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Tipos de Conhecimento
I Ano – Pós-laboral
Universidade Púnguè
Tete, Abril de 2022
Amarildo Roberto Luís António
Tipos de Conhecimento
Universidade Púnguè
Tete, Março de 2022
Indice
Introdução........................................................................................................................................ 3
Conhecer ...................................................................................................................................... 4
Conhecimento .............................................................................................................................. 5
Conhecimento filosófico............................................................................................................ 10
Bibliografia.................................................................................................................................... 19
Introdução
Ao longo deste trabalho de pesquisa iremos observar que existem vários tipos de
conhecimentos e todos eles possuem sua importância para o homem. Em princípio,
consultamos alguns manuais, artigos, encunciados e encontramos os seguintes tipos de
conhecimentos: conhecimento empírico que também é conhecido por senso comum ou
popular, conhecimento teológico ou religioso e conhecimento filosófico. Porém, durante a
investigação nos deparamos com outros tipos de conhecimentos que achamos de grande valia
servir de análise profunda, tendo em conta sua importância, estamos a falar dos
conhecimentos tácito, explícito e implícito com algumas características distintas, mas que
uma complementa a outra.
Começamos a nossa decertação falando sobre o conhecimento em sí, trazendo teorias que dão
um conceito mais amplo do ―conhecimento‖ bem como faremos uma distinção com o termo
―conhecer‖, o que permitirá analisar com mais solidez os mais variados tipos de
conhecimentos e suas características.
Esperamos que este trabalho, sirva de guia para estudantes acadêmicos que queiram adquirir
conhecimento sobre os assuntos destacados nesta pesquisa e que consigam descrever cada
tipo de conhecimento.
Objectivo Geral:
Analisar os tipos de conhecimentos.
Objectivos específicos
- Identificar os tipos de conhecimento;
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Contextualização dos conceitos “Conhecimento” e “Conhecer”
Conhecer
De forma bem simples, no processo do conhecimento, quem conhece consegue, de certo
modo, apropriar-se do objecto que conheceu. Os órgãos do sentido actuam como captadores
das imagens objectos concretos. Nessa imagem, já está a essência geral, o modelo do objecto
(coisa) que o intelecto extrai, a qual é recebida pelo entendimento, realizando-se o
conhecimento.
Observe que o conhecer é uma relação que se determina entre sujeito e objeto. Toda a
compreensão exige um contacto com o real. O que conhecemos das coisas depende dos
nossos sentidos. As formas dos objectos estão nas coisas concretas, que são essenciais. A
determinação do conhecimento é a proporção entre e expressão intelectual e os objectos
conhecidos. É o acordo entre o significado e seu referente.
Contudo, vale dizer que o sujeito não conhece tudo das coisas, mas apenas parte. ―No
processo do conhecimento, o sujeito toma posse, de certo modo, do objecto conhecido. Os
indivíduos (sujeitos) não são aptos a captar tudo o que as coisas apresentam. A própria ciência
tem como função acumular conhecimentos, o que a conduz sempre a uma incessante
revelação.‖ (FACHIN, 2017).
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Conhecimento
O progresso científico, de modo geral, é produto da actividade humana, por meio da
qual o homem, compreendendo o que o cerca, passa a desenvolver novas
descobertas. E, por relacionar-se com o mundo de diferentes formas de vida, ele
utiliza-se de diversos meios de conhecimento, por intermédio dos quais evolui e faz
evoluir o meio em que vive, trazendo contribuições para a sociedade. Entre esses
tipos de conhecimentos, encontra-se o filosófico, o teológico, empírico e o científico
(FACHIN, 2017).
Marconi e Lakatos (2017), dizem que a ciência não é o único caminho de acesso ao
conhecimento e à verdade; um mesmo objecto ou fenômeno (uma planta, um mineral, uma
comunidade ou as relações entre chefes e subordinados) pode ser matéria de observação tanto
para os cientistas quanto para o homem comum; para estes, o que leva um ao conhecimento
científico e outro ao vulgar ou popular é a forma de observação.
Para entender melhor essa diferença, vamos utilizar um exemplo clássico das relações
humanas do dia a dia de qualquer pessoa.
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Conhecer alguém significa que encontramos uma pessoa (pessoalmente ou por meio de seus
feitos), que podemos reconhecê-la dentro de um grupo e que estamos cientes de sua
existência. Mas, para ter conhecimento sobre alguém, deve-se conhecer a pessoa de tal forma
que possa descrever sua personalidade, prever seu comportamento ou atitudes e suas reações,
assim como compreendê-la o bastante para explicar a terceiros.
Tipos de conhecimentos
Conhecimento empírico
Empírico é um facto que se apoia somente em experiências vividas, na observação de coisas,
e não em teorias e métodos científicos. Empírico é aquele conhecimento adquirido pela
experiência durante toda vida, no dia-a-dia, que não tem comparação científica nenhuma.
Segundo Pedro Meneze, o conhecimento empírico pode ou não estar em conformidade com
outras formas de conhecimento, pode ou não representar um facto. A ciência parte muitas
vezes do senso comum para verificar sua validade ou decretar sua falsidade.
Finalmente, é falível e inexato, pois se conforma com aparência e com o que se ouviu dizer a
respeito do objecto. Em outras palavras, não permite a formulação de hipóteses sobre a
existência de fenômenos situados além das percepções objectivas. (MARCONI; LAKATOS
2017).
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Outras características do conhecimento empírico
Sensitivo: é a característica que se dá segundo a faculdade do sujeito cognoscitivo em sentir
aquilo que lhe é meramente agradável ou desagradável. Nessa característica, o homem em seu
processo de conhecimento não consegue discernir o essencial do acidental, apreendendo
apenas aspectos externos dos objectos e dos factos. Não ocorre, por conseguinte, a
interpretação além do dado e imediatamente vivido. Refere-se a vivências, estados de ânimo e
emoções da vida diária.
Subjectivo: há, nesse caso, uma concepção individual e particular das coisas que estão
dispostas no cosmo. Trata-se do conhecimento directo com o mundo objectivo imediato, em
que se projecta o eu individual com sua conpetência espontânea e sensitiva. É subjectivo pois
é o próprio sujeito que organiza suas experiências e conhecimentos, tanto os que adquire por
vivência própria quanto os por ouvir dizer.
Conhecimento Teológico
O conhecimento teológico apoia-se em doutrinas que contêm proposições sagradas
(valorativas), por terem sido reveladas pelo sobrenatural (inspiracional) e, por esse motivo,
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tais verdades são consideradas infalíveis e indiscutíveis como obra de um criador divino; suas
evidências não são verificáveis: está sempre implícita uma atitude de fé perante um
conhecimento revelado.
A adesão das pessoas passa a ser um acto de fé, pois o mundo é interpretado como decorrente
do acto de um criador divino, cujas evidências não são postas em dúvidas nem sequer
verificáveis.
É produto do intecto do ser humano, o qual recai sobre a fé; provém das revelações do
mistério oculto ou do sobrenatural, que são interpretadas como mensagens ou manifestações
divinas. Este conhecimento está intimamente relacionado a fé e a crença divina, ou ainda a um
deus seja este Deus, Jesus Cristo, Maomé, Buda, um ser invisível ou uma autoridade suprema,
com quem o ser humano se relaciona por meio de sua fé de sua crença religiosa. Não importa
qual é a crença, tampouco qual é o seu deus; importa, porém, sua fé.
De modo geral, o conhecimento teológico apresenta respostas para as questões que o ser
humano não pode responder com os demais conhecimentos (filosóficos, empírico ou
científico), pois envolve uma aceitação, ou não, como consequência da fé que o aceitante
deposita na existência de uma divindade.
Cada indivíduo, desde os primórdios até os dias actuais, pode ter Deus de diversas formas, o
que não invalida o conhecimento teológico, pois se trata de um conhecimento sem
fundamentação racional ou sustentação lógica ou científica, cuja base é a crença em uma
palavra revelada.
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A fé manifesta-se por meio da capacidade que a pessoa possui para
pensar, sentir e querer. Ela têm morada na parte invisível e espiritual,
e é nisso que consiste todo seu poder, pois assim se possibilita uma
operação unida e coesa de suas faculdades. Consiste mais em ser do
que em fazer. O ser humano dificilmente deixará de ter um
conhecimento teológico, pois as experiências da própria vida estão
ligadas a revelações da própria vida, estão ligadas a revelações divinas
e a fé (FACHIN, 2017).
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Conhecimento filosófico
Conhecimento filosófico é o tipo de conhecimento baseado na reflexão e construção de
conceitos e ideias, a partir do uso do raciocínio lógico em busca do saber. O conhecimento
filosófico surgiu a partir do abandono da mitologia como forma de explicar a realidade. A
curiosidade e a vontade de conhecer gerou a necessidade de desenvolver explicações lógicas e
racionais a partir da capacidade humana de refletir e criar conceitos e ideias.
Para Matthew (2012) o conhecimento filosófico é aquele que deriva da pesquisa, leitura,
observação e análise de fenômenos. Dessa forma, é responsável por gerar novas idéias,
produto da observação de eventos específicos e da análise de textos e conclusões dados por
outros filósofos anteriormente na história.
Dessa forma, é possível propor alternativas para superar essas diferenças. A crítica é a
maneira pela qual os filósofos adoptam os fenômenos do estudo de maneira geral, com o
objectivo de entender as relações existentes entre eles e poder emitir novos conhecimentos.
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Conhecimento filosófico empírico: se define como o conhecimento que fornece dados e
afirmações através da experiência e da comprovação real de um fenômeno ou hipótese.
Alguns exemplos são:
Racional: usa categorias, conceitos e princípios lógicos que o ajudam a lidar com um tópico
de estudo oportuno. Falta completamente um argumento emocional.
Sistemático: acredita que a base para a resolução das questões seja a reflexão orientada pela
lógica;
Ao afirmar que ―Nós podemos saber mais do que podemos dizer‖ Polanyi estabelece o
princípio fundamental do conhecimento tácito, considerando que todo conhecimento envolve
a acção habilidosa do sujeito e utilizando o seu famoso exemplo do acto de aprender a andar
de bicicleta para justificar seus argumentos. Segundo ele aprende-se a andar de bicicleta sem
de facto saber como é possível fazê-lo, pois a física envolvida no acto de andar de bicicleta é
complexa e mesmo assim não utilizamos esse conhecimento específico ao realizar esta
actividade. Portanto, o que se caracteriza como tácito diz respeito à interiorização de uma
habilidade que permite a realização de uma determinada tarefa ou actividade. O ―como‖
sabemos mais do que podemos dizer traduz-se em habilidades que adquirimos sem poder
explicar ou sequer perceber.
Desta forma, tal como Polanyi postula todo conhecimento começa a partir de um coeficiente
tácito que não pode ser explicitado e nem orientado por regras passíveis de serem realizadas,
pois é construído como resultado da combinação de informações, experiências, contextos,
interpretações e reflexões.
Nonaka e Takeuchi (2003) citam Polanyi, afirmando que o autor articula o conhecimento
tácito em um contexto filosófico. Contudo, afirmam que é possível expandir essa ideia para
uma direcção mais prática, em que é possível realizar a conversão do conhecimento tácito
para o explícito, ou seja, externalizar o tácito. Esse argumento é rejeitado por Cook e Brown
(1999), que apresentam uma visão epistemológica natural do efeito tácito, onde o
conhecimento tácito não pode ser transformado em explícito, nem vice-versa, ou ainda, há
uma distinção clara entre os dois tipos de conhecimento: "o explícito funciona na prática, o
outro não". Uma visão crítica sobre a possibilidade de transformar o tácito em explícito é
também objecto de trabalhos desenvolvidos por Tsoukas (2002) e Gourlay (2002, 2004). Para
esses autores, é impossível o tácito se tornar explícito. Se isso acontecer é porque o que seria
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entendido como tácito, na verdade estava implícito, latente. Faltavam apenas estímulos para
que ele fosse explicitado.
Davenport e Prusak (2004) também atentam para o conhecimento tácito, afirmando que
algumas pessoas são bem preparadas, mas não conseguem articular seu conhecimento tácito.
Beckman (1999) complementa esta visão ao afirmar que o conhecimento deve ser
formalizado ou se apresentar explícito para ter significado e valor para a organização. O autor
ainda aponta que apenas o conhecimento formalizado pode ser electronicamente representado,
armazenado, compartilhado, e efectivamente aplicado.
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Conhecimento Científico
A palavra ciência vem do latim e significa conhecimento. A ciência representa todos os
conhecimentos obtidos a partir de estudos e práticas, para encontrar solução de algum
problema. Para ser científico, o conhecimento deve ser validado e demonstrado através de
investigações e experimentações.
Além disso, como tem o firme propósito de desvendar os segredos da realidade, explica-os e
demonstra-os com clareza e precisão, descobrindo suas relações de predomínio, igualdade ou
subordinação com outros factos ou fenômenos. Assim, conclui-se que são leis gerais,
universalmente válidas para todos os casos da mesma espécie. De maneira geral,
conhecimento científico prende-se aos factos, isto é, tem uma referência empírica e, embora
parte deles, transcenda-os. Vale-se da testagem empírica para formular respostas aos
problemas e apoiar as próprias afirmações.
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Normalmente, exige constante confrontação com a realidade e procura
dar forma de problema mesmo ao que já é aceito. Suas formulações
são gerais, abrangendo o objecto particular ou o facto singular que
pertençam a outra classe ou lei. Contudo, sempre se pressupõe que
todo facto ou objecto sejam classificáveis e matéria de estudo. Os
eventos históricos apontam inúmeras descobertas científicas. Como
exemplo, podemos mencionar, na área das ciências médicas, o médico
e cientista brasileiro Vital Brasil, que desenvolveu um antídoto para
picada de cobras venenosas. O soro antiofídico que conseguiu
preparar se tornou conhecido e aplicado em todo o mundo (FACHIN,
2017).
Marconi e Lakatos (2017) fazem uma distinção do Conhecimento Científico dos outros tipos
de conhecimentos dizendo que o conhecimento científico é diferente do popular, filosófico e
religioso principalmente no contexto metodológico do que propriamente a seus conteúdo, e
É por meio dessas pesquisas que podemos compreender o mundo em sua complexidade e
solucionar problemas. Só assim encontramos possibilidades de transformar o mundo em que
vivemos. Ou, pelo menos, de transformar algumas práticas do mundo.
O conhecimento científico que nos proporcionou, por exemplo, encontrar a cura de diversas
doenças, a partir de novos medicamentos. Todas as vacinas de doenças foram alcançadas
através da pesquisa científica.
Também é a partir da ciência que surgem novas tecnologias de protecção ambiental. É a partir
da ciência que são feitas análises de impactos socioambientais. Ou, a invenção de um novo
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tipo de material que substitua um material poluente. Foram cientistas que descobriram como
funciona o sistema solar e como funcionam os sistemas sociais.
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Considerações finais
Em consonância do trabalho que tem como tema acima citado, percebe-se que conhecimento
é uma adequação do sujeito com objecto, o primeiro tem seus meios de conhecimento e o
objecto revela-se a ele conforme tais meios. O conhecimento empírico é interpretado como
uma ponte que nos leva ao conhecimento científico: embora de nível inferior, não deve ser
menosprezado. O conhecimento filosófico como forma de explicar a realidade, desviando-se
do surgiu a partir da mitologia. O conhecimento teológico, também conhecido como religioso,
apoia-se em doutrinas sagradas, por terem sido reveladas pelo sobrenatural e, por esse motivo,
tais verdade são consideradas infalíveis e indiscutíveis; é um conhecimento sistemático do
mundo como obra de um criador divino; suas evidências não são verificáveis: está sempre
implícita uma atitude de fé perante um conhecimento revelado. O conhecimento tácito é
aquele que está relacionado a experiência da vida do homem, no seu dia a dia e que não pode
ser documentado ou explicado, ao contrário do tácito, o conhecimento explícito é formal,
capaz de ser documentado e explicado. Esses dois conhecimentos, embora sejam opostos, se
completam e relacionam. E por fim o conhecimento científico procura alcançar a verdade dos
factos (objectos), independentemente da escala de valores e das crenças dos cientistas; resulta
de pesquisas metódicas e sistemáticas da realidade.
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Bibliografia
1.CORREIA, W.. Os diversos tipos de conhecimento. Disponível em
https://www.monografias.com, acessado em 02 de Abril de 2022 pelas 10:23.
2.DE MELO, A.P.. Et al. O conhecimento tácito a partir da perspectiva de Michael Polanyi.
Pp. 35-37. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org, acessado em 15 de Abril de 2022 pelas
15:05.
3.MENEZES, P. Conhecimento empírico, científico, filosófico e teológico. Disponível em
https://www.diferenca.com/conhecimento-empirico-cientifico-filosofico-e-teologico/amp/
Acessado em Abril de 2022.
4.MENEZES, P. Tipos de Conhecimento. Disponível em
https://www.significados.com.br/tipos-de-conhecimento/amp. Acessado em Abril de 2022.
5.O que é conhecimento tácito e explícito: entenda esses conceitos. 2019. Disponível em
https://www.oconhecimento.com.br/o-que-e-conhecimento-tacito-e-explicito/, acessado em
23 de Abril de 2022 pelas 12:11.
6.RIBEIRO, Rodrigo. Gestão do Conhecimento Tácito. Universidade Federal de Minas
Gerais. Disponível em:
http://pesquisas.dep.ufmg.br/gestaodotacito/conteudo/bibliografia/17_1.pdf
7.SANTOS, C.J.G.. Metodologia Científica. https://www.oficinasdapesquisa.com.br,
Acessado em 24 de Março de 2022; 09:13
8.Tipos de conhecimento. https://www.metodologiacientifica.org/tipos-de-conhecimentos/.
Acessado em 24 de Abril de 2022, 16:15.
9.WEISE, A. Conhecimento filosófico: saiba o que é, conceito e definição. Disponível em
https://canaldoensino.com.br/blog/conhecimento-filosofico-saiba-o-que-e-conceito-e-definicao.
Acessado em Abril de 2022.
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