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Avaliação - Questionário Discursivo - Atividade Obrigatória

Aluno: David Teixeira dos Santos

1 - Qual é, segundo Platão, a diferença entre doxa e episteme?

A doxa é a opinião, o nível de conhecimento que fica na superficialidade, não se preocupando


em determinar como as coisas são nelas mesmas, e sim apenas perpetuar discursos que
passam de geração em geração.

A episteme é o conhecimento, é a "crença verdadeira justificada". Baseia-se não na tradição,


no "ouvir dizer" ou na superfície, e sim em um raciocínio de caráter reflexivo, que rejeita tudo
aquilo que não for demonstrado e demonstrável. Ela está no fundamento de todo
conhecimento científico.

2 - Considerando os conceitos de episteme e logos, defina o que é epistemologia.

O conceito de epistemologia tem sua origem na composição grega episteme (conhecimento) e


logos, (razão, explicação) e significa o estudo da natureza do conhecimento, a sua justificação
e seus limites. Dimensões essas que pautam as controvérsias filosóficas acerca da
possibilidade, das fontes, da essência e dos critérios de validade de um conhecimento
sistemático (epistêmico) (GAMBOA, 2016). Ou seja, é o estudo que procura encontrar quais as
condições necessárias e suficientes para o resultado de uma afirmação específica.

3 - Explique como os conceitos de doxa e episteme se aplicam na discussão sobre a forma do


planeta Terra.

Nos primeiros diálogos, compreende-se doxa como simples opinião. Sob a mesma perspectiva,
nesses primeiros diálogos, episteme é vista como uma techné, uma habilidade para fazer algo,
um tipo de saber que tem seu suporte no conhecimento especializado e preciso da coisa. Doxa
na República é reafirmada como simples opinião, mas se distancia de episteme, no que
concerne ao valor do conhecimento.

4 - Como o conceito de epistemologia pode ser aplicado para as discussões teóricas no


campo da Educação de modo geral?

A epistemologia é tradicionalmente diferente dessas e das demais disciplinas que estudamos


conhecimento de forma empírica. A epistemologia não está preocupada com o conceito de
conhecimento. A epistemologia estuda a natureza do conceito de conhecimento de uma
perspectiva completamente geral. O Não é estado mental de conhecer tal como apresentado
pelos povos europeus ou por Joãozinho neste instante, estado mental de conhecer. O Essa
diferença entre a epistemologia e as demais ciências que estudam o conhecimento de forma
empírica ajuda a delimitar a tarefa privativa filosófica da epistemologia.

5 - Como o conceito de epistemologia poder ser aplicado no campo da Educação Profissional


e Tecnológica – EPT?
O conceito de epistemologia na Educação é o conhecimento que é examinado segundo o
processo que toda ciência efetivamente realiza, na definição de seu objeto.É uma construção
coletiva e cultural, da qual participam os sujeitos e na qual a palavra é o elemento-chave na
organização do conhecimento.

6 - O que identifica a Educação Profissional e a distingue de outras modalidades


educacionais?

Educação Profissional é o modelo de aprendizagem com foco no desenvolvimento de


competências e habilidades técnicas para suprir a demanda do mercado de trabalho. São
oferecidos cursos para trabalhadores jovens e adultos, independente de escolaridade, com o
objetivo de qualificação e requalificação profissional o que difere das outras modalidades
educacionais.

7 – Explique o conceito de homo faber e a sua relação com o conceito de trabalho como
produção da existência?

Homo faber vem do latim e quer dizer "homem construtor", ou "homem fabricante". É um
conceito que define a capacidade humana de usar ferramentas para mudar o mundo, ou seja,
o homem é definido por sua capacidade de trabalhar de maneira inteligente.

Muitas relações podemos fazer entre homo faber, trabalho e realização humana, uma delas é
a de que o homem, definido desta forma, trabalha, altera a superfície do planeta construindo
casas, represas e fazendas e, ao fazer isto, se torna um animal diferente de todos os demais.
Deste modo, o trabalho é o que define o homem.

Ao trabalhar o homem também se sente realizado, pois ele consegue assumir um propósito
em sua vida ao se tornar um sujeito produtivo que muda o mundo. O sentido da vida do homo
faber é trabalhar em algo que ele se reconheça e que seja capaz de trazê-lo felicidade, e,
quando faz isto, se torna mais realizado.

8 – Por que a técnica pode ser pensada como um adjetivo do humano?

A Técnica pode ser pensada pelas necessidades sociais da atualidade, viabilizando maneiras
superiores de produzir a existência e de compreender o mundo, aduzindo novas técnicas. A
técnica, na qualidade de ato produtivo, dá origem a considerações teóricas que justificam a
instituição de um setor do conhecimento, tomando-a por objeto e sobre ela edificando as
reflexões sugeridas pela consciência que reflete criticamente o estado do processo objetivo,
chegando ao nível da teorização. Há sem dúvida uma ciência da técnica, enquanto fato
concreto e por isso objeto de indagação epistemológica. Tal ciência admite ser chamada de
tecnologia (VIEIRA PINTO, 2005, p.220).

9 – Considerando a perspectiva de Viera Pinto (2005), explique por que ensinar uma
profissão nunca é apenas ensinar conteúdos?

Para Vieira Pinto (2005), Técnica é a propriedade caracteristicamente humana de utilizar


recursos materiais e imateriais para produzir alimento, indumentária, habitação, remédios,
cinema, literatura, etc. Dito de outro modo, a Técnica é uma intervenção humana e qualificada
no mundo para produzir a sua existência. Essa produção da existência refere-se tanto às suas
condições materiais de vida de ser humano, quanto à constituição de seu ser social, cultural,
identitário, entre outras dimensões envolvidas no Trabalho. Já numa didática voltada para a
Educação Profissional, o objeto é o processo de intervenção 126 e seu exercício social.
Portanto, tanto no que diz respeito ao planejamento, às estratégias de ensino ou à avaliação, o
conhecimento verbal/teórico deixa de ser o centro das atenções e passa a ser elemento do
processo.

10 – Considerando a perspectiva de Sigaut (1987), explique qual é a consequência de uma


visão desumanizada da técnica.

A educação deve ser libertadora, pois é processo de concretização da práxis, ou seja, é através
da educação que a consciência se torna realmente crítica, e que a ação humana se mostra
verdadeiramente engajada, do contrário, o homem tem sua realidade invertida, diluída e
oprimida a partir de um processo de desumanização que o coisifica, tornando sua existência
acrítica, portanto, nada transformadora. A técnica é vista como não pertencendo à cultura
humana e, pior ainda, a cultura é frequentemente legitimada ou definida como oposição à
técnica (Sigaut, 1987). É o que acontece quando se opõe, por exemplo, “formação técnica” e
“formação humana”. Esta visão também é fruto, sem dúvida, de nossa secular cultura de
trabalho associado ao trabalho escravo, de repulsa à atividade dita "manual", à atividade
técnica, algo que veremos em uma próxima Unidade Curricular.

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