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epistemologia

substantivo feminino
FILOSOFIA
1. 1.
reflexão geral em torno da natureza, etapas e limites do conhecimento humano,
esp. nas relações que se estabelecem entre o sujeito indagativo e o objeto
inerte, as duas polaridades tradicionais do processo cognitivo; teoria do
conhecimento.
2. 2.
estudo dos postulados, conclusões e métodos dos diferentes ramos do saber
científico, ou das teorias e práticas em geral, avaliadas em sua validade
cognitiva, ou descritas em suas trajetórias evolutivas, seus paradigmas
estruturais ou suas relações com a sociedade e a história; teoria da ciência.

O que significa o termo epistemológico?

Epistemologia é o nome dado ao estudo do conhecimento e suas formas.


Tenta descobrir como o conhecimento é adquirido pelas pessoas a partir dos
princípios da crença, verdade e justificativa. Atualmente é compreendida como
a Teoria do Conhecimento, mas nem sempre foi assim

O que estuda a epistemologia?

A Epistemologia é o ramo da Filosofia que estuda a natureza do conhecimento


(incluindo o científico), também conhecido como Teoria do Conhecimento. 18 de
fev. de 2022
Entenda os fundamentos e os principais pensadores da disciplina que busca “conhecer o
conhecimento” (Imagem: iStock).

Epistemologia: o que é e qual a sua importância


  Artigo
 
  Ciências Humanas, Linguística, Letras e Artes
 
  18/02/2022
 
  Epistemologia, Filosofia, Conhecimento, DotLib

A Epistemologia é o ramo da Filosofia que estuda a natureza do conhecimento (incluindo o


científico), também conhecido como Teoria do Conhecimento. Entre suas abordagens
estão a origem do conhecimento, a justificativa para sua existência, a discussão sobre as
crenças ou sistemas de crenças que o embasam, bem como seus limites e paradoxos. É
importante lembrar que esta ciência também se ocupa em entender não apenas o
conhecimento, mas também o que acreditamos ser verdade.
A palavra “Epistemologia” se origina do grego: “episteme”, que significa “conhecimento”,
e “logos”, que significa “palavra” — neste caso, toma o sentido de “estudo” ou “ciência”.
Esta designação foi usada pela primeira vez pelo filósofo escocês James Frederick Ferrier,
que integrou a Epistemologia como parte da Gnosiologia, focado apenas no conhecimento
científico.
Foi com os filósofos clássicos Aristóteles, Platão e Sócrates que a Epistemologia tomou
corpo quando cada um deles criou um método que parte dos mitos para explicar suas
próprias ideias e concluí-las de modo racional.
Objetivos da Epistemologia
Em linhas gerais, a Epistemologia é o conhecimento do conhecimento humano, entretanto, a
definição é vaga. Para entender o que de fato faz esta ciência e sua importância, é
necessário:
1) Definir o conhecimento: aqui, deve-se distinguir o verdadeiro saber de uma opinião
(ainda que fundamentada) sobre qualquer tema.
2) Buscar as fontes do conhecimento: esta é a parte em que é traçado o percurso do
conhecimento, ou seja, qual caminho ele percorreu desde sua origem até a sua apreensão na
mente das pessoas de um indivíduo. Dessa forma, é possível saber quais fontes são
confiáveis e quando podemos usá-las.
3) Identificar os limites do conhecimento: cada pessoa ou cada grupo possui fatores
limitantes no processo de apreensão do conhecimento. Nesta parte, é necessário buscar a
realidade de determinado assunto e identificar quais são os limites para conhecê-lo.
Principais pensadores
Ao longo da história da humanidade, vários pensadores criaram métodos para tentar atingir
os objetivos resumidamente listados acima. A seguir, veja os principais pensadores da
Epistemologia.

Platão (428/427 a 348/347 a.C, aproximadamente)

Estátua do filósofo grego Platão (Imagem: iStock). 


Em linhas gerais, a teoria platônica do conhecimento contém duas partes: primeiro, uma
investigação sobre a natureza dos objetos imutáveis; segundo, uma discussão de como
esses objetos podem ser conhecidos através da razão. A investigação de Platão sobre
objetos imutáveis começa com a observação de que cada faculdade da mente apreende um
conjunto único de objetos: a audição apreende sons, a visão apreende imagens visuais, o
olfato apreende odores e assim por diante. De acordo com o filósofo grego, conhecer
também é uma faculdade mental e, portanto, deve haver um conjunto único de objetos que
ele apreende.
Aristóteles (384 a 322 a.C, aproximadamente)
Estátua do filósofo grego Platão (Imagem: iStock). 
Para Aristóteles, todo conhecimento começa nos sentidos ou nas sensações e permanece
retido na memória. É a partir daí que são criadas experiências nas quais são estabelecidas as
relações entre o que é sentido e o que está retido na memória. Por meio delas, é possível
elaborar conceitos e, com a repetição de dados sensoriais, o homem cria conclusões e
expectativas.
Em seguida vem a técnica (ou a “techné”), que significa saber “o porquê das coisas”. Neste
ponto, devem ser descobertas e entendidas as regras que permitem (ou não) chegar a
determinados resultados. Assim sendo, para o filósofo clássico, quem conhece a “techné”
está à frente de quem apenas a copia ou a possui.
A episteme é a última e mais avançada etapa do conhecimento na visão aristotélica, uma
vez que constitui o conhecimento do real no modo mais abstrato e genérico. Nesta parte, o
homem busca o conhecimento por livre e espontânea vontade, por curiosidade, sem
necessariamente o colocar em prática (ação).
Jean Piaget (1896 a 1980)
Diferentemente de Platão, o filósofo sueco Piaget acredita que o conhecimento pode ser
construído por meio de experiências sensoriais, especialmente na primeira infância. Esta é
uma das quatro fases que constituem o que ele denominou como “Epistemologia genética”
em seu livro homônimo, publicado em 1970. Estas fases são:
- Sensorial-motora: do nascimento até, aproximadamente, os dois anos de idade, a criança
ainda não desenvolveu a linguagem. No entanto, é neste ponto que a apreensão do
conhecimento se dá por estímulos internos e externos (ou seja, ação e percepção). Para
Piaget, é nessa fase que a criança começa a ter noções básicas de tempo e espaço, ação e
causa e de diferenciação entre meios e fins.
- Pré-operatória: a partir dos três anos e até aproximadamente os oito, a criança entra em
um estágio no qual inicia o desenvolvimento da linguagem e dos simbolismos. No entanto,
ainda tem dificuldades de perceber os pontos de vista de outras pessoas, se não pelos dela
própria.
- Operatória concreta: nesta fase, que se inicia por volta dos oito anos, a criança já tem
poder de ação no mundo. Ou seja, ao absorver o conhecimento, ela o coloca em prática já
tendo assimilado (ainda que basicamente) as normas naturais ou sociais por trás de sua
ação.
- Operatória abstrata: por volta dos 11 ou 12 anos, o jovem já é capaz de fazer raciocínios
hipotético-dedutivos. Segundo Piaget, por meio dessa capacidade de raciocinar, já é
possível “a constituição de uma lógica 'formal', aplicável a qualquer conteúdo”.
Karl Popper (1902 a 1994)
De acordo com o filósofo britânico nascido na Áustria, o conhecimento evolui da
experiência da mente. A principal contribuição de Popper para a filosofia da ciência repousa
em sua rejeição do método indutivo nas ciências empíricas. De acordo com essa visão, uma
hipótese científica pode ser testada e verificada pela obtenção do resultado repetido de
observações fundamentadas. No entanto, o empirista escocês David Hume havia mostrado
que apenas um número infinito de tais resultados confirmatórios poderia provar que a teoria
estava correta.
Popper argumentou, em vez disso, que as hipóteses são validadas dedutivamente pelo que
ele chamou de “critério de falseabilidade”. Sob este método, um cientista procura
descobrir uma exceção observada à sua regra postulada. A ausência de evidências
contraditórias torna-se, assim, a corroboração de sua teoria. Ele considera que a astrologia, a
metafísica, a história marxista e a psicanálise freudiana são pseudociências uma vez que,
por não serem empíricas, são falhas em aderir ao princípio da falseabilidade.
Thomas Kuhn (1922 a 1996)
Físico de formação, os estudos do norte-americano Thomas Kuhn eram mais focados no
conhecimento científico e em seu desenvolvimento, especialmente nas consideradas
ciências naturais (como a física, a química, entre outras). Ele acreditava que, para estruturar
a ciência e seu respectivo conhecimento, é necessário partir de um paradigma; ou seja, na
concordância (ou consenso) da comunidade científica em torno de questões fundamentais:
qual feito deve ser investigado, qual método de investigação deve ser aplicado e quais
soluções devem ser encontradas.
O paradigma guiará a investigação científica, ou o que Kuhn chama de ciência normal.
Esse tipo de ciência se desenvolveria por fomento ou com base em uma ou mais descobertas
científicas anteriores, sendo assim um progresso científico linear e cumulativo. Quando o
progresso científico deixa de ser cumulativo, há uma quebra no paradigma e outro é posto
no lugar, num processo que a epistemologia kuhniana chama de revolução científica.
A visão epistemológica do modelo kuhniano sofreu duras críticas por parte dos estudiosos
da Teoria do Conhecimento, sendo uma delas o uso do termo “paradigma” em sentido
ambíguo. De acordo com a linguista e filósofa britânica Margaret Masterman (1975), Kuhn
utilizou a palavra de, pelo menos, 22 maneiras diferentes no seu livro “Estrutura das
revoluções científicas”. Mais tarde o autor reconheceu o amplo mal-entendido e o
esclareceu no posfácio.
5 livros sobre Epistemologia
Veja, a seguir, uma lista com cinco dicas de livros sobre Epistemologia, que abordam desde
os fundamentos básicos até as diferentes perspectivas e teorias dentro desta Ciência. Todos
têm o selo de publicação e qualidade da nossa editora parceira Brill, que há mais de três
séculos se dedica às publicações acadêmicas nas mais variadas áreas do conhecimento.
1) Hinge Epistemology (“Epistemologia de dobradiça”)

(Imagem: Brill)
Nesta obra, epistemólogos eminentes investigam o conceito de certeza básica de
Wittgenstein ou “certeza de dobradiça”. O volume começa examinando as características
salientes das "dobradiças" (que neste caso, são uma metáfora): são proposições que gozam
de um tipo especial de justificação não evidencial? São objetos de conhecimento ou modos
de agir confundidos com proposições conhecidas?
Várias tentativas são, então, feitas para integrar dobradiças no desenvolvimento de uma
Epistemologia viável: elas podem lançar luz sobre as condições de satisfação por
conhecimento e justificação? Eles oferecem uma solução para o ceticismo? Finalmente, a
aplicação de dobradiças é explorada em áreas como conhecimento comum e lealdade
intelectual. A obra atesta a importância da certeza de dobradiça e Wittgenstein para a
Epistemologia dominante.
2) Non-Evidentialist Epistemology (“Epistemologia Não-
Evidencialista”)
(Imagem: Brill)
Esta é a primeira coleção editada inteiramente dedicada à Epistemologia não evidencialista
ou não evidencialista: a visão de que a evidência não é necessária para que as atitudes
doxásticas desfrutem de um status epistêmico positivo. A crença ou aceitação pode ser
epistemicamente justificada, garantida ou racional sem evidência.
O volume é dividido em três seções: a primeira se concentra na “Epistemologia de
dobradiça”, a segunda oferece uma reflexão crítica sobre epistemologias evidencialistas e
não-evidencialistas e a terceira explora extensões do não-evidencialismo aos campos da
Psicologia Social, Psiquiatria e Matemática.
3) Epistemology and the Social (“Epistemologia e o
Social”)
(Imagem: Brill)
A Epistemologia teve de chegar a um acordo com o “social” em duas ocasiões diferentes. A
primeira foi representada pela disputa sobre o status epistemológico das ciências “sociais”
e, nesse caso, a já bem estabelecida Epistemologia das ciências naturais parecia ter o direito
de ditar as condições para que uma disciplina fosse uma ciência. Mas as ciências sociais
puderam reivindicar com sucesso a legitimidade de seus critérios específicos de
cientificidade.
Mais recentemente, o impacto dos fatores sociais na construção do nosso conhecimento
(incluindo o científico) reverteu, em certo sentido, a antiga posição e promoveu a
investigação social ao papel de critério de avaliação do significado de conhecimentos
cognitivos. Mas isso minou as características tradicionais de objetividade e rigor que
parecem constitutivas da ciência.
Além disso, para estabelecer a extensão real em que os condicionamentos sociais têm
impacto no conhecimento científico, é preciso creditar à sociologia uma base sólida de
confiabilidade, e isso não é possível sem uma avaliação epistemológica preliminar. Esses
são alguns dos tópicos discutidos neste livro, tanto teórica quanto praticamente, com
referência a casos concretos.
4) When Historiography Met Epistemology (“Quando a
Historiografia conheceu a Epistemologia”)
(Imagem: Brill)
Em “When Historiography Met Epistemology”, o autor Stefano Bordoni mostra o
surgimento de sofisticadas histórias e filosofias da ciência nos países de língua francesa na
segunda metade do século XIX. Esse processo envolveu matemáticos, cientistas e filósofos
e esteve profundamente ligado a outros processos que transformaram a paisagem cultural e
material da Europa.
Na Literatura, o surgimento da História e da Filosofia da Ciência está cronologicamente
associado à virada do século XX: o autor aponta que esse significativo ponto de partida
deve ser retrocedido. Desde a década de 1860, histórias sofisticadas da Ciência e
observações metateóricas críticas sobre a prática científica começaram a competir com
reconstruções históricas ingênuas e visões dogmáticas sobre a ciência.
5) Naturalized Epistemology and Philosophy of
Science (“Epistemologia Naturalizada e Filosofia da
Ciência”)
(Imagem: Brill)
Muito aconteceu no campo da Epistemologia contemporânea desde a publicação de
“Epistemologia Naturalizada”, de Quine, em 1969. Mesmo antes do filósofo da ciência
Ronald Giere publicar seu artigo “Filosofia da Ciência Naturalizada”, a Filosofia da Ciência
Naturalizada foi influenciada pela chamada “abordagem histórica”.
Autores como Kuhn, Lakatos, Feyerabend e Laudan contribuíram de forma importante para
essa tendência. Sob essa luz, emergiu, sem dúvida, que a Filosofia da Ciência está
intimamente relacionada à Epistemologia. Este volume explora algumas das relações
relevantes e será de interesse para epistemólogos e filósofos da ciência.

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