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Metodologia do Trabalho Científico Metodologia

Unidade 03 do
Trabalho Científico
Unidade 03

FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ


UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
ENSINANDO E APRENDEND O

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Sumário
Ciência e Método Científico

1.Formas de conhecimento e Ciências 1.1 O que é o conhecimento? 1.1.1 Conhecimento


Empírico 1.1.2 Conhecimento Filosófico 1.1.3 Conhecimento Teológico 1.1.4 Conhecimento
Científico 2. O conceito de Ciência 2.1 O que é Ciência? 3. Conceitos de Método 4. O
que é Pesquisa científica? 4.1 Finalidade da Pesquisa Científica 4.2 Tipos de Pesquisa
4.2.1 Quanto à Natureza / fonte que provém os dados 4.2.2 Quanto ao tipo 4.2.3 Quanto
às abordagens 4.2.4 Quanto aos objetivos 4.3 Etapas da pesquisa 4.4 Técnica de
pesquisa 4.4.1 Documentação 4.4.2 Observação 4.4.3 Entrevista 4.4.4 Questionário
5. Construindo o objeto de estudo e comportamento do pesquisador ( ética na pesquisa)
REFERÊNCIAS

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Objetivo

Analisar criticamente o papel da ciência na contemporaneidade e a função


do método científico.

1. Formas de Conhecimento e Ciências

1.1 O que é conhecimento?


Olá! Seja bem-vindo à segunda unidade do estudo de Elaboração do Trabalho Científico.

Ao longo de sua trajetória, o homem uniu diversas informações sobre assuntos variados, essas

informações juntas são denominadas de conhecimento. Nossa evolução nos leva a procurar soluções

práticas a tudo que nos cerca, seja no âmbito pessoal, nas relações cotidianas ou em nossas profissões.

A necessidade de adequação ao ambiente nos remete a procurar novas possibilidades de conhecimento.

Cervo (2002, p. 6) enfatiza que conhecer “[…] É uma relação que se estabelece entre o sujeito

que conhece e o objeto conhecido”. Nesse sentido, o conhecimento se dá através dessa relação sujeito

cognoscente que pensa e se apropria do objeto conhecido.

O conhecimento é a união, de forma reflexiva, entre o nosso conhecimento prévio e o novo objeto

estudado. Esse processo, como fruto da consciência humana, nos leva a elaborar ideias, conceitos,

significados e teorias que dizem respeito à realidade que nos cerca e a nós mesmos.

Diferente dos outros animais, estamos sempre em busca de respostas as nossas indagações,

essa característica humana, de fazer questionamentos existenciais, nos ajuda a conhecer a nossa

realidade e a ultrapassar conceitos antigos, proporcionando assim uma evolução no que diz respeito aos

conhecimentos.

• Vejam a seguir os tipos de conhecimentos existentes:

• Conhecimento empírico ou senso comum;

• Conhecimento filosófico;

• Conhecimento teológico;

• Conhecimento científico.

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1.1.1 Conhecimento Empírico


Conhecimento empírico (senso comum ou vulgar) é um conhecimento superficial, surge a

partir da experiência cotidiana das pessoas obtida ao acaso, depois de várias tentativas, através de

erros e acertos. Não existe um método a ser seguido, fundamenta-se na troca e interação humana e

social, ou seja, é um conhecimento assistemático, sem controle pré-determinado, independente de

estudos, métodos e pesquisas para existir.

Ele nos possibilita praticidade e base para nossas atividades diárias como afazeres domésticos, no

trabalho, na saúde, entre outros pontos. O conhecimento empírico mostra “estratégias” já realizadas por

gerações anteriores na resolução de certos problemas.

Exemplo desse tipo de conhecimento são os chás caseiros feitos por nossos familiares e as

previsões dos Profetas da Chuva, que a partir de características da natureza conseguem detectar se

haverá chuva ou não em suas regiões, sem precisar de explicações mais aprofundadas.

Profetas da Chuva são pessoas, geralmente do


interior, que através de suas experiências de vida
conseguem prever se haverá chuva ou não em suas
regiões. São extremamente respeitados por mora-
dores e também cientistas.

Leitura Complementar

Para complementar seus estudos, leia o livro de Karla Patricia Holanda:


Profetas da Chuva. A seguir, você confere mais descrições a respeito:
Livro: Profetas da Chuva
MARTIN, Karla Patricia Holanda. Profetas da Chuva. Fortaleza: Tempo de
D’imagem, 2006.

Segundo Lakatos e Marcones, apud Ander-Egg (1978, p. 13-14), o Conhecimento Empírico possui

certas características como:

Superficial, isto é, conforma-se com a aparência, com aquilo que se pode comprovar
simplesmente pelo estado junto das coisas: expressa-se como frases como “porque o vi”, “porque
o senti”, “porque o disseram”, “porque todo mundo diz”;
Sensitivo, ou seja, referente a vivência, estado de ânimo e emoções da vida diária;
Subjetivo, pois é o próprio sujeito que organiza suas experiências e conhecimentos, tanto os que
adquirem por vivência própria quanto os “por ouvir dizer”;
Assistemático, pois esta “organização” das experiências não visa a uma sistematização das ideias,

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nem na forma de adquiri-las, nem na tentativa de avaliá-las;


Acrítica, pois, verdadeiro ou não, a pretensão de que esses conhecimentos o sejam não se
manifesta sempre de uma forma crítica.

Podemos assim resumir o Conhecimento Empírico como um conhecimento obtido ao acaso, pela

aparência dos fatos, popular (vulgar), transmitido por gerações sem maiores explicações e falível, pois

pode ser explicado e modificado por outros tipos de conhecimento.

Porém, não podemos menosprezá-lo, pois certos conhecimentos populares podem despertar

questões que passarão por investigações científicas para explicar sua existência. O conhecimento

empírico, muitas vezes, é o ponto de partida do conhecimento científico, foi a partir dele que o homem

despertou a necessidade de ir além do superficial, buscando compreender o porquê da existência de

certos fenômenos empíricos.

1.1.2 Conhecimento Filosófico


O conhecimento filosófico é baseado na reflexão, na interrogação como forma de decifrar

fenômenos, ultrapassa os métodos científicos (experimental), pois está em constante reflexão, sempre

indagando, não se contentando com uma resposta pronta (a liberdade de pensar é característica da

filosofia).

Na filosofia podemos observar a busca por princípios, causas e condições da existência humana.

Os filósofos procuram formular questões acerca de seus estudos, porém, não buscam uma resposta

definitiva.

Segundo Fachin (2006, p. 10):

O grande mérito da filosofia é justamente desenvolver no ser humano a possibilidade de reflexão


ou a capacidade de raciocínio. Ela não é uma ciência própria dita, mas a busca do saber. A
filosofia, ou seja, a reflexão crítica, deve ser uma atitude de todas as pessoas que se propõem a
fazer qualquer estudo, pois exercita e educa o intelecto; caso o homem não se esforce para isso,
seu raciocínio tende a atrofiar-se.

Apesar de estar em um processo de constante reflexão, o conhecimento filosófico é sistemático,

possui uma lógica de raciocínio, segue uma linha de pensamento para poder compreender as questões

da humanidade e assim seguir em seu processo de reflexão e indagação.

Para compreender melhor esse tipo de conhecimento, acompanhe o exemplo a seguir:

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Exemplo

Questões históricas que acompanham a humanidade:


Quem somos nós? De onde viemos? Para onde vamos? Como surgiu o
Universo?
Essas dúvidas são questões antigas que o homem procura responder através
da filosofia. Hoje em dia, podemos destacar outros tipos de indagações como,
por exemplo:
A máquina dominará o homem?
O progresso tecnológico irá de fato trazer benefícios à humanidade?
A paz mundial será alcançada?
Entre inúmeras indagações…

1.1.3 Conhecimento Teológico


Conhecimento teológico surge a partir da fé humana, estuda questões relacionadas à divindade,

questões essas que foram reveladas pelo sobrenatural e que, por sua vez, não são questionadas, sendo

assim infalíveis ao olhar de quem acredita. Assim, como os demais tipos de conhecimento, o teológico

busca responder questões existenciais da humanidade.

Segundo Lakatos e Marconis (2011, p. 19-20), o conhecimento teológico:

[…] apoia-se em doutrinas que contêm proposições sagradas (Valorativas), por terem sido
reveladas pelo sobrenatural (inspiracional) e, por esse motivo, tais verdades são consideradas
infalíveis e indiscutíveis (exatas); é um conhecimento sistemático do mundo (origem, significado,
finalidade e destino) como obra de um criador divino; suas evidências não são verificadas: está
sempre implícita uma atitude de fé perante um conhecimento revelado. Assim, o conhecimento
religioso ou teológico parte do princípio de que as “verdades” tratadas são infalíveis e indiscutíveis,
por consistirem em “revelações” da divindade (sobrenatural) […].

Esse tipo de conhecimento está ligado à crença na existência de um Deus, seja este Jesus, Buda ou

Maomé, ou seja, uma autoridade superior, que o homem, através da sua fé e crença religiosa, crê em sua

existência.

Podemos exemplificá-lo através dos conhecimentos adquiridos com base nas escrituras divinas

como a Bíblia Sagrada ou outros tipos de escritos. Essas escrituras norteiam e respondem questões

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existenciais da humanidade.

1.1.4 Conhecimento Científico


O conhecimento científico caracteriza-se pela presença de métodos rigorosos ao analisar os

fenômenos da realidade. Ele vai além do conhecimento empírico, buscando compreender o porquê

da existência de certos fenômenos da natureza, não se conforma com a aparência e a superficialidade e

segue uma organização sistemática com base na ciência.

Adquiri-lo pressupõe cuidados, pois há de se conhecer o objeto de interesse de forma mais


sistemática, mais racional, estudando-o, analisando-o, com propósito mais objetivo, investigando
experimentalmente as relações existentes entre suas características e funções. Implica em buscar
referências teóricas sobre o assunto, dicionários, definições, funções, origens. Depois, procede-
se a uma análise crítica das suas formas, características, funções, procurando relacioná-los com
outros, fazendo comparações e testes para comprovar as análises e os dados colhidos. […].
(MICHEL, 2009, p. 16).

É um conhecimento racional, sistemático e metódico. Empregando métodos, técnicas e

instrumentos de pesquisa que ajudarão a retratar a realidade existente.

Ele classifica e compara seu objeto de estudo através de aplicações metódicas gerando leis e

princípios aceitos cientificamente, pois são rigorosos durante todo o processo.

O conhecimento científico, no entanto, também é falível, pois dependendo da época, ele pode

ser modificado, passando por outros tipos de análises metódicas que poderão até extingui-lo, podendo

assim existir novas descobertas ou aplicações, pois o conhecimento científico procura constantemente

novas explicações, revisões, soluções de seus resultados, estando constantemente em um processo de

construção.

Para compreender melhor o conhecimento científico, verifique o exemplo a seguir:

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Exemplo

Novas vacinas têm resultados promissores no combate ao câncer. Entenda.

Uma nova técnica de imunoterapia, uma vacina personalizada que ataca os tumores,
mostrou sinais promissores em três pacientes diagnosticados com melanoma, a forma
mais agressiva de câncer de pele. Os resultados dessa abordagem, publicados nesta quinta-
feira em uma edição especial da revista Science, que dedica cinco análises aos avanços da
imunoterapia, revelam que os pacientes mostraram uma forte resposta imune, capaz de
combater a doença.
Para isso, os pesquisadores da Universidade Washington de Saint Louis, nos Estados
Unidos, compararam o genoma dos tumores de cada paciente com a carga genética do
tecido saudável para identificar as proteínas mutantes do tumor, chamadas neoantígenos.
Usando modelos de computador, os cientistas descobriram quais desses neoantígenos
poderiam obter respostas mais fortes do sistema imunológico e, a partir disso, fabricaram
vacinas para cada indivíduo. No mês seguinte, exames de sangue mostraram que o sistema
imune dos pacientes estava respondendo ativamente às mutações.
O grande atrativo da pesquisa é que os cientistas conseguiram, por meio desta nova
técnica, conceber vacinas personalizadas, uma abordagem que pode ser promissora no
futuro. No entanto, os pesquisadores ressaltam que é cedo para afirmar se ela funciona
para combater ao câncer. Neste ano, estão planejados estudos com um número maior de
participantes.
“Esse é apenas o primeiro passo. Ainda é necessário acompanhar as respostas desses
pacientes por longo prazo, além de ter outros estudos com mais pessoas e para outros
tipos de câncer. O mérito desse estudo é que os cientistas conseguiram selecionar com
precisão os neoantígenos e mostraram que os pacientes respondem a eles”, afirma José
Augusto Rinck Jr., médico oncologista do hospital A. C. Camargo. “É mais uma pesquisa a
mostrar que a imunoterapia é uma estratégia promissora de combate ao câncer.”
Fonte: VEJA (n. 2420. 2 abr. 2015)

Depois de falarmos sobre os tipos de conhecimento, vamos aprimorá-los?

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Reflexão

A partir de suas experiências cotidianas, identifique os tipos de conhecimento


próximos a você. Procure listar e descrever cada tipo de conhecimento que
chamou sua atenção. Certamente você convive com alguns deles.

A seguir falaremos um pouco mais em relação ao conceito de ciências, assim compreenderemos

melhor o conhecimento científico.

2. O Conceito de Ciências

2.1 O que é Ciências?


Epistemologicamente falando, a palavra ciência quer dizer conhecimento. Um conhecimento

com suas características próprias, com procedimentos metódicos e o uso da consciência crítica para a

obtenção de teorias aceitas cientificamente.

A ciência surge da necessidade do homem em compreender a existência de certos acontecimentos.

Segundo Cervo e Bervian (2002, p. 16) a ciência é a forma de entender e analisar o conhecimento empírico,

através de procedimentos e consciência crítica para se chegar a conclusões concretas e não superficiais.

Conforme falamos anteriormente, para adquirir conhecimento, o homem, em sua trajetória de vida,

busca compreender as relações existentes entre os fenômenos da natureza e sua realidade, procurando

assim dominá-los para benefício próprio e social. Na ciência, essa busca se dá através da racionalidade e

verificação metodológica do objeto estudado.

Segundo Fachin (2002, p. 20):

Ao analisarmos a evolução histórica das ciências, concluímos que ela se trata de uma busca,

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uma investigação contínua e incessante de soluções e explicações para os problemas propostos.


Como busca sistemática, ela revisa as teorias fundamentadas que estiveram em evidência no
passado, reformuladas pela análise de sua coerência interna, as quais são submetidas a uma
revisão crítica, estabelecendo relações e confrontando-as com outras teorias, formando novas
hipóteses e propondo condições com o máximo de segurança para sua testabilidade […].

Portanto, a ciência, assim como os demais tipos de conhecimento, está relacionada à história,

podendo modificar-se dependendo do período em que se encontra, buscando novos olhares e conclusões

a teorias já existentes.

Vejamos, através de outros autores, o conceito de ciências:

Ciências é: “[…] um conjunto de conhecimentos que se obtém através


da utilização adequada de métodos sistematizados ou científicos capazes
Teixeira (2013, p. 89):
de apreender, controlar, interpretar e relacionar fenômenos, fatos ou
situações, envolvendo a realidade empírica ou investigada.”

“Entendemos por ciências uma sistematização de conhecimento,


Lakatos e Marconi (2010, p.
um conjunto de proposições logicamente correlacionadas sobre o
62):
comportamento de certos fenômenos que se deseja estudar […].”

“[…] A ciência compreende a teoria, a análise e a política. A teoria


caracteriza-se como conjunto de princípios de uma ciência, ou conjunto
de tentativas de explicação de um número limitado de fenômenos.
Apenas a mente humana que possui teorias é capaz de distinguir, entre
Medeiros (2014, p. 29):
inúmeros fatos, aquelas que são relevantes. A análise, por sua vez, ocupa-
se da aplicação da teoria. Visa distinguir fenômenos não contemplados
no desenvolvimento da teoria. Busca interpretar fatos e fazer previsões.
Já a política ocupa-se da transição entre o que é para o como deve ser.”

“Na verdade a ciência é constituída pela observação sistemática dos


fatos. Por meio de análises e da experimentação, extraem-se resultados
que passam a ser validados universalmente. O fato analisado e testado
Fachin (2002, p. 20):
não tem condições de ser definido isoladamente; ele ganha sentido
quando aliado ao sistema ao qual pertence ou, antes, às causas que lhe
dão origem e as suas consequências.”

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Assim, podemos concluir que na ciência o pensamento deve ser sistemático, com rigor

metodológico, procurando responder e explicar porque os fenômenos ocorrem. O método utilizado

garantirá o resultado através de observações, demonstração e experimentação do fenômeno, garantindo

assim uma maior aproximação da realidade. Sua história possibilitou descobertas que são base para a

ciência hoje em dia, mas também podemos destacar que houve modificações em certas lógicas científicas

e que hoje em dia não fazem mais sentido, reforçando as duas concepções de conhecimento científico,

mostradas por Santos (2005, p. 8):

Concepção tradicional de conhecimento científico:


1 – o conhecimento científico é verdadeiro, porque sabe explicar os motivos de sua certeza;
2 – é generalizável, já que conhece o real no que há de mais universal: busca regularidades;
3 – é metódico, sistemático. Busca as conexões causais entre os fatos, através da utilização de
conceitos;
4 – é objetivo e neutro.
Concepção crítica de conhecimento científico:
1 – a ciência é processual, histórica, nunca está pronta, acabada, sendo assim, o conhecimento
científico é provisório, podendo ser reavaliado, refutado e modificado;
2 – o conhecimento científico é limitado, não consegue abarcar a totalidade do real e nem sempre
pode ser generalizável;
3 – os métodos são históricos e diferenciados, de acordo com a área da ciência. O método
científico nem sempre opera através do estabelecimento de relações causais diretas (por
exemplo: no caso das ciências humanas, constata-se que os fenômenos sociais são complexos e
multideterminados, não podendo ser atribuídos a uma causa simples);
4 – a ciência não é desinteressada, ela está atrelada a interesses políticos, econômicos etc.

Sabemos que o uso de métodos sistemáticos para explicar as teorias científicas dá à ciência uma

maior credibilidade em relação as suas descobertas. Porém, não podemos deixar de lado as outras formas

de conhecimento que são igualmente importantes na busca de interpretações da realidade.

Conforme apontado por Santos (2005), hoje em dia temos que ter consciência da importância da

ciência em nossa evolução, porém ter a clareza que esse tipo de conhecimento é mutável e deve estar

aberto a novas possibilidades de crescimento e mudanças da sociedade.

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Leitura Complementar

Para uma maior compreensão do conteúdo visto, faça a leitura complementar


do capítulo destacado a seguir:

Capítulo 3: Ciência e Conhecimento Científico.


Referência: LAKATOS, Eva Maria, and MARCONI, Marina de Andrade.
Fundamentos de metodologia científica. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2010.

Disponível na Biblioteca Digital do Unifor online.

3. Conceitos de método.
Historicamente falando, nas primeiras civilizações já existia a necessidade de conhecer, descobrir

e explicar diversos fenômenos e fatos da natureza e da sociedade. As primeiras explicações eram em

relação aos fenômenos naturais que assustavam e criavam dúvidas na sociedade da época, como, por

exemplo, as forças da natureza e questões em relação à morte.

Por meio do conhecimento mitológico foi possível a explicação sobre os fenômenos supracitados: a

sociedade da época criou deuses, entidades que justificavam tais fenômenos. Aquilo se tornou verdadeiro

para as primeiras civilizações e ninguém poderia duvidar das forças sobrenaturais.

No conhecimento filosófico, sabe-se que a investigação para explicar fatos e fenômenos ocorria de

modo racional na tentativa de captar a essência imutável do real, através da compreensão da forma e das

leis da natureza.

Por sua vez, o conhecimento religioso se voltou também para a explicação dos fatos e fenômenos da

natureza e da morte como fundamento de suas concepções. A verdade revestiu-se do caráter dogmático,

baseada em revelações da divindade em documentos como a bíblia. O caráter sagrado das leis, da verdade,

do conhecimento, como explicações sobre o homem e o universo, determina uma aceitação sem crítica

dos mesmos, deslocando o foco das atenções para a explicação da natureza da divindade.

No senso comum, temos a observação e a experiência de fatos e fenômenos e tal conhecimento

passado de geração a geração. Tendo como método a observação.

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A partir desse entendimento, observa-se o desenvolvimento dos métodos, leis e dogmas. Para

chegar a uma explicação, um resultado, eles tinham que seguir um método, ou seja, um caminho, para

que a sociedade acreditasse. Assim, para ratificar todo enredo, Gil (2008, p. 8) afirma que:

A ciência tem como objetivo fundamental chegar à veracidade dos fatos. Neste sentido não se
distingue de outras formas de conhecimento. O que torna, porém, o conhecimento científico
distinto dos demais é que tem como característica fundamental a sua verificabilidade. Para que
um conhecimento possa ser considerado científico, torna-se necessário identificar as operações
mentais e técnicas que possibilitam a sua verificação. Ou, em outras palavras, determinar o
método que possibilitou chegar a esse conhecimento.

Vejamos, através de outros autores, o conceito de método e método científico:

“[…] método como caminho para se chegar a determinado


Gil (2008, p. 8): fim. E método científico como o conjunto de procedimentos
intelectuais e técnicos adotados para se atingir o conhecimento.”

O método científico é o “[…] elemento fundamental do processo


do conhecimento realizado pela ciência […] Trata-se de um
Severino (2007, p. 102): conjunto de procedimentos lógicos e de técnicas operacionais
que permitem o acesso às relações causais constantes entre os
fenômenos.”

Método é o “caminho pelo qual se chega a determinado resultado,


Hegenberg (1976, p. 11-15): ainda que esse caminho não tenha sido fixado de antemão de
modo refletido e deliberado.”

“Método é uma forma de selecionar técnicas, forma de avaliar


alternativas para ação científica […] Assim, enquanto as técnicas
Ackoff in Hegenberg utilizadas por um cientista são fruto de suas decisões, o modo
(1976, p. 11-16): pelo qual tais decisões são tomadas depende de suas regras de
decisão. Métodos são regras de escolha; técnicas são as próprias
escolhas.”

“Método é a forma de proceder ao longo de um caminho. Na


ciência os mé- todos constituem os instrumentos básicos que
Trujillo (1974, p. 24): ordenam de início o pensamento em sistemas, traçam de modo
ordenado a forma de proceder do cientista ao longo de um
percurso para alcançar um objetivo.”

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“Em seu sentido mais geral, o método é a ordem que se deve


impor aos diferentes processos necessários para atingir um fim
Cervo e Bervian (1978, p. 17): dado ou um resultado desejado. Nas ciências, entende-se por
método o conjunto de processos que o espírito humano deve
empregar na investigação e demonstração da verdade.”

“Método é um procedimento regular, explícito e passível de


Bunge (1974a, p. 5): ser repetido para conseguir-se alguma coisa, seja material ou
conceitual.”

“A característica distintiva do método é a de ajudar a compreender,


Kaplan in Grawitz (1975, p. 1-18): no sentido mais amplo, não os resultados da investigação
científica, mas o próprio processo de investigação.”

“Método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos


Jolivet (1979, p. 71): necessários para atingir um fim dado [...] é o caminho a seguir
para chegar à verdade nas ciências.”

“Método é o conjunto coerente de procedimentos racionais


Nérici (1978, p. 15): ou prático-racionais que orienta o pensamento para serem
alcançados conhecimentos válidos.”

Assim, podemos concluir que método é um caminho, é um trajeto escolhido para se chegar a um

determinado objetivo (resultado) para que seja alcançado com sucesso. Já o método científico consiste na

união de diversos procedimentos intelectuais, técnicos, lógicos e sistemáticos, reconhecidos pela ciência,

para chegar a um resultado final de uma Pesquisa Científica. Ele serve como guia para o pesquisador,

orientando-o de forma segura em sua trajetória.

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Reflexão

A partir da explanação, reflita sobre os seguintes aspectos: O que você


entende por método? Qual a sua importância? Que situações no seu dia a dia
você faz a utilização de um método? O que é método científico?

Se observamos tudo que foi dito até agora, percebe-se que existem vários tipos de métodos, mas,

para a nossa disciplina, que é mais taxativa, vamos tratar apenas dos métodos indutivo e dedutivo.

Leitura Complementar

Para aprofundar os estudos sobre os tipos de métodos, leia o livro de Eva


Maria Lakatos e Marina de Andrade Marconi: Fundamentos de Metodologia
Científica. A seguir, você confere mais descrições a respeito:

Livro: Fundamentos de Metodologia Científica.


LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de
metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

Os métodos científicos se caracterizam pelo emprego de formas de raciocínio como a dedução e a

indução e por procedimentos que envolvem técnicas e instrumentos, tais como observação, entrevista,

experimentação, registro, formulário, questionário, microscópio, câmera fotográfica e muitos outros. Os

procedimentos metodológicos que serão adotados pelo investigador devem ser definidos de acordo com

o objeto de pesquisa e o método escolhido.

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Metodologia do Trabalho Científico Unidade 03

Assim, existem vários tipos de métodos, como, por exemplo, o método dedutivo, o indutivo, o

experimental, o científico, o estatístico, etnográfico, entre outros. Os dois primeiros é o que chamamos

de métodos que formam a nossa base lógica de investigação. Os demais são os métodos que indicam os

meios técnicos de investigação.

De acordo com Severino (2007, p. 105) o método dedutivo consiste em um “[…] procedimento

lógico, raciocínio pelo qual se pode tirar de uma ou de várias proposições (premissas) uma conclusão

que delas decorre por força puramente lógica. A conclusão segue-se necessariamente das premissas.”

Podemos assim dizer que o método dedutivo parte do geral e universal para o particular. Um

exemplo desse processo lógico é:

Exemplo
Todos os homens são mortais (uma afirmação de caráter geral)

Platão é homem (uma afirmação particular)

Platão é mortal (conclusão dedutiva)

Já o método indutivo pode ser classificado como aquele método que parte de uma análise de

dados particulares, devidamente constatados, a partir dos quais podemos inferir verdades universais.

Faz-se a inversão em relação ao método dedutivo.

Após constatar tais definições, podemos ratificar que método indutivo, segundo Severino (2007,

p. 104), consiste em um:

[…] procedimento lógico pelo qual se passa de alguns fatos particulares a um princípio geral.
Trata-se de um processo de generalização, fundado no pressuposto filosófico do determinismo
universal. Pela indução, estabelece-se uma lei geral a partir da repetição constatada de
regularidades em vários casos particulares; da observação de reiteradas incidências de uma
determinada regularidade, conclui-se pela sua ocorrência em todos os casos possíveis.

Na indução partimos do particular para o geral. Um exemplo de indução:

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Metodologia do Trabalho Científico Unidade 03

Exemplo
José morreu, Maria morreu, Lucas morreu (uma afirmação particular)

José, Maria e Lucas são humanos (uma afirmação de caráter geral)

Todos os seres humanos são mortais (conclusão indutiva)

É a partir da experiência prática que algo será comprovado no método indutivo. Consiste mais na

observação extensiva e experimentação sistemática.

Para uma melhor visualização vejamos outro exemplo comparando os dois tipos de métodos:

Método Dedutivo Método Indutivo

Maria morreu. (premissa individual)

Todo homem é mortal. (premissa maior) Lucas morreu. (premissa individual)

Lucas é homem. (premissa menor) Todos os outros seres humanos morreram.


(afirmação individual)
Logo, Lucas é mortal. (conclusão)
Todos os seres humanos são mortais. (afirmação
geral)

A escolha do método se dará a partir de aspectos como a área de conhecimento a ser empregado,

a escolha de seu pesquisador, os objetivos que a pesquisa pretende alcançar, entre outros.

No decorrer do texto, falamos que o Método Científico é fundamental para adquirirmos

conhecimento científico, o qual, por sua vez, é construído a partir de uma Pesquisa Científica. Para

deixarmos mais claro o conteúdo, a seguir nos aprofundaremos no tema Pesquisa Científica, mostrando

o conceito, a finalidade e os tipos.

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Metodologia do Trabalho Científico Unidade 03

4. O que é Pesquisa Científica?


Iniciando nossa reflexão sobre pesquisa científica, podemos dizer que a pesquisa é um ato,

a expressão do conhecimento, além disso, também é “a realização concreta de uma investigação

planejada, desenvolvida e redigida de acordo com as normas da metodologia consagradas pela ciência.”

(RUIZ, 1991, p. 48).

Ainda Cervo (1983, p. 50) coloca que pesquisa “[…] é uma atividade voltada para a solução de

problemas, através do emprego de processos científicos.”

Importante

Então, podemos dizer que pesquisa científica é uma atividade sistemática


e que por meio dela adquirimos novos conhecimentos sobre os fatos e
fenômenos que permeiam a nossa sociedade e a nossa realidade. É pela
prática da pesquisa científica que se torna possível solucionar problemas
existentes e assim contribuir para nossa evolução enquanto seres humanos.

Para alcançar esses objetivos de crescimento, no entanto, os membros envolvidos na construção e

repasse de conhecimento científico precisam mergulhar nesse universo dando sentido aos seus discursos,

conforme afirma severino (1999, p. 13):

[…] só se aprende, só se ensina pesquisando, só se presta serviços à comunidade, se tais serviços


nascerem e se nutrirem da pesquisa. […] O professor precisa da prática da pesquisa para ensinar
eficazmente; o aluno precisa dela para aprender eficaz e significativamente; a comunidade precisa
da pesquisa para dispor de produtos de conhecimento, e a universidade precisa da pesquisa para
ser mediadora da educação.

Para deixar mais claro o conceito de ciências, observem a afirmação de alguns autores:

A pesquisa é “atividade básica da ciência na sua indagação


e construção da realidade. E a pesquisa que alimenta a
Minayo (1994, p. 17): atividade de ensino e atualiza frente à realidade do mundo.
Portanto, embora seja uma prática teórica, a pesquisa
vincula pensamento e ação.”

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“A pesquisa, portanto, é um procedimento formal, com


método de pensamento reflexivo, que requer um tratamento
Lakatos; Marconi (1991, p. 154):
científico e se constitui no caminho para conhecer a
realidade ou para descobrir verdades parciais.”

A pesquisa científica é um “procedimento reflexivo


Ander-Egg (1978:28) apud Lakatos; sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir
Marconi (1991, p. 154): novos fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo
do conhecimento.”

A pesquisa científica é um “processo formal e sistemático


de desenvolvimento do método científico. O objetivo
fundamental da pesquisa é descobrir respostas para
Gil (2008, p. 27): problemas mediante o emprego de procedimentos
científicos.” Por meio da pesquisa, “[…] utilizando a
metodologia científica, permite a obtenção de novos
conhecimentos no campo da realidade social.”

Pesquisa científica é “[…] o modo pelo qual o indivíduo,


a partir de determinados métodos, desenvolve estudos que
Munhoz (1989, p. 14):
lhe permitam conhecer fenômenos explicativos de inter-
relações dentro da sociedade.”

Pesquisa científica é “[…] uma atividade humana, honesta,


Trujillo Ferrari (1982, p. 167): cujo propósito é descobrir respostas para as indagações ou
questões significativas que são propostas.”

Pesquisa científica é uma atividade que gera um


“questionamento sistemático crítico e criativo, mais a
Demo (1996, p. 34):
intervenção competente na realidade, ou o diálogo crítico
permanente com a realidade em sentido teórico e prático”.

“Pesquisar é dispor-se a conhecer cientificamente algo e


efetivar tal objetivo. A pesquisa é uma atividade de busca,
Nubia Bastos (2012, p. 30) questionamento, investigação, com o intuito de elaborar
conhecimento que ajude a compreender a realidade, oriente
as ações e ajude a solucionar problemas.”

50
Metodologia do Trabalho Científico Unidade 03

Tais citações corroboram com o nosso entendimento sobre pesquisa científica para que possamos

entender e criar nossas próprias conclusões. Podemos notar que, por meio de diversos conceitos, se

percebe o uso de métodos. Fica claro que cada unidade se complementa, pois na Unidade 2 vimos

ciência, na Unidade 3 estamos estudando o método científico e a produção científica através da pesquisa

que temos como resultado a produção de conhecimento.

4.1 Finalidade da Pesquisa Científica


Depois de conceituarmos de diversas formas o que é pesquisa científica, passaremos a estudar e a

identificar a sua finalidade.

Antes, no entanto, devemos ressaltar que um pesquisador, ao se dispor a pesquisar um objeto de

estudo (que pode ser um questionamento, uma indagação ou até mesmo um problema social), tem a

obrigação de disponibilizar para a sociedade aquele seu conhecimento desvendado através da pesquisa,

pois trará crescimento pessoal e social, conforme já comentado anteriormente.

Essa disponibilidade fará sentido à finalidade da pesquisa científica que é resolver e solucionar

as dúvidas e problemas que surgem socialmente, fazendo com que haja evolução científica através de

novas descobertas ou de revisão de antigas teorias para um maior aprofundamento e esclarecimento

dessas.

Para tornar mais claro o nosso entendimento sobre a finalidade da pesquisa científica, Andrade

(2004, p. 17) classifica a finalidade em dois tipos: “[…] o primeiro tem por objetivo a satisfação do desejo

de adquirir conhecimentos, a ‘ciência pura’; o segundo tem por finalidade as aplicações práticas, que se

concretizam por meio das chamadas ‘ciências aplicadas’.”

Seja através da busca por explicações de fenômenos da natureza ou através de fenômenos práticos

da vida humana, a Pesquisa Científica está sempre à procura de soluções.

4.2 Tipos de pesquisa


De posse da finalidade da pesquisa, passamos agora a analisar diversos tipos de pesquisa. Ao

longo dos estudos sobre pesquisa e suas modalidades e/ou tipos, surgiram diversos autores com diversas

correntes que conceituaram e chamaram variados nomes para as modalidades e/ou tipos. Mas cabe

ao pesquisador definir e escolher o melhor conceito, definição e classificação para o entendimento do

conteúdo.

51
Metodologia do Trabalho Científico Unidade 03

As autoras Vieira e Matos (2001) colocam que existem três (3) modalidades de pesquisa:

bibliográfica, documental e de campo. Na pesquisa de campo existe um leque de opções, dentre elas

podemos citar ex-post facto, pesquisa-ação, pesquisa participante, levantamentos, survey, estudo de caso,

etnográfica, etnometodológica, história oral, história de vida, depoimento pessoal e experimental.

Leitura Complementar

Para complementar seus estudos sobre os tipos e modalidade de pequisa,


leia o livro de Kelma S. L. Matos e Sofia L. Vieira: Pesquisa Educacional: O
prazer de conhecer. A seguir, você confere mais descrições a respeito:

Livro: Pesquisa Educacional: O prazer de conhecer.


MATOS, K. S. L. De; VIEIRA, S. L. Pesquisa Educacional: O prazer de conhecer.
Fortaleza: Demócrito Rocha, UECE, 2001.

Outros autores, como Severino (2007), classificam os tipos de pesquisa quanto à natureza,

abordagens e objetivos. É sobre essa perspectiva que explanaremos algumas:

4.2.1 Quanto à natureza / fonte que provém os dados


Quanto à natureza refere-se ao tipo de pesquisa que utilizaremos para nos adequar ao objeto de

pesquisa, podemos classificá-la em: bibliográfica (teórica), documental, experimental, de campo e

estudo de caso.

A pesquisa bibliográfica é realizada mediante referências teóricas embasadas em livros, publicações

especializadas, artigos, revistas e dados oficiais publicados na Internet, que abordem direta ou

indiretamente o tema em análise, tudo que foi registrado e publicado. Até mesmo uma palestra pode ser

considerada uma referência bibliográfica. De acordo com Severino (2007, p. 122) a pesquisa bibliográfica:

[…] se realiza a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos


impressos, como livros, artigos, teses etc. Utiliza-se de dados ou de categorias teóricas, já
trabalhados por outros pesquisadores e devidamente registrados. Os textos tornam-se fontes
dos temas a serem pesquisados. O pesquisador trabalha a partir das contribuições dos autores
dos estudos analíticos constantes dos textos.

Assim, podemos concluir que a pesquisa bibliográfica é a construção de um pensamento por

52
Metodologia do Trabalho Científico Unidade 03

hipótese. Tenta dar conta de um campo do conhecimento com suas contradições, elaboração de ideias

bibliográfica, também pode ser desenvolvida no campo das ciências humanas, jurídicas e tecnológicas.

Dependendo da pesquisa, ela pode ser só bibliográfica, fundamentada somente em teóricos e livros.

Portanto, na pesquisa bibliográfica o pesquisador pode analisar vários aspectos de um determinado

assunto, desta forma, pode confrontar ideias entre os autores escolhidos. O interessante da pesquisa

bibliográfica é que o pesquisador pode e deve ter um olhar crítico nas escolhas de sua literatura, ele

consegue organizar um leque de conhecimentos em busca do seu objetivo, sendo de fundamental

importância para uma boa pesquisa essa troca de ideias.

De posse dos conceitos em relação à pesquisa bibliográfica, passamos agora a falar sobre a pesquisa

documental, que consiste em trabalhar com dados e informações que não receberam tratamento analítico,

ou seja, profundo e minucioso, também tais informações não foram publicadas. Para fundamentarmos o

nosso entendimento, Severino (2007, p. 123) coloca que pesquisa documental:

[…] tem como fonte documentos no sentido amplo, ou seja, não só de documentos impressos,
mas sobretudo de outros tipos de documentos, tais como jornais, fotos, filmes, gravações,
documentos legais. Nestes casos, os conteúdos dos textos ainda não tiveram nenhum
tratamento analítico, são ainda matéria-prima, a partir da qual o pesquisador vai desenvolver
sua investigação e análise.

São consideradas como fontes documentais: processos judiciais, prontuários dos pacientes em

hospitais, documentos oficiais, relatórios de empresas, documentos institucionais de escolas, igrejas e

associações. Também podem ser consideradas como dados documentais fotos, cartas, contratos, diários,

filmes, estatísticas e tabelas de uma instituição.

No caso da pesquisa Experimental, como o nome já diz, parte de uma pesquisa que envolve

experimento. Aqui o pesquisador mensura e controla as variáveis. As pesquisas experimentais são

realizadas em laboratórios que envolvem pesquisas nas áreas de biologia e química. Dependendo do

objeto de estudo utilizam materiais de laboratórios e animais. Segundo Severino (2007, p. 123), a pesquisa

experimental:

Toma o próprio objeto em sua concretude como fonte e coloca em condições técnicas de
observação e manipulação experimental nas bancadas e pranchetas de um laboratório, onde
são criadas condições adequadas para seu tratamento. Para tanto, o pesquisador seleciona
determinadas variáveis e testa suas relações funcionais, utilizando formas de controle.
Modalidade plenamente adequada para as Ciências Naturais, é mais complicada no âmbito
das Ciências Humanas, já que não se pode fazer manipulação das pessoas.

De fato, percebe-se que a pesquisa experimental é mais utilizada na área da saúde.

53
Metodologia do Trabalho Científico Unidade 03

Exemplo

Maria João, pesquisadora da área da saúde, tem como objetivo conhecer o resultado
da aplicação de determinada droga no tratamento da doença X. Para atingir seu intento ela
deverá realizar a pesquisa experimental controlando as variáveis existentes para observar os
resultados diante da aplicação da droga em questão.

Já a pesquisa de campo está além de uma revisão bibliográfica. O pesquisador vai a campo, ao

ambiente onde os dados são coletados com a sociedade por meio de diversas técnicas de pesquisa.

Na pesquisa de campo, objeto/fonte é abordado em seu meio ambiente próprio. A coleta de dados é
feita nas condições naturais em que os fenômenos ocorrem, sendo assim diretamente observados,
sem intervenção e manuseio por parte do pesquisador. […] (SEVERINO, 2007, p. 123).

Como foi dito, a pesquisa de campo compreende um leque de tipos de pesquisa, podendo ser de

caráter observatório, em que o pesquisador irá ao universo em que ocorre o fenômeno que pretende

estudar para assim chegar a conclusões que retratem da melhor forma possível o real.

Por último, temos o estudo de caso, que consiste em uma pesquisa em que o objeto de estudo

nos possibilita um exame profundo e com grandes informações em seus aspectos. Privilegia um caso

particular, considerado suficiente para a análise de um fato ou fenômeno de forma bem detalhada.

Assim, o estudo de caso é uma pesquisa:

[…] que se concentra no estudo de um caso particular, considerado representativo de um


conjunto de casos analógicos, por ele significativamente representativo. A coleta de dados e sua
análise se dão da mesma forma que nas pesquisas de campo, em geral. [...] os dados devem ser
coletados e registrados com o necessário rigor e seguindo todos os procedimentos da pesquisa
de campo. […] (SEVERINO, 2007, p. 121).

Por sua vez, considera-se o estudo de caso uma pesquisa simples, que tem suas limitações e não

pode ser generalizada, pois é considerada um estudo específico e pode servir de fundamento para outras

pesquisas. Ex: Estudo de caso sobre o comportamento do idoso ativo e um idoso passivo, uma análise

da psicomotricidade.

4.2.2 Quanto ao tipo


Em relação ao tipo podemos classificar em pesquisa pura e pesquisa aplicada.

54
Metodologia do Trabalho Científico Unidade 03

A pesquisa pura é considerada pura em razão de sua finalidade que consisti no aprofundamento

dos conhecimentos, proporcionando assim uma nova posição acerca do assunto, a mesma serve de base

para as pesquisas aplicadas.

A pesquisa aplicada, por sua vez, está voltada para as pesquisas e questões práticas, as quais

têm por objetivo buscar e promover soluções práticas para os problemas da sociedade. Geralmente as

pesquisas aplicadas obtêm o diagnóstico para depois intervir junto a um fato ou fenômeno levantado

pela realidade concreta.

4.2.3 Quanto às abordagens


As pesquisas podem ser classificadas quanto às abordagens como pesquisas qualitativas e

quantitativas.

A pesquisa qualitativa consiste na obtenção de dados descritivos mediante contato direto ou

interativo com a situação de estudo, buscando entender tais fenômenos que envolvem questões em relação

à cultura, comportamento e simbologias. Aqui as informações obtidas não podem ser quantificadas, os

dados são analisados indutivamente. São atitudes básicas à interpretação dos fenômenos e à atribuição

de significados. A pesquisa qualitativa viabiliza uma pesquisa mais profunda, em que o pesquisador

interpreta, a partir de sua pesquisa, a realidade existente, dando sentido ao que está sendo observado.

A pesquisa qualitativa utiliza-se de procedimentos e metodologia mais adequada, em que o

contato com o objeto de estudo é mais detalhado, mais subjetivo, profundo, descritivo, é quando se

valoriza a parte da integração entre o pesquisador e o objeto de estudo pesquisado. Assim, questões

envolvendo crenças religiosas, valores, aspirações e atitudes de grupos sociais cabem em um estudo

qualitativo, por exemplo, a análise comportamental de uma tribo.

Ainda na pesquisa qualitativa podemos utilizar alguns métodos próprios: etnografia, participante,

pesquisa-ação, etnometodológica, história oral, história de vida e depoimento pessoal e hermenêutica

de profundidade, dependendo do objeto de pesquisa no âmbito qualitativo, todos podem se encaixar no

tipo de pesquisa supracitada.

Já a pesquisa quantitativa interpreta em números as opiniões e informações captadas, podendo

assim, ser tabulada. Utiliza a estatística para chegar ao seu objetivo. É mais utilizada em pesquisas em

que se procura mensurar o objeto de estudo, por exemplo, o senso ou a amostragem. Como o nome já

55
Metodologia do Trabalho Científico Unidade 03

diz, é relacionada à quantidade, contagem e análise de algum resultado.

A pesquisa quantitativa pode ser de dois tipos: por amostra ou população (censitária). Em ambos

os casos, faz-se uma coleta direta de dados através de entrevistas ou questionários. Quando utilizamos o

universo ou população, em vez de uma amostra, temos um censo. Um exemplo a ser destacado é do censo

demográfico realizado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Podemos

citar como outro exemplo, o perfil econômico de uma população de um município, uma instituição ou

outros locais.

Para uma maior sustentação teórica sobre as abordagens aqui citadas, nota-se que Severino (2007,

p. 119) compreende que:

Quando se fala de pesquisa quantitativa ou qualitativa, e mesmo quando se fala de metodologias


quantitativas ou qualitativas, apesar da liberdade de linguagem consagrada pelo uso acadêmico,
não se está referindo a uma modalidade de metodologia em particular. Daí ser preferível falar-se
de abordagem quantitativa, de abordagem qualitativa, pois, com estas designações, cabe referir-
se a conjuntos de metodologias, envolvendo eventualmente diversas referências epistemológicas.
São várias metodologias de pesquisa que podem adotar uma abordagem qualitativa, modo
de dizer que fez referência mais a seus fundamentos epistemológicos do que propriamente a
especificidades metodológicas.

As pesquisas quantitativas e qualitativas oferecem perspectivas diferentes, mas não necessariamente

polos opostos. De fato, elementos de ambas as abordagens podem ser usados conjuntamente em estudos

mistos para fornecer mais informações do que poderia se obter utilizando um dos métodos isoladamente.

4.2.4 Quanto aos objetivos


Quanto aos objetivos, as pesquisas podem ser descritiva, exploratória e explicativa.

A pesquisa descritiva, como o nome já diz, descreverá, classificará e interpretará fatos e fenômenos

que ocorrem na natureza e na sociedade, buscando descobrir suas características, causas, relações e

diferenças com outras ocorrências. Pode ser realizada por meio de pesquisa bibliográfica, de campo,

documental, estudo de caso e de levantamento. Não há interferência do pesquisador, cabendo-lhe

somente descrever e analisar o objeto de pesquisa, descrevendo a situação no momento em que ocorre

a investigação e estabelecendo relação entre as variáveis. Portanto, a pesquisa descritiva buscará definir,

explicar e esclarecer o problema apresentado, analisando os fenômenos, mas sem manipulá-los.

Segundo Severino (2007, p. 123) a pesquisa exploratória “busca apenas levantar informações

sobre um determinado objeto, delimitando assim um campo de trabalho, mapeando as condições de

56
Metodologia do Trabalho Científico Unidade 03

manifestação desse objeto. Na verdade, ela é uma preparação para a pesquisa explicativa.” Então, ela irá

primeiro explorar, ou seja, é o passo inicial de qualquer pesquisa. Em resumo, é o que você faz no projeto

de pesquisa, formulando hipóteses para pesquisas posteriores. Limita-se a definir objetivos e buscar

maiores informações sobre o tema em estudo.

Acredita-se que todo pesquisador a princípio fez uma pesquisa exploratória, pois tem a priori

pouco conhecimento sobre o problema (objeto de estudo) a ser analisado. A pesquisa exploratória

objetiva aperfeiçoar as ideias, buscando maiores informações sobre o objeto investigado.

No caso da pesquisa explicativa, Severino (2007, p. 123) coloca que, “além de registrar e analisar os

fenômenos estudados, busca identificar suas causas, seja através da aplicação do método experimental/

matemático, seja através da interpretação possibilitada pelos métodos qualitativos.” Assim, a pesquisa

explicativa identifica os fatores que determinam ou contribuem para a incidência de fenômenos ou fatos,

explica a razão das coisas e aprofunda o conhecimento da realidade.

Conforme tudo o que foi explanado, tais classificações dependerão do objeto de estudo do

pesquisador, ou seja, do que ele propõe a alcançar por meio da pesquisa.

Dica

É importante lembrar que o pesquisador poderá utilizar diversas


classificações na sua pesquisa, já que um tipo de classificação não exclui
a outro. Sendo assim, tais classificações se complementam, dependendo
sempre da sistematização da pesquisa.

Um pesquisador, por exemplo, pode desenvolver uma pesquisa bibliográfica e de campo utilizando

a abordagem mista qualitativa e quantitativa, em que a pesquisa terá um caráter descritivo e explicativo.

4.3 Etapas da pesquisa


Toda pesquisa deve cumprir etapas para que a mesma seja bem planejada se quiser oferecer

resultados satisfatórios, dignos, úteis e fiéis. Neste caso, toda pesquisa deverá seguir três etapas.

57
Metodologia do Trabalho Científico Unidade 03

Consiste basicamente em definir um tema de pesquisa,


realizar as leituras prévias sobre ele e identificar um
problema. O projeto de pesquisa, em seguida, deve ser
elaborado contemplando o objeto previamente identificado
Fase exploratória pelo pesquisador. No projeto deverão estar presentes os
questionamentos, objetivos e métodos que serão utilizados
na realização posterior da pesquisa. É aqui que se produzirá
o projeto de pesquisa.

Podemos dizer que é a fase da execução da pesquisa. É o


momento em que o pesquisador coletará informações e
dados correspondentes ao objeto. É a fase de concretização
Investigação focalizada da pesquisa, com base no que foi planejado no projeto.
A coleta de dados poderá ser feita de diversas maneiras
(pesquisa bibliográfica, entrevistas, diálogos, coleta de
dados estatísticos etc).

Na última fase, o pesquisador classificará e organizará todos


os dados coletados para, partir disso, concluir a pesquisa.
Análise final dos dados Esta etapa exige do pesquisador a interpretação do material
coletado durante a pesquisa, com o objetivo de fornecer as
respostas para o problema delimitado pelo pesquisador.

4.4 Técnicas de pesquisa


As técnicas de pesquisa são os instrumentos de coletas e análises de dados. Severino (2007) fala em

quatro técnicas de pesquisa: documentação, entrevista, observação e questionário. É muito importante

na pesquisa planejar tais instrumentos. É essencial que o pesquisador conheça e escolha instrumentos

adequados, pensando no que pretende coletar e analisar. Vejamos tais técnicas:

4.4.1 Documentação
Severino (2007) coloca que documentação é todo e qualquer material documentado ou não

utilizado na pesquisa, como os documentos e materiais. Fala-se no registro das informações que a

pesquisa faz durante sua execução, por exemplo, são objetos como livros, fotografias, jornais, estátuas,

pedras, metais, CDs entre outros materiais utilizados.

58
Metodologia do Trabalho Científico Unidade 03

Leitura Complementar

Para aprofundar seus estudos, leia o livro de Antônio Joaquim Severino:


Metodologia do Trabalho Científico. A seguir, você confere mais descrições
a respeito:

Livro: Metodologia do Trabalho Científico.


SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Científico. 23. ed. rev. e atualizada.
São Paulo: Cortez, 2007.

4.4.2 Observação
De acordo com Severino (2007, p. 125) observação é “todo procedimento que permite acesso aos

fenômenos estudados […]”. É uma técnica muito utilizada, pois, por meio da observação, podemos

combinar com outras técnicas, como, por exemplo, entrevistas e questionários (se você for aplicar).

Deve-se observar e compreender o que é essencial para executar os registros.

4.4.3 Entrevista
Podemos dizer que é uma técnica muito utilizada e simples. Para Severino (2007, p. 124) “É uma

técnica de coleta de informações sobre um determinado assunto, diretamente solicitadas aos sujeitos

pesquisados […].” Assim, a observação permite uma proximidade do pesquisador com o entrevistado,

pois na entrevista envolve a relação de perguntas e respostas. Aqui, se o pesquisado permitir, poderá

gravar. Vale ressaltar que difere do questionário, o qual não precisa da presença do pesquisador para ser

aplicado e respondido.

4.4.4 Questionário
É uma técnica também bastante utilizada e que não necessita do contato do pesquisador com o

pesquisado, inclusive, com o avanço das tecnologias, pode-se realizar o questionário por meio de e-mails

ou links, um exemplo disso são as ferramentas de alguns programas, como Google Chrome. Também o

pesquisador pode pedir a uma pessoa para aplicar seu questionário em uma instituição ou em outro local.

As questões devem ser claras e objetivas, podendo ser (abertas ou fechadas), pois os pesquisados

59
Metodologia do Trabalho Científico Unidade 03

não poderão ter dúvidas quando responderem o questionário e expressarem suas opiniões. De acordo

com Severino (2007, p. 125), a técnica de pesquisa chamada de entrevista consiste em um “conjunto de

questões, sistematicamente articuladas, que se destinam a levantar informações escritas por partes dos

sujeitos pesquisados, com vistas a conhecer a opinião dos mesmos sobre os assuntos em estudo. […].”

As técnicas de pesquisa (coleta e análise de dados) são recursos que estão à disposição do pesquisador,

facilitando o seu caminho de investigação e imprimindo um caráter objetivo ao seu trabalho.

5. Construindo o objeto de estudo e comportamento do pesquisador (ética na pesquisa)


Explanamos sobre os métodos científicos, a finalidade da pesquisa tipos e/ou modalidades, etapas

e instrumentos, técnicas de pesquisa. Ao longo de todo texto, você deve ter percebido que é falado várias

vezes de OBJETO DE ESTUDO.

• O objeto de estudo consiste no tema de pesquisa de forma delimitada. Primeiramente,

devemos pensar um assunto do nosso interesse para que tenhamos satisfação e entusiasmo

de pesquisá-lo. Outro elemento é a relevância social, tanto para a sociedade macro, como

também para os operadores da sua área de conhecimento, por exemplo, administração,

publicidade, direito, entre outras. O último elemento é muito importante, em que se deve

observar a viabilidade da pesquisa, em termos práticos, teóricos, financeiros e materiais.

Vejamos o exemplo ilustrativo da construção do objeto de estudo, observando o interesse pelo

tema, a relevância social e a viabilidade da pesquisa:

60
Metodologia do Trabalho Científico Unidade 03

Exemplo
Um pesquisador não gosta muito de direito penal, então o que estiver relacionado
a esse assunto será terrível para pesquisar. Digamos que o mesmo tenha afinidade com
direito tributário. Então, poderá, dentro do direito tributário, pesquisar sobre administração
tributária, por sua vez, dentro da administração tributária ele pode pesquisar sobre
“Fiscalização da dívida ativa do Município de Fortaleza”.

Para Rudio (2004, p. 89) “No sentido comum, tema é um assunto que se deseja provar
ou desenvolver”. A princípio, mesmo que o assunto sobre direito penal tenha relevância social
e seja viável, o pesquisador não tem interesse e nem afinidade para pesquisa. Mas se ele tem
afinidade, os outros dois elementos (relevância social e viabilidade) são cabíveis e assim
poderá desenvolver a pesquisa.

Como vocês serão futuros pesquisadores, é interessante saber como devemos nos comportar

quando nos propusermos a realizar um trabalho científico e/ou uma pesquisa e quais as atitudes básicas

e éticas que devemos ter.

Um pesquisador precisa fazer escolhas entre as diferentes alternativas de pesquisa, fontes,

abordagens e técnicas, deve também definir prioridades no seu percurso de investigação.

Diante destas prioridades, é preciso saber do que se trata o “projeto de pesquisa”, no qual se encontra

o planejamento e a apresentação do problema que vai ser solucionado.

A figura do pesquisador deverá ter uma postura ética, senso crítico, criatividade, sensibilidade,

imparcialidade em sentido estrito, foco, reflexão, responsabilidade, comprometimento, dedicação,

paciência e respeito. Além disso, o mesmo precisa trilhar os seus caminhos com muita determinação

e dedicação. Todos esses elementos supracitados fazem com que o pesquisador possa desenvolver uma

boa pesquisa sem perder o foco e o caminho.

Não existe uma “hierarquia” entre os tipos de pesquisas, todas são importantes de alguma forma. O

que vai determinar o tipo de pesquisa é seu objeto e também a escolha do pesquisador que mais convir

perante este objeto.

61
Metodologia do Trabalho Científico Unidade 03

Conversando

Chegamos ao final da terceira unidade, esperamos que esta unidade


tenha sido proveitosa para todos. Não esqueça de interagir com os seus
colegas no ambiente virtual de aprendizagem. Até a próxima!

Referências
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Noções práticas. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2004

BASTOS, Núbia Maria Garcia. Introdução à metodologia do trabalho acadêmico. 5. ed. Fortaleza:
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Metodologia do Trabalho Científico Unidade 03

Créditos
Núcleo de Educação a Distância
O assunto estudado por você nessa disciplina foi planejado pelo professor
conteudista, que é o responsável pela produção de conteúdo didático, e foi
desenvolvido e implementado por uma equipe composta por profissionais
de diversas áreas, com o objetivo de apoiar e facilitar o processo ensino-
aprendizagem.

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Educação a Distância José Glauber Peixoto Rocha
Lana Paula Crivelaro Monteiro
Produção de Áudio e Vídeo
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Design Instrucional
Andrea Chagas Alves de Almeida

Projeto Instrucional
Luciana Clicia de Sena

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