Você está na página 1de 3

Antropologia: religião e valores cristãos.

Síntese do capítulo 1

Por Amanda Tomasia Medeiros Melo


O conhecimento humano é uma relação entre o sujeito que conhece e o objeto
conhecido. Dependendo da apropriação do objeto conhecido, o conhecimento pode
ser sensível – se a apropriação for física e acontecer por meio dos cinco sentidos-,
intelectual – se a apropriação não for por meio dos sentidos – ou mista, uma junção
entre o conhecimento sensível e intelectual. Os níveis de conhecimento apresentados
ao longo do primeiro capítulo dizem respeito ao grau de penetração do conhecimento,
que apresenta diferentes camadas.

1. Conhecimento Popular ou Empírico:


É um conhecimento que existe a milênios, desde a época paleolítica e constitui
a base do nosso saber. Passado de geração em geração, é o tipo de conhecimento
adquirido ao longo da vida pelas experiencias do dia a dia. Não requer um estudo
intensivo e nem uma estrutura formal de aprendizado, então, por ser caracterizado
como um estudo ametódico e assistemático (sem método e desorganizado) ele está ao
alcance de todos, recebendo o nome de “popular”.

2. Conhecimento Científico:
Surgiu no século XVII (17) com Galileu Galilei, sendo uma conquista recente da
humanidade. Ele veio da necessidade de um conhecimento racional, diferente do
mito e do senso comum (conhecimento teológico e empírico). Durante a
Antiguidade e Idade Média foi chamado de “filosofia” e abrangia diversos tipos de
conhecimento, como a matemática, astronomia, física e mais. Com o começo da
Idade Moderna, surge também a ciência moderna, quando cada ciência se torna
particular, tendo um campo delimitado de pesquisa e o objeto das ciências são os
dados próximos, imediatos, perceptíveis pelos sentidos ou por instrumentos, sendo
suscetíveis de experimentação. Assim, o conhecimento científico busca
compreender o mundo de maneira objetiva, envolvendo uma observação
sistemática, experimentação e analise crítica. A fim de se manter precisa e objetiva,
a ciência dispõe de conceitos e uma linguagem rigorosa para evitar ambiguidades,
além do uso de instrumentos. Assim, qualquer conclusão tomada a partir de um
experimento pode ser verificada por qualquer outro cientista competente, visto
que o conhecimento científico procura ser impessoal na medida do possível.
Por fim, é preciso desacreditar que a ciência é a única explicação verdadeira da
realidade, como se fosse o único conhecimento certo e infalível. Pelo contrário, os
cientistas passam por muitas observações e experimentos falhos e incorretos para
chegar a uma conclusão concreta, além da existência de teorias contraditórias.
Então, a ciência atual se resume a uma busca constante de explicações e soluções,
tendo plena consciência de seus limites e probabilidade de falhar.

3. Conhecimento Filosófico
Ao contrário de outras ciências cujos campos de estudos são bem
determinados, a filosofia não se interessa por um objeto em particular, mas sim
por tudo, indo além dos dados próximos e do senso comum. Assim, o objeto da
filosofia é suprassensível, ou seja, que não pode ser percebido através dos
sentidos. O filósofo não se limita a dados experimentais, visto que esse tipo de
conhecimento é obtido através da reflexão, analise e questionamento das
questões fundamentais da existência, como a natureza da realidade, da mente,
da moralidade e do conhecimento em si. A filosofia analisa tudo como um todo
e procura uma “visão de conjunto” de toda a realidade. Dentre os principais
assuntos de interesse da analise filosófica estão os problemas de origem
cosmológica, antropológico e metafísico (respectivamente do mundo, do
homem e do ser e sua origem).
Assim, conclui-se que a filosofia tem como objetivo descobrir o porquê de tudo,
sendo uma constante interrogação que o homem faz a si mesmo e a toda
realidade.

4. Conhecimento Teológico
Talvez tão antigo quanto o conhecimento popular, o conhecimento teológico é
todo conhecimento baseado em doutrinas sagradas e divinas, sendo uma
reflexão racional e sistemática. Partindo dos dados da fé, o conhecimento
religioso pode ou não ter um fundamento histórico. O dado de fé não pode ser
descoberto pela ciência, filosofia ou conhecimento popular, já que só tem valor
para aquele que tem fé. Mesmo assim, o crente sistematiza seus dados de fé e
procura inseri-los em toda a sua experiência humana a fim de procurar
“entender” a fé e encontrar motivos de “credibilidade”
Desse modo, o conhecimento teológico se resume em uma crença de que todos
os fenômenos acontecem pela vontade de entidades ou energias sobrenaturais.

Você também pode gostar