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Metodologia de pesquisa
de bens simbólicos
Prof. Dr. Dennis de Oliveira (organizador)
CELACC - ECA - USP
CELACC
Centro de Estudos
Março de 2016
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Metodologia de pesquisa de bens simbólicos
CELACC - ECA - USP
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Sumário
1. O que é pesquisar?................................................................................. 4
2. Formalidades........................................................................................... 11
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1. O que é pesquisar?
A pesquisa consiste não apenas na principal atividade de produção do conheci-
mento, mas também em uma ruptura com uma tradição reprodutivista do ensi-
no formal. Normalmente, nas aulas expositivas, o aluno recebe informações do
Metodologia de pesquisa de bens simbólicos
Freire criticava este modelo por considerar que a ausência de interatividade igno-
ra o conhecimento existente no aluno, como se ele fosse uma pessoa desprovida
de qualquer sabedoria. Segundo ele, a educação deve ser construída com base
no diálogo entre educador e educando e deste processo interativo é que os
conhecimentos são construídos.
Entendemos que estas preocupações do grande educador Paulo Freire são im-
portantes. Porém, não queremos aqui descartar a importância do ensino tradi-
4 cional, da transmissão de conhecimentos produzidos por outrem, pois a ciência é
acumulativa e, para participar deste universo, é necessário vivenciá-la e conhecer
o que ela tem de acumulado. Assim, o contato e a compreensão dos conheci-
mentos produzidos por outrem é fundamental. Mas não se esgota. Em um nível
de ensino voltado para a formação de pesquisadores e de pessoas que buscam
ter uma postura intelectual-crítica é preciso ir além. O além é a pesquisa.
Surge daí o primeiro drama: como pesquisar? Como definir um tema para uma
monografia? Como produzir um artigo científico? Qual é a relação entre o que
conheci, li e o que eu vou escrever?
Apesar da ciência não ser neutra e, portanto, suas verdades poderem ser contes-
tadas, o debate científico não é totalmente aberto – não é qualquer opinião ou
ponto de vista que pode ser considerado como científico. Debate científico não
se assemelha a uma discussão cotidiana. Este é o segundo mito que precisa ser
desmascarado: o fato da ciência não ser neutra não significa um absoluto
relativismo das suas verdades.
Fenômeno 3
FENÔMENO
Referências teóricas
A SER
Fenômeno 4 ANALISADO
Fenômeno n
Estratégias metodológicas
(trabalho de campo)
Fenômeno t
7
Assim, a definição do tema já pressupõe uma postura teórica e de contextuali-
zação, razão pela qual o início do trabalho científico necessita de um repertório
teórico mínimo (daí a importância da transmissão de informações, o método de
ensino mais tradicional). As escolhas teóricas e das estratégias metodológicas
irão depender da forma que o fenômeno a ser analisado será contextualizado.
É evidente que o número de fenômenos determinantes é infinito, o que indica a
necessidade de escolher quais vetores determinantes serão levados em conta na
contextualização – é isto que particulariza a pesquisa e também que estabelece o
campo de estudos em que a pesquisa se insere. Por exemplo, é possível analisar
um fenômeno da cultura popular contextualizando-o às determinantes históricas
e sociais, ou econômicas, ou aos processos midiáticos, ou aos fatores psicológi-
cos, entre outros. Esta escolha é feita pelo pesquisador e, no nível da iniciação
científica, deve ser acompanhada pelo orientador.
1
Cf. Sociedade de esquina: a estrutura social de uma área urbana pobre e degradada.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.
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2. O pesquisador não sabe de antemão onde está “aterrissando”, caindo
geralmente de “pára-quedas” no território a ser pesquisado. Não é espe-
rado pelo grupo, desconhecendo muitas vezes as teias de relações que
marcam a hierarquia de poder e a estrutura social local. Equivoca-se ao
pressupor que dispõe do controle da situação.
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Todo este material, depois de transcrito, deve ser interpretado, utilizando para
isto os conceitos teóricos selecionados para a análise do fenômeno. Boa parte
dele não será reproduzida no texto final, porém servirá como um instrumento
para reflexão do fenômeno. É neste momento que o pesquisador exercitará seu
raciocínio para construir inferências articulando conceitos teóricos e informações
obtidas no trabalho de campo. Estas inferências serão as bases para a conclusão
do trabalho.
2. Formalidades
O texto deve sempre ser escrito na terceira pessoa do singular (impessoal). Even-
tuais observações de caráter pessoal que se julgar necessárias devem ser redigi-
das em primeira pessoa (como transcrições de anotações do diário de campo,
por exemplo) e inseridas em nota de rodapé. O texto científico é formal, portan-
to, não utilize gírias ou termos coloquiais, a não ser quando se tratar de transcri-
ções de falas de terceiros – neste caso, colocar entre aspas.
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O artigo científico deve ter, no mínimo, 30 mil caracteres e, no máximo, 54 mil
caracteres, digitados em Times News Roman, corpo 12, contendo resumo (em
português), abstract (em inglês) e resúmen (em espanhol), cada um com 650 ca-
racteres, até cinco palavras-chave em inglês, português e espanhol; bibliografia
ao final.
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O título do artigo deve ter até 70 caracteres; seguido do nome do(a) autor(a) no
qual deverá colocar-se a primeira nota de rodapé contendo um breve currículo
do(a) autor(a) com até 5 linhas e também o nome do(a) orientador(a).
• Título;
• Autor;
Bibliografia
ELEMENTOS TEXTUAIS
INTRODUÇÃO
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DESENVOLVIMENTO
CONCLUSÃO
ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
APÊNDICE(S)
Exemplos:
ANEXO(S)
Exemplos:
SIGLA(S)
Sigla é a reunião das letras iniciais dos vocábulos fundamentais de uma denomi-
nação ou título. Quando aparecer pela primeira vez no texto, deve ser colocada
entre parênteses, precedida pela forma completa.
Exemplo:
• o título deve ser precedido pela palavra Tabela (apenas com a inicial T maiús-
cula), seu número de ordem de ocorrência no texto, em algarismos arábicos
e um hífen;
ILUSTRAÇÃO(ÕES)
A ilustração deve ser inserida o mais próximo possível do trecho a que se refere,
conforme o projeto gráfico.
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Exemplo:
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APRESENTAÇÃO GRÁFICA
Todo o texto deve ser digitado em espaço 1,5 cm, exceto: as citações de mais
de três linhas, as notas de rodapé, as referências, as legendas das ilustrações e
das tabelas, a ficha catalográfica, a natureza do trabalho, o grau pretendido, o
PAGINAÇÃO
Todas as folhas do trabalho, a partir da folha de rosto, devem ser contadas se-
quencialmente. As folhas pré-textuais, embora contadas, não são numeradas.
CITAÇÕES
As transcrições com mais de três linhas devem figurar abaixo do texto, com recuo
de 4 cm da margem esquerda, com letra menor que a do texto utilizado e sem
aspas.
Exemplo:
Citação indireta
Exemplo:
Exemplo no texto:
1
ATANASIU, P. et al. Action des pressions très élevées sur de virus de Newcastle. I.
Dissociation du pouvoir infectieux et de l’hémogglutination. Annales de L’Institut
Pasteur, Paris, v. 81, p. 340, 1951.
Informação verbal
Exemplo no texto:
Silva (1983) afirma que o calor se constitui em fator de estresse [...] (in-
formação verbal)1.
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INFORMAÇÃO PESSOAL
Exemplo no texto:
1
Bruckman A. S. Moose crossing proposal. Mensagem recebida por mediamoo@
media.mit.edu, em 10 fev. 2002.
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DESTAQUES E SUPRESSÕES NO TEXTO
Exemplo:
Exemplo:
Exemplo:
Exemplo:
NOTAS DE RODAPÉ
Classificam-se em:
Devem ser digitadas em fontes menores, dentro das margens, ficando separadas
do texto por um espaço simples de entrelinhas e por filete de aproximadamente
3 cm, a partir da margem esquerda.
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As notas de rodapé podem ser indicadas por numeração consecutiva, com nú-
meros sobrescritos dentro do capítulo ou da parte (não se inicia a numeração a
cada folha).
As expressões latinas não devem ser usadas no texto, apenas em nota de rodapé,
exceto apud.
A presença da referência em nota de rodapé não dispensa sua inclusão nas Re-
ferências, no final do trabalho.
Abreviatura Utilização
Apud (citado por, Única expressão latina que pode ser usada tanto
conforme, segundo) no texto como em notas de rodapé.
Usada em substituição ao nome do autor,
Idem ou Id. (do mesmo
quando se tratar de citação de diferentes obras
autor)
de um mesmo autor.
Ibidem ou Ibid. (na mesma Usada em substituição aos dados da citação
obra) anterior, pois o único dado que varia e a página.
Opus citatum ou op. cit. Usada no caso de obra citada anteriormente, na
(opere citado, obra citada) mesma página, quando houver outras notas.
Passim (aqui e ali, em Usada em informação retirada de diversas
diversas passagens) páginas do documento referenciado.
Usada para designar a mesma página de
Loco citato ou loc. cit. (no
uma obra já citada anteriormente, mas com
lugar citado)
intercalação de notas.
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Abreviatura Utilização
Usada como abreviatura para recomendar
Confira ou Cf. (confronte)
consulta a um trabalho ou notas.
Usada em informação seguinte ou que se segue.
Sequentia ou et seq.
Usada quando não se quer citar todas as páginas
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As citações devem ser indicadas no texto pelo sistema autor-data. Para a citação,
consideram-se como elementos identificadores: autoria (pessoal, institucional ou
entrada pela primeira palavra do título em caso de autoria desconhecida) e ano
da publicação referida. Para a citação direta é obrigatório incluir o(s) número(s)
da(s) página(s).
SISTEMA AUTOR-DATA
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Nesse sistema, a indicação da fonte é feita da seguinte forma:
Exemplos:
Dois autores
Os sobrenomes dos autores entre parênteses devem ser separados por ponto e
vírgula (;). Quando citados fora de parênteses devem ser separados pela letra “e”.
Exemplos:
ou
Três autores
Os sobrenomes dos autores citados entre parênteses devem ser separados por
ponto e vírgula (;). Quando citados fora de parênteses, os autores devem ser
separados por vírgula (,) sendo o último separado pela letra “e”.
Exemplos:
ou
Exemplos:
ou
Exemplos:
ou
Exemplos:
ou
ou
Entidades coletivas
29
Exemplos:
ou
Exemplos:
ou
Monografias
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O prenome pode estar abreviado ou por extenso, porém deve estar padronizado
em toda a listagem.
Monografia no todo
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Um autor
Exemplos:
Exemplos:
Três autores
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
Em suporte eletrônico
Exemplos:
32
ATLAS ambiental da Bacia do Rio Corumbataí. Rio Claro: CEAPLA, IGCE,
UNESP, 2001. Disponível em: <www.rc.unesp.br/igce/ceapla/atlas>.
Acesso em: 8 abr. 2002.
Exemplos:
Exemplos:
Exemplo:
34
Exemplo:
PORTER, E. This time, it´s not the economy. The New York Times,
New York, 24 Oct. 2006. Disponível em: <www.nytimes.com/2006/10/24/
business/24econ.html?_r=1&ref=business&oref=slogin>. Acesso em:
24 Oct. 2006.
LEGISLAÇÃO
Exemplos:
ção do suporte.
Exemplos:
DENVER, John. Poems, prayers & promises. São Paulo: RCA Records,
1974. 1 disco (38 min): 33 1/3 rpm, microssulco, estéreo. 104.4049.
Sistema alfabético
Exemplos:
*Para casos não previstos neste Manual, consultar a versão completa do documento
(Sibi/USP).