de ser enquadrado em determinado tipo ideal.

5.5.1 Vantagens e Limitações do Estudo de Caso

8
Antonio Carlos Gil. Como elaborar projetos de pesquisa. 2002, p. 54.
59

a) O estímulo a novas descobertas - em virtude da flexibilidade do planejamento


do estudo de caso, o pesquisador, ao longo de seu processo:

 Mantém-se atento a novas descobertas.


 Dispõe de um plano inicial, e ao longo da pesquisa quanto ao que não havia
previsto.
 Aspectos que não havia previsto podem tornar-se mais relevantes do que os
iniciais.
 Focaliza, para resolução dos problemas, principalmente os estudos exploratórios.

b) A ênfase na totalidade – o pesquisador volta-se para a multiplicidade de


dimensões de um problema, focalizando-o como um todo. Desta forma, os
relatórios dos estudos de caso caracterizam-se pela utilização de uma linguagem
e de uma forma mais acessível do que os outros relatórios de pesquisa.

c) Limitações

 Dificuldade de generalização dos dados obtidos (a mais grave).


 Pode ocorrer que a unidade escolhida para a investigação seja bastante anormal
em relação a muitas de sua espécie.
 Pode exigir do pesquisador nível de capacitação mais elevada que o requerido
para outros tipos de delineamento.
 Sugere-se, para delineamento de estudo de caso, objetos extremos ou
marginais.

5.5.2 Delineamento de um Estudo de Caso

O estudo de caso caracteriza-se pela flexibilidade. Isto significa


que é possível estabelecer um roteiro rígido que determine com precisão como
deverá ser desenvolvida a pesquisa. Podem-se distinguir quatro fases:

a) Delimitação de unidade caso.


b) Coleta de dados.
60

c) Análise e interpretação dos dados


d) Redação do relatório.

Desse modo, de acordo com VENTURA,9descrever e


caracterizar estudos de caso não é uma tarefa fácil, pois eles são usados de modos
diferentes, com abordagens quantitativas e qualitativas, com aplicação em muitos
campos do conhecimento, principalmente na Medicina, Psicologia, em outras áreas
da saúde, e também, nas áreas tecnológicas, humanas e sociais, entre outras.

Vale ressaltar que, com essa técnica de pesquisa, supõe-se


que com este procedimento pode-se adquirir conhecimentos significativos do
fenômeno estudado a partir da exploração intensa de um único caso.

9
Magda Maria Ventura. O estudo de caso como modalidade de pesquisa. Disponível em:
www.unisc.br/portal Acessado em: 18/out/2013.
61

6. ETAPAS DA PESQUISA

A elaboração de um projeto de pesquisa é feita mediante a


consideração das etapas necessárias ao desenvolvimento da pesquisa. Sua
estrutura é determinada pelo tipo do problema a ser pesquisado e também pelo
estilo do autor. É necessário que o projeto esclareça como se processará a
pesquisa, quais as etapas que serão desenvolvidas e quais os recursos que devem
ser alocados para atingir seus objetivos.

As etapas da pesquisa ou elementos habitualmente requeridos


num projeto são os seguintes:

 Escolha do tema.
 Revisão de literatura.
 Justificativa.
 Formulação de um problema.
 Determinação de objetivos.
 Construção de hipóteses.
 Delineamento metodológico.
 Coleta dos dados.
 Tabulação de dados.
 Análise e discussão dos resultados.
 Conclusão da análise e interpretação dos resultados.
 Redação e Apresentação do trabalho científico.

6.1 ESCOLHA DO TEMA

O tema é um aspecto ou área de interesse de um assunto que


se deseja provar ou desenvolver. Escolher um tema significa eleger uma parcela
delimitada de um assunto estabelecendo limites ou restrições para o
desenvolvimento da pesquisa pretendida.
62

Nesta etapa o pesquisador deverá responder à pergunta: O


que pretendo abordar?

O pesquisador poderá definir o tema de sua pesquisa tendo


como base a observação do cotidiano, sua vida profissional, programas de pesquisa,
o feedback (apoio) de pesquisa já realizado, estudos de literatura especializados,
entre outros.

É de grande importância, para a escolha do tema, que o


pesquisador observe a atualidade e relevância do assunto, o seu conhecimento a
respeito, a sua preferência e aptidão pessoal para lidar com o tema escolhido.

6.1.1 Fatores

Por ser o assunto que se deseja provar ou desenvolver.


Devem-se levar em consideração os seguintes fatores:

a) Internos

 Selecionar um assunto, tendo presente o domínio sobre o qual vai trabalhar.


 Assunto compatível com qualificações pessoais, da formação universitária e pós-
graduação, ou seja, da aprendizagem, da vivência intelectual no meio do estudo
universitário e no ambiente científico e cultural.
 Encontrar um objeto que mereça ser investigado cientificamente, formulado e
determinado em função da pesquisa.

b) Externos

 Disponibilidade do tempo para realizar uma pesquisa completa e aprofundada.


 Existência de obras pertinentes ao assunto.
 Possibilidade de consultar especialistas da área.

6.1.2Delimitação do Assunto
63

O pesquisador deve evitar assuntos já explorados


recentemente, como também temas muito amplos, que conduzem a discussões
intermináveis, fazendo a delimitação do assunto que implica:

a) Distinguir o sujeito e o objeto da questão 10

O sujeito é a realidade a respeito da qual se deseja saber


alguma coisa. É o universo da referência.

O objeto de um assunto é o tema propriamente dito.


Corresponde àquilo que se deseja saber, estudar ou realizar a respeito do sujeito. É
o conteúdo que se focaliza, em torno do qual gira toda a discussão ou indagação.

Exemplo:

Organização do trabalho - o sujeito é trabalho; o objeto é organização.



Tema

b) Especificar os limites da extensão tanto do sujeito quanto do objeto, por


intermédio de: adjetivos explicativos ou restritivos.

 Adjetivo explicativo: designam-se as qualidades, condições ou estados


essenciais ao sujeito ou objeto. É um desdobramento das partes constituintes de
um ser.

Organização social do trabalho.

 Adjetivo restritivo ou acidental: indicam as qualidades, condições ou estados


acidentais do sujeito ou objeto. É um acréscimo arbitrário.

Organização atual do trabalho.

10
Salvador apud Eva Maria Lakatos; Marina de Andrade Marconi. Metodologia do trabalho científico.
1992, p 45. (b)
64

 Complementos nominais ou especificação: são pessoas ou coisas que,


acrescentadas a substantivos ou adjetivos, especificam a ação ou sentimentos
queos mesmos substantivos ou adjetivos designam.

Organização social do trabalho de produção artesanal.

 Determinação das circunstâncias: às vezes, pode ser necessário determinar


as circunstâncias que limitam, mais ainda, a extensão do assunto, especialmente
de tempo e espaço.

Organização social do trabalho de produção artesanal durante a Idade Média na


Europa Ocidental.

Definido o tema, o pesquisador irá levantar e analisar a


literatura já publicada sobre o tema.

6.2 REVISÃO DE LITERATURA

É uma das etapas mais importante de um projeto de pesquisa.


Refere-se à fundamentação teórica que o pesquisador irá adotar para tratar o tema e
o problema de pesquisa. Por meio da análise da literatura publicada o pesquisador
irá traçar um quadro teórico e fará a estruturação conceitual que dará sustentação
ao desenvolvimento da pesquisa.

Nesta fase o pesquisador deverá responder às seguintes


questões:

 Quem já escreveu sobre o assunto e o que já foi publicado?


 Que aspectos já foram abordados?
 Quais as lacunas existentes na literatura?

A revisão de literatura em um trabalho de pesquisa pode ser


realizada com os seguintes objetivos:
65

a) Determinação do estado da arte – onde o pesquisador irá procurar mostrar por


intermédio da literatura já publicada o que ele sabe sobre o tema, quais as
lacunas existentes e onde se encontram os principais entraves teóricos ou
metodológicos.

b) Revisão teórica – na qual o pesquisador insere o problema de pesquisa dentro


de um quadro de referência teórico para explicá-lo.

c) Revisão empírica – aqui o pesquisador procura explicar como o problema vem


sendo pesquisado do ponto de vista metodológico, procurando responder:

 Quais os procedimentos normalmente empregados no estudo desse problema?


 Que fatores vêm afetando os resultados?
 Que propostas têm sido feitas para explicá-los ou controlá-los?
 Que procedimentos vêm sendo empregados para analisar os resultados?
 Há relatos de manutenção e generalização dos resultados obtidos?
 Do que elas dependem?

d) Revisão histórica - é aquela em que o pesquisador busca recuperar a evolução


de um conceito, tema, abordagem ou outros aspectos, fazendo a inserção dessa
evolução dentro de um quadro teórico de referência que explique os fatores
determinantes e as implicações das mudanças.

6.3 JUSTIFICATIVA

Nesta fase o pesquisador irá refletir o porquê da realização da


pesquisa, procurando identificar as razões da preferência pelo tema escolhido e sua
importância face a outros temas. As questões serão:

 Para você o tema é relevante e se for, por quê?


 Quais os pontos positivos que você percebe na abordagem da proposta?
 Que vantagens e benefícios você pressupõe que sua pesquisa irá proporcionar?
66

A justificativa deverá convencer, a quem for ler o projeto, com


relação a importância e a relevância da pesquisa proposta.

6.4 PROBLEMÁTICA

Um problema (o objeto) é um fato ou fenômeno que ainda não


possui resposta ou explicações. Sua solução só é possível por meio da pesquisa. A
escolha do problema de pesquisa deve ser a primeira tarefa do pesquisador, da sua
formulação dependerá o desenvolvimento da pesquisa.

O problema científico é a questão não solvida e que é objeto de


discussão, em qualquer domínio do conhecimento. Nem todo problema é passível
de tratamento científico. Isso significa que para realizar uma pesquisa é necessário,
em primeiro lugar, verificar se o problema cogitado se enquadra na categoria de
científico.

Problema é uma questão que a pesquisa pretende responder,


portanto, todo o processo de pesquisa irá girar em torno de sua solução.

6.4.1 Escolha do Problema de Pesquisa

Faz-se necessário fazer as seguintes perguntas:

 O problema é original?
 O problema é relevante?
 Ainda que seja interessante é adequado para mim?
 Tenho possibilidades reais para executar tal pesquisa?
 Meus recursos viabilizarão tal pesquisa?
 Terei tempo suficiente para investigar tal questão?

6.4.2 Formulação do Problema de Pesquisa

a) Diretrizes do problema
67

 O problema deve ser formulado como uma pergunta.


 Deve ser delimitado de modo claro, preciso e viável.
 Apresentar, sempre que possível algumas referências empíricas.

b) Indagações

 Por que pesquisar?


 Qual a relevância do problema?
 Quem será o beneficiário do resultado?

6.5DETERMINAÇÃO DOS OBJETIVOS

Nesta etapa o pesquisador pensará a respeito de sua intenção


ao propor a pesquisa. Os objetivos devem estar coerentes com a justificativa e o
problema proposto, como também, informarão quais as propostas da pesquisa,
quais os resultados que o pesquisador pretende alcançar ou qual a contribuição que
sua pesquisa irá efetivamente proporcionar.

a) Objetivo geral – está ligado a uma visão global e abrangente do tema.


Relaciona-se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenômenos e eventos, quer
das idéias estudadas. Vincula-se diretamente à própria significação da tese
proposta pelo projeto.

b) Objetivos específicos – apresentam caráter mais concreto. Têm função


intermediária e instrumental permitindo, de um lado, atingir o objetivo geral e, de
outro, aplicar este a situações particulares.

Os enunciados dos objetivos devem começar com um verbo no


infinitivo e este verbo deve indicar uma ação passível de mensuração. Os verbos
determinam estágios cognitivos de:

 Conhecimento – conhecer, apontar, arrolar, definir, enunciar, inscrever,


registrar, relatar, repetir, sublinhar, nomear.
68

 Compreensão – compreender, descrever, discutir, esclarecer, examinar,


explicar, expressar, identificar, localizar, traduzir, transcrever.

 Aplicação – aplicar, demonstrar, empregar, ilustrar, interpretar, inventariar,


manipular, praticar, traçar, usar.

 Análise – analisar, classificar, comparar, constatar, criticar, debater, diferenciar,


distinguir, examinar, provar, investigar, experimentar.

 Síntese – sintetizar, articular, compor, constituir, coordenar, reunir, organizar,


esquematizar.

 Avaliação – avaliar, apreciar, eliminar, escolher, estimar, julgar, preferir,


selecionar, validar, valorizar.

6.6 HIPÓTESE

A hipótese sugere explicações para o fato estudado e antecipa


soluções para o problema escolhido.

A hipótese ou hipóteses são suposições colocadas como


respostas plausíveis e provisórias para o problema de pesquisa. São provisórias
porque poderão ser confirmadas ou refutadas com o desenvolvimento da pesquisa.
Irão orientar o planejamento dos procedimentos metodológicos necessários à
execução da pesquisa.

O processo de pesquisa estará voltado para a procura de


evidências que comprovem, sustentem ou refutem a afirmativa feita na hipótese. A
hipótese define até onde o pesquisador quer chegar e, por isso, será a diretriz de
todo o processo de investigação. A hipótese é sempre uma afirmação ou resposta
ao problema proposto.

Uma vez formulado o problema é propostouma resposta


69

suposta, provável e provisória, ou seja, hipótese, que seria o que se acha plausível
como solução do problema.

6.6.1 Construção da hipótese

A construção da hipótese é realizada a partir:

 Da observação dos fatos.


 De poder incluir resultado de outras pesquisas.
 Da intuição do pesquisador.
 De constituir-se, em relação ao pesquisador, de:
- suas crenças;
- seus valores;
- suas aspirações;
- suas esperanças;
- seus sonhos.

6.6.2 Características das Hipóteses - boas hipóteses têm:

 Clareza conceitual.
 Definição operacional.
 Especificidade.
 Referências empíricas, evitando o uso de julgamentos de valor (bom, mau,
pobre, bonito, e outros).
 Relacionar-se a uma teoria, quando possível.

LAKATOS e MARCONI,11listaram onze características. São


elas:

1) Consistência lógica – o enunciado das hipóteses não pode ter contradições e


deve ter compatibilidade com o corpo de conhecimentos científicos.

11
Eva Maria Lakatos; Marina de Andrade Marconi.Op. Cit. p. 123. (a)
70

2) Verificabilidade – devem ser passíveis de verificação.

3) Simplicidade – devem evitar enunciados complexos.

4) Relevância – devem ter poder preceptivo como também explicativo.

5) Apoio técnico – devem ser baseadas em teoria para ter maior probabilidade de
apresentar genuína contribuição ao conhecimento científico.

6) Especificidade – devem indicar as operações e previsões a que ela deve ser


exposta.

7) Plausibilidade e clareza – propor algo admissível de maneira que o enunciado


possibilite seu entendimento.

8) Profundidade, fertilidade e originalidade – devem especificar os mecanismos


aos quais obedecem para alcançar níveis mais profundos da realidade.

9) Formulação de deduções - favorecer o maior número de deduções e expressar


uma solução nova para o problema.

10) Quanto as variáveis – uma hipótese é um conjunto de variáveis inter-


relacionadas.

11) Proposição, condição ou princípio – aceitos provisoriamente, comprovados


por intermédio de um método.

6.6.3 Classificação das Hipóteses

a) Hipótese básica – é a afirmação escolhida pelo pesquisador como a principal


resposta ao problema proposto. Pode adquirir diferentes formas, como:

 Afirma, em dadas situações a presença ou ausência de certos fenômenos.


 Quanto à natureza ou característica do fenômeno se refere a uma situação
71

específica.
 Aponta a existência ou não de determinadas relações entre os fenômenos.
 Prevê variações concomitantes, direta ou inversa entre os fenômenos.

b) Hipóteses secundárias - são afirmações complementares e significam outras


possibilidades de resposta para o problema. A saber:

 Apresenta em detalhes o que a hipótese básica afirma em geral.


 Engloba aspectos não específicos na hipótese básica.
 Indica relações deduzidas.
 Decompõe em pormenores a afirmação geral.
 Aponta outras relações possíveis de serem encontradas.

6.6.4Verificação das Hipóteses - Experimentação

A experimentação pode ser definida como um conjunto de


procedimentos estabelecidos para verificação das hipóteses.

A experimentação é sempre realizada em situação de


12
laboratório, isto é, com controle de circunstâncias e variáveis que possam interferir
na relação de causa e efeito que está sendo estudada.

a) De acordo com GIL,13

O termo variável é dos mais empregados na linguagem usada


pelos pesquisadores. Seu objetivo é o de conferir com maior precisão aos
enunciados científicos, sejam hipóteses, teorias, leis, princípios ou generalizações.

O conceito de variável refere-se a tudo aquilo que pode


assumir diferentes valores ou diferentes aspectos, segundo os casos particulares ou
as circunstâncias. Assim, idade é uma variável porque pode abranger diferentes
valores. Da mesma maneira estatura, peso, temperatura, e outros. Classe social
12
Variável: tudo aquilo que pode mudar, que pode variar, que é inconstante.
13
Antônio Carlos Gil. Op. Cit. p. 32
72

também é uma variável. Embora este conceito não possa assumir valores
numéricos, pode abranger categorias diversas, como: alta, média e baixa.

a) Variável independente – quando as hipóteses enunciam uma relação de


antecedência.

b) Variável dependente – quando as hipóteses enunciam uma relação de


conseqüência entre os dois fenômenos.

Muitas das hipóteses elaboradas por pesquisadores sociais


estabelecem a existência de associação entre variáveis.

Exemplos:

 Hipótese: alunos do curso de Administração são mais conservadores que os de


História.
 Variáveis: curso e conservadorismo.

 Hipótese: o índice de suicídios é maior entre os solteiros que os casados.


 Variáveis: estado civil e índice de suicídios.

 Hipótese: países economicamente desenvolvidos apresentam baixos índices de


analfabetismo.
 Variáveis: desenvolvimento econômico e índice de analfabetismo.

Nestes casos as hipóteses afirmam a existência de relação


entre as variáveis, podem até indicar a força ou sentido desta relação, mas nada
estabelecem em termos de causalidade, dependência ou influência.

c) Relação das hipóteses de dependência entre duas ou mais variáveis

Na experimentação busca-se descobrir se a relação existe e


qual é a proporção de variação encontrada nessa relação. Os principais tipos de
relações entre as variáveis são:
73

 Simétrica – quando nenhuma das varáveis exerce influência sobre a outra (não
tem interesse para a ciência).

 Recíproca – onde cada uma das variáveis é, altamente, causa e efeito,


exercendo contínuo efeito uma sobre a outra, o que acontece com alguma
freqüência em ciências sociais.

 Assimétrica – onde uma variável (independente) exerce efeito sobre outra


(dependente). Essa relação é o cerne da análise em ciências sociais.

Exemplos:

Hipótese: A mãe deve amamentar o filho.

A classe social da mãe influencia no tempo de amamentação dos filhos.

Variável independente: Variável dependente:


classe social (x) tempo de amamentação (y)

Hipótese: O professor deve aplicar o reforço escolar.

O reforço do professor tem como efeito melhoria na leitura do aluno.

Variável independente: Variável dependente:


Reforço do professor (x) melhoria na leitura do aluno (y)

As hipóteses deste grupo estabelecem que uma variável


interfere na outra. Há uma relação de dependência entre as variáveis.

6.7 DELINEAMENTO METODOLÓGICO14

O delineamento metodológico de uma pesquisa inicia-se com a

14
Cf. 5º capítulo. Pesquisa de Campo.
74

seleção da fonte de dados. Os dados podem ser fornecidos por pessoas ou “papel”
(documentos).

Nesta etapa o pesquisador irá definir onde e como será


realizada a pesquisa. A saber:

 Definirá o tipo de pesquisa.


 A população (universo da pesquisa).
 A amostragem.
 Os instrumentos de coleta de dados.
 A forma como pretende tabular e analisar seus dados.

População (ou universo da pesquisa) é a totalidade de


indivíduos que possuem as mesmas características definidas para um determinado
estudo.

Amostra é à parte da população ou do universo, selecionada


de acordo com uma regra ou plano. Podem ser probabilísticas e não probabilísticas.

a) Amostras Probabilísticas – são compostas por sorteio e podem ser:

 Amostra casual simples – cada elemento da população tem oportunidade igual


de ser incluído na amostra.

 Amostra casual estratificada – cada estrato, definido previamente, estará


representado na amostra.

 Amostra por agrupamento – reunião de amostras representativas de uma


população.

b) Amostras Não Probabilísticas

 Amostras acidentais – compostas por acaso, com pessoas que vão


75

aparecendo.

 Amostras por quota – diversos elementos constantes da população (universo),


na mesma proporção.

 Amostras intencionais – escolhidos casos para a amostra que representem o


bom julgamento da população (universo).

Para definição das amostras recomenda-se a aplicação de


técnicas estatísticas. Quanto à definição de coleta de dados dependerá dos
objetivos que se pretende alcançar com a pesquisa e do universo a ser investigado.

6.7.1 Os Instrumentos de Coleta de Dados mais Tradicionais são:

a) Observação

Quando se utilizam os sentidos na obtenção de dados de


determinados aspectos da realidade. A observação pode se:

 Assistemática – não tem planejamento e controle previamente elaborados.


 Sistemática – tem planejamento, realiza-se em condições controladas para
responder os propósitos pré-estabelecidos.
 Não participante – o observador presencia o fato mas não participa.
 Individual – realizada por um pesquisador.
 Em equipe – feita por um grupo de pessoas.
 Na vida real – registro de dados à medida que ocorrem.
 Em laboratório – onde tudo é controlado.

b) Entrevista

 Padronizada ou Estruturada – roteiro previamente estabelecido.


 Despadronizada ou Não-Estruturada – não existe rigidez de roteiro. Podem-se
explorar mais amplamente algumas questões.
76

c) Questionário

É uma série ordenada de perguntas que devem ser


respondidas por escrito, pelo informante. O questionário deve ser objetivo, limitado
em extensão e estar acompanhado de instruções.

As instruções do questionário devem esclarecer o propósito de


sua aplicação, ressaltar a importância da colaboração do informante e facilitar o
preenchimento. É a técnica por excelência da pesquisa social, possibilita atingir um
grande número de sujeitos. É constituído por uma série de perguntas que devem ser
respondidas por escrito, sem a presença do pesquisador.

 Compreende em:
- Pouco gasto.
- Garante o anonimato.
- Dá liberdade ao respondente.
- Não expõe o pesquisado à influência das opiniões do pesquisador.

 Construção do Questionário - é a tradução dos objetivos específicos da


pesquisa.

As perguntas podem ser:


- Abertas – Qual é a sua opinião?
- Fechadas – duas escolhas: sim ou não.
- Duplas ou semi-abetas – há preocupação de o pesquisador minimizar os efeitos
indesejados das perguntas abertas e das fechadas.
- Múltiplas escolhas – fechadas com uma série de respostas possíveis.

As perguntas devem ser:


- Claras.
- Levar em consideração a escolaridade.
- Sistema de referência do sujeito.
- Possibilitar uma única interpretação.
- Não sugerir resposta.
77

- Referir-se a uma única idéia.

 Recomendações úteis:
- O questionário deverá ser construído em blocos temáticos obedecendo a uma
ordem lógica na elaboração das perguntas.

- A redação das perguntas deverá ser feita em linguagem compreensível ao


informante, de maneira a ser acessível ao entendimento da média da população
estudada.

- A formulação das perguntas deverá evitar a possibilidade de interpretação dúbia,


sugerir ou induzir a resposta.

- Cada pergunta deverá focar apenas uma questão para ser analisada pelo
informante.

- O questionário deverá conter apenas as perguntas relacionadas aos objetivos da


pesquisa. Devem ser evitadas perguntas que, de antemão, já se sabe que não
serão respondidas com honestidade.

À análise dos dados coletados, pressupõe o


estabelecimento de categorias, da codificação, tabulação, análise estatística e
interpretação desses dados.

d) Formulário

A principal diferença entre o questionário e o formulário é a


forma de aplicação de ambos – enquanto o questionário é aplicado por meios
indiretos, sem a presença do pesquisador-aplicador; o formulário é aplicado de
forma direta, com a presença obrigatória do pesquisador-aplicador.

Portanto, formulário é uma coleção de questões perguntadas e


anotadas por um pesquisador numa situação face a face com a outra pessoa, o
informante ou respondente.
78

6.8 COLETA DE DADOS

Nesta etapa o pesquisador fará a pesquisa de campo


propriamente dita. Para obter êxito neste processo duas qualidades são
fundamentais: a paciência e a persistência.

O instrumento de coleta de dados escolhido deverá


proporcionar uma interação efetiva entre o pesquisador, o informante e a pesquisa
que está sendo realizada. Para facilitar o processo de tabulação de dados, por meio
de suportes computacionais (computadores), as questões e suas respostas devem
ser previamente codificadas.

A coleta de dados estará relacionada com o problema, a


hipótese ou os pressupostos da pesquisa e objetiva obter elementos para que os
objetivos propostos na pesquisa sejam alcançados.

Neste estágio também são escolhidas as possíveis formas de


tabulação e apresentação dos dados. Os meios, ou seja, os métodos estatísticos, os
instrumentos manuais ou computacionais que serão usados para facilitar a
interpretação e análise dos dados.

6.9ILUSTRAÇÕES, TABULAÇÃO E APRESENTAÇÃO DOS DADOS

As ilustrações compreendem quadros, gráficos, desenhos,


mapas e fotografias, lâminas, quadros, plantas, retratos, organogramas,
fluxogramas, esquemas ou outros elementos autônomos e demonstrativos de
síntese necessária à complementação e melhor visualização do texto. Devem
aparecer sempre que possível na própria folha onde está inserido o texto, porém,
caso não seja possível, apresentar a ilustração em página própria.

O pesquisador, nesta etapa, poderá lançar mão de recursos


manuais ou computacionais para organizar os dados obtidos na pesquisa de campo,
para dar suporte à elaboração de índices e cálculos estatísticos, tabelas, quadros,
gráficos e outros.
79

6.9.1 Tabela

Quanto às tabelas, elas constituem uma forma adequada para


apresentar dados numéricos, principalmente quando compreendem valores
comparativos. Consequentemente, devem ser preparadas de maneira que o leitor
possa entendê-las sem que seja necessária a recorrência no texto, da mesma forma
que o texto deve prescindir das tabelas para sua compreensão. Recomenda-se,
pois, seguir, as normas do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Uma tabela deve apresentar os dados de modo resumido e


seguro oferecendo uma visão geral do comportamento do fenômeno. A tabela é
constituída dos seguintes elementos: Título; Cabeçalho; Corpo da Tabela; Fonte.

Título: é a indicação que precede a tabela (topo) e contém a


identificação de três fatores do fenômeno.

 A época à qual se refere


 O local onde ocorreu o evento
 O fenômeno que é descrito

Cabeçalho: é a parte superior da tabela que especifica o


conteúdo das colunas.
80

Corpo da tabela: é o espaço que contém as informações


sobre o fenômeno observado.

Fonte: é a indicação da entidade responsável pelo


levantamento dos dados.

 A tabela possui seu número independente e consecutivo.

 O título da tabela deve ser o mais completo possível dando indicações claras e
precisas a respeito do conteúdo.

 O título deve figurar acima da tabela, precedido da palavra Tabela e de seu


número de ordem no texto, em algarismos arábicos. Exemplo: Tabela 1.

 Devem ser inseridas mais próximas possível ao texto onde foram mencionadas.

 A indicação da fonte, responsável pelo fornecimento de dados utilizados na


construção de uma tabela, deve ser sempre indicada no rodapé da mesma (da
própria tabela), precedida da palavra Fonte:após o fio de fechamento.

 Notas eventuais e referentes aos dados da tabela devem ser colocadas também
no rodapé da mesma, após o fio do fechamento.

 Os fios horizontais e verticais devem ser utilizados para separar os títulos das
colunas. Os fios verticais no início e no fim da tabela são excluídos.

 Nos cabeçalhos das tabelas, em fios horizontais para fechá-las na parte inferior.

 Nenhum tipo e fio devem ser utilizados para separar as colunas ou as linhas.

 No caso de tabelas grandes e que não caibam em uma só folha, deve-se dar
continuidade à mesma na folha seguinte; nesse caso, o fio horizontal de
fechamento deve ser colocado apenas no final da tabela, ou seja, na folha
81

seguinte. Nesta folha também são repetidos os títulos e o cabeçalho.

Quando a tabela ultrapassar as dimensões da página deve


obedecer ao que se segue: 15

Cada página deve ter o conteúdo do topo e o cabeçalho da


parte ou só o cabeçalho da parte.

 Cada página deve conter as seguintes indicações: (continua) para a primeira no


topo da primeira página, (continuação) no topo a partir da segunda página, e
para as demais, e (conclusão) no topo da última página.

 Cada página deve ter colunas indicadoras e seus respectivos cabeçalhos.

 O traço horizontal da moldura que separa o rodapé deve ser apresentado


somente em cada página que contenha a última linha da tabela.

 O conteúdo do rodapé só deve ser apresentando na página de conclusão.

6.9.2 Gráfico 16

A representação gráfica tem por objetivo transmitir ao leitor, por


intermédio do gráfico, uma visão clara do comportamento do fenômeno em estudo,
uma vez que, os gráficos transmitem informações de forma mais imediata do que a
tabela comum, em que a supremacia de determinadas grandezas não aparecem
com tanta nitidez como num gráfico.

A representação gráfica de um fenômeno deve obedecer a


certos requisitos fundamentais para serem realmente úteis.

a) Simplicidade – o gráfico deve ser destituído de detalhes de importância


15
Brasil. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Disponível em
www.biblioteca.ibge.gov.brAcessado em 18/out/2013.
16
Brasil. Normas de apresentação tabular. Disponível em www.sei.ba.gov.brAcessado em
18/out/2013.
82

secundária, evitando-se, também, traços desnecessários que possam levar o


observador a uma interpretação equivocada do fenômeno.

Um dos problemas mais frequentes na execução de gráficos é


a falta de simplicidade. Com a facilidade do uso da informática para a construção de
gráficos deve-se ter o cuidado de não ser tentado apenas pelo impulso artístico,
exagerando no número de linhas inúteis ou fantasiosas, dificultando a leitura e
prejudicando assim, o seu objetivo primordial que é o de passar ao leitor uma
informação objetiva e imediata.

b) Clareza – O gráfico deve possibilitar uma correta interpretação dos valores


representativos do fenômeno em estudo.

c) Veracidade – O gráfico deve ser a verdadeira expressão do fenômeno em


estudo.

GRÁFICO 3. A RESPONSABILIDADE DE EDUCAR AS CRIANÇAS

O Gráfico 3. demonstra o resultado da pesquisa de opinião


dos sessenta pais e mostra que 76,7% dos pais opinaram que sempre a
responsabilidade educacional escolar não é exclusivamente do professor, mas da
relação existente entre a família e a escola; 10% opinaram que quase sempre a
responsabilidade é exclusivamente da família, enquanto 10% afirmaram que às
83

vezes a família é o segmento responsável; 3,3% disseram que nunca a


responsabilidade é da família, o que evidencia que, segundo a opinião destes, a
escola e os seus atores são únicos responsáveis pela educação de seus filhos.

6.9.3 Características Indispensáveis nos Gráficos

 Deve ter título (o mais completo possível) e escala, para ser interpretados sem
necessidade de esclarecimentos adicionais no texto.

 O título do gráfico pode ser escrito em cima ou abaixo do gráfico.

 No eixo das abscissas,17a escala cresce da esquerda para direita e é escrita


embaixo do eixo.

 No eixo das ordenadas, a escala cresce de baixo para cima e é escrita à


esquerda do eixo.

 Podem-se utilizar setas para indicar a orientação dos eixos.

 As variáveis representadas em cada eixo devem ser identificadas. Para as


ordenadas escreve-se o nome da variável na extremidade do eixo. E para as
abscissas escreve-se embaixo da escala.

 A escala deve ser iniciada em zero, caso a escala seja muito elevada pode ser
feita uma interrupção no eixo. Este recomendação não se aplica a variável data.

 O sistema de eixos e linhas auxiliares deve ser grafado com traço mais claro.

 Para facilitar leituras de valores da variável pode utilizar linhas auxiliares.

 Os gráficos podem exibir no rodapé a fonte que forneceu os dados.

17
Abscissa: linha cortada. Uma das duas coordenadas que servem para fixar um ponto num plano.
84

 Deve-se manter uma proporcionalidade entre o comprimento do eixo das


ordenadas (altura do gráfico) de mínimo de 60% do comprimento da abscissa.

6.10 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Nesta etapa, o pesquisador interpretará e analisará os dados


que tabulou e organizou na anterior.

A análise deve ser feita para atender aos objetivos da pesquisa


e para comparar e confrontar dados e provas com o objetivo de confirmar ou rejeitar
a hipótese ou as hipóteses, como também os pressupostos da pesquisa.

6.11 CONCLUSÃO DA ANÁLISE E DOS RESULTADOS OBTIDOS

Os resultados obtidos com a pesquisa fazem com que o


pesquisador, nesta etapa, tenha condições de sintetizar os mesmos. Deverá
explicitar se os objetivos foram atingidos, se a hipótese, hipóteses ou pressupostos
foram confirmados ou rejeitados. Deverá, principalmente, ressaltar a contribuição da
sua pesquisa para o meio acadêmico ou para o desenvolvimento da ciência e da
tecnologia.

6.12 REDAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO TRABALHO CIENTÍFICO

Nesta etapa, o pesquisador deverá redigir seu trabalho de


pesquisa (trabalho acadêmico, monografia, dissertação, tese, entre outros) de modo
apurado, gramaticalmente correto, fraselogicamente claro, terminologicamente
preciso e estilisticamente agradável. As etapas aqui identificadas e as orientações
feitas deverão servir de guia à elaboração de uma pesquisa e não devem impedir a
criatividade ou causar entraves à elaboração da pesquisa.

As Normas de Documentação da ABNT - Associação Brasileira


de Normas Técnicas deverão ser consultadas visando a padronização das
indicações bibliográficas e a apresentação gráfica do texto.
85

IMPORTANTE: as normas e orientações do próprio curso,


elencadas pela ABNT, também, deverão ser consultadas.

6.13 ESQUEMA DAS FASES DO MÉTODO DE PESQUISA

SELEÇÃO DO
TEMA
1ª FASE HIPÓTESE
FORMAÇÃO
DO PROBLEMA
PROJETO

PROCESSO DE
2ª FASE PLANEJAMENTO
DA PESQUISA

SELEÇÃO DA
AMOSTRA

COLETA DE ESCOLHA DA
3ª FASE DADOS TÉCNICA

CLASSIFICAÇÃO E
ORGANIZAÇÃO
DOS DADOS

PROCESSO DE
4ª FASE PLAINTERPRETAÇÃO
DOS DADOS

COMUNICAÇÃO
5ª FASE DOS RESULTADOS

6.14 ESQUEMA DE PROJETO DE PESQUISA


86

I. Título da Pesquisa - Tema


 Introdução ao tema - objeto da pesquisa.

II. Problematização
 O que será pesquisado
 O problema da pesquisa (a “pergunta”).

III. Hipóteses
 Explicar as hipóteses (respostas provisórias baseadas na revisão bibliográfica)
que foram formuladas para estudar o problema.

IV. Objetivos
 Poderão ou não vir dentro da Justificativa
- Geral
- Específicos

V. Justificativa ou Objeto da Pesquisa


 Justificativa propriamente dita (por que escolheu esse problema).
 Importância do tema.
 Razões pessoais.

VI. Fundamentação Teórica ou Revisão Bibliográfica (Estudo da Arte)


 Expor resumidamente as principais idéias já discutidas por outros autores que
trataram do problema, levantando críticas e dúvidas, quando for o caso.
 Explicar no que o seu trabalho vai se diferenciar dos trabalhos já produzidos
sobre o problema a ser trabalhado ou no que vai contribuir para o conhecimento
do mesmo.18

VII. Procedimento Metodológico (como verificar as hipóteses


 Identificar como realizar a pesquisa, especificando suas etapas e os
procedimentos que serão adotados em cada uma delas.

18
A bibliografia citada e consultada deve ter suas referências ao final do projeto, de acordo com as
normas oficiais.
87

 Comparar a fundamentação teórica com o universo a ser pesquisado. Entre os


procedimentos, explicar:
- tipos de pesquisa (estudo setorial, histórico, de caso entre outros);
- tipos de dados;
- período coberto;
- âmbito espacial;
- fontes de informação qualitativa e quantitativa.

 Identificar como realizará a pesquisa:


- métodos;
- técnicas (tipo de pesquisa);
- etapas;
- outros.

VIII. Desenho da Pesquisa


 Apontar, em grandes linhas, o conteúdo que terá o relatório final da pesquisa
indicando, também, quais os prováveis capítulos que constituirão o relatório.

IX. Cronograma

X. Bibliografia

XI. Fontes
88

7. CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA COM BASE NOS


PROCEDIMENTOS TÉCNICOS

Para GIL, a pesquisa tem um caráter pragmático.

A pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos


conhecimentos disponíveis e a utilização de métodos, técnicas
e outros procedimentos científicos. Na realidade, a pesquisa
desenvolve-se ao longo de um processo que envolve inúmeras
fases, desde a adequada formulação do problema até a
satisfatória apresentação dos resultados.19

A classificação da pesquisa quanto os procedimentos técnicos


é muito útil para o estabelecimento de sue marco teórico, possibilita uma
aproximação conceitual.

Para analisar os fatos, do ponto de vista empírico, para


confrontar visão teórica com os dados da realidade, torna-se necessário traçar um
modelo conceitual e operativo da pesquisa. Esse modelo, em linguagem científica
recebe o nome de delineamento.

O delineamento metodológico de uma pesquisa refere-se ao


planejamento, que envolve a diagramação, a previsão e a interpretação da coleta de
dados. Considera o ambiente em que os dados são coletados e as formas de
controle das variáveis envolvidas.

Dessa maneira podem-se classificar as pesquisas de acordo


com seu delineamento. O delineamento inicia com a seleção da fonte de dados. Os
dados podem ser fornecidos por pessoas ou “papel” (documentos).

Existem dois grupos principais para o delineamento da


pesquisa, a saber:

19
Antônio Carlos Gil. Op. Cit. p.17.
89

1º Grupo: pesquisa bibliográfica e pesquisa documental.

2º Grupo: pesquisa experimental; pesquisa ex-post-facto; levantamento e estudo de


caso. Pode-se também incluir, neste grupo, a pesquisa de ação e a participante.

Na maioria dos casos, pode-se classificar a pesquisa dentro


desses dois grupos, embora nunca com rigidez.

7.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

A etimologia grega da palavra bibliografia (biblio = livro; grafia =


descrição, escrita) sugere que se trata de um estudo de textos impressos. Assim,
pesquisar no campo bibliográfico é procurar no âmbito dos livros e documentos
escritos, as informações necessárias para progredir na investigação de um tema de
real interesse do pesquisador.

Trata-se de levantamento de toda a bibliografia já publicada em


forma de livros, revistas, teses, publicações avulsas e imprensa escrita.

A pesquisa bibliográfica objetiva colocar o pesquisador em


contato com tudo o que foi escrito sobre determinado assunto, com a finalidade de
colaborar na análise de sua pesquisa.

Pesquisa bibliográfica é aquela que se desenvolve tentando


explicar um problema, utilizando o conhecimento disponível a partir das teorias
publicadas em livros ou obras congêneres, como foi dito anteriormente.

Fontes secundárias, ou pesquisa bibliográfica é o levantamento


de toda bibliografia já publicada em forma de livros, revistas, publicações avulsas e
imprensa escrita.

7.1.1 Classificação das Fontes Bibliográficas

a) Livros
90

 Livros de leitura corrente:


- Obras de gênero literário – romance, poesia, teatro, e outras.
- Obras de divulgação – que objetivam proporcionar conhecimentos científicos ou
técnicos.

 Livros de referência ou livros de consulta:


- Livros de referência informativa – contêm as informações que se busca.
Dicionários, enciclopédias, anuários e almanaques.
- Livros de referência remissiva – remetem a outras fontes. Catálogos.

b) Publicações periódicas

São aquelas editadas em fascículos, em intervalos regulares


ou irregulares, com a colaboração de vários autores, tratando de assuntos diversos,
embora relacionados a um objetivo mais ou menos definido.

As principais são: Jornais e Revista

Alguns autores separam Bibliografia para livros e publicações


similares e Fontes, para as demais pesquisas.

7.1.2 Vantagens e Limitações da Pesquisa Bibliográfica

A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato


de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais
ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente, principalmente quando o
problema da pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço.

Seria impossível um pesquisador percorrer todo o território


brasileiro em busca de dados sobre a população ou renda per capita, mas se tem
uma bibliografia adequada, não terá maiores obstáculos para contar com as
informações requeridas.

A pesquisa bibliográfica também é indispensável nos estudos


91

históricos. Às vezes não há outra maneira de conhecer fatos passados se não com
base em dados bibliográficos.

Quanto às desvantagens é que muitas vezes as fontes


secundárias apresentam dados coletados ou processados de forma equivocada.
Assim, um trabalho fundamentado nessas fontes tenderá, ou mesmo ampliar, esses
erros.

Para reduzir a possibilidade de erros, convém aos


pesquisadores assegurarem-se das condições em que os dados foram obtidos,
analisar em profundidade cada informação para descobrir possíveis incoerências ou
contradições e utilizar fontes diversas, verificando-as cuidadosamente.

7.1.3 Etapas da Pesquisa Bibliográfica: compreende oito fases distintas

1) Escolha do tema.
2) Elaboração do plano de trabalho.
3) Identificação.
4) Localização.
5) Compilação.
6) Fichamento.
7) Análise e interpretação.
8) Redação.

1ª Etapa - Escolha do Tema

O tema é o aspecto do assunto que se deseja abordar, provar


ou desenvolver. A escolha do tema da revisão de literatura está vinculada ao
objetivo da própria revisão que se pretende fazer. A revisão de literatura deverá
elucidar o tema, proporcionar melhor a definição para o problema de pesquisa e
contribuir na análise e discussão da pesquisa.

Em função da grande quantidade de informações, o


pesquisador deverá definir para onde irá se dirigir e concentrar seus esforços na
92

revisão de literatura, porque só assim não ficará perdido nas inúmeras publicações
existentes.

Pesquisadores experientes sabem que o risco de perder tempo


e o rumo pode ser fatal neste processo. Além de emperrar todo o desenvolvimento
das etapas da pesquisa, podendo até impedir a realização da mesma.

2ª Etapa -Elaboração do plano de trabalho: Projeto da Pesquisa

Para evitar dispersão e perda de tempo no processo de leitura


de textos é importante levantar os aspectos que serão abordados sobre o tema.
Para isso o pesquisador deve elaborar um esquema provisório de sua revisão de
literatura, onde listará, de forma lógica, as abordagens que pretende fazer referentes
ao tema ou problema de sua pesquisa.

O esquema servirá de guia no processo de leitura e na coleta


de informações nos textos. Na elaboração do plano deve-se observar a estrutura de
todo trabalho científico: introdução, desenvolvimento e conclusão.

a) Introdução - apresentação sintética da questão.


b) Desenvolvimento - fundamentação lógica do trabalho que apresenta três fases:
explicação, discussão e demonstração.
c) Conclusão - consiste no resumo completo, mas sintetizado, da argumentação
desenvolvida na parte anterior (desenvolvimento).

3ª Etapa - Identificação

É a fase de reconhecimento do assunto pertinente ao tema em


estudo. Procuram-se catálogos onde se encontram as relações das obras. Faz-se o
levantamento, pelo sumário ou índice, dos assuntos nele abordados e por último,
faz-se a verificação da bibliografia ao final do livro ou do artigo, se houver.

Após a definição do que será abordado na revisão de literatura


e a distribuição dos aspectos em um sumário, que servirá de guia para a
93

organização do processo de leitura, será feita a identificação do material.

A identificação implica fazer um levantamento bibliográfico para


recuperar as informações sobre o que já foi publicado sobre o tema e os aspectos
que constam no esquema ou sumário dos tópicos.

Esse processo requer o uso de obras de referência para


minimizar esforços e recuperar a maior quantidade de informações possíveis.

Obras de referência, usadas para levantamento bibliográfico,


são organizadas especialmente para facilitar a consulta de itens específicos de
informação. Possuem, geralmente, índices de autores e assuntos e palavras-chave
que remetem às informações arranjadas em itens numerados par facilitar a
recuperação.

4ª Etapa - Localização

Realizada a identificação (o levantamento bibliográfico) é


necessário obter os materiais considerados úteis à realização da pesquisa. É preciso
localizá-los, começando pela Biblioteca mais próxima e depois consultar outras, no
país ou no mundo.

5ª Etapa - Compilação

Para fazer a compilação, reunião sistemática de materiais


contidos em livros, revista, publicações avulsas ou trabalhos fotocopiados,
selecionados e localizados, serão usados os seguintes recursos: fotocópias,
impressões, microfilmes, a própria aquisição quando for indispensável, entre outros.

6ª Etapa - Fichamento

O fichamento do material bibliográfico consultado é um


procedimento essencial para qualquer exercício acadêmico, particularmente quando
o objetivo do pesquisador é desenvolver uma monografia, uma dissertação ou tese.
94

Os materiais selecionados para a leitura serão analisados e


fichados. O fichamento permite a reunião de informações necessárias e úteis à
elaboração do texto da revisão.

A ficha é um importante instrumento de trabalho que permite


identificar as obras, conhecer seu conteúdo, fazer citações, analisar o material e
elaborar críticas.

O sistema de fichas é altamente utilizado nas mais diversas


instituições, para serviços administrativos, e nas bibliotecas, onde existem fichas de
autores, de títulos, de séries e de assuntos, para consulta do público.

Como todo texto, uma ficha não é um produto acabado. Ela


pode evoluir, deixando transparecer o amadurecimento intelectual do estudante-
pesquisador, particularmente em relação à problemática explorada. Por isso sugere-
se que as fichas de leitura sejam realizadas no computador: para que, com o tempo,
seja possível inserir alterações derivadas da ampliação da compreensão intelectual
do pesquisador.

a) Aspecto físico

É importante que se dê atenção ao aspecto físico das fichas,


uma vez que serão utilizadas por muitos anos. Os tamanhos mais comuns são:

 Pequeno (intencional) ______________________________ 7,5cm x 12,5cm


 Médio __________________________________________ 10, 5 cm x 15,5cm
 Grande _________________________________________ 12,5cm x 20,5cm

Precisando utilizar o reverso das fichas, para continuar as


anotações, será mais adequado fazer coincidir a última linha do anverso com a
primeira do reverso, de forma que a ficha possa ser girada sobre si mesma, para
permitir a leitura do verso sem retirar a ficha do seu lugar.

b) Composição das fichas


95

A estrutura das fichas compreende três partes principais:


cabeçalho, referência bibliográfica e corpo ou texto. Deve-se colocar, também, a
indicação da obra e o local em que se acha disponível o material.

Exemplo:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Normas para apresentação de trabalho


científico. Vol. 6. – Biblioteca da UNICE

c) Tipos de fichas20

Podem ser elaborados diversos tipos de fichas: de leitura,


bibliográfica, de citações, de resumo ou de conteúdo, de esboço ede comentário ou
analítica. Há autores que apresentam, ainda, fichas de assunto e fichas de título da
obra.

 Fichas de leitura - contêm todas as informações sobre um artigo ou livro.

Exemplo:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Normas para apresentação de trabalho


científico. Vol. 6. – Biblioteca da UNICE.

 Ficha bibliográfica - refere-se ao tema abordado, conclusões alcançadas,


utilização de recursos ilustrativos, tais como: tabelas, quadros, desenhos, entre
outros; fontes dos dados. Compõe os dados gerais da obra lida.

Exemplo: pág. 152 do livro de Barroso.

 Ficha de citações - consiste na reprodução fiel de fases ou sentenças


consideradas relevantes ao estudo em pauta. A reprodução literal deve aparecer
entre aspa e a indicação da página da parte dos textos lidos, que têm interesse
específico para a redação dos tópicos e itens da revisão.

20
Eva Maria Lakatos; Marina de Andrade Marconi. Op. Cit. p.44. (a)
96

Exemplo:

NÉRICE. Didática. São Paulo: Atlas, 1983. p. 38, 3º parágrafo (Livro emprestado do
prof. José Carlos).

 Ficha de resumo ou de conteúdo - apresenta uma síntese bem clara e concisa


das idéias principais do autor ou resumo dos aspectos essenciais da obra.

 Ficha de esboço - assemelha-se à ficha de resumo ou conteúdo, pois se refere


à apresentação das principais idéias expressas pelo autor, ao longo de sua obra
ou parte dela, porém de forma mais detalhada. Apresenta as principais idéias do
autor lido, de forma esquematizada, com a indicação da página do documento
lido.

 Ficha de comentário ou analítica - consiste na explicação ou interpretação


crítica pessoal das idéias expressas pelo autor, ao longo de seu trabalho ou parte
dele.

À medida que o pesquisador tem em mãos as fontes de


referência, deve transcrever os dados em fichas com o máximo de exatidão. A ficha
permite a ordenação do assunto, ocupa pouco espaço e pode ser transportada de
um lugar para o outro, facilitando o desenvolvimento das atividades acadêmicas e
profissionais. Na face dessas fichas são transcritos os dados referentes ao
documento em si, conforme as técnicas bibliográficas.

d) Simbologia - é necessário estabelecer uma simbologia que permita ao


pesquisador reconhecer os conteúdos que traduzam momentos de reflexão e
análise. A título de sugestão, o autor da ficha pode organizar o material da
seguinte maneira:

 Quando o corpo da ficha de leitura resumir as idéias do autor da obra consultada,


o pesquisador registra o conteúdo correspondente entre asteriscos ( * ) .

 Quando o corpo da ficha de leitura resgatar citações textuais, o pesquisador


97

registra o conteúdo correspondente entre aspas (“ ”) .

 Quando o corpo da ficha de leitura traduzir momentos de reflexão e análise cujo


mérito, competência e responsabilidade são única e exclusivamente do autor da
ficha, o pesquisador registra o conteúdo correspondente entre barras ( / / ) .

7ª Etapa – Análise e Interpretação

De posse dos fichamentos será feita a classificação, a análise,


a interpretação e a crítica das informações coletadas.

a) Fases da análise e interpretação

 A primeira fase é a crítica do material bibliográfico, sendo considerado um juízo


de valor sobre determinado material científico.

 A segunda fase compreende a decomposição dos elementos essenciais e sua


classificação.

 A terceira fase é a generalização.

 A quarta fase exige uma análise crítica, utilizando instrumental e processos


sistemáticos e controláveis.

b) A crítica pode ser externa e interna

 Crítica externa - é feita sobre “(...) o significado, a importância e o valor histórico


de um documento, considerado em si mesmo, e em função do trabalho que está
sendo elaborado.”21

Abrange a crítica do texto, crítica da autenticidade e a crítica da


proveniência (estudo de onde provieram os documentos).

21
Délcio Vieira Salomon. Como fazer uma monografia. 1972, p. 256.
98

 Crítica interna - é aquela que aprecia o sentido e o valor do conteúdo.

Compreende: crítica de interpretação ou hermenêutica que


averigua o sentido exato que o autor quis exprimir, e crítica do valor interno do
conteúdo que aprecia a obra julgando a autoridade do autor e o valor que representa
o trabalho e as idéias nele contidas.

Por fim, a interpretação exige a comprovação ou refutação das


hipóteses.

8ª Etapa – Redação

Na redação do texto final serão observados os seguintes


critérios> objetividade, clareza, precisão, consistência, linguagem impessoal e o uso
do vocabulário técnico.

Recomendações importantes

 O texto deve ter começo, meio e fim.


 Faça um texto introdutório explicando o objetivo da revisão de literatura.
 Revisão de literatura não é fazer colagem de citações bibliográficas, então:
- Faça uma abertura e um fechamento para os tópicos tratados.
- Preencha as lacunas com considerações próprias.
- Crie elo entre as citações.

7.2 PESQUISA DOCUMENTAL

A pesquisa documental muito se assemelha à pesquisa


bibliográfica. As fases de desenvolvimento de ambas, em boa parte dos casos, são
as mesmas. Quando as pesquisas são elaboradas mediante documentos de
natureza quantitativa, como aquelas que se valem de técnicas de análise de
conteúdo, são completamente diversas das pesquisas bibliográficas.

Enquanto nas pesquisas bibliográficas as fontes são


99

constituídas, sobretudo de material impressos localizados nas bibliotecas, na


pesquisa documental, as fontes são mais diversificadas e dispersas.

Os documentos de fonte primária são aqueles de primeira mão,


provenientes dos próprios órgãos que realizam as observações. Englobam todos os
materiais, ainda não elaborados, escritos ou não, que podem servir como fonte de
informação para a pesquisa científica.

Esses documentos podem ser encontrados em arquivos


públicos ou particulares, assim como em fontes estatísticas compiladas por órgãos
oficiais e particulares.

Fontes não escritas: fotografias, gravações, imprensa falada


(televisão e rádio), desenhos, pinturas, canções indumentárias, objetos de arte,
folclore e outros.

É importante diferenciar a pesquisa documental (ou de fontes


primárias, direta) da pesquisa bibliográfica (ou de fontes secundárias, indiretas).
Utiliza, a pesquisa documental, de material sem tratamento analítico ou
interpretativo: documentos oficiais, cartas, contratos, reportagens veiculadas a
jornais, filmes, fotografias, diários, entre outros.

É proveniente dos próprios órgãos, entidades ou empresas,


correspondendo aos documentos de primeira mão, ainda não elaborados, escritos
ou não, mas que podem servir como fonte de informação para a pesquisa científica.
Desenhos, indumentárias, fotografias, registros de manifestações folclóricas,
relatórios técnicos, gravações de entrevistas, pinturas, objetos de arte, canções,
entre outros.

7.2.1 Vantagens e Limitações

a) Vantagens

 Os documentos constituem fonte rica e estável de dados.


100

 Fonte de dados importante em pesquisa de natureza histórica.

 Exige apenas disponibilidade de tempo, o que minimiza o custo da pesquisa.

 Não exige contato com os sujeitos da pesquisa.

b) Limitações

 Não representatividade – necessário o pesquisador considerar grande número de


documentos e selecionar certo número pelo critério da aleatoriedade.

 Subjetividade dos documentos – problema mais ou menos presente nas


pesquisas sociais. É importante que o pesquisador considere as mais diversas
implicações antes de formular uma conclusão definitiva.

7.2.2 Etapas da Pesquisa Documental

1) Determinação dos objetivos.


2) Elaboração do plano de trabalho.
3) Identificação das fontes.
4) Localização das fontes e obtenção do material.
5) Tratamento dos dados.
6) Confecção das fichas e redação do trabalho.
7) Construção lógica e redação do trabalho.
8) Redação.

7.3 PESQUISA EXPERIMENTAL

De modo geral, o experimento representa o melhor exemplo de


pesquisa científica. Essencialmente, a pesquisa experimental é aplicada quando se
determina um objeto de estudo. Selecionam-se as variáveis que seriam capazes de
influenciá-lo, definem-se as formas de controle e observação dos efeitos que a
variável produz, quando os objetos em estudo são entidades físicas, tais como
101

porções de líquidos, bactérias, cobaias, entre outros dessa entidade, que não se
identifique a grandes limitações quanto à possibilidade de experimentações.

Porém, quando se trata de experimentações com objetos


sociais, ou seja, com pessoas, grupos ou instituições, as limitações tornam-se
bastante evidentes. Considerações éticas e humanas impedem que a
experimentação se faça eficiente nas ciências humanas, razão pela qual os
procedimentos experimentais se mostram adequados apenas a um reduzido número
de situações.

Exemplos de experimentos nas ciências humanas:

 Na Psicologia – aprendizagem.
 Na Psicologia Social – medição de atitudes, estudo do comportamento de
pequenos grupos, análise dos efeitos da propaganda, entre outros.
 Na Sociologia do Trabalho – influência de fatores sociais na produtividade.

Portanto, o delineamento experimental constitui-se da seleção


de variáveis capazes de influenciar:

 O objeto de estudo.
 A definição das formas de observação.
 O controle dos possíveis efeitos da variável sobre o objeto de estudo.

7.3.1 Vantagens e Limitações

a) Vantagens

 Boa parte do que se conhece nas ciências físicas e biológicas foi obtido mediante
procedimentos experimentais.

 As pesquisas experimentais constituem o mais valioso procedimento disponível


aos cientistas para testar hipóteses que estabelecem relações de causa e efeito
102

entre as variáveis.

 Nas ciências humanas o delineamento experimental possibilita o mais alto grau


de clareza, precisão e objetividade dos resultados.

 Os experimentos oferecem garantia muito maior do que qualquer outro


delineamento de que a variável independente causa efeitos na variável
dependente.

b) Limitações

 A pesquisa experimental por exigir previsão de relações entre as variáveis a


serem estudadas, bem como o seu controle, torna-se, em boa parte dos casos,
inviável quando se trata de objetos sociais.

 Uma série de características humanas tais como idade, sexo ou histórico familiar,
não podem ser conferidas às pessoas de forma aleatória.

 Muitas variáveis cuja manipulação poderia ser técnica, estão sujeitas a


considerações de ordem ética que proíbem sua manipulação.

7.4 PESQUISA EX-POST-FACTO

A tradução literal da expressão ex-post-facto é a partir do fato


passado. Isso significa que nesse tipo de pesquisa o estudo foi realizado após a
ocorrência de variações na variável dependente no curso natural dos
acontecimentos.

Na pesquisa ex-post-facto tem-se um experimento que se


realiza depois dos fatos. O propósito básico desta pesquisa é o mesmo da pesquisa
experimental: verificar a existência de relações entre as variáveis. Seu planejamento
também ocorre de maneira bastante semelhante.
103

A diferença mais importante entre a pesquisa experimental e a


ex-post-facto esta em que na segunda o pesquisador não dispõe de controle sobre a
variável independente, que constitui o fator presumível do fenômeno, porque ele já
ocorreu.

Esse tipo de pesquisa é muito utilizado nas ciências da saúde,


é a pesquisa caso-controle. Baseada na comparação entre duas amostras. Exemplo:

Numa pesquisa para verificar a associação entre toxoplasmose


e debilidade mental, determinada número de crianças com diagnóstico de debilidade
mental é submetido a reste sorológico com o intuito de interferir se tiveram ou não
infecção prévia pelo Toxoplasma gondii. O mesmo exame é realizado em igual
número de crianças sem debilidade mental, do mesmo sexo e idade, que funcionam
como controle.

As ciências sociais valem-se muito deste tipo de pesquisa,


quando trabalhos destinados à investigação de determinantes econômicos e sociais
do comportamento de grandes aglomerados sociais fundamentam-se numa lógica
deste tipo.

Nos estudos que envolvem a sociedade global, a pesquisa ex-


post-facto é insubstituível, posto que é a única que possibilita a consideração dos
fatores históricos, que são os fundamentais para a compreensão das estruturas
sociais. Exemplos:

 Estudos de fatos econômicos.


 O desenvolvimento das estruturas políticas.
 As diversas formações sociais, entre outros mais.

7.4.1 Passos do Planejamento da Pesquisa Ex-Post-Facto

 Formulação do problema.
 Construção das hipóteses.
104

 Localização dos grupos para a investigação.


 Coleta de dados.
 Análise e interpretação dos dados
 Apresentação das conclusões.

O planejamento da pesquisa ex-post-facto procura aproximar-


se ao máximo do planejamento da pesquisa experimental, embora o delineamento
ex-post-facto não garante que suas conclusões relativas a relações do tipo causa-
efeito sejam totalmente seguras.

7.5 LEVANTAMENTO

As pesquisas deste tipo caracterizam-se pela interrogação


direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer.

O procedimento desta pesquisa se baseia na solicitação de


informações feitas a um grupo significativo de pessoas, sobre o problema estudado,
obtendo-se as conclusões dos dados coletados, mediante análise quantitativa.

Censo: quando o levantamento recolhe informações de todos


os integrantes do universo pesquisado. São desenvolvidos pelos governos ou
instituições de amplos recursos. Proporcionam informações gerais das investigações
sociais, daí serem extremamente úteis.

Na maioria dos levantamentos, não são pesquisados todos os


integrantes da população estudada. Antes se seleciona, mediante procedimentos
estatísticos, uma amostra significativa de todo o universo, que é tomada como objeto
de investigação.

As conclusões obtidas a partir da amostra selecionada são


projetadas para a totalidade do universo, levando em consideração a margem de
erro, que é obtida mediante cálculos estatísticos.

7.5.1 Vantagens e Limitações


105

a) Vantagens

 Conhecimento direto da realidade – à medida que as pessoas informam sobre


seu comportamento, crenças e opiniões a investigação torna-se mais livre de
interpretações calcadas no subjetivismo do pesquisador.

 Economia e rapidez – desde que se tenha uma equipe de entrevistadores,


codificadores e tabuladores devidamente treinados, torna-se possível a obtenção
de grande quantidade de dados em pouco espaço de tempo.

 Quantificação – dados obtidos mediante levantamento podem ser agrupados


em tabelas, possibilitando sua análise estatística.

As variáveis estudadas podem ser quantificadas, permitindo o


uso de correlações e outros procedimentos estatísticos. Valendo-se de amostras
probabilísticas pode-se chegar à margem de erro dos resultados obtidos.

b) Limitações

 Ênfase nos aspectos perceptivos – por recolher dados referentes à percepção


que as pessoas têm acerca de si mesmas, a pesquisa pode resultar em dados
distorcidos, uma vez que a percepção é subjetiva.

 Pouca profundidade no estudo da estrutura e dos processos sociais – os


fenômenos sociais são determinados por fatores interpessoais e institucionais, os
levantamentos mostram-se pouco adequados para a investigação profunda
desses fenômenos.

 Limitada a apreensão do processo de mudança – o levantamento, de forma


geral, proporciona uma visão estática do fenômeno estudado. Não indica
tendências à variação e às possíveis mudanças estruturais.

Como tentativa de superação dessas limitações, vêm sendo


106

desenvolvidos os levantamentos do tipo painel, que consistem na coleta de dados


da mesma amostra ao longo do tempo.

Os levantamentos são muito úteis para estudos de opiniões,


como preferência eleitoral e comportamento do consumidor, mas pouco indicados no
estudo de problemas referentes a relações e estruturas sociais complexas.

7.5.2 Fases do Levantamento

a) Especificação dos objetivos.


b) Operacionalização dos conceitos e variáveis.
c) Elaboração do instrumento de coleta de dados.
d) Pré-teste do instrumento.
e) Seleção da amostra.
f) Coleta e verificação dos dados.
g) Análise e interpretação dos dados.
h) Apresentação dos resultados.

7.6 ESTUDO DE CASO

Nas ciências, durante muito tempo, o estudo de caso foi


encarado como procedimento pouco rigoroso, que serviria apenas para estudos de
natureza exploratória. Atualmente é encarado como o delineamento mais adequado
para investigar um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real, onde os
limites entre o fenômeno e o contexto não são percebidos.

Nas ciências biomédicas -o estudo de caso costuma ser


usado:

 Estudo-piloto para esclarecimento do campo da pesquisa em seus múltiplos


aspectos.
 Descrição de síndromes raras.
 Resultados abertos, na condição de hipóteses e não de conclusão.
107

Nas ciências sociais – a distinção entre o fenômeno e seu


contexto representa uma das grandes dificuldades com que se deparam os
pesquisadores, sendo necessário diferentes propósitos, para utilização desse tipo de
pesquisa.

 Explorar situações da vida real cujos limites estão claramente definidos.


 Preservar o caráter unitário do objeto estudado.
 Descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada
investigação.
 Formular hipóteses ou desenvolver teorias
 Explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em situações muito
complexas que não possibilitam a utilização de levantamentos e experimentos.

 Dificuldades
 Falta de rigor metodológico.
 Vieses podem ser constatados em qualquer modalidade da pesquisa.
 Dificuldade de generalização.
 Demanda de muito tempo para ser realizado.
 Freqüentemente os resultados são pouco consistentes.

A experiência acumulada nas últimas décadas mostra que é


possível a realização de estudos de caso em períodos mais curtos e com resultados
passíveis de confirmação por outros estudos.

Um bom estudo de caso é tarefa difícil de realizar. É comum


encontrar pesquisadores inexperientes, entusiasmados pela flexibilidade
metodológica dos estudos de caso, que decidem adotá-lo em situações para o qual
não é recomendado. Como conseqüência, ao final de sua pesquisa, consegue
apenas um amontoado de dados e não conseguem analisar e interpretar.

7.7 PESQUISA-AÇÃO

A pesquisa-ação pode ser definida como,


108

(...) um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e


realizada em estreita associação com uma ação ou com a
resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores
e participantes representativa da situação ou do problema
estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. 22

A pesquisa-ação tem sido objeto de bastante controvérsia, em


virtude de exigir o envolvimento ativo do pesquisador e a ação, por parte das
pessoas ou grupos envolvidos no problema.

A pesquisa-ação tende a ser vista em certos meios como


desprovida da objetividade que é uma característica fundamental do conhecimento
científico. A despeito dessas críticas, vem sendo reconhecida como muito útil por
pesquisadores identificados por ideologias reformistas e participativas.

7.7.1 Etapas da Pesquisa-Ação

O planejamento da pesquisa-ação difere significativamente dos


outros tipos de pesquisa já considerados, pela sua flexibilidade como também por
envolver a ação dos pesquisadores e dos grupos interessados, o que ocorre nos
mais diversos momentos da pesquisa. Daí porque se torna difícil apresentar seu
planejamento a partir de fases ordenadas temporalmente.

Conjunto de ações que embora não ordenados no tempo


podem ser considerados como etapas da pesquisa-ação.

a) Fase exploratória.
b) Formulação do problema.
c) Construção de hipóteses.
d) Realização do seminário.
e) Seleção da amostra.
f) Coleta de dados.
g) Análise e interpretação dos dados.
h) Elaboração do plano de ação.

22
Eva Maria Lakatos; Marina de Andrade Marconi. Op. cit. (a) p.44.
109

i) Divulgação dos resultados.

7.8 PESQUISA PARTICIPANTE

A pesquisa participante, assim como a pesquisa-ação,


caracteriza-se pela interação entre pesquisadores e membros das situações
investigadas. Há autores que empregam as duas expressões como sinônimas.

Pesquisa-ação – geralmente supõe uma forma de ação


planejada, de caráter social, educacional, técnico ou outro.

Pesquisa participante – envolve a distinção entre ciência


popular (conhecimento derivado do senso comum) e ciência dominante (atividade
que privilegia a manutenção do sistema vigente).

O conhecimento derivado do senso comum permitiu ao homem


criar, trabalhar e interpretar a realidade, sobretudo a partir dos recursos que a
natureza lhe oferece.

A pesquisa participante envolve posições valorativas, derivadas


do humanismo cristão e de certas concepções marxistas. Tanto é que a pesquisa
participante suscita muita simpatia entre os grupos religiosos voltados para a ação
comunitária.

7.8.1 Etapas da Pesquisa Participante

É apresentado aqui um modelo que, sem se pretender ser o


único, indica os principais passos a serem seguidos numa investigação dessa
natureza.

a) Montagem institucional e metodológica.


b) Estudo preliminar e provisório da região e da população pesquisada.
c) Análise crítica dos problemas.
d) Programa-ação e aplicação de um plano de ação.
110

Além disso, a pesquisa participante mostra-se bastante


comprometida com a minimização da relação entre dirigentes e dirigidos, por essa
razão tem-se voltado, principalmente, para a investigação junto a grupos
desfavorecidos, tais como os constituídos por operários, camponeses, índios, entre
outros.
111

8. PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO TRABALHO CIENTÍFICO

Os trabalhos científicos se desenvolvem em três fases:


Introdução, Desenvolvimento e Conclusão que serão detalhadas posteriormente.
Para efeito de nosso estudo, iremos detalhar os três mais importantes trabalhos
científicos: Monografia, Dissertação e Tese.

8.1 MONOGRAFIA

Na definição da ABNT-Associação Brasileira de Normas


Técnicas, Monografia é o documento que apresenta a descrição exaustiva de
determinada matéria, abordando aspectos científicos, históricos, técnicos,
econômicos e artísticos, entre outros.

A Monografia pode ser feita durante os cursos superiores e nos


pós-graduação. Pode até ser feita independentemente de regime escolar, pelo
prazer de estudar e pesquisar, por qualquer pessoa.

a) Características

 Tema específico.
 Tratamento específico.
 Contribuição importante para a ciência.
 Tema limitado.
 Tratamento com profundidade.
 Limitação a uma ciência ou a uma parte dela.
 Tema restrito e particular.
 Uso de metodologia científica.
 Contribuição pessoal à ciência.
 Trabalhos escrito, sistemático e completo.

b) Objetivos
112

 Descobrir verdades sobre temas de interesse de uma ciência ou parte dela.


 Redescobrir e reestudar assuntos já estudados anteriormente.
 Esclarecer fatos ou teorias já estudados mas que permanecem obscuros e sem
pleno conhecimento.
 Ordenar e metodizar saber e conhecimento.
 Aumentar o referencial científico por meio de trabalho metódico.
 Levar ao conhecimento da comunidade científica e do público as novas
descobertas.

c) Finalidades

Externa - quando se destina à obtenção de título e como avaliação escolar.

Interna - para satisfazer o desejo interior de saber, conhecer e produzir


conhecimento.

É feita pelo prazer de estudar e de pesquisar. Expor cultura,


saber e conhecimento. Comunicar por escrito o resultado de uma descoberta
pessoal.

8.2 DISSERTAÇÃO

A dissertação é um tipo de trabalho científico apresentado ao


final do programa de mestrado, visando obter o título de mestre. Requer
apresentação pública do trabalho. Exige a orientação de um professor pesquisador
da área.

É um estudo teórico, de natureza reflexiva, que consiste na


ordenação de idéias sobre determinado tema.23Como estudo teórico, de natureza
reflexiva, requer sistematização, ordenação e interpretação dos dados. Por ser um
estudo formal, exige metodologia própria do trabalho científico.

23
Ângela Domingos Salvador. Métodos e técnicas de pesquisa bibliográficas. 1980, p. 35.
113

8.3 TESE

É um trabalho científico exigido nos programas de


doutoramento e na livre-docência. Trata de pesquisa científica em torno de um
assunto, tema ou fato qualquer ainda não tratado cientificamente. Uma das
exigências é a originalidade, isto é, deve ser fruto de pesquisa original, deve ser
inédito.

a) Conceito

Tese é a opinião ou posição que alguém sustenta e está


preparado para defender.

A tese apresenta o mais alto nível de pesquisa e requer não só


exposição e explicação do material coletado, mas também, e principalmente, análise
e interpretação dos dados.

b) Objetivos

Como atividade acadêmica, tem o objetivo de obtenção de um


título de doutor ou de livre-docente. Em si mesmo, o objetivo de uma tese seria o de
adquirir novos conhecimentos e colaborar na solução de dado problema.

8.4 REDAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA

No uso da linguagem técnico-científica, o tema precisa ser


tratado de maneira direta e simples, obedecendo-se a uma seqüência lógica e
ordenada na apresentação das idéias, evitando-se o desvio do assunto com
considerações irrelevantes.

a) Coerência e Objetividade

O trabalho deve ter coerência e progressão na exposição das


idéias, de modo a facilitar a interpretação do texto, e o objetivo inicial deve ser
114

mantido ao longo de seu desenvolvimento.

A explanação deve se apoiar em dados e provas e não em


opiniões que não possam ser confirmadas. Não se deve, também, fazer perguntas
sem que haja, imediatamente, a resposta.

b) Clareza e Precisão

A fim de facilitar a leitura e o entendimento do conteúdo que se


quer expor, é importante:

 Apresentar as idéias de modo claro, coerente e objetivo, conferindo a devida


ênfase às idéias e unidade ao texto.

 Evitar comentários irrelevantes, acumulações de idéias e redundâncias.

 Usar vocabulários precisos, evitando as linguagens rebuscadas e prolixas,


como também gírias e palavras chulas. Usar nomenclatura técnica usada no
meio científico.

 Evitar termos e expressões que não indiquem claramente proporções e


quantidades (médio, grande, bastante, muito, pouco, mais, menos, nenhum,
alguns, vários, quase todos, nem todos, muito deles, nem todos, muitos deles, a
maioria, metade e outros termos ou expressões similares), procurando substituí-
los pela indicação precisa em números ou porcentagem, ou optando por associá-
los a esses dados.

 Exemplos:Em Curitiba, 80% da população( ...)


As chuvas atingiram cerca de 450 residências.
A grande maioria (90%) da população pesquisada.

 Evitar adjetivos, advérbios, locuções e pronomes que indiquem tempo,


modo ou lugar de forma imprecisa, tais como:
115

Aproximadamente, antigamente, em breve, em algum lugar, em


outro lugar, adequado, inadequado, nunca, sempre, raramente, às vezes, melhor,
provavelmente, possivelmente, talvez, alguns, poucos, vários, tudo, nada e outros
termos similares.

c) Imparcialidade

O autor não deve fazer prevalecer seu ponto de vista, sua


opinião.

d) Uniformidade

Deve-se manter a uniformidade ao longo do texto, com relação


a aspectos como forma de tratamento, pessoa gramatical, utilização de números,
símbolos, datas, horas, siglas, abreviaturas, citações, títulos das seções, entre
outros.

e) Conjugação Verbal

No texto técnico-científico e acadêmico, utiliza-se a forma


impessoal dos verbos. Exemplo: Procurou-se mensurar a reação da planta quando
aplicação do inseticida.

Nos casos em que o autor se refere ao seu próprio trabalho,


deve-se usar também a forma impessoal, e não as expressões: o autor descreve ou
o escritor conclui (...), entre outras.

Em algumas exceções, dependendo da finalidade e do nível do


documento, pode-se adotar a primeira pessoa do singular. É o caso de relatórios de
participação em eventos, justificativas, e outros.

Os dados referentes aos resultados de observações,


questionamentos e experiência, devem ser expressos em formas verbais indicativas
de passado. Exemplo: Foram coletadas sessenta amostras de solo na Região Sul.
116

Generalidades, verdades imutáveis, fatos e situações estáveis,


exigem formas verbais indicativas de seu valor constante. Exemplos: Todo trabalho
científico requer uma pesquisa bibliográfica prévia. O ácido sulfúrico é empregado
na análise qualitativa do segundo grupo.

f) Siglas

Sigla é o nome dado ao conjunto de letras iniciais dos


vocábulos (normalmente os principais) que compõem o nome de uma organização,
uma instituição, um programa, um tratado, entre outros.

g) Critérios

 Devem-se citar apenas siglas já existentes ou consagradas.

 Escrever de acordo com a convenção ou designação oficial.

Exemplo: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT e não (EBTC).

 Pode-se, colocar a sigla no início ou no final do nome, separada do extenso por


hífen.

Exemplo: ONU – Organização das Nações Unidas ou Organização das Nações


Unidas – ONU.

 Não são colocados pontos intermediários e ponto final nas siglas.

Exemplo: APAE – Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais e não (A.P.A.E).

 Siglas com até três letras são escritas com todas as letras maiúsculas.

 Siglas com quatro letras ou mais devem ser escritas com todas as letras
maiúsculas quando cada uma de suas letras ou parte delas é pronunciada
117

separadamente, ou somente com a inicial maiúscula, quando formam uma


palavra pronunciável.

Exemplos: BNDE – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico.


Masp – Museu de Arte de São Paulo.
Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.

 Manter com maiúsculas e minúsculas as siglas que foram criadas com essa
estrutura, para se diferenciarem de outras, não importando seu tamanho.

Exemplo: CNPq – Conselho Nacional de Pesquisa (para diferenciá-lo de CNP –


Conselho Nacional do Petróleo).

No caso de siglas de origem estrangeira, deve-se a sigla e seu


nome em português, quando houver tradução, ou adotar a forma original estrangeira
quando não tiver correspondente em português.

Exemplo: FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura.

 Adicionar a letra s (sempre minúscula) para indicar o plural das siglas.

Exemplo: O trabalho das ONGs é de grande importância para a sociedade.

8.5 EDITORAÇÃO

 Papel de tamanho A4, de boa qualidade, por exemplo, 90 gramas.

 Entrelinhamento – o Texto tem que ser digitado em espaço 1,5 jogando para
espaço duplo (duas vezes 1,5) as passagens paragrafais.

 Margens do papel
- Superior e esquerda = 3cm
- Inferior e direita = 2 cm
118

 Numeração das páginas – começa a ser indicada a partir da segunda página da


INTRODUÇÃO. Contudo, a contagem do número de páginas inicia-se a partir da
folha de rosto. Assim o primeiro número (arábico) a escrever poderá ser: 4,5 ou
8, 9.

O número de cada folha deve estar impresso no centro


superior da folha, ou à sua direita superior ou inferior, a dois centímetros da borda
do papel. É mais utilizado o número da página no canto superior direito.

 Parágrafos – devem avançar por volta de 7 cm adiante, a partir da borda


esquerda da folha. (3cm da margem esquerda + 4cm do recuo do parágrafo).

 Capítulos – cada capítulo é um tema ou um subtema que está sendo tratado,


portanto, começa em página nova.

Deve ser numerado à base do referencial romano e


centralizado no alto da página à margem abaixo de 3 ou 6 centímetros da borda, ou
com número arábico, com letras maiúsculas, em negrito, sem pontuação.

Exemplo:

CAPÍTULO I. TRABALHO EDUCACIONAL


ou
1. TRABALHO EDUCACIONAL

 Tipo e tamanho de Letra – Arial ou Times New Roman 12 ou 14. Para citações
diretas longas, notas de rodapé, tabelas, quadros, ilustrações, 11 ou 10.
119

9. ESTRUTURANDO O TRABALHO ACADÊMICO

A estrutura de um trabalho acadêmico é composta de


elementos pré-textuais, elementos textuais e elementos pós-textuais. O trabalho
cientifico possui uma estrutura composta por partes definidas que devem obedecer a
uma ordenação lógica preestabelecida, sendo algumas dessas partes consideradas
essenciais e outras opcionais.

9.1 ELEMENTOS EXTERNOS OU PRÉ-TEXTAIS

 Capa (obrigatório)
 Folha de rosto (obrigatório)
 Errata (opcional)
 Folha de aprovação (obrigatório)
 Dedicatória (opcional)
 Agradecimento (opcional)
 Epígrafe (opcional)
 Resumo na língua vernácula (obrigatório)
 Resumo em língua estrangeira (obrigatório)
 Lista de ilustrações (opcional)
 Lista de tabelas se (opcional)
 Lista de abreviaturas e siglas (opcional)
 Lista de símbolos (opcional)
 Sumário (obrigatório)

9.1.1 Capa

Composta dos seguintes títulos: Instituição a qual é submetido;


título do trabalho; nome do autor (ou autores); local e ano.
120

UNICE- ENSINO SUPERIOR


FCHFOR - FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS DE FORTALEZA
GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

MOTIVAÇÃO DOS COLABORADORES DO CSC- CENTRO DE


SERVIÇO COMPARTILHADO NO GRUPO EDSON QUEIROZ-
HOLDING

MAYARA SILVA DE MORAIS

Fortaleza-Ceará
2013.2
121

MAYARA SILVA DE MORAIS

MOTIVAÇÃO DOS COLABORADORES DO CSC- CENTRO DE


SERVIÇO COMPARTILHADO NO GRUPO EDSON QUEIROZ-
HOLDING

Monografia apresentada à UNICE - Ensino


Superior/ FCHFOR – Faculdade de Ciências
Humanas de Fortaleza, como requisito para a
obtenção do título de Bacharel em Administração
de Empresas, sob a orientação da Profa. Me.
Norma Patrícia Araujo de Athayde.

Fortaleza – Ceará
2013.2
122

9.1.2 Folha de Rosto

Os elementos que compõe a folha de Rosto, também


conhecida como página de rosto, são essenciais à identificação do trabalho, a
seguir:

 Autor (es): quando houver mais de um, relacioná-los em ordem alfabética.

 Título:tem que ser idêntico ao que se apresenta na capa: claro e preciso,


contendo palavras que identifiquem o seu conteúdo e possibilitem a indexação e
recuperação da informação; substituto, se houver, claramente subordinado ao
título principal, precedido de dois pontos (:);

 Nota indicando a natureza acadêmica do trabalho: grau, área e/ou disciplina,


a unidade de ensino (departamento, curso, setor, escola ou instituição, entre
outros), e a instituição em que é apresentado; nome do(s) orientador (es) ou
professor da disciplina;

 Local:idêntico ao que se apresenta na capa, (cidade) da instituição na qual o


trabalho foi defendido; ano: em algarismo arábico (para trabalhos acadêmicos
recomenda-se colocar o mês e o ano).

Importante se faz destacar que para monografias, dissertações


e teses recomenda-se para fiz de catalogação no acervo das Bibliotecas a inclusão
de ficha catalográfica24no verso da folha de rosto.

9.1.3 Errata (Opcional)

Errata é uma lista de erros tipográficos ou de outra natureza,


com as devidas correções e a indicação das páginas e linhas em que aparecem.
Pode ser encadernada junto ao miolo do trabalho ou, quando confeccionada após a
24
A ficha catalográfica que deve ser elaborada por profissionais especializados, é o conjunto
dedados, sistematicamente ordenados, com a descrição física e temática do trabalho, fornecendo
umaidéia sumária do assunto tratado e de seus aspectos físicos. É impressa na parte inferior da
página, em um retângulo de 7,5 cm por 12,5 cm, conforme AACR.
123

encadernação deste, simplesmente intercalada em seu interior. Neste caso, a errata


é impressa em papel avulso.

Entende-se, então que a importância da Errata está na


indicação de erros porventura cometidos e sua respectiva correção, acompanhados
de sua localização no texto. (ex. p. 32, linha 5: onde se lê redaço - Leia-se redação).

9.1.4 Termo de Aprovação

A tese, a dissertação e a monografia, depois de aprovadas e


corrigidas, devem trazer o termo de aprovação, em folha distinta, inserido após a
folha de rosto.

Consta o termo de aprovação o autor, o título, o texto da


aprovação, o nome do professor orientador e dos examinadores com as respectivas
assinaturas, bem como as instituições a que são filiados, além do local e da data de
aprovação.

Importante: a inclusão do termo de aprovação em teses,


dissertações e monografias dependem das normas de cada instituição.

9.1.5 Dedicatória (opcional)

Dedicatória é a menção em que o autor presta homenagem ou


dedica o trabalho a alguém. É colocada em folha distinta, logo após o termo de
aprovação, no caso de teses dissertações e monografias, ou após a folha de rosto,
no caso de e trabalhos acadêmicos.

 Quando o texto é longo: inicia-se no recuo de parágrafo, a partir da metade


inferior da página.

 Quando o texto é curto: começa na parte inferior direita da página, com recuo
de citação direta longa.
124

9.1.6 Agradecimentos (Opcional)

Agradecimentos são menções que o autor faz a pessoa e/ou


instituição das quais eventualmente recebeu apoio e que concorreram de maneira
relevante para o desenvolvimento do trabalho. Os agradecimentos aparecem em
folha distinta, após a dedicatória, em teses, dissertações e monografias.

Os textos longo e curto são apresentados da mesma maneira


que a dedicatória.

9.1.7 Epígrafe (Opcional)

Reporta-se ao trabalho todo. Em folha distinta, da mesma


maneira que os anteriores, normalmente escrito em itálico, ente aspas, com o nome
do autor entre parênteses.

9.1.8 Resumo

Resumo25é a apresentação concisa do texto, destacando seus


aspectos de maior relevância.

Na elaboração do Resumo, deve-se:

 Apresentar o resumo precedendo o texto e o sumário, em folha distinta.


 Escrever o resumo na língua do texto, sendo aconselhável incluir versão em uma
ou mais línguas de difusão internacional, na folha seguinte, no caso de
dissertação e teses.
 Incluir obrigatoriamente um resumo em português no caso de trabalhos em
língua estrangeira.
 Redigir sem recuo de parágrafo, alinhado à margem esquerda.
 Em teses e dissertações, apresentar o resumo com, no máximo, 500 palavras e
em monografias e outros trabalhos acadêmicos, com 250 palavras.

25
Para o resumo ver Norma Brasileira Registrada - NBR 6028, da Associação Brasileira de
NormasTécnicas - ABNT.
125

 Redigir com frases completas e não com seqüência de títulos.


 Empregar termos geralmente aceitos e não apenas os de uso particular.
 Expressar na primeira frase do resumo o assunto tratado, situando-o no tempo e
no espaço, caso o título do trabalho não seja suficientemente explícito.
 Dar preferência ao uso da forma verbal impessoal.
 Evitar o uso de citações bibliográficas.
 Mencionar os nomes geográficos (município, estado e país), quando necessário.

O Resumo é denominado abstract, em inglês, resumen, em


espanhol, résumé, em francês, riasssunto, em italianos, e Zusammenfaassung, em
alemão. Não deve ser confundido com o sumário, que é a lista dos capítulos, seções
ou partes. No sumário, o conteúdo é descrito por títulos e subtítulos, enquanto no
resumo, que é uma síntese, o conteúdo é apresentado em forma de texto reduzido.

 Descritores

Descritores ou palavras-chave são termos ou frases


representativas dos assuntos tratados no artigo, apresentados em uma relação de
até sete palavras, que aparecem obrigatoriamente depois do resumo, precedidas da
expressão Palavras-chave.

9.1.9 Sumário

Sumário26é a enumeração dos capítulos, seções ou partes do


trabalho, na ordem em que aparecem no texto, indicando suas subordinações, bem
como as folhas em que se iniciam.

Se o trabalho for apresentado em mais de um volume, em cada


um deles deve constar o sumário completo do trabalho, especificando os capítulos,
seções ou partes de cada volume. É desnecessário em trabalhos pouco extensos ou
pouco divididos.

26
Para o sumário cf. Normas Brasileiras Registradas - NBR 6027, a Associação Brasileira de
NormasCientíficas – ABNT.
126

O Sumário deve ser apresentado da seguinte maneira:

 Em folha distinta, após o resumo, ou antes, dele, a critério da instituição.


 Relacionando os títulos dos elementos pré-textuais, que aparecem após o
sumário.
 Relacionando os títulos dos elementos textuais, (dos capítulos, das seções ou
das partes) e dos elementos pós-textuais com o mesmo padrão empregado no
texto.

Cada capítulo, seção ou parte deve apresentar os seguintes


dados:

 Indicativo numérico27quando houver.


 Título.
 Número da folha inicial, ligado ao título por uma linha pontilhada.

O Sumário não deve ser confundido com Índice, que é a


relação detalhada dos assuntos, nomes (de pessoas, geográficos e outros) e títulos,
em ordens alfabéticas, que aparece ao final do documento, localizando e remetendo
para as informações contidas no texto.

9.1.10 Lista (Opcional)

Lista é a relação de elementos de apresentação de dados e


informações (gráficos, mapas, tabelas, lâminas, fotografias, abreviaturas e símbolos)
utilizados no trabalho, e que figura nas folhas pré-textuais.

 Lista de ilustrações (opcional)


 Lista de tabelas se (opcional)
 Lista de abreviaturas e siglas (opcional)
 Lista de símbolos (opcional)

27
Para a numeração progressiva das seções de um documento, cf. Norma Brasileira Registrada NBR
6024, da Associação Brasileira de Normas Científicas - ABNT.
127

9.2 ELEMENTOS TEXTUAIS

Texto é a parte do trabalho em que o assunto é apresentado e


desenvolvido. Pode ser dividido em seções ou capítulos e subseções. 28Cada seção
primária deve iniciar em folha própria.

Conforme a metodologia adotada ou a finalidade a que se


destina, o texto é estruturado de maneira distinta, mas geralmente em introdução,
desenvolvimento e conclusão, não necessariamente com esta divisão e
denominação, mas nesta seqüência.

9.2.1 Introdução

Introdução é a parte do trabalho em que o assunto é


apresentado como um todo, sem detalhes. Trata-se do elemento explicativo do autor
para o leitor. A introdução deve:

 Estabelecer o assunto, definindo-o sucinta e claramente, sem deixar dúvida


quanto ao campo e período abrangidos e incluindo informações sobre a natureza
e a importância do problema.

 Indicar os objetivos e a finalidade do trabalho, justificando e esclarecendo sob


que ponto de vista é tratado o assunto.

 Referir-se aos tópicos principais do texto (estrutura), dando o roteiro ou a ordem


de exposição (entretanto, na introdução não são mencionados os resultados
alcançados, o que acarretaria desinteresse pela leitura integral do texto).

Não se usa citações na Introdução, pois é quando o


pesquisador apresenta o seu trabalho ao leitor, destacando a problemática que será
investigada, apresenta a hipótese ou hipóteses, como também, o objetivo ou

28
Cada seção primária (principal divisão do texto) pode ser subdividida em seções secundárias,estas,
em seções terciárias, as terciárias, em quaternárias, as quaternárias, em quinárias.Recomenda-se
evitar a subdivisão excessiva das seções, não ultrapassando a seção quinária.
128

objetivos propostos. Nesse momento desenvolve o desenho da pesquisa.

9.2.2 Desenvolvimento ou Corpo

O desenvolvimento ou corpo, como parte principal e mais


extensa do trabalho, visa a expor o assunto e demonstrar as principais idéias. É, em
essência, a fundamentação lógica do trabalho.

Não existe padrão único para a estrutura e desenvolvimento do


trabalho, depende essencialmente da natureza do estudo (experimental, não-
experimental, de campo, de revisão bibliográfica e outros), da lógica e do bom senso
do autor.

Recomenda-se que as palavras desenvolvimento ou corpo não


sejam usados como título de parte do trabalho.

As principais partes de uma tese, dissertação, monografia ou


trabalho acadêmico podem ser:

a) Revisão de literatura, que é o elemento essencial em teses e principalmente em


dissertações, e na qual se deve ter:

 Fazer referência a trabalhos anteriormente publicados, situando a evolução do


assunto.
 Limitar-se às contribuições mais importantes diretamente ligadas ao assunto.
 Mencionar o nome de todos os autores, no texto ou em notas e,
obrigatoriamente, nas referências.
 Oferecer base para a derivação das hipóteses e a explicação de sua
fundamentação, quando for o caso.

b) Material e métodos, para os quais pode-se levar em consideração os seguintes


aspectos:
129

 A descrição precisa dos métodos, materiais, técnicas e equipamentos utilizados.


Deve permitir a repetição do experimento ou estudo com a mesma exatidão por
outros pesquisadores.
 Os métodos inéditos desenvolvidos pelo autor devem ser justificados e as suas
vantagens em relação a outros devem ser apontadas.
 Os processos técnicos a que foram submetidos os produtos e os tratamentos
empregados devem ser citados.
 Às técnicas e aos métodos já conhecidos pode-se fazer apenas uma referência e
não descrições; neste caso, é suficiente a citação do seu autor.
 Técnicas novas podem ser descritas com detalhes, e novos equipamentos,
ilustrados com fotografias e desenhos.
 Hipóteses e generalizações que não estejam baseadas nos elementos contidos
no próprio trabalho devem ser evitadas.
 Os dados utilizados na análise estatística devem figurar no texto ou ser anexados
ao trabalho.

c) Análise dos resultados ou, simplesmente, resultados, na qual são


apresentados os dados obtidos de forma precisa e clara, considerando-se que:

 A análise dos dados, sua interpretação (resultados) e a discussão teórica podem


ser conjugadas ou separadas, conforme for mais adequado aos objetivos do
trabalho.
 Os diversos resultados obtidos, sem interpretações pessoais, devem vir
agrupados e ordenados convenientemente, podem eventualmente ser
acompanhados de tabelas, gráficos, quadros ou figuras com valores estatísticos,
para maior clareza.
 Os dados experimentais obtidos podem ser analisados e relacionados com os
principais problemas que existam sobre o assunto, dando subsídios para a
conclusão.

d) Discussão, para a qual se recomenda:

 Justificar a escolha do tema da pesquisa.


130

 Relacionar causas e efeitos.


 Esclarecer exceções, contradições, modificações, teorias e princípios relativos ao
trabalho.
 Indicar as aplicações e limitações teóricas e práticas dos resultados obtidos
 Ressaltar os aspectos que confirmem ou modifiquem de modo significativo as
teorias estabelecidas, apresentando as novas perspectivas para continuidade da
pesquisa.

Nem todos os trabalhos requerem uma seção ou capítulo


dedicado à revisão de literatura. Há casos em que os autores preferem incorporá-la
à introdução, principalmente se a revisão for breve. Assim como nem todos os
trabalhos requerem uma seção específica dedicada a metodologia (material e
método ou casuística e métodos), podendo a mesma constar também da introdução.

9.2.3 Conclusão

É a recapitulação sintética dos resultados e da discussão do


estudo ou pesquisa. Pode apresentar deduções lógicas e correspondentes aos
objetivos propostos, ressaltando o alcance e as conseqüências de suas
contribuições, bem como seu possível mérito. Pode conter a indicação de problemas
dignos de novos estudos, além de recomendações, quando for o caso. Deve ser
breve e basear-se em dados comprovados.

Mesmo que se tenham várias conclusões deve-se usar sempre


o termo no singular, pois, se trata da conclusão do trabalho em si e não um mero
enunciado das conclusões a que o autor chegou.

É a recapitulação sintética dos resultados e da discussão do


estudo ou pesquisa. Pode apresentar deduções lógicas e correspondentes aos
objetivos propostos. Não se usa citações na Conclusão, pois é quando o
pesquisador responde à problemática levantada e confirma ou refuta a hipótese ou
hipóteses apresentadas, como também, se atingiu o objetivo proposto.

9.3 ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS


131

É a terceira fase da estrutura redacional do trabalho científico,


corresponde a:

 Referências: (obrigatório)
- Bibliografia
- Fontes
- Fontes OnLine
 Obras consultadas (opcional)
 Glossário (opcional)
 Apêndice (opcional)
 Anexos (opcional)

9.3.1 Referências

Em qualquer tipo de documento, a lista de referências


(bibliografia, fontes) localiza-se após o texto, ou antes, do glossário, se houver,
antes dos apêndices e anexos.

Conjuntos de elementos que permitem a identificação, no todo


ou em parte, de documentos impressos ou registrados em diversos tipos de
materiais que foram mencionados explicitamente no decorrer do trabalho. Não deve
constar nas referencias elementos que não foram citados no texto.

As Referências constituem uma lista ordenada dos documentos


citados no desenvolvimento do trabalho, pelo autor do texto. As publicações devem
ter sido mencionadas no texto do trabalho e devem obedecer as Normas da ABNT
6023/2000.

Não se devem confundir referências com bibliografia, que é a


relação alfabética, cronológica ou sistemática de documentos sobre determinado
assunto ou sobre determinado autor.

a) Bibliografia: trata-se de uma listagem dos livros, artigos e outros elementos de


132

autores efetivamente utilizados e referenciados ao longo do artigo.

b) Fontes: quando as referências não são bibliográficas, mas sim revistas não
científicas, jornais, mapas, sites da Internet, documentos eletrônicos e outros.

c) Fontes OnLine: somente sites da Internet, deve-se incluir na referência a data


de acesso.

9.3.2 Glossário

Relação de palavras técnicas e especiais, contidas em obras


gerais ou específicas; ajuda na compreensão do texto. Localiza-se depois das
referências.

9.3.3 Apêndices

São inclusões de textos ou de ilustrações complementares que


o autor julga conveniente adicionar na elaboração de seu trabalho.

Documentos que são anexados no final do trabalho com a


finalidade de abonar ou documentar dados ou fatos citados no decorrer de seu
desenvolvimento. São documentos elaborados pelo próprio autor e que completam
seu raciocínio, sem prejudicar a explanação feita no corpo do trabalho. Devem
constar no sumário e localizam-se após as referências e glossário.

Observam-se os seguintes critérios na apresentação de


apêndices:

 São numerados individualmente com algarismos arábicos, quando houver


apenas um apêndice, este não deve ser numerados.

 Cada apêndice pode ser antecedido por uma página de rosto, na qual devem
constar, escritos em letras maiúsculas, no meio da página ou recuado à
esquerda, seguida do número ou letra de ordem.
133

Exemplo: APÊNDICE 1. OFÍCIO ENCAMINHADO AOS ENTREVISTADOS

9.3.4 Anexos

Suportes elucidativos e indispensáveis para compreensão do


texto. Se houver mais de um anexo, sua identificação deve ser feita por meio de
letra maiúscula. São constituídos de documentos, nem sempre elaborados pelo
próprio autor, que complementam a intenção comunicativa do trabalho.

Anexos – textos e expressões da realidade, extraídos de fontes


ou de bibliografia aparecem após a Bibliografia, colocados com letras maiúsculas, se
for mais de um (ANEXO A.; ANEXO B., e assim por diante).

Exemplo: ANEXO A. LEI Nº 3.350

9.3.5 Observação

Índice – localiza-se após as referências ou após os apêndices


e anexos, se houver, e deve constar no sumário. Pode ser organizado por diferentes
tipos de entrada.

 O título do índice deve definir o seu conteúdo.


 Cada entrada (nome, termo, expressão, título, data) deve ser iniciada em uma
linha separada.
 Cada entrada deve ser seguida do número da(s) página(s) em que está a
informação.
134

10. CITAÇÕES

Citação é a menção no texto de informação extraída de outra


fonte para esclarecer, ilustrar ou sustentar o assunto apresentado.

Devem ser evitadas citações referentes a assuntos


amplamente divulgados, rotineiros ou de domínio público, bem como aqueles
provenientes de publicações de natureza didática, que reproduzem de forma
resumida os documentos originais, tais como apostilas e anotações de aula.

As fontes das quais foram extraídas as citações são indicadas


no texto pelo sistema autor data ou pelo sistema numérico, também denominado
citação nota.

Nos dias de hoje os trabalhos científicos apresentam as


citações pelo sistema citação nota, mais moderno e mais explicativo.

A ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, cita que


as referências das citações podem aparecer em forma de Nota de Rodapé ou de
Fim de Texto, como também ao final de cada capítulo, com numeração exclusiva por
capítulo. A segunda maneira é a mais indicada para trabalhos científicos com
publicação em sites da Internet.

a) A fonte, quando em nota, deve ser identificada, com as seguintes


informações:

 Sobrenome do autor ou nome e sobrenome de maneira direta, com letras


maiúsculas e minúsculas.
 Nome da obra, podendo vir sem subtítulo, em itálico ou negrito.
 Ano de publicação da obra.
 Número(s) da(s) página(s) citada(s).
135

b) A fonte, quando autor data:

 Sobrenome do autor ou nome e sobrenome de maneira direta, com letras


maiúsculas e minúsculas.
 Ano de publicação da obra.
 Número(s) da(s) página(s) citada(s).

c) Sobrenome do autor

 As entradas de autoria são escritas com letras maiúsculas, seguidas da data de


publicação do documento citado e da página ou seção da qual foi extraída a
citação, entre parêntese e após a citação.

Exemplo: “De acordo com dados coletados junto ao Ministério de Educação”


(BRASIL, 1992, p.32) ou (BRASIL, 1992: 32)

 Quando não consta do texto, deve vir entre parênteses.

Exemplo: “(...) entre o objeto e o sujeito” (RUIZ, 1979:86)

 Quando aparece no texto deixa de ser incluído entre parênteses.

Exemplos: Para RUIZ (1979: 86), “(...) o conhecimento é a manifestação do


conhecer (...)”

José Cândido de CARVALHO (1967, cap. 3) “(...) apresenta todas as características


relatadas no seu parecer (...)”

 Quando se tratar de um método indireto de citação, como paráfrase ou


condensação (síntese de um texto longo), o dado referente à paginação pode ser
dispensado.

d) Direta ou literal: citação com até 3 linhas – é transcrita entre aspas, itálico,
136

com letra na fonte do texto.

Exemplos:

 Autor data

Formular um problema para pesquisa é a base de todo estudo


científico. Para GONDIN (1999:18) “O componente mais importante e mais difícil do
projeto é a formulação da pergunta de partida.”

ou

 Citação nota

Para GONDIN, “O componente mais importante e mais difícil


do projeto é a formulação da pergunta de partida.” ¹

____________________
1
AntonioGondin. Métodos e técnicas científicas. 1999, p. 18.

e) Citação longa com mais de três linhas: quando a citação ultrapassar a 3 linhas
deve ser destacada do texto e registrada em espaço entrelinhas simples e com
fonte menor que a do texto.

Exemplo: Focalizando no conceito de cultura, encontra-se que etimologicamente:

No processo redacional da monografia ou de qualquer relatório


de pesquisa, com os resultados das pesquisas bibliográficas,
de campo e documental, o autor pode explorar os materiais
localizados, tratados e selecionados, de diferentes maneira. ¹

___________________
1
Manolita Correia Lima.Monografia: a engenharia da produção acadêmica. 2004, p.152.

f) Citação de citação: quando se deseja citar a idéia de alguém que já foi citado
por outro autor deve-se citar o último sobrenome do autor do trabalho seguido de
137

uma das expressões: apud ou citado pore indicar o último sobrenome do autor
pesquisado.

 Autor data

Exemplo:

Segundo SCHEIN apud FREITAS (1991: 140) a cultura “(...) é


aprendida através de dois mecanismos interativos: redução da dor e ansiedade
(modelo de trauma social) e reforço/recompensa positiva (modelo de sucesso).”

Obs.: o autor da obra é FREITAS foi quem citou SCHEIN.

 Citação nota

Exemplo:

Segundo DOLL JUNIOR citado por MACIEL“(...) competência é


essencialmente o estado de ser capaz.”¹

Obs.: o autor da obra é MACIEL, foi quem citou DOLL JUNIOR.

____________________
1
Doll Junior apud Maciel. Didática. 1999, p. 79.

g) Incorreções e Incoerências em CitaçãoIpsis Literis: é a transcrição exata da


palavra ou trecho de um autor, devendo corresponder exatamente ao original, em
redação, ortografia e pontuação.

Incorreções e incoerências (erro ortográfico ou erro lógico) no


texto citado são indicadas pela expressão sic (assim mesmo),entre parenteses,
imediatamente após a sua ocorrência. Estava assim mesmo no texto.

 Autor data
138

Exemplos:

“Essa noção de História contraria Foucault porque


complementa a da fundação do sujeito pela transcedência (sic) de sua consciência,
garantindo a sua soberania em face de toda descentralização.” (MAGALHÃES
ANDRADE, 1989: 19)

Ou

 Citação nota

“(...)o formulário pressupõe trabalhar com o universo total de


uma determinada população (senso) (...)”1 (Sic)

____________________
1
Manolita Correia Lima. Monografia: a engenharia da produção acadêmica. 2004, p.69.

h) Indireta, Paráfrase ou Livre: é aquela em que se reproduzem as idéias ou


informações de um documento ou fonte sem transcrever as próprias palavras do
autor ou autores. Uma vez que a citação sobre o texto é em suas próprias
palavras, não se colocam aspas.

 Autor data

Exemplo:

Segundo SEVERINO, (2002: 66) o índice de assuntos tem por


objetivo localizarnos textos, de maneira facilitada, os temas principais tratado no
trabalho científico.

Ou

 Citação nota
139

Exemplo:

1
Segundo SEVERINO, o índice de assuntos tem por objetivo
localizarnos textos, de maneira facilitada, os temas principais tratado no trabalho
científico.

____________________
1
Antônio Joaquim Severino. Metodologia do trabalho científico. 2002, p.166.

i) Quando a citação se refere à parte de uma obra, onde o autor difere daquele
cujo nome aparece o trabalho quer este seja o autor, organizador, redator e
outros, indica-se o nome do autor da parte, seguido da partícula In, seguida de
dois pontos e o nome do autor da obra. In: (em, junto a).

 Autor data

Exemplo: (ABRAMO In: HIRANO, 1979: 22) ou (In: HIRANO, 1979: 22)

Ou

 Citação nota

____________________
1
Perseu Abramo. Pesquisa em ciências sociais. In: SediHirano (Org.). Pesquisa social: projeto e
planejamento. 1979, p. 21-88.

Obs.: na Bibliografia aparece da mesma maneira, com as normas de referência


bibliográfica.

j) Quando os autores são dois ou três, a indicação dos respectivos sobrenomes


vem separada por ponto e vírgula.

 Autor data
140

Exemplo: (CERVO; BERVIAN, 1978: 30)

Ou

 Citação nota

PIMENTA e ANASTASIOU observam que “Se em Rousseau


ressalta-se o sujeito que aprende, em Herbart a ênfase está no método (...)”1

____________________
1
Selma Garrido Pimenta; Léa das Graças C. Anastasiou.Docência no ensino superior. 2002, p. 44.

k) Quando são quatro ou mais autores, cita-se o sobrenome do primeiro ou o


primeiro nome do autor completo, seguido da expressão abreviada et al.(et alli =
e outros).

 Autor data

Exemplo: (SOUZA et al., 1976: 14)

Ou

 Citação nota

____________________
1
Cipriano Luckesi et al.Fazer Universidade. 1998, p.166.

l) Ano de publicação da obra: o ano de publicação da obra permite, quando um


autor tem mais de uma obra consultada, identificar aquela que está sendo
utilizada.

 Autor data

Exemplo: (BUNGE, 1976:27) e (BUNGE, 1980:64).


141

Por sua vez, quando um mesmo autor tem mais de uma obra
publicada no mesmo ano, e elas foram consultadas, as letras minúsculas a, b, c, e
assim por diante, identificam as sucessivas obras.

Exemplo: (BUNGE, 1974 a:12) e (BUNGE, 1974 b:208)

Ou

 Citação nota

____________________
1
Paulo Freire. Pedagogia do oprimido. 1999, p. 35. (b)
2
Idem. Pedagogia da autonomia. 1995, p. 66. (a)

m) Número(s) da(s) página(s): pode ser da seguinte maneira.

Exemplos:

1980, p. 59-60 - citação de duas ou mais páginas consecutivas, separadas por


hífen.

1980, p. 14 e 26 - citação de duas páginas não consecutivas, separadas pela


partícula “e”.

1982, p. 171 ss.) - citação de várias páginas não consecutivas, depois do número da
primeira, coloca e seguintes, de forma abreviada – ss.

1976, IV, p. 81 - citação de volumes em número romano (I, II, ...)

n) Omissão de citação

São permitidas quando não alteram o sentido do texto. São


indicadas pelo uso de reticências no início e no final da citação. Quando houver
omissões no meio da citação, usam-se reticências entre parênteses.
142

Exemplo:

 Autor data

“(...) Na casa onde morava aquele pescador, (...) faltavam as


condições necessárias para que se realizasse a sua missão(...)” (MACEDO,
1938:33).

Ou

 Citação nota

“(...) Na casa onde morava aquele pescador, (...) faltavam as


condições necessárias para que se realizasse a sua missão(...)”1

____________________
1
Carlos de Macedo. O desenvolvimento social no Brasil. 1938, p. 33.

o) Ênfase e Destaque em Citação

Uso do grifo - quando se querem ressaltar palavras ou trechos


da citação podem-se grifar (sublinhar, negrito), mas deve-se assinalar entre
parênteses ou entre colchetes a expressão (grifo não original), (o grifo é meu) ou
(grifo nosso). Se a citação já apresenta um destaque no original, usa-se a expressão
(grifo do autor) entre colchetes ou parênteses ou (grifo original).

 Autor data

Exemplo:

“O papel estratégico da comunicação é auxiliar internamente,


motivando os empregados a uma ação produtiva e, ajudando a posicionar a
empresa junto a públicos externos.”(grifo não original) (OLIVEIRA, 1999:48).
143

Ou

 Citação nota

“O papel estratégico da comunicação é auxiliar internamente,


motivando os empregados a uma ação produtiva e, ajudando a posicionar a
empresa junto a públicos externos.”1(grifo não original)

____________________
1
Djalma de Oliveira. Planejamento Estratégico. 2004, p. 66.

Para dar ênfase (indicar espanto, admiração ou perplexidade)


em citação, usa-se o ponto de exclamação entre colchetes [!] ou entre parênteses (!)
imediatamente após o que se deseja enfatizar.

 Autor data

Exemplo: “Levei muito tempo de onde viera. O principezinho, que me fazia milhares
de perguntas, [!] não parecia sequer escutar as minhas.”(EXUPÉRY, 1959: 15)

Ou

 Citação nota

Exemplo: “Levei muito tempo de onde viera. O principezinho, que me fazia milhares
de perguntas, [!] não parecia sequer escutar as minhas.”1

____________________
1
Antoine de Saint – Exupéry. O Pequeno Príncipe. 1959, p.15.

Para indicar dúvida em citação, usa-se o ponto de


interrogação entre colchetes [?] ou entre parênteses, (?) logo após a palavra ou
frase que se deseja questionar ou que gerou dúvida.
144

p) Citação de informação extraída da Internet

As citações de informações extraídas de textos da Internet


devem ser utilizadas com cautela, dada a sua temporalidade. É necessário analisar
as informações obtidas, avaliando sua fidedignidade.

Exemplos:

 Autor data
Ao tratar de biblioteca digital, CUNHA (1999) esclarece que ela
“(...) é também conhecida como biblioteca eletrônica (principalmente no Reino
Unido), biblioteca virtual (quando utiliza recursos da realidade virtual), biblioteca sem
paredes e cibernética.”

Ou

 Citação nota

Ao tratar de biblioteca digital, CUNHA esclarece que “(...) é


também conhecida como biblioteca eletrônica (principalmente no Reino Unido),
biblioteca virtual (quando utiliza recursos da realidade virtual), biblioteca sem
paredes e cibernética.” 1

____________________
1
M.B.Cunha. Biblioteca digital: bibliografia internacional anotada. Disponível em:
http://www.unicamp.br/bc/bibvirt3.htm Acesso em 25 /jun/1999.

q) Expressões Latinas

É muito comum usar as abreviaturas de expressões latinas


para os elementos de apoio ao texto. São utilizadas para evitar repetições
constantes de fontes citadas anteriormente. A indicação deve ser feita somente em
nota de rodapé e não dispensa a inclusão da referência completa no final do
trabalho.
145

EXPRESSÃO LATINA ABREVIATURA SIGNIFICADO


Ad Tempora -*- Citação feita de memória
Está contido, citado por,
Apud -*-
junto a
Confira, Confronte Cf.
Etalli Et al. E outros
Na mesma obra, mesmo
Ibidem Ibid.
documento
Idem Id. Do mesmo autor
In: -*- Junto a, em
Loco Citatum Loc. Cit. No lugar citado
Opus Citatum, Opere Citato Op. Cit. Na obra citada
Sic -*- Conforme escrito
Sine Loco [ s.l.] Sem local
Sine Data [s.d.] Sem data
Sine Editora [s.Ed.] Sem Editora
146

11. NOTAS DE RODAPÉ

As notas de rodapé são as que aparecem ao pé das páginas


onde são indicadas. Servem para abordar pontos que não devem ser incluídos no
texto para não sobrecarregá-lo. Podem ser:

a) Nota bibliográfica - indica a fonte de uma citação, ou seja, um livro de onde se


extraiu uma frase ou do qual se utilizou uma ideia ou informação.

____________________
1
Antoine de Saint – Exupéry. O Pequeno Príncipe. 1959, p.15.

b) Notas de conteúdo – evitam explicações longas dentro do texto, que são


prejudiciais à linha de argumentação. Podem incluir uma ou mais referências,
que são usadas para esclarecimentos e para referências cruzadas.

c) Notas de referência – indicam as fontes consultadas ou remetem a outras


partes da obra em que o assunto foi abordado, são usadas para citação de
autoridade e para citação de citação.

d) De esclarecimentos ou explicativas

As notas de esclarecimentos ou explicativas são usadas para a


apresentação de comentários, explanações ou traduções que não podem ser
incluídos no texto por interromper a linha de pensamento. As notas de
esclarecimentos ou explicativas devem ser breves, sucintas e claras.

Exemplo: Segundo a contabilidade de A Nação, em 1920 o proletariado no Brasil


forma um contingente de 30.428.700 pessoas, 1 contra 43.203 da grande burguesia.

____________________
1
Na realidade, a cifra 30.428.700 inclui os pequenos burgueses, já que estes, na época, são
considerados aliados da classe operária e, mais que isso, instrumento necessário da revolução
147

proletária: a revolta “tenentista”, isto é, pequeno-burguesa, é a ante-sala da revolução proletária.

e) Referências Cruzadas

Nesse caso a nota de rodapé é usada para indicar ao leitor


outras partes da obra ou outras obras em que o assunto foi abordado.

Exemplo: Denunciavam que os preços dos gêneros fornecidos na fazenda eram


mais caros que em outros lugares e reclamavam ainda de outras taxas e muitas que
também não constavam dos contratos. 1

____________________
1
Para a relação das queixas dos colonos confrontar o Anexo A. p. 249-255.

f) Nota de Tradução - fornecer a tradução de uma citação que era essencial


transcrever em língua estrangeira ou, o inverso, apontar a versão original de uma
citação que, para maior fluência no discurso, foi feita em tradução.

Exemplo: A situação na Venezuela, nos dias de hoje (maio/2013), gera a linguagem


que pode ser expressa de forma calamitosa, pois o governo comunista destruiu a
produção. Chávez confiscou fazendas, campos agrícolas, empresas de todos os
tipos, por exemplo: o ferro, alumínio, aço, entre outras. A Saúde está cada vez mais
preocupante com a falta de suprimentos médicos, em hospitais públicos os
pacientes têm que comprar o básico.

Conforme salienta BRICENO,

Las penalidades de lainflación esta en niveles altísimosen


Venezuela y lopeor de todo es que laproducción de alimentos
de uso diario esta por elsuelo; para conseguirloshay que hacer
largas filas a laspuertas de los supermercados, teniendo que
comprar tan solo 2 unidades por artículo ( el papel higiénico no
se consigue), así que enese aspecto damos lástima (…) 1

____________________
1
Tradução livre: As penalidades da inflação está em níveis Altíssimos na Venezuela e o pior de tudo é
que a produção de alimentos de uso diário está no chão; para conseguir-los tem-se que fazer longas
148

filas às portas dos supermercados, tendo que comprar só 2 unidades por artigo (o papel higiênico não
se consegue), assim que nesse aspecto temos pena (...)

11.1 APRESENTAÇÃO DAS NOTAS DE RODAPÉ

Na utilização de notas de rodapé deve-se observar o seguinte:

 A numeração das notas é sequencial e em algarismos arábicos, dentro de cada


seção ou ao longo do documento.
 O número apresentado sobrescrito 29ou entre parênteses ou colchetes, no texto e
no início da nota.
 O indicativo numérico é separado do texto da nota por um espaço.
 A nota é escrita com letra e entrelinhamento menores que o texto.
 O texto deve ser separado das notas de rodapé por uma linha em branco de 5
cm, aproximadamente. Cada nota deve ser iniciada numa nova linha.
 Alíneas e incisos em rodapé são colocados em sequencia e separados por ponto
e vírgula.
 O texto em rodapé começa e termina na página em que a nota foi inserida, sendo
que a última linha da nota deve coincidir com a margem inferior da página.
 No texto, o número deve ficar após o sinal de pontuação que encerra uma
citação direta, ou após o termo a que se refere, mesmo que depois haja sinal de
pontuação.
 Os asteriscos, no entanto, devem ser utilizados somente quando o número de
chamadas, na mesma página, não ultrapassar a três.

Ao critério do pesquisador essa sequencia numérica pode ser


recomeçada a cada página ou capítulo ou obedecer a uma numeração contínua até
o final do texto, onde são reunidas. A opção mais recomendável é a numeração por
capítulos e, no caso de obras menos extensas, a contínua. Assim, as notas de
rodapé podem aparecer: em rodapé; ao final de capítulo ou seção; ao final do texto.

4.1 QUANDO E COMO UTILIZAR NOTAS DE RODAPÉ

29
Também chamado número alto ou alceado. No caso de documentos datilografados, adota-se
onúmero entre parênteses ou colchetes.
149

As notas de rodapé são utilizadas com maior ou menor


freqüência, dependendo da natureza do trabalho que se elabora. Quando utilizadas
com critério são importantes e têm por finalidade:

a) Ampliar as informações feitas no texto, ou seja, fazer observações


pertinentes, comentários adicionais, explanações complementares que, apesar
de úteis, não foi possível incluir no corpo do texto.

Cabe lembrar, também, que a nota de rodapé não deve ser


excessivamente longa para não desviar o leitor de ideia central do discurso.

Exemplo: Segundo ADES, “(...) as pesquisas tradicionais de laboratório omitem


informações sobre as várias estratégias através das quais o organismo se adapta ao
meio natural 1negligenciando o corriqueiro do comportamento dos animais em seu
habitat.” 2

____________________
1
Ambiente natural é uma expressão que cobre, à maneira de um rótulo sim ampliado, uma classe de
contextos dentro dos quais se mostra possível a sobrevivência dos animais e nos quais a
interferência planejada humana é reduzida. Não cabe conceder ao ambiente natural como uma
entidade de características fixas, independentemente da própria ação transformadora das espécies.
2
Albert Ades. Pesquisas de Laboratório. 1982, p.61.

b) Remeter o leitor a outras partes do trabalho, outras obras ou autores


relacionados com o tema apresentado. Para remetermos o leitor a um outro
capítulo ou parágrafo de nosso próprio trabalho, colocamos em nota “cf.” (que
quer dizer confrontar).

Exemplo:

„„Crianças provenientes de camadas sociais mais pobres da


população apresentam desempenho inferior, nos testes de inteligência, sobretudo
verbais, se comparado com aquele atingido por crianças de nível social mais
elevado.” 1
___________________
1
Esta afirmação foi por mim comprovada em trabalho anterior. Cf. DairAily Franco de Camargo sobre
estudo quantitativo sobre a reprovação no curso primário. Cadernos de Pesquisa. nº. 12. 1999, p. 3-
18.
150

c) Introduzir uma citação de reforço que, caso colocado no próprio texto,


atrapalharia a leitura, quebrando a seqüência lógica do raciocínio que está sendo
desenvolvido.

Exemplo:

Segundo PEREIRA, “(...) em São Paulo o metrô é o sistema de


1
transporte mais adequado devido a dispersão das unidades de produção e de
residências, sem mencionar a morosidade do trafego.”2

____________________
1
“O transporte urbano adquiriu papel preponderante na vida do paulistano saturando o já incipiente
sistema viário: ocorre diariamente uma verdadeira troca da população da ordem de milhares de
pessoas. Pesquisa realizada em São Bernardo indica grande número de trabalhadores morando em
Osasco! Além do quê, a distribuição da população operária revela não habitar ela em zonas
industriais e sim em áreas ao longo dos meios de comunicação (...) ” (WILLHEIM, 1965).
2
João C. Pereira. O transporte urbano. 1981, p. 21.

d) Indicar dados obtidos por meio de canais informais como, por exemplo,
comunicações pessoais, anotações de aulas, conferências e correspondência
pessoal.

e) Indicar trabalhos apresentados em eventos, mas não publicados.

f) Indicar documentos não consultados diretamente, ou seja, o autor do


trabalho teve acesso ao comentário citado no texto por meio de uma fonte
secundária e não da obra de que, originalmente, a citação faz parte.

g) É importante observar que as obras citadas em nota deverão constar também


da lista final de referências bibliográficas, à exceção dos três últimos casos
apontados ( (e), f), g) ).

Isto porque, não se pode dizer que se as obras citadas já


aparecem em nota, não será necessário incluí-las na listagem final de referências.

Na verdade, essa lista final tem, por objetivo, dar uma


151

panorâmica do material consultado e informações gerais sobre a literatura referente


ao assunto sem que o leitor precise procurar estas informações páginas por página,
nas notas de rodapé.

Por outro lado, nas notas é possível abreviar certos dados,


omitir a localidade e a editora, por exemplo, enquanto na listagem final todos esses
dados estarão representados.

11.2 NOTAS DE CITAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

Quando uma obra for citada pela primeira vez em nota, sua
referência deverá conter apenas os elementos essenciais ao tipo de publicação em
questão: autor, livro, periódico ou outros, ano e página(s), considerados suficientes
para a identificação da passagem citada no texto.

Convém lembrar que, dependendo da área em que se realiza o


estudo, não se pode restringir somente às indicações bibliografias da nota de
rodapé, apenas aos elementos essenciais. Às vezes torna-se necessário incluir o
número da edição, ao se referir a uma edição que foi revisada, aumentada e
corrigida ou a uma edição crítica, sendo preciso mencionar também o seu
organizador.

Os demais dados da publicação (edição, revisão, volume,


cidade, editora, e outros) deverão constar apenas na lista das referências
bibliográficas.

Exemplo: Para ROGERS, o fenômeno ocorre tanto na terapia


psicanalítica quanto na terapia centrada no paciente. A diferença é que nesta última,
a “(...) relação de transferência, implícita, persistente e dependente não tende a
desenvolver-se.”1

__________________
1
Carl Rogers. Terapia centrada no paciente. 1982, p. 202 – 203. Esclarece o autor ainda, nesta obra,
que a atitude de terapeuta centrado no paciente é a aceitação e compreensão da transferência, o que
leva o paciente a reconhecer que esses sentimentos eram seus e não os do terapeuta.
152

11.2.1 Publicações periódicas

Em se tratando de artigos de periódicos, deverá constar da


nota de rodapé, apenas o nome do autor (ordem direta), o título do artigo, o título do
periódico, (revista) o ano e a(s) página(s) de onde foi extraída a citação. Os demais
dados deverão constar apenas na lista final das referências de Fontes.

Exemplo: Segundo RODRIGUES, é necessário que se faça


distinção entre o que seja psicologia social científica e as aplicações desta
psicologia social, uma vez que “existe ciência, aplicações ciência e tecnologia.”1

____________________
1
Aroldo Rodrigues. Sobre o desconhecimento das aplicações de Psicologia Social. Revista
Psicologia: teoria e pesquisa. vol. 2, nº 11, 1989, p. 45.

11.2.2 Abreviaturas

Utilizadas para evitar a repetição de referências ou informações


já apontadas em nota de rodapé.

A cada nova citação há necessidade de se fazer uma nova


indicação bibliográfica, mesmo que a transcrição seja de um trecho de autor ou título
da obra, já citados anteriormente. Neste caso, é comum o uso de
expressõeslatinas, abreviadas, nas notas de rodapé, com o propósito de evitar a
repetição de fontes já citadas.

Entre essas expressões abreviadas, as mais freqüentemente


usadas são:

 Id. (Idem) = o mesmo, do mesmo autor.

Indica que o trecho a que estamos nos referindo é do mesmo


autor de nota imediatamente precedente, mas em outra obra, na mesma página. A
expressão IDEM substitui só o autor e devem aparecer em seu lugar nas notas
sucessivas, quando são citadas obras diferentes de um mesmo autor.
153

Exemplo:

____________________
1
Carl Rogers. Sobre o poder pessoal.1986, p. 72.
2
Idem. A terapia centrada no paciente.1964, p. 101.
3
Idem. Tornar-se pessoal. 1965, p. 81.

 Id. Ibid. (Idem. Ibidem) = mesmo autor, mesma obra.

Estas duas expressões, quando combinadas, substituem a


referência à mesma obra já apontada em nota de rodapé anterior, variando apenas a
página.

Exemplo:

____________________
¹Erich Fromm. Análise do homem. 1958, p. 162. (a)
²Idem. A arte de amar. 1964, p. 12. (b)
³Idem. Ibidem. p. 48. (b)

 Op. Cit. (Opus citatum) = na obra citada

Colocada após o nome do autor, esta expressão substitui título


e demais elementos (com exceção da paginação) da referência da obra já citada em
nota de rodapé não imediatamente precedente, como também, não na mesma
página.

____________________
¹ Erich Fromm.Op. Cit. p.130.

 Loc. Cit. (Loco Citatum) = no lugar citado

Colocada após o nome do autor, esta expressão substitui o


título e demais elemento da referência de obra já citada em nota não imediatamente
anterior, porém na mesma página.

Exemplo:
154

____________________
1
Wilhelm Reich. Analise do caráter. 1988, p. 28.
2
Carl Rogers. Novas formas do amor. 2000, p. 64.
3
Idem. Ibidem. p. 81.
4
Wilhelm Reich.Loc. Cit. p. 22.

11.4 MÉTODOS DE CHAMADA DAS CITAÇÕES

Os métodos ou sistemas utilizados para chamar ou identificar a


citação são: alfabético, numérico, alfabético-numérico.

11.4.1 Método Alfabético (citação autor - data)

As citações, neste método, obedecem na sua apresentação a


um plano de registro por nome e data. Todas as citações feitas no texto passam a
figurar numa lista de referências bibliográficas, organizadas pela ordem alfabética
dos sobrenomes dos autores.

Tem, portanto, este método, como elementos que permitem a


identificação da fonte bibliográfica: o último sobrenome do autor; o ano da
publicação; a página do documento da qual se extraiu a citação, quando se tratar de
transcrição textual.

Exemplo: Para SILVA et al. “(...) quando mais escolarizado é o


leitor, mais escolarizada é a razão de sua leitura.” (1986, p. 45).

a) Vantagens do método alfabético

A adoção deste método permite ao leitor identificar, de


imediato, os autores ou mesmo as correntes de pensamento abordados ao longo do
trabalho. Por outro lado, a elaboração das citações é simultânea à redação do
trabalho e não há porque se preocupar com a seqüência das obras mencionadas, tal
como acontece quando utilizamos o método numérico.

Este sistema possibilita, ainda, a redução de uma grande


quantidade de notas de rodapé, simplificando a elaboração e a própria leitura do
155

texto e permitindo que o leitor perceba a seqüência temporal dos trabalhos citados
sobre o assunto tratado.

11.4.2 Método Numérico

As citações, neste método, obedecem a um plano de registro


numérico, ou seja, são indicadas por chamada numéricas que aparecem entre
parênteses, entre colchetes ou meia entrelinha acima do texto.

O sobrenome do autor e a data de publicação podem ou não


ser mencionadas, mas, caso sua inclusão seja julgada de interesse, esses dados
devem vir sempre acompanhados da indicação numérica e obedecer a um padrão
de apresentação uniforme.

Exemplos:

 Ao longo da história da educação, várias têm sido as concepções de linguagem


e, conseqüentemente, de leitura. As concepções ainda hoje divergem e têm sido
responsáveis pelas diferentes práticas que se têm desenvolvido no ensino da
leitura. (1, p. 8)

 Para que o domínio da língua padrão seja possível “(...) é necessário que se
ensine a falar a língua, ao contrário do que se tem ensinado: falar sobre a
língua.” (2)

 Como diz FREIRE (3), ao aluno a mera repetição de certa maneira de ler o real
constitui uma postura autoritária.

Quando este método for adotado, todas as citações feitas no


decorrer do texto deverão constar da lista de referências bibliográficas, organizada
em ordem numérica, correspondente à seqüência das citações do texto.

As chamadas numéricas poderão remeter a uma nota de


rodapé, a uma nota de fim de capítulo ou a uma nota de final de texto.
156

Formulado com base nas citações mencionadas, as chamadas


numéricas remetem à lista final de referências bibliográficas.

Exemplos no final do texto:

(1) RUBANO, D.R. A leitura na universidade. São Paulo, 1987. 212 p. Dissertação
(Mestrado em Psicologia). Instituto de Psicologia da USP.

(2) GERALDI. J.W. Concepção de linguagem e ensino de português. 2. ed. In:


GERALDI, J.W. (org.) O texto na sala de aula: leitura e produção. Cascavel:
Assoeste, 1984. p. 41-47.

(3) FREIRE, P. A importância do ato de ler; em três artigos que se completam. 4. ed.
São Paulo, Cortez / Autores Associados, 1983.

11.4.3 Método alfabético – numérico

Neste método, as referências bibliográficas relativas às


citações são alfabetadas e, posteriormente, cada item recebe um número
consecutivo. Esta numeração é aplicada às citações no texto que, deste modo, são
identificadas posteriormente, em função dessa lista organizada alfabeticamente.

Exemplos:

TEXTO 1. A conquista da autonomia da Psicologia como


Ciência, fez-se graças à contribuição de váriasáreas do conhecimento.

Segundo LOURENÇO FILHO, (3) ”Os estudos de caráter


objetivo iniciaram-se na área médica, principalmente nos campos de Psiquiatria,
Nutrição e Medicina Social.”

Entretanto, “(...) parece que ficou reservado aos educadores o


maior papel nesse desenvolvimento” (1. p. 32) por seu trabalho de formação de
discípulos que passaram a desempenhar atividades profissionais de Psicologia na
área da educação, do trabalho e da clínica, nos principais centros de
desenvolvimento do país.
157

ANGELINI, Arrigo Leonardo. Aspectos atuais da profissão do psicólogo no Brasil:


Boletim de Psicologia. São Paulo, 26 (69): 31-39, jul. /dez/1975.

GRANJA, Elza Corrêa. Contribuição ao estudo de leitura entre estudantes


universitários: análise empírica da leitura e do uso de biblioteca entre os alunos do
curso de graduação do Instituto de Psicologia da USP. São Paulo, 1985. 143p.
Dissertação (Mestrado em Psicologia). Instituto de Psicologia da USP.

LOURENÇO FILHO, Manuel Bergstrom. A Psicologia no Brasil. In: AZEVEDO (org.)


As ciências no Brasil.V.II. São Paulo: Melhoramentos, 1955. p. 263-296.
158

12. REFERÊNCIAS

Referência é o conjunto padronizado de informações


agrupadas em elementos descritivos, retirados de um documento e que permitem a
sua identificação no todo ou em parte. Constituem uma lista ordenada dos
documentos citados pelo autor no texto.

Documento é qualquer suporte que contenha informação


registrada por intermédio de algum meio, seja este gráfico, visual, sonoro, eletrônico
ou outro. São exemplos de documentos: livros, periódicos, normas técnicas,
materiais cartográficos, gravações sonoras, gravações de vídeo, fotografias, selos,
arquivos magnéticos e eletrônicos, jogos, sites da Intenet, entre outros.

Para maior clareza, as referências são divididas em três partes:

 Elementos e regras gerais.


 Documentos impressos e registrados.
 Documentos eletrônicos.

12.1 ELEMENTOS E REGRAS GERAIS

a) Elementos Essenciais - são aqueles obrigatórios à identificação de


documentos, como autor, título, local, editor ou produtor, ano de publicação-
produção.

b) Elementos Complementares – são elementos opcionais que, acrescentados


aos essenciais, permitem uma melhor caracterização do documento
referenciado, como subtítulo, número de páginas ou volumes completos, título e
número da série, indicação de tipo de fascículo, tipo de suporte e nota.

12.2 TRANSCRIÇÃO DOS ELEMENTOS


159

I. AUTORIA

a) Um autor: nome de chamada (último nome do autor) vem em letra maiúscula,


caixa alta, seguido do prenome, abreviado ou não desde que haja padronização
neste procedimento, separados entre si por vírgula.

Exemplos: BILAC, O. ou BILAC, Olavo Martins dos Guimarães.

Incluir, após o ultimo sobrenome, os distintivos como Júnior,


Filho, Neto, Sobrinho.

Exemplos: Vicente Carvalho Sobrinho/ CARVALHO FILHO, Vicente.


Serafim Silva Neto /SILVA NETO, Serafim.

 Quando o sobrenome for composto

Exemplo: Pedro Espírito Santo/ ESPÍRITO SANTO, Pedro.


Claude Levi-Strauss / LEVI-STRAUSS, C.

 Título de ordem religiosa

Exemplo: Irmã Dulce/ DULCE, Irmã; Papa Pio X / PIO X, Papa

b) Doisou três autores – menciona-se todos na ordem em que eles aparecem na


obra, separados por ponto e vírgula.

Exemplo: NORTON, Peter; AITKEN, Peter; WILTON, Richard.

c) Mais de três autores – menciona-se o primeiro seguido da expressão et al. (e


outros). Sendo necessário, podem-se mencionar todos os autores do documento.

Exemplo: ALMEIDA, José da Costa et al.

d) Pseudônimos – obras escritas sob pseudônimo devem ter entrada por este.
160

Conhecendo-se o nome verdadeiro, indicá-lo entre colchetes depois do


pseudônimo.

Exemplo: Marcelo Tupinambá /TUPINAMBÁ, M. [Fernando Lobo]

e) Entidades coletivas –órgãos da administração governamental direta


(ministérios, secretarias e outros) têm entrada pelo nome geográfico que indica a
esfera de subordinação (país, estado ou município).

Exemplos: BRASIL. Ministério da Economia. Secretaria de Contabilidade.

PARANÁ. Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Cultura.

SÃO PAULO (Município). Prefeitura Municipal. Câmara dos Vereadores.

FORTALEZA. Prefeitura Municipal. Secretaria da Educação.

f) Sociedades, organizações, instituições, entidades de natureza científica,


artística ou cultural, têm entrada pelo seu próprio nome. Em caso de
ambigüidade, deve-se acrescentar a unidade geográfica as que pertencem, entre
parênteses.

Exemplos: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL.

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA.

UNIVERSIDADE NACIONAL (BRASIL).

UNIVERSIDADE NACIONAL (PORTUGAL)

g) Unidades subordinadas são mencionadas após o nome da instituição


161

Exemplos: UNICE-ENSINO SUPERIOR. Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão.


UNIVERSIDADE MACKENZIE. Sistema de Bibliotecas

h) Eventos científicos – congressos, reuniões, simpósios e conferências, têm


entrada pelo nome do evento, com indicação do respectivo número do evento em
algarismos arábicos, ano e local de realização.

Exemplos: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOQUÍMICA, 6., 1991, São Paulo.


SEMANA ACADÊMICO-CULTURAL DA UNICE, 3., 2004, Fortaleza.

i) Organizadores, compiladores, editores, adaptadores e outros. Não havendo


indicação de responsabilidade em destaque na folha de rosto, a entrada deve ser
feita pelo título.

Exemplos: BOSI, Alfredo (Org.)


ROGERS, M. C.; PARRILLO, J. E. (Coord.)

j) Autoria desconhecida – entrar pelo título da obra. O termo anônimo não deve
ser usado para substituir o nome do autor desconhecido. A primeira palavra do
título, inclusive os artigos definidos e indefinidos, deve ser em caixa alta.

Exemplos: O FILÓSOFO Inglês ou a história de monsieurCleveland.


HISTÓRIA da guerra de 1741.

II. TÍTULO

O título deve ser reproduzido tal como figura no documento


devendo aparecer com alguma forma de destaque tipográfico – negrito, itálico ou
sublinhado – observando-se o que segue:

a) As Instituições padronizam o destaque do título da obra, como por exemplo, a


ABDPC-Academia Brasileira de Direito Processual Civil, UNICE-Ensino Superior,
UFPI-Universidade Federal do Piauí – Campus Ministro Reis Velloso (Pós-
Graduação) e outros utilizam o itálico.
162

Exemplo: BITTAR, Eduardo C. B. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática


da monografia para os cursos de Direito. São Paulo: Saraiva, 2001.

b) Quando houver necessidade de transliterar (passar para o português) um título e


subtítulo, deve-se indicar em notas ao final da referência: Título transliterado do
inglês.

c) Para títulos em língua portuguesa, usar letras maiúsculas somente na inicial da


primeira palavra e em nomes próprios.

Exemplos: ARAUJO, J. S. de. Administração de materiais.


PETRI, S.; FULVARO, V. J. Geologia do Brasil.

d) Subtítulo: o subtítulo deve ser transcrito após o título, quando necessário para
esclarecer e completar o título, sem negrito, itálico ou sublinhado, precedido de
dois pontos.

O subtítulo continua em letra normal. Da mesma maneira, em


nota de rodapé o subtítulo não aparece.

Exemplo: Normalização de referências bibliográfica: manual de orientação.

III. EDIÇÃO

Indica-se a edição somente quando esta é mencionada no


documento. O seu número deve ser escrito em algarismos arábicos, seguido de
ponto final e um espaço, e da abreviatura da palavra edição (ed.), na língua do
documento referenciado. No caso de primeira edição, esta não deve ser
mencionada.

Exemplo: ARAUJO, J. S. de. Administração de materiais. 5. ed.

Indica-se na forma abreviada (sempre que possível) as


emendas e acréscimos à edição, tal como aparecem no documento: 2. ed., ver. e
163

atual.
As edições com nome devem ser transcritas como aparecem
no documento.

Exemplo: ALENCAR, José de. Iracema. Ed. do Centenário.

IV. IMPRENTA

A imprenta, também denominada notas tipográficas, é


composta de elementos como local (cidade), editora e data de publicação.

 Local – o local de publicação (cidade) deve ser escrito tal como figura o
documento. Em caso de cidades homônimas, acrescenta-se o nome do país ou
estado.

Exemplo: ARAUJO, Jorge Siqueira de. Administração de materiais. 5. ed. São Paulo
(SP):

 Editora – o nome da editora ou produtora deve ser transcrito como aparece no


documento.

Exemplo: ARAUJO, Jorge Siqueira de. Administração de materiais. 5. ed. São Paulo
(SP): J. Olympio,

 Data de publicação ou produção – indica-se sempre o ano de publicação ou


produção em algarismos arábicos, sem espaçamento ou pontuação.

Exemplo: ARAUJO, Jorge Siqueira de. Administração de materiais. 5. ed. São Paulo
(SP): J. Olympio, 1995.

 Número da Página: a ABNT recomenda somente o p. para a indicação das


páginas, mas há autores que usam: (dois pontos).

Exemplo: (...) São Paulo: Atlas, 1997, p. 30-38 ou(GALLIANO, 1979, p. 50) ou
164

(GALLIANO, 1979: 50).

Quando existem muitas páginas na sequencia (...) São Paulo (SP): J. Olympio,
1995, p.33 ss

 Obras e Periódicos: os títulos das obras e periódicos (revistas, jornais) devem


ser grifados, negrito, sublinhado ou itálico, é mais moderno usar itálico.

 Repetição de Autores: utiliza-se um traço de 1 cm (correspondente a cinco


caracteres – underline), um espaço e um ponto.

A bibliografia final tem como objetivo fornecer um conjunto de


indicações precisas que permitam ao leitor identificar todas fontes bibliográficas para
a elaboração da obra.

Alguns aspectos associados à pontuação: 30

 Grifo: usa-se negrito ou itálico para:


- Título das obras que não iniciam a referência.
- Título dos periódicos.
- Nomes científicos, conforme norma própria.

 Ponto ( . ) utilizado após nome do autor/ autores, título, edição e no final da


referência.

 Dois Pontos ( : ) usado antes do subtítulo, antes da editora e depois do termo In:

 Vírgula ( , ) após o sobrenome dos autores, entre ed., ver., ampl., atual. (se for
livro) no., ano, o número de páginas (se for revista), após a editora

 Ponto e Vírgula ( ; ) seguido de espaço é empregado para separar os autores.

30
Maria Bernardes Martins Alves; Suzana Margareth Arruda. Como fazer referências
bibliográficas.2000, p. 102
165

 Hífen ( - ) utilizado entre páginas (p. 10 -12), datas de fascículos seqüenciais


(1997-1998) e antes ou depois do extenso da Sigla. Exemplo: MEC – Ministério
da Educação ou Ministério da Educação – MEC.

 Barra Transversal ( / ) – usada entre números de fascículos não seqüenciais e


para datas ( 05/out/2007).

 Parênteses ( ) – empregado para indicar série, grau (caso de monografia,


dissertações e teses) e para função responsabilidade na publicação
Exemplo: SANTOS, Sandra (coord.)

 Reticências – São usadas para indicar supressão de título.


Exemplo: Anais...

V. DOCUMENTOS IMPRESSOS E REGISTRADOS

 Livros considerados no todo

Exemplos:

BARBIERI, José Carlos. Produção e transferência de tecnologia. São Paulo: Ática,


1990.

BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. Ciência e tecnologia no Governo


Federal. Brasília: MCT, 1995.

 Partes de livros (capítulos, fragmentos e volumes)

O título da parte deve ser transcrito sem destaque. A


referenciação do documento em que se encontra a parte citada segue as normas de
livros, precedida da palavra In:, seguida de dois pontos.

Exemplo:

ABRAMO, Perseu. Pesquisa em ciências sociais. In: HIRANO, Sedi (Org.). Pesquisa
166

social: projeto e planejamento. Parte I, cap . 2, p. 21-88. São Paulo: T. A. Queiroz,


1979.

 Verbetes de Enciclopédias e Dicionários

Exemplos:

FARMACOLOGIA. In: ENCICLOPÉDIA Barsa. v. 6, p. 136-138. Rio de Janeiro:


EncycloáediaBrittannica, 1965.

GEODO. In: GUERRA, A. T. Dicionário geológico-geomorfológico. 4. ed. Rio de


Janeiro: Instituto Pan-Americano de Geografia e História, 1975.

 Monografias, Dissertações e Teses

DEBACO, Sandra Andréa. Integração regional e oligopolização. Fortaleza, 1996.


126 f. Monografia (Bacharelado em Economia). Faculdade de Economia,
Administração, Atuaria e Contabilidade, Universidade Federal do Ceará.

FERREIRA, João Sá. A controladoria na auditoria fiscal: a importância da


recuperação do ICMS para o Estado do Ceará. Fortaleza, 2002, 65 f. Monografia
(Especialização em Controladoria). Faculdade de Ciências Contábeis, UNICE –
Ensino Superior.

SANTOS, Sandra Maria. Determinantes de investimento em capacitação tecnológica


nas empresas brasileiras. Recife 1998. 222 f. Tese (Doutorado em Economia).
Programa de Pós-Graduação em Economia - PIMES, Universidade Federal de
Pernambuco.

 Trabalhos Acadêmicos

Exemplo:

AZEVEDO, Luiz Antonio. Produção gráfica: tecnologia, processos e aplicações.


Curitiba, 1989. 65 f. Trabalho de Graduação (Disciplina Projeto de Produto IV).
Curso de Desenho Industrial, Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes,
Universidade Federal do Paraná.

 Bíblia considerada no todo

Exemplo:
167

BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Tradução Centro Bíblico Católico. 34. ed., rev.
São Paulo: Ave Maria, 1982.

 Partes da Bíblia

Exemplo:

BÍBLIA, N. T. João. Português. Bíblia Sagrada. Reed. Versão de Antonio Pereira de


Figueiredo. Cap. 12, vers. 12. São Paulo: Ed. das Américas, 1950.

 Eventos Científicos considerados no todo (Congressos, Seminários,


Simpósios, Reuniões, Encontros e outros)

Exemplos:

SIMPÓSIO SUL-BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 1., 1983, Porto Alegre. Anais ... 2. v.


Porto Alegre: ABG, 1983.

ORLANDO FILHO, J.; LEME. E. J. Utilização agrícola dos resíduos da agroindústria


canavieira. In: SIMPÓSIO SOBRE FERTELIZANTES NA AGRICULTURA
BRASILEIRA, 2., 1984, Brasília. Anais ...Brasília: Embrapa, Departamento de
Estudos e Pesquisa, 1984.

 Periódicos considerados no todo (Coleção)

A referência de periódico considerado no todo é a


representação de sua coleção desde o primeiro fascículo até o último.

Exemplo: ANUÁRIO INTERNACIONAL. São Paulo: AGEV, 1968 – 1978.

Quando o periódico está em curso de publicação, indica-se


somente o ano de início seguido de hífen (1998 - )

 Documentos traduzidos

Exemplo:
168

CARRUTH, J. A nova casa de Bebeto. Tradução de Ruth Rocha. São Paulo: Círculo
do Livro, 1993. Título original: Movinghouse.

 Textos para discussão

Exemplo:

SANTOS, Sandra Maria dos. Determinantes de investimentos em capacitação


tecnológica pelas empresas brasileiras. Fortaleza: CAEN, 1999, 25P. (Texto para
Discussão, 1995).

 Artigos de periódicos

- Revistas

Exemplos:

ALMEIDA, C.; Monteiro, M. Descrição de duas novas espécies (Homoptera). Revista


Brasileira de Zoologia. v. 9, n. 1/2, p. 55-62 Curitiba, mar/jun. 1992.

CONJUNTURA ECONÔMICA. As 500 maiores empresas do Brasil. v. 38, n.9, set,


135 p. Rio de Janeiro: FGV, 1984. Edição especial.

DINHEIRO. Revista Semanal de Negócios. no.148, ano 28. São Paulo: Ed. Três,
jun/2000.

- Jornais

Exemplos:

SIMÕES, J. M. Camilo, autor e personagem. O Estado de São Paulo. Cultura, v. 7,


n. 512, p. 4-5. 26. São Paulo, maio/1990.

BIBLIOTECA climatiza seu acervo. O Globo. Cultura, v. 7, n. 512, p. 4-5. Rio de


Janeiro, 04/mar/1985.

 Documentos legislativos

- Constituição
169

Exemplo:

BRASIL. Constituição (1998). Constituição da República Federativa do Brasil.


LOPES, Mauricio R. (Coord). 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997.

- Leis e Decretos

Exemplo:

BRASIL. Decreto-lei no. 2481, de 3 de outubro de 1998. Dispõe sobre o registro


provisório para o estrangeiro em situação ilegal em território nacional. Diário Oficial
da República Federativa do Brasil. v. 126, n. 190, p. 19.291-19.292. Brasília, 04/
out/1988. Seção 1.

VI. INFORMAÇÕES E DOCUMENTOS ELETRÔNICOS

a) Arquivos Eletrônicos

 Online

Exemplos:

MOURA, G. A. C. de M. Citação de referências e documentos eletrônicos. Disponível


em: http://www.ecologica.com.br/users/gmoura/refere.html Acesso em 09/out/ 1996.

UNITES STATES.Environmental Protection Agency.Official of Pesticides


Programs.Assesing health risks from presticides. Disponível em:
http://www.epa.gov/presticides/citizes/riskasees.htmAcesso em 14/ jun/1999.

 Arquivos de Dados

Exemplo:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Biblioteca de Ciência e Tecnologia.


Mapas. Curitiba, 1997. Base de Dados em Microlsis Versão 8.7.

 CD – ROM
170

Exemplo:

INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÕES EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA–


IBICT. Base de Dados em Ciência e Tecnologia. Brasília: IBICT. N.1, 1996. CD-
ROM.

b) Outros tipos de situações

• Workshop

Exemplo:

PRADO, Afonso Henrique M. de Almeida. Interpolação de imagens médicas. In:


WORKSHOP DE DISSERTAÇÕES EM ANDAMENTO, 1, 1995. São Paulo: Anais ...
São Paulo: ICRS, 1995. 39P.

 Autoria desconhecida

Exemplo:

ARRANJO tributário. Diário do Nordeste Online. Fortaleza, 27/nov/1998. Acessado


em: 28/nov/1998.

OBSERVAÇÃO: muitos autores recomendam a separação das referências em:

BIBLIOGRAFIA – Livros, documentos bibliográficos, periódicos científicos e outros.

FONTES – revistas, publicações avulsas, jornais, documentação primária,


cartográfica, online, eletrônicos.

A indicação do mês deve ser com letra minúscula e abreviada


com as três primeiras letras, à exceção de maio.
171

13. RECOMENDAÇÕES GERAIS E DE ESTILO

Algumas regras gerais que podem aumentar a qualidade do


trabalho científico.

Siga o formato. Geralmente, eventos e revistas possuem um formato específico


para a submissão de trabalho científico. Confira cuidadosamente a seção de
"Instruções a Autores" e "Instruções para Submissão" antes de submeter seu artigo
ou outro tipo de publicação. Verifique o formato e siga-o, sem exceções. Trabalhos
podem ser recusados apenas por não seguir o formato requisitado (independente da
qualidade de seu conteúdo).

Cópia literal não. Quando referenciando outros trabalhos, procure resumir suas
ideias principais. Cópia literal não serve. Não serve. E resista à tentação de copiar
literalmente colocando o texto entre aspas.

Corretor automático. Use e abuse de corretores automáticos. Usar um corretor


gramatical pode ser igualmente útil. Porém, lembre-se que nada substitui uma
revisão cuidadosa de todos os autores do artigo, e até de terceiros se necessário.

Divida os parágrafos corretamente. Tente usar frases de abertura e encerramento


indicando o propósito do parágrafo.

Uma seção (um capítulo) é formada por mais de um parágrafo. Uma seção
formada apenas por uma lista de itens não é uma seção, e sim uma lista de itens.

Evite frases longas. Se a mesma frase ocupa mais de 3 linhas (em coluna simples),
revise-a e tente dividi-la em sentenças menores.

Sujeito e verbo. Cada frase deve ter um sujeito e um verbo.

Evite usar a primeira pessoa. Tente manter o artigo no impessoal, de preferência


172

na voz passiva analítica ou pronominal.

Gírias são inadmissíveis. Assim como ironias, brincadeiras, e referências pessoais


ao leitor.

Consistência no uso de tempo verbal. Consistência no uso do tempo verbal - não


ficar trocando entre passado e presente.

Palavras estrangeiras em itálico. Esse estilo é muito comum.

Siglas esclarecidas. Quando uma sigla é introduzida no texto (ou seja, aparece
pela primeira vez) é importante colocar seu significado. Lembre-se que pode existir
sobreposição no uso de siglas dentro das diversas áreas de Computação.

Figura ou tabela: se os dados mostram uma tendência, criando uma ilustração


interessante, faça uma figura. Se os números apenas estão lá, sem qualquer
tendência interessante em evidência, uma tabela deveria ser suficiente. Tabelas
também são preferíveis para apresentar números exatos.

Figuras e tabelas mencionadas no texto. Geralmente, figuras requerem


explicação mais detalhada no texto, enquanto tabelas devem ser auto-suficientes.
Além disso, a legenda de figuras e tabelas pode mencionar detalhes que não
precisam ser repetidos no texto.

Uma imagem vale mil palavras. Por exemplo: caso a pesquisa apresente um
processo complicado, cheio de fases, entradas e saídas para lá e para cá, tente
resumir tudo em uma imagem (retângulos com nomes de processos, flechinhas
indicando entradas e saídas, esse tipo de coisa); caso o trabalho introduza uma
nova arquitetura, crie uma imagem com os componentes da arquitetura,
provavelmente indicando a interação dos componentes por intermédio de flechas;
entre outros.

Escreva enquanto trabalha. É uma boa ideia começar a escrever enquanto o


trabalho está em desenvolvimento, enquanto ideias, problemas, soluções e detalhes
173

estão mais recentes na memória.

Backup. Mantenha sempre um backup atual do seu trabalho, pelo menos um


backup diário. Lembre-se daquela lei de Murphy: se algo pode dar errado,
certamente dará.

Checklist para Revisão Final. Antes de submeter seu trabalho, confira os


seguintes itens:

 Ortografia correta de título e nomes dos autores e filiação.

 Uso correto da gramática. Erros comuns: uso de crase, excesso-falta de vírgulas,


concordância, paralelismo.

 Numeração das seções e subseções.

 Numeração no texto concorda com a numeração usada em figuras e tabelas.

 Imprima o trabsalho científico (no formato final de submissão) pelo menos uma
vez para se certificar que texto, tabelas e figuras estão legíveis.

 Verificar se referências cruzadas não foram perdidas dentro do editor. Uma boa
ideia é fechar o editor de texto, abri-lo novamente, abrir o arquivo do artigo, e
então verificar as referências cruzadas.

 E finalmente, tenha certeza absoluta da data e do horário limite para submissão


de trabalhos. Várias conferências estabelecem hora com o devido fuso horário.
Cuidado para não se perder com horário de verão (outros países como os
Estados Unidos também possuem horário de verão).
174

BIBLIOGRAFIA

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. Normas ABNT sobre


documentação. Rio de Janeiro, 2004. (Coletânea de normas).

BARROS, Aidil Jesus da Silveira; LEHFELD, Neide. Fundamentos de metodologia


científica: um guia para a iniciação científica. 2. ed., ampl. São Paulo: Makron Books,
2000.

BITTAR, Eduardo Carlos Bianca. Metodologia da pesquisa jurídica. São Paulo:


Saraiva 2001.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2002.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica:


ciência e conhecimento científico, métodos científicos, teoria, hipóteses e variáveis.
2.ed. São Paulo: Atlas, 1991. (a)

______ .Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa


bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. 5. ed., rev. e
amp. São Paulo: Atlas, 2001. (b)

LIMA, Manolita Correia. Monografia: a engenharia da produção acadêmica. São


Paulo: Saraiva 2004.

MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica: para curso de Direito. 2. ed.


São Paulo, 2001.

MATTAR NETO, João Augusto. Metologia científica na era da informática. 2. ed. São
Paulo: Saraiva, 2005.

OLIVEIRA, Antonio Benedito Silva. Métodos e técnicas de pesquisa em


contabilidade. São Paulo: Saraiva, 2003.

SALVADOR, Ângela Domingos. Métodos e técnicas de pesquisa bibliográficas.


Porto Alegre: Sulina,1980.

SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. 9. ed. São Paulo: Martins
Fontes, 1999.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 2. ed., rev. e amp.


São Paulo: Cortez, 2000.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Sistema de Bibliotecas: normas para


apresentação de documentos científicos. Curitiba: Editora da UFPR, 2001.
175

FONTES ON LINE

BRASIL. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Disponível


em www.biblioteca.ibge.gov.brAcessado em 18/out/2013.

______ .Normas de apresentação tabular. Disponível em


www.sei.ba.gov.brAcessado em 18/out/2013.

VENTURA, Magda Maria. O estudo de caso como modalidade de pesquisa.


Disponível em www.unisc.br/portal Acessado em 18/out/2013.
176

ANEXO. LISTA DE ABREVIATURAS MAIS USADAS

Termos Abreviaturas Termos Abreviaturas

abril abr. lugar citado loc. cit.

artigo art. Março mar.

assinatura ass. Minuto min

autor(es) A., AA. não paginado não pag.

bibliografia bibliog. note bem N.B.

biografia biogr. Novembro nov.

caixa alta CA. Número n.

caixa baixa Cb obra citada op. cit.

capítulo(s) cap. Observação obs.

catálogo cat. Opúsculo opúsc.

citação cit. página de rosto p. rosto

citado (a) cit. por exemplo p. ex.

co-edição co-ed. Pseudônimo pseud.

co-editor(a) co-ed. Publicação publ.

confira cf. Reimpressão reimpr.

confronte (confer) cf. Reimpresso reimp.

coordenação coord. Resumo res.

dezembro dez. Revisado(a) – (verificado) ver.

diafilme diaf. Seguintes seg.

dicionário dic. Segundo S

Dissertação Diss. sem data s.d.

e outros (et alli) et al. sem lugar de publicação (sine loco) s.l.

e seguintes ss. sem nome de editor(a) (sine nomine) s.n.

edição ed. sem nome de publicador (a) (sinenimine) s.n.

editado(a) ed. Separata sep.

editor(a) ed. Série sér.

exemplo ex. Setembro set.

Fascículo Fasc. Tradução trad.

fevereiro fev. Tradutor(a) trad.


177

figura(s) fig. verbi gratia v. g.

folha f. Vocabulário vocab.

folha de rosto f. rosto Volume(s) v., vol.

Glossário Gloss. xilografia xilogr.

Gravado (a) Grav.

Heliográfico Heliogr.

Ibidem Ibid.

Iconografia Iconogr.

Idem id.

Ilustração il.

Ilustrado(a) il.

Ilustrador(a) il.

ncluso incl.

Índice índ.

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