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Nos primeiros diálogos, compreende-se doxa como simples opinião. Sob a mesma perspectiva,
nesses primeiros diálogos, episteme é vista como uma techné, uma habilidade para fazer algo,
um tipo de saber que tem seu suporte no conhecimento especializado e preciso da coisa. Doxa
na República é reafirmada como simples opinião, mas se distancia de episteme, no que
concerne ao valor do conhecimento.
7 – Explique o conceito de homo faber e a sua relação com o conceito de trabalho como
produção da existência?
Homo faber vem do latim e quer dizer "homem construtor", ou "homem fabricante". É um
conceito que define a capacidade humana de usar ferramentas para mudar o mundo, ou seja,
o homem é definido por sua capacidade de trabalhar de maneira inteligente.
Muitas relações podemos fazer entre homo faber, trabalho e realização humana, uma delas é
a de que o homem, definido desta forma, trabalha, altera a superfície do planeta construindo
casas, represas e fazendas e, ao fazer isto, se torna um animal diferente de todos os demais.
Deste modo, o trabalho é o que define o homem.
Ao trabalhar o homem também se sente realizado, pois ele consegue assumir um propósito
em sua vida ao se tornar um sujeito produtivo que muda o mundo. O sentido da vida do homo
faber é trabalhar em algo que ele se reconheça e que seja capaz de trazê-lo felicidade, e,
quando faz isto, se torna mais realizado.
A Técnica pode ser pensada pelas necessidades sociais da atualidade, viabilizando maneiras
superiores de produzir a existência e de compreender o mundo, aduzindo novas técnicas. A
técnica, na qualidade de ato produtivo, dá origem a considerações teóricas que justificam a
instituição de um setor do conhecimento, tomando-a por objeto e sobre ela edificando as
reflexões sugeridas pela consciência que reflete criticamente o estado do processo objetivo,
chegando ao nível da teorização. Há sem dúvida uma ciência da técnica, enquanto fato
concreto e por isso objeto de indagação epistemológica. Tal ciência admite ser chamada de
tecnologia (VIEIRA PINTO, 2005, p.220).
9 – Considerando a perspectiva de Viera Pinto (2005), explique por que ensinar uma
profissão nunca é apenas ensinar conteúdos?
A educação deve ser libertadora, pois é processo de concretização da práxis, ou seja, é através
da educação que a consciência se torna realmente crítica, e que a ação humana se mostra
verdadeiramente engajada, do contrário, o homem tem sua realidade invertida, diluída e
oprimida a partir de um processo de desumanização que o coisifica, tornando sua existência
acrítica, portanto, nada transformadora. A técnica é vista como não pertencendo à cultura
humana e, pior ainda, a cultura é frequentemente legitimada ou definida como oposição à
técnica (Sigaut, 1987). É o que acontece quando se opõe, por exemplo, “formação técnica” e
“formação humana”. Esta visão também é fruto, sem dúvida, de nossa secular cultura de
trabalho associado ao trabalho escravo, de repulsa à atividade dita "manual", à atividade
técnica, algo que veremos em uma próxima Unidade Curricular.