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Amarildo Roberto Luís António

Ana Jacob Nefital

Johane Luís Manuel

Margarida Cristóvão De Souza Chicuamba

Marnela Eusébio Manuel Caetano

Tipos de Conhecimento

Licenciatura em Ensino de Português

I Ano – Pós-laboral

Universidade Púnguè
Tete, Abril de 2022
Amarildo Roberto Luís António

Ana Jacob Nefital

Johane Luís Manuel

Margarida Cristóvão De Souza Chicuamba

Marnela Eusébio Manuel Caetano

Tipos de Conhecimento

Licenciatura em Ensino de Português

Trabalho em grupo da Cadeira de Método


de Estudo e Investigação (MEIC) a ser
apresentado ao Curso de Licenciatura em
Ensino de Português, como requisito de
avaliação parcial.

Docente: Ph.D. Rufino Alfredo

Universidade Púnguè
Tete, Março de 2022
Indice
Introdução........................................................................................................................................ 3

Objectivo Geral: .......................................................................................................................... 3

Objectivos específicos ................................................................................................................. 3

Contextualização dos conceitos ―Conhecimento‖ e ―Conhecer‖ .................................................... 4

Conhecer ...................................................................................................................................... 4

Conhecimento .............................................................................................................................. 5

Diferença entre conhecer e conhecimento ................................................................................... 5

Tipos de conhecimentos .................................................................................................................. 6

Conhecimento empírico ............................................................................................................... 6

Algumas características do conhecimento empírico ................................................................ 6

Outras características do conhecimento empírico .................................................................... 7

Conhecimento Teológico ............................................................................................................. 7

Características do conhecimento teológico .............................................................................. 9

Conhecimento filosófico............................................................................................................ 10

Conhecimento filosófico e exemplos ..................................................................................... 10

Conhecimento tácito e explícito ................................................................................................ 12

Conhecimento Científico ........................................................................................................... 15

Importância do conhecimento científico ................................................................................ 16

Considerações finais ...................................................................................................................... 18

Bibliografia.................................................................................................................................... 19
Introdução
Ao longo deste trabalho de pesquisa iremos observar que existem vários tipos de
conhecimentos e todos eles possuem sua importância para o homem. Em princípio,
consultamos alguns manuais, artigos, encunciados e encontramos os seguintes tipos de
conhecimentos: conhecimento empírico que também é conhecido por senso comum ou
popular, conhecimento teológico ou religioso e conhecimento filosófico. Porém, durante a
investigação nos deparamos com outros tipos de conhecimentos que achamos de grande valia
servir de análise profunda, tendo em conta sua importância, estamos a falar dos
conhecimentos tácito, explícito e implícito com algumas características distintas, mas que
uma complementa a outra.

Começamos a nossa decertação falando sobre o conhecimento em sí, trazendo teorias que dão
um conceito mais amplo do ―conhecimento‖ bem como faremos uma distinção com o termo
―conhecer‖, o que permitirá analisar com mais solidez os mais variados tipos de
conhecimentos e suas características.

Esperamos que este trabalho, sirva de guia para estudantes acadêmicos que queiram adquirir
conhecimento sobre os assuntos destacados nesta pesquisa e que consigam descrever cada
tipo de conhecimento.

Objectivo Geral:
Analisar os tipos de conhecimentos.

Objectivos específicos
- Identificar os tipos de conhecimento;

- Caracterizar cada tipo de conhecimento;

- Destacar um tipo de conhecimento ideal para ser utilizado no meio acadêmico.

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Contextualização dos conceitos “Conhecimento” e “Conhecer”

Parafraseando o filósofo francês Auguste Comte (1798-1857), o progresso é a lei da história


da humanidade, e o homem está em constante processo de evolução. Queremos acreditar que
tal evolução depende de certa forma da quantidade de informações que se pode tirar do
mundo, o que faz com que a cada instante o homem seja submetido a algum tipo de
conhecimento, aliás, nenhum homem nasce com conhecimento, obtê-lo é fundamental para a
sua evolução.

Conhecer
De forma bem simples, no processo do conhecimento, quem conhece consegue, de certo
modo, apropriar-se do objecto que conheceu. Os órgãos do sentido actuam como captadores
das imagens objectos concretos. Nessa imagem, já está a essência geral, o modelo do objecto
(coisa) que o intelecto extrai, a qual é recebida pelo entendimento, realizando-se o
conhecimento.

O ser humano é doptado da capacidade de conhecer e pensar. Conhecer e pensar


constituem não somente uma capacidade, como também é uma necessidade para o
homem; necessidade para a sua sobrevivência [...]. Além disso, o conhecimento é
necessário para o progresso do homem; conhecer é poder [...]. A linguagem do mito
encerra profundo conteúdo na medida exacta em que traduz os anseios da natureza
humana e por isso mesmo a revela a seu modo. De facto, os animais também são
dotados de certa capacidade de conhecer; por isso, procuram alimentos que lhes
convém e evitam tudo que eles não lhe convêm; distinguem seus filhos e voltam
para seus ninhos sem perigo de engano. Os animais conhecem a natureza para
subjugar-se a ela cegamente; o homem conhece a natureza para subjugá-la [...]
(RUIZ,2009).

Observe que o conhecer é uma relação que se determina entre sujeito e objeto. Toda a
compreensão exige um contacto com o real. O que conhecemos das coisas depende dos
nossos sentidos. As formas dos objectos estão nas coisas concretas, que são essenciais. A
determinação do conhecimento é a proporção entre e expressão intelectual e os objectos
conhecidos. É o acordo entre o significado e seu referente.

Contudo, vale dizer que o sujeito não conhece tudo das coisas, mas apenas parte. ―No
processo do conhecimento, o sujeito toma posse, de certo modo, do objecto conhecido. Os
indivíduos (sujeitos) não são aptos a captar tudo o que as coisas apresentam. A própria ciência
tem como função acumular conhecimentos, o que a conduz sempre a uma incessante
revelação.‖ (FACHIN, 2017).

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Conhecimento
O progresso científico, de modo geral, é produto da actividade humana, por meio da
qual o homem, compreendendo o que o cerca, passa a desenvolver novas
descobertas. E, por relacionar-se com o mundo de diferentes formas de vida, ele
utiliza-se de diversos meios de conhecimento, por intermédio dos quais evolui e faz
evoluir o meio em que vive, trazendo contribuições para a sociedade. Entre esses
tipos de conhecimentos, encontra-se o filosófico, o teológico, empírico e o científico
(FACHIN, 2017).

Marconi e Lakatos (2017), dizem que a ciência não é o único caminho de acesso ao
conhecimento e à verdade; um mesmo objecto ou fenômeno (uma planta, um mineral, uma
comunidade ou as relações entre chefes e subordinados) pode ser matéria de observação tanto
para os cientistas quanto para o homem comum; para estes, o que leva um ao conhecimento
científico e outro ao vulgar ou popular é a forma de observação.

Se o conhecimento é um processo dinâmico e inacabado, somente é possível


considerá-lo dentro de uma visão dialética que se desdobra em um constante vir a
ser, servindo como referencial para a pesquisa tanto qualitativa quanto como
quantitativa das relações sociais, bem como para aquelas formas de busca de
conhecimento próprias das ciências exatas, como experimentais [...] o conhecimento
de todo e qualquer facto parte do homem como ser antropocêntrico e, os resultados
obtidos retornam para o próprio homem e a sociedade (BARROS; LEHFELD,
2007).

Neste caso, o conhecimento pode ser definido como a manifestação da consciência de


conhecer. Ele existe quando a pessoa ultrapassa o ‗dado‘ vidido, explicando-o. Ao viver, o ser
humano tem experiências progressivas: da dor e do prazer, da fome e da saciedade, do quente
e do frio. O conhecimento se dá pela vivência circunstancial e estrutural das propriedades
necessárias à adaptação, interpretação e assimilação do meio interior e exterior ao ser.
Ocorrem aqui as relações entre sensação, percepção e conhecimento, sendo que a percepção
tem uma função mediadora entre o mundo caótico dos sentidos e o mundo mais ou menos
organizado da actividade cognitiva.

Diferença entre conhecer e conhecimento


Segundo CYRINO e PENHA (1992, p13) de modo simples, pode-se dizer que conhecer é
elaborar um modelo de realidalide e projectar ordem onde havia caus. Conhecer é ter noção,
ou ideia de alguma coisa. O Conhecimento, contudo, pode envolver descrições, hipóteses,
conceitos, teorias, princípios e procedimentos.

Para entender melhor essa diferença, vamos utilizar um exemplo clássico das relações
humanas do dia a dia de qualquer pessoa.
5
Conhecer alguém significa que encontramos uma pessoa (pessoalmente ou por meio de seus
feitos), que podemos reconhecê-la dentro de um grupo e que estamos cientes de sua
existência. Mas, para ter conhecimento sobre alguém, deve-se conhecer a pessoa de tal forma
que possa descrever sua personalidade, prever seu comportamento ou atitudes e suas reações,
assim como compreendê-la o bastante para explicar a terceiros.

Tipos de conhecimentos
Conhecimento empírico
Empírico é um facto que se apoia somente em experiências vividas, na observação de coisas,
e não em teorias e métodos científicos. Empírico é aquele conhecimento adquirido pela
experiência durante toda vida, no dia-a-dia, que não tem comparação científica nenhuma.

Por basear-se nessa experiência do cotidiano, o conhecimento empírico está associado ao


―senso comum‖ é compreendido como algo vulgar ou um conhecimento menor em relação a
outras formas de conhecimento.

Segundo Pedro Meneze, o conhecimento empírico pode ou não estar em conformidade com
outras formas de conhecimento, pode ou não representar um facto. A ciência parte muitas
vezes do senso comum para verificar sua validade ou decretar sua falsidade.

Embora o bom-senso também aspire à racionalidade e à objectividade, ele só consegue atingir


essa condição de forma muito limitada, visto que o conhecimento empírico, é o modo comum,
corrente e espontâneo de conhecer que adquirimos no trato directo com as coisas e os seres
humanos: é um tipo de saber que preenche nossa vida diária e que possuímos sem o haver
procurado ou estudado, sem a aplicação de um método e sem havermos reflectido sobre algo.

Algumas características do conhecimento empírico


O conhecimento empírico é valorativo por excelência, pois se fundamenta em estados de
ânimo e emoções. É reflexivo, mas, estando pela familiaridade com o objecto, não pode ser
reduzido a formulação geral. É também verificável, visto que está limitado ao âmbito da vida
diária e diz respeito ao que se pode perceber no dia a dia.

Finalmente, é falível e inexato, pois se conforma com aparência e com o que se ouviu dizer a
respeito do objecto. Em outras palavras, não permite a formulação de hipóteses sobre a
existência de fenômenos situados além das percepções objectivas. (MARCONI; LAKATOS
2017).

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Outras características do conhecimento empírico
Sensitivo: é a característica que se dá segundo a faculdade do sujeito cognoscitivo em sentir
aquilo que lhe é meramente agradável ou desagradável. Nessa característica, o homem em seu
processo de conhecimento não consegue discernir o essencial do acidental, apreendendo
apenas aspectos externos dos objectos e dos factos. Não ocorre, por conseguinte, a
interpretação além do dado e imediatamente vivido. Refere-se a vivências, estados de ânimo e
emoções da vida diária.

Superficial: conforma-se com a aparência, com o que se pode comprovar simplesmente


estando junto das coisas: expressa-se por frases como ―porque o vi‖, ―porque o senti‖,
―porque o disseram‖, ―porque todo mundo o diz‖. Retém-se aquilo que é aparente, sem que se
faça análise de antecedentes e consequências que provocam a ocorrência do fenômeno.

Subjectivo: há, nesse caso, uma concepção individual e particular das coisas que estão
dispostas no cosmo. Trata-se do conhecimento directo com o mundo objectivo imediato, em
que se projecta o eu individual com sua conpetência espontânea e sensitiva. É subjectivo pois
é o próprio sujeito que organiza suas experiências e conhecimentos, tanto os que adquire por
vivência própria quanto os por ouvir dizer.

Assistemático: não possui definições metodológicas que permitem a ordenação intencional e


generalizada de frases que viabilizam a construção de um modelo inteligível, simples, preciso
e verificável do mundo que se vive. É assistemático pois sua organização das experiências não
visa a uma sistematização das ideias, nem na forma de adquiri-las nem na tentativa de validá-
las.

Impregnado de projeções psicológicos: é um conhecimento impregnado de ilusões e


paixões, tal é o caso das supertições, das explicações provindas da astrologia e de algumas
crenças que impregnam comportamento do homem. As concepções projectam os sentimentos
e as disposições adquiridas através das transições sociais e culturais.

Acrítico: verdadeiros ou não, a pretensão de que esses conhecimentos o sejam não se


manifesta sempre de uma forma crítica (BARROS; LEHFELD, 2007). MARKONI;
LAKATOS, 2017).

Conhecimento Teológico
O conhecimento teológico apoia-se em doutrinas que contêm proposições sagradas
(valorativas), por terem sido reveladas pelo sobrenatural (inspiracional) e, por esse motivo,

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tais verdades são consideradas infalíveis e indiscutíveis como obra de um criador divino; suas
evidências não são verificáveis: está sempre implícita uma atitude de fé perante um
conhecimento revelado.

A adesão das pessoas passa a ser um acto de fé, pois o mundo é interpretado como decorrente
do acto de um criador divino, cujas evidências não são postas em dúvidas nem sequer
verificáveis.

Na verdade, se vai mais longe: se o fundamento do conhecimento científico consiste na


evidência dos factos observados e no controle experimental deles, e o fundamento do
conhecimento filosófico e de seus enunciados consiste na evidência lógica, fazendo com que
em ambos modos de conhecer deve a evidência resultar da pesquisa de factos, ou da análise
do conteúdo dos enunciados, no caso do conhecimento teológico, o fiel não se detém neles à
procura de evidências, mas da causa primeira, ou seja, da revelação divina. (MARCONI;
LAKATOS, 2017).

É produto do intecto do ser humano, o qual recai sobre a fé; provém das revelações do
mistério oculto ou do sobrenatural, que são interpretadas como mensagens ou manifestações
divinas. Este conhecimento está intimamente relacionado a fé e a crença divina, ou ainda a um
deus seja este Deus, Jesus Cristo, Maomé, Buda, um ser invisível ou uma autoridade suprema,
com quem o ser humano se relaciona por meio de sua fé de sua crença religiosa. Não importa
qual é a crença, tampouco qual é o seu deus; importa, porém, sua fé.

De modo geral, o conhecimento teológico apresenta respostas para as questões que o ser
humano não pode responder com os demais conhecimentos (filosóficos, empírico ou
científico), pois envolve uma aceitação, ou não, como consequência da fé que o aceitante
deposita na existência de uma divindade.

Cada indivíduo, desde os primórdios até os dias actuais, pode ter Deus de diversas formas, o
que não invalida o conhecimento teológico, pois se trata de um conhecimento sem
fundamentação racional ou sustentação lógica ou científica, cuja base é a crença em uma
palavra revelada.

O conjunto teológico é uma verdade indiscutível ao ser humano que é essencialmente


radicado em uma fé; a prova mais concreta disso reside no facto de jamais terem encontrado
uma tribo, por mais selvagem que seja totalmente destruída de algum culto ou ideia religiosa.

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A fé manifesta-se por meio da capacidade que a pessoa possui para
pensar, sentir e querer. Ela têm morada na parte invisível e espiritual,
e é nisso que consiste todo seu poder, pois assim se possibilita uma
operação unida e coesa de suas faculdades. Consiste mais em ser do
que em fazer. O ser humano dificilmente deixará de ter um
conhecimento teológico, pois as experiências da própria vida estão
ligadas a revelações da própria vida, estão ligadas a revelações divinas
e a fé (FACHIN, 2017).

Conhecimento adquirido a partir da aceitação de axiomas da fé teológica é fruto da revelação


da divindade, por meio de indivíduos inspirados que apresentam respostas aos mistérios que
permeiam a mente humana, pode ser dados da vida futura, da natureza e da existência do
absoluto.

A incumbência do Teólogo é provar a existência de Deus e que os textos bíblicos foram


escritos mediante inspiração divina, devendo por isso ser realmente aceitos como verdades
absolutas e incontestáveis. Hoje, diferentemente do passado histórico, a ciência não se permite
ser subjugada a influências de doutrinas da fé: e quem está procurando rever seus dogmas e
reformulá-los para não se opor a mentalidade científica do homem contemporâneo é a
Teologia, conforme João Ruiz.

Características do conhecimento teológico


Valorativo: o conhecimento religioso baseia-se em julgamentos subjectivos e não em factos e
acontecimentos comprovados.

Inverificável: por lidar com questões espirituais, metafísicas, divinas e sobrenaturais, o


conhecimento religioso não é submetido à verificação científica.

Infalível: o conhecimento religioso explica os fenômenos e mistérios da vida através de


proposições dogmáticas (verdades absolutas) que não podem ser refutadas.

Sistemático: independente da religião, o conhecimento religioso é organizado em um


conjunto de regras que se complementam.

Inspiracional: o conhecimento religioso é baseado em doutrinas e ensinamentos revelados de


forma sobrenatural.

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Conhecimento filosófico
Conhecimento filosófico é o tipo de conhecimento baseado na reflexão e construção de
conceitos e ideias, a partir do uso do raciocínio lógico em busca do saber. O conhecimento
filosófico surgiu a partir do abandono da mitologia como forma de explicar a realidade. A
curiosidade e a vontade de conhecer gerou a necessidade de desenvolver explicações lógicas e
racionais a partir da capacidade humana de refletir e criar conceitos e ideias.

O conhecimento filosófico utiliza-se da razão, mas dispensa a necessidade da verificação


científica, visto que os seus objectos de estudo são os próprios conceitos.

A principal preocupação do conhecimento filosófico é questionar e encontrar respostas


racionais para determinadas questões, mas não necessariamente comprovar algo. Neste
sentido, pode-se afirmar que este modelo de conhecimento é crítico e especulativo.

Para Matthew (2012) o conhecimento filosófico é aquele que deriva da pesquisa, leitura,
observação e análise de fenômenos. Dessa forma, é responsável por gerar novas idéias,
produto da observação de eventos específicos e da análise de textos e conclusões dados por
outros filósofos anteriormente na história.

Strevens acrescenta que:

A análise permite ao filósofo entender como as idéias e o raciocínio


surgiram e estruturaram. Dessa maneira, é possível identificar
possíveis falhas e contradições presentes no discurso filosófico. As
críticas, por outro lado, possibilitam refutar as falhas e contradições
encontradas no raciocínio (Strevens, 2017).

Dessa forma, é possível propor alternativas para superar essas diferenças. A crítica é a
maneira pela qual os filósofos adoptam os fenômenos do estudo de maneira geral, com o
objectivo de entender as relações existentes entre eles e poder emitir novos conhecimentos.

Conhecimento filosófico e exemplos


Existem outras formas com as quais o conhecimento filosófico se foi desenvolvendo ao longo
dos séculos e que, hoje em dia, podemos definir vários tipos, entre eles, destacamos os
seguintes:

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Conhecimento filosófico empírico: se define como o conhecimento que fornece dados e
afirmações através da experiência e da comprovação real de um fenômeno ou hipótese.
Alguns exemplos são:

 Aprenda a ler e escrever.


 Aprenda um idioma
 Conheça as cores e os números.
 Dê nome ao nosso ambiente.
Conhecimento filosófico científico: inclui todo um conjunto de teorias, afirmações e
contribuições à sociedade cujas características comuns são a observação, a análise, a
experimentação e o estudo de tudo o que nos rodeia.

 Heliocentrismo (a Terra gira em torno do Sol).


 A teoria da gravidade.
 O princípio de Arquimedes.
 Teoria da evolução de Darwin.
Conhecimento filosófico teológico: faz referência ao conhecimento e ao estudo das religiões
e à espiritualidade.

 A criação do universo em 7 dias.


 A existência de Jesus Cristo.
 A revelação dos 10 mandamentos.
 Os milagres de Jesus Cristo.
Conhecimento filosófico intuitivo: segue-se dos eventos que ocorrem no nosso dia a dia.
Está directamente relacionado ao ―vox populi‖, frase em latim que é traduzida como "voz do
povo", e é acessado através do mundo cotidiano.

 Saiba quando outra pessoa está com raiva.


 Leia os diferentes humores
 Identifique uma situação de risco ao andar na rua.
 Interprete um olhar.
Conhecimento filosófico em si: aquele que se relaciona com a sabedoria. Parte da
necessidade de entender a natureza do homem e seu pensamento. Levanta constantemente
preocupações cujas respostas ainda não foram dadas.

 Perguntas para o eu (quem sou eu?).


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 Questionamento da natureza social do homem.
 Análise do comportamento das massas.
 Preocupações com o futuro da espécie.
Características do conhecimento filosófico

Como mencionado anteriormente, o conhecimento filosófico inclui um grande número de


estudos, afirmações e hipóteses. As principais características residem nas suas questões
metodológicas.

Racional: usa categorias, conceitos e princípios lógicos que o ajudam a lidar com um tópico
de estudo oportuno. Falta completamente um argumento emocional.

Sistemático: acredita que a base para a resolução das questões seja a reflexão orientada pela
lógica;

Elucidativo: tenta entender os pensamentos, os conceitos, os problemas e demais situações da


vida que são impossíveis de serem desvendados cientificamente;

Crítico: todas as informações devem ser profundamente analisadas e reflectidas antes de


serem levadas em consideração;

Especulativo: as conclusões são baseadas em hipóteses e possibilidades, devido ao uso de um


conhecimento teórico puro.

Analítico: embora possa abranger qualquer assunto, o conhecimento filosófico se concentra


em categorias específicas do todo, detalhando conceitos e teorias de uma maneira particular.

Histórico: está sempre ligado ao contexto histórico e social em que ocorre.

Totalizador: pode abranger qualquer disciplina ou ciência.

Conhecimento tácito e explícito

A ideia de existência de um conhecimento proveniente da experiência foi proposta pelo


filósofo Michael Polanyi e validada em 1966 através de sua obra The Tacit Dimension, na
qual elaborou a estrutura do conhecer tácito, descrevendo detalhadamente a forma como o
indivíduo adquire e utiliza os conhecimentos.

Para Polanyi, o conhecimento tácito é:

―espontâneo, intuitivo, experimental, conhecimento cotidiano, do tipo revelado pela


criança que faz um bom jogo de basquetebol, (…) ou que toca ritmos complicados
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no tambor, apesar de não saber fazer operações aritméticas elementares. Tal como
uma pessoa que sabe fazer trocos mas não sabe somar os números. Se o professor
quiser familiarizar-se com este tipo de saber, tem de lhe prestar atenção, ser curioso,
ouvi-lo, surpreender-se, e actuar como uma espécie de detective que procura
descobrir as razões que levam as crianças a dizer certas coisas. Esse tipo de
professor se esforça por ir ao encontro do aluno e entender o seu próprio processo de
conhecimento, ajudando-o a articular o seu conhecimento-na-acção com o saber
escolar. Este tipo de ensino é uma forma de reflexão-na-acção que exige do
professor uma capacidade de individualizar, isto é, de prestar atenção a um aluno,
mesmo numa turma de trinta, tendo a noção do seu grau de compreensão e das suas
dificuldades.‖ — Michael Polanyi, POLANYI, M. The Tacit Dimension. London:
Routledge and Kegan Paul, 1966, p.82..

Ao afirmar que ―Nós podemos saber mais do que podemos dizer‖ Polanyi estabelece o
princípio fundamental do conhecimento tácito, considerando que todo conhecimento envolve
a acção habilidosa do sujeito e utilizando o seu famoso exemplo do acto de aprender a andar
de bicicleta para justificar seus argumentos. Segundo ele aprende-se a andar de bicicleta sem
de facto saber como é possível fazê-lo, pois a física envolvida no acto de andar de bicicleta é
complexa e mesmo assim não utilizamos esse conhecimento específico ao realizar esta
actividade. Portanto, o que se caracteriza como tácito diz respeito à interiorização de uma
habilidade que permite a realização de uma determinada tarefa ou actividade. O ―como‖
sabemos mais do que podemos dizer traduz-se em habilidades que adquirimos sem poder
explicar ou sequer perceber.

Desta forma, tal como Polanyi postula todo conhecimento começa a partir de um coeficiente
tácito que não pode ser explicitado e nem orientado por regras passíveis de serem realizadas,
pois é construído como resultado da combinação de informações, experiências, contextos,
interpretações e reflexões.

Nonaka e Takeuchi (2003) citam Polanyi, afirmando que o autor articula o conhecimento
tácito em um contexto filosófico. Contudo, afirmam que é possível expandir essa ideia para
uma direcção mais prática, em que é possível realizar a conversão do conhecimento tácito
para o explícito, ou seja, externalizar o tácito. Esse argumento é rejeitado por Cook e Brown
(1999), que apresentam uma visão epistemológica natural do efeito tácito, onde o
conhecimento tácito não pode ser transformado em explícito, nem vice-versa, ou ainda, há
uma distinção clara entre os dois tipos de conhecimento: "o explícito funciona na prática, o
outro não". Uma visão crítica sobre a possibilidade de transformar o tácito em explícito é
também objecto de trabalhos desenvolvidos por Tsoukas (2002) e Gourlay (2002, 2004). Para
esses autores, é impossível o tácito se tornar explícito. Se isso acontecer é porque o que seria

13
entendido como tácito, na verdade estava implícito, latente. Faltavam apenas estímulos para
que ele fosse explicitado.

Davenport e Prusak (2004) também atentam para o conhecimento tácito, afirmando que
algumas pessoas são bem preparadas, mas não conseguem articular seu conhecimento tácito.
Beckman (1999) complementa esta visão ao afirmar que o conhecimento deve ser
formalizado ou se apresentar explícito para ter significado e valor para a organização. O autor
ainda aponta que apenas o conhecimento formalizado pode ser electronicamente representado,
armazenado, compartilhado, e efectivamente aplicado.

Todavia, o conhecimento envolve múltiplos aspectos e configura-se como um emaranhado de


significados que vamos construindo ao longo da vida, mas, ao contrário do que se denomina
conhecimento explícito, o conhecimento tácito envolve uma dimensão que é pessoal,
complexa, desenvolvida e interiorizada pelo indivíduo ao longo do tempo. Contudo, ao
destacar a complexidade de comunicação do ser humano, observa-se que conhecimento tácito
e conhecimento explícito são indissociáveis e se complementam, uma vez que se por um lado
a dimensão tácita do conhecimento é desarticulada e permanece adormecida se não for
estimulada, por outro lado a sua dimensão explícita quando isolada das compreensões tácitas
perde seu significado. Logo a constituição do conhecimento, independentemente de suas
dimensões, pressupõe a interação social e as experiências do sujeito na busca do equilíbrio
entre suas dimensões tácitas e explícitas num processo de construção sem fim.

Conhecimento explícito é o conhecimento que já foi ou pode ser articulado, codificado e


armazenado de alguma forma em alguma mídia. Ele pode ser prontamente transmitido para
outras pessoas. A informação contida nas enciclopédias (incluindo a Wikipédia) é um bom
exemplo do conhecimento explícito. O conhecimento explícito refere ao conhecimento
formal, sistemático, expresso por números e palavras. É facilmente comunicado e
compartilhado em dados, informações e modelos.

As formas mais comuns do conhecimento explícito são os manuais, documentos, jornais e


procedimentos. O conhecimento pode ser também áudio-visual. Trabalhos de arte e desenhos
de produtos podem ser vistos como outras formas de conhecimento explícito onde habilidades
humanas, motivos e conhecimento são externalizados.

O conhecimento tácito e explícito, embora sejam opostos, se completam e relacionam.

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Conhecimento Científico
A palavra ciência vem do latim e significa conhecimento. A ciência representa todos os
conhecimentos obtidos a partir de estudos e práticas, para encontrar solução de algum
problema. Para ser científico, o conhecimento deve ser validado e demonstrado através de
investigações e experimentações.

O conhecimento científico é um tipo de conhecimento que pressupõe aprendizagem


superior. Caracteriza-se pela presença do acolhimento metódico e sistemático dos
factos da realidade sensível. Por meio da classificação, da comparação da aplicação
dos métodos, da análise e síntese, o pesquisador extrai do contexto social, ou do
universo, princípios e leis que estruturam um conhecimento rigorosamente válido e
universal. Esse conhecimento se preocupa com abordagem sistemática dos
fenômenos (objectos), tendo em vista seus termos relacionais que implicam noções
básicas de causa e efeito. Difere do conhecimento empírico pela maneira como se
processa e pelos instrumentos metodológicos que utiliza. Englobando as sequências
de suas etapas, o conhecimento científico configura um método (FACHIN, 2017).

O conhecimento científico é, portanto, aquele que é passível de teste, racionalmente válido e


justificável e que pode ser replicado e alcançado através de estudos, observações e
experimentações.

A formação do conhecimento científico passa, de forma obrigatória, pela compreensão de que


a ciência atende a um procedimento metódico cujo objectivo é conhecer, interpretar e intervir
na realidade.

Isto é, o conhecimento científico é composto principalmente por três elementos: a


observação, a experimentação e as leis. Esse é, em linhas gerais, o método científico. Então,
o conhecimento científico jamais será uma mera suposição, porque é um conhecimento obtido
como resultado da aplicação do método científico. Ou seja: em linhas gerais, o conhecimento
científico – a partir da pesquisa científica – leva em consideração um conjunto de
procedimentos sistemáticos, que se apoiam no raciocínio lógico, e usa métodos científicos
para encontrar soluções ou explicar algum tema.

Além disso, como tem o firme propósito de desvendar os segredos da realidade, explica-os e
demonstra-os com clareza e precisão, descobrindo suas relações de predomínio, igualdade ou
subordinação com outros factos ou fenômenos. Assim, conclui-se que são leis gerais,
universalmente válidas para todos os casos da mesma espécie. De maneira geral,
conhecimento científico prende-se aos factos, isto é, tem uma referência empírica e, embora
parte deles, transcenda-os. Vale-se da testagem empírica para formular respostas aos
problemas e apoiar as próprias afirmações.

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Normalmente, exige constante confrontação com a realidade e procura
dar forma de problema mesmo ao que já é aceito. Suas formulações
são gerais, abrangendo o objecto particular ou o facto singular que
pertençam a outra classe ou lei. Contudo, sempre se pressupõe que
todo facto ou objecto sejam classificáveis e matéria de estudo. Os
eventos históricos apontam inúmeras descobertas científicas. Como
exemplo, podemos mencionar, na área das ciências médicas, o médico
e cientista brasileiro Vital Brasil, que desenvolveu um antídoto para
picada de cobras venenosas. O soro antiofídico que conseguiu
preparar se tornou conhecido e aplicado em todo o mundo (FACHIN,
2017).
Marconi e Lakatos (2017) fazem uma distinção do Conhecimento Científico dos outros tipos
de conhecimentos dizendo que o conhecimento científico é diferente do popular, filosófico e
religioso principalmente no contexto metodológico do que propriamente a seus conteúdo, e

Conhecimento Conhecimento Conhecimento Conhecimento


Popular filosófico religioso (teológico) científico
Valorativo Valorativo Valorativo Real (factual)
Reflexivo Racional Inspiracional Contingente
Assistemático Sistemático Sistemático Sistemático
Verificável Não verificável Não verificável Verificável
Falível Infalível Infalível Falível
Inexato Exato Exato Apoximadamente exato
sistematiza as características dos quatro tipos de conhecimentos:

Importância do conhecimento científico


A ciência é fundamental para a construção, aquisição e manutenção do conhecimento. Aqui se
encaixam os diversos tipos de pesquisa científica, como monografia, dissertação e tese.

É por meio dessas pesquisas que podemos compreender o mundo em sua complexidade e
solucionar problemas. Só assim encontramos possibilidades de transformar o mundo em que
vivemos. Ou, pelo menos, de transformar algumas práticas do mundo.

O conhecimento científico que nos proporcionou, por exemplo, encontrar a cura de diversas
doenças, a partir de novos medicamentos. Todas as vacinas de doenças foram alcançadas
através da pesquisa científica.

Também é a partir da ciência que surgem novas tecnologias de protecção ambiental. É a partir
da ciência que são feitas análises de impactos socioambientais. Ou, a invenção de um novo

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tipo de material que substitua um material poluente. Foram cientistas que descobriram como
funciona o sistema solar e como funcionam os sistemas sociais.

Quer dizer, ao responder a grandes perguntas e solucionar desafios importantes da sociedade,


a ciência constrói conhecimento, melhora educação e a qualidade de vida das pessoas,
reduzindo desigualdades e construindo pontes.

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Considerações finais

Em consonância do trabalho que tem como tema acima citado, percebe-se que conhecimento
é uma adequação do sujeito com objecto, o primeiro tem seus meios de conhecimento e o
objecto revela-se a ele conforme tais meios. O conhecimento empírico é interpretado como
uma ponte que nos leva ao conhecimento científico: embora de nível inferior, não deve ser
menosprezado. O conhecimento filosófico como forma de explicar a realidade, desviando-se
do surgiu a partir da mitologia. O conhecimento teológico, também conhecido como religioso,
apoia-se em doutrinas sagradas, por terem sido reveladas pelo sobrenatural e, por esse motivo,
tais verdade são consideradas infalíveis e indiscutíveis; é um conhecimento sistemático do
mundo como obra de um criador divino; suas evidências não são verificáveis: está sempre
implícita uma atitude de fé perante um conhecimento revelado. O conhecimento tácito é
aquele que está relacionado a experiência da vida do homem, no seu dia a dia e que não pode
ser documentado ou explicado, ao contrário do tácito, o conhecimento explícito é formal,
capaz de ser documentado e explicado. Esses dois conhecimentos, embora sejam opostos, se
completam e relacionam. E por fim o conhecimento científico procura alcançar a verdade dos
factos (objectos), independentemente da escala de valores e das crenças dos cientistas; resulta
de pesquisas metódicas e sistemáticas da realidade.

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Bibliografia
1.CORREIA, W.. Os diversos tipos de conhecimento. Disponível em
https://www.monografias.com, acessado em 02 de Abril de 2022 pelas 10:23.
2.DE MELO, A.P.. Et al. O conhecimento tácito a partir da perspectiva de Michael Polanyi.
Pp. 35-37. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org, acessado em 15 de Abril de 2022 pelas
15:05.
3.MENEZES, P. Conhecimento empírico, científico, filosófico e teológico. Disponível em
https://www.diferenca.com/conhecimento-empirico-cientifico-filosofico-e-teologico/amp/
Acessado em Abril de 2022.
4.MENEZES, P. Tipos de Conhecimento. Disponível em
https://www.significados.com.br/tipos-de-conhecimento/amp. Acessado em Abril de 2022.
5.O que é conhecimento tácito e explícito: entenda esses conceitos. 2019. Disponível em
https://www.oconhecimento.com.br/o-que-e-conhecimento-tacito-e-explicito/, acessado em
23 de Abril de 2022 pelas 12:11.
6.RIBEIRO, Rodrigo. Gestão do Conhecimento Tácito. Universidade Federal de Minas
Gerais. Disponível em:
http://pesquisas.dep.ufmg.br/gestaodotacito/conteudo/bibliografia/17_1.pdf
7.SANTOS, C.J.G.. Metodologia Científica. https://www.oficinasdapesquisa.com.br,
Acessado em 24 de Março de 2022; 09:13
8.Tipos de conhecimento. https://www.metodologiacientifica.org/tipos-de-conhecimentos/.
Acessado em 24 de Abril de 2022, 16:15.
9.WEISE, A. Conhecimento filosófico: saiba o que é, conceito e definição. Disponível em
https://canaldoensino.com.br/blog/conhecimento-filosofico-saiba-o-que-e-conceito-e-definicao.
Acessado em Abril de 2022.

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