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Apresentação
O objetivo desta aula é fazer com que você construa uma base teórica e aplique na prática as diversas variáveis que
in uenciam no comportamento do corpo no espaço e as forças atuantes que interferem na realização do movimento.
O foco são os exercícios básicos para a coluna vertebral e membros superiores, de modo a tornar cada vez mais
familiares as diferentes opções de exercícios para as articulações e músculos que constituem esses segmentos.
Destacaremos, ainda, os cuidados a serem tomados, em função do grau de treinabilidade do indivíduo, buscando permitir
criar uma base segura e e caz para o sistema musculoesquelético.
Objetivos
Identi car os principais músculos e ações musculares nos movimentos da coluna vertebral e MMSS;
Descrever os principais aspectos mecânicos que interferem nos movimentos da coluna vertebral e MMSS;
Listar os principais exercícios para coluna vertebral e MMSS no âmbito do treinamento resistido.
Ao pensar na prescrição dos exercícios aplicados ao treinamento resistido, o direcionamento preliminar irá ao encontro dos
músculos que exercem funções agonistas.
Contudo, essa não é a única variável a ser considerada, pois dependendo do tipo e número de articulações envolvidas com o
movimento, as demais funções musculares desempenharão funções vitais para a qualidade na execução técnica do
movimento.
Figura 1 - Shutterstock Por Microgen
Por exemplo, no exercício de exão do joelho na mesa exora, há um isolamento dos músculos ísquio poplíteos, que em sua
função agonista e ação concêntrica, permitirá a execução do exercício sem necessidade da participação dos músculos do
tronco, pois a estabilização deste é externa e realizada pelo próprio equipamento.
Agora, no exercício de agachamento, na fase ascendente, os músculos ísquio poplíteos também irão exercer função agonista
para a extensão da articulação do quadril, mas as demais funções são importantes para a execução deste exercício, uma vez
que os músculos da região do core são vitais para a estabilização da coluna vertebral.
Quando o músculo atravessa somente uma articulação, a análise torna-se mais simples, pois a ação muscular irá interferir
somente no comportamento dessa articulação.
Já quando um músculo atravessa duas ou mais articulações, quaisquer das articulações atravessadas por esse músculo
sofrerá in uência das ações musculares desenvolvidas.
Por exemplo, durante a exão plantar ( gura 3) em postura ereta, é comum, durante a ação concêntrica do tríceps sural, que a
articulação do joelho tenda a exionar.
Por que isso ocorre?
Atenção
Vale ainda deve lembrar que o grau de tensão ou frouxidão tendínea irá in uenciar na geração de tensão e, consequentemente, no
aproveitamento da força.
Considerações biomecânicas
Ainda hoje, a base biomecânica mais utilizada para a identi cação da atividade muscular é a eletromiogra a (EMG) ( gura 4).
Você deve estar lembrado de que este recurso de investigação biomecânica busca identi car a participação muscular no
movimento, a partir do registro do potencial elétrico gerado durante a produção de tensão, sem a nalidade de quanti car a
força gerada. Assim, a maior atividade mioelétrica não necessariamente indica maior geração de força.
Tomografia computadorizada
muscular (TCM) - Figura 6
Os conhecimentos sobre sistema de alavancas, considerando o conceito de torque articular e vantagem ou desvantagem
mecânica, também devem ser observados de maneira especial no momento de seleção dos exercícios. Caso você tenha
dúvidas sobre estes conceitos, é importante revisar seus materiais da disciplina de Cinesiologia e Biomecânica.
Atenção
Porém, tenha em mente que, para a maioria das ações concêntricas, os músculos agonistas estão associados a alavancas de
terceiro gênero, que apresentam desvantagem mecânica e, com isso, exigem maior intensidade de força gerada para cargas
(resistências) de menor intensidade.
Agora que já zemos algumas considerações prévias que irão auxiliar na compreensão dos exercícios, vamos dividir o corpo
em três grandes segmentos:
Coluna vertebral.
membros superiores (MMSS).
membros inferiores (MMII).
Coluna vertebral
Os exercícios para os músculos que estão envolvidos com os movimentos da coluna vertebral assumem importância
fundamental para a assimilação das cargas dos exercícios de MMSS e MMII, em especial, nos exercícios com peso livre e com
a massa do próprio corpo.
Movimento.
Músculos agonistas.
Nome do exercício.
Descrição do exercício.
- Principais músculos agonistas: Reto do abdome (reto abdominal); oblíquo interno e oblíquo externo.
Abdominal supra
Observação:
Segundo Lima e Pinto (2006), estes são os percentuais de participação para os músculos agonistas– Reto do abdome
(supra) 32,9% + reto do abdome (infra) 24,3% + oblíquos 42,8%.
No exercício abaixo ( gura 8), observe que a amplitude do movimento de exão da coluna vertebral foi maior. Na
prática, essa tendência deve ser evitada, pois caso o segmento lombar da coluna vertebral perca o contato com o
solo, a ação indesejada do músculo Iliopsoas irá, além de auxiliar na exão da coluna vertebral, tracionar as vértebras
lombares para frente, e esse movimento de translação é indesejado, devido ao alto potencial lesivo.
Abdominal infra
Descrição– Posição inicial (PI)- Em decúbito dorsal, região dorsal apoiada na superfície e quadris exionados e
estabilizados, mãos ao lado do corpo ou xas em local acima da cabeça ou sob a região sacroilíaca, com joelhos
exionados, MMII unidos.
Evolução fase 1– Flexionar a coluna vertebral a partir da região pélvica, deslocando os MMII para cima do tronco,
tentando manter a região escapular apoiada na superfície. Ação concêntrica. Fase 2– Retornar à PI. Ação excêntrica.
Figura 9
Observação:
Figura 10
Segundo Lima e Pinto (2006), estes são os percentuais de participação para os músculos agonistas– Reto do abdome
(supra) 34,0% + reto do abdome (infra) 27,7% + oblíquos 38,3%.
Abdominal oblíquo
Descrição– Posição inicial (PI): Decúbito dorsal, região dorsal e pés totalmente apoiados no solo, mãos ao lado da
cabeça, joelhos exionados e ligeiramente afastados.
Fase 1– Flexionar a coluna vertebral a partir da região torácica em diagonal oblíqua, deslocando o cotovelo no sentido
do joelho contralateral (ex.: Cotovelo direito na direção do joelho esquerdo), tentando manter a base da coluna lombar
(L4 e L5) apoiada no solo. Ação concêntrica. Fase 2– Retornar à PI. Ação excêntrica.
Observação:
Os movimentos podem ser alternados (lado direito e esquerdo) ou concentrados em um único lado (ex.: 5 reps para o
lado direito seguida de 5 reps para o lado esquerdo).
Segundo Lima e Pinto (2006), estes são os percentuais de participação para os músculos agonistas– Reto do abdome
(supra) 15,2% + reto do abdome (infra) 12,1% + oblíquos 72,7%.
Pontos relevantes:
Durante a fase de exão, o movimento respiratório deve ser de expiração, e quando do retorno à PI, deve haver a
inspiração.
Isso diminui a pressão no interior da cavidade abdominal e permite um desenvolvimento de tensão dos músculos
agonistas.
Figura 12 Fonte: Shutterstock Por Monkey Business Images
- Principais músculos agonistas: Iliocostal lombar, longuíssimo do tórax, espinhal do tórax, interespinais,
intertransversários, multí dos (lombar e torácico).
Figura 16 Figura 17
Descrição– No solo, em decúbito ventral, hiperestender a coluna vertebral ou no equipamento. Estando a coluna
previamente exionada, estender a coluna até o alinhamento com os MMII. Os MMSS poderão assumir posições
variadas, sendo que, colocando os mesmos com os ombros abduzidos a 180º (braços elevados), a intensidade do
estimulo deverá ser maior. Já os braços ao longo do corpo, diminuem a intensidade.
Observação:
A partir dos achados de Lima e Pinto (2006), os percentuais de participação para os músculos eretores espinhais
(agonistas) nos movimentos de extensão apresentaram três vezes maior atividade eletromiográ ca, quando
comparados ao movimento de hiperextensão.
Isso deve ocorrer em função da amplitude do movimento. Assim, na prática, parece ser mais indicada a prescrição do
movimento de extensão anterior ao movimento de hiperextensão.
Perdigueiro ( gura 18)
É um exercício que busca o fortalecimento dos músculos eretores espinhais, a partir da solicitação demandada para
a manutenção do equilíbrio.
É caracterizado pela manutenção da postura a partir da posição de 4 apoios, com extensão cruzada do MMII e
MMSS, ou seja, extensão do quadril e joelho esquerdo simultaneamente com ombro e cotovelo direito.
Essa postura é sustentada por um determinado período de tempo, de acordo com o grau de condicionamento físico do
executante.
Observar, em especial, o alinhamento entre MMII, MMSS e coluna vertebral. Atentar para o posicionamento da mão
e do pé que estão elevados.
Observação:
Em ambas, ocorre um aumento excessivo na hiperextensão do quadril, o que acarreta uma acentuação na lordose
lombar. E a coluna cervical encontra-se hiperestendida.
Na gura 19, a articulação do ombro direito do MS elevado está rodada internamente, o que aumenta o estresse na
região sob o arco coracoacromial.
É um exercício muito utilizado para o fortalecimento simultâneo dos músculos da região abdominal e eretores
vertebrais, a partir da ação isométrica.
Torna-se um recurso muito e caz em função da importância desses músculos para a execução dos exercícios de
MMII e MMSS, com peso livre ou a própria massa corporal.
Pode ser realizado com apoio dos pés no solo ( gura 21), para alunos intermediários e avançados, ou com apoio dos
joelhos no solo ( gura 22), para alunos iniciantes.
Figura 21 Figura 22
Considerações preliminares
Você deve ter em mente que a articulação do ombro atua em conjunto com outras estruturas osteoarticulares para exercer
plenamente sua capacidade de movimentação.
Essas estruturas são as clavículas e escápulas, que atuam respectivamente como um braço e uma base móvel, para que a
cabeça do úmero possa atuar em harmonia com o direcionamento da cavidade glenoide.
Há, ainda, os pequenos deslizamentos que ocorrem nas articulações esternoclavicular e acromioclavicular, para que o
posicionamento das estruturas ósseas da cintura escapular possa atender à dinâmica do úmero no espaço.
É um importante conjunto muscular que exerce função sinérgica visando minimizar a instabilidade da articulação
glenoumeral, em função das características estruturais da articulação.
Atenção! Acima da linha do ombro (90º de amplitude), quanto mais amplo for o movimento, menor será a atuação do
MR.
- Principais músculos agonistas: Peitoral maior clavicular, deltoide anterior (ombro); levantador da escápula, serrátil
anterior, parte descendente e transversa do trapézio, romboide (cintura escapular).
- Nome do exercício: Flexão do ombro, elevação frontal ou frontal raise ( gura 23).
Figura 23
Evolução– Descolar o segmento braço para frente até a amplitude de 90º ou 180º, de acordo com o nível do
praticante.
Observações importantes:
Este exercício pode ser realizado sentado ou em pé. Preferencialmente, em função da preservação da curvatura
estrutural da coluna lombar, deve ser realizado em pé.
Apesar de ser um exercício para articulação do ombro, sobrecargas mais intensas promovem grande
desenvolvimento de tensão nos músculos extensores da coluna vertebral lombar, assim, as cargas devem evoluir
de maneira progressiva, para permitir uma adaptação gradual de toda a estrutura musculoesquelética.
Cuidado com a posição nal do movimento, em função
do posicionamento da articulação do ombro. No início
do movimento, esta articulação encontra-se em
posição neutra (palma da mão voltada para a face
lateral da coxa) e deverá permanecer assim até o nal
do movimento. Com a evolução do treinamento, pode-
se até optar por rodar o ombro internamente (só até
90º), mas isso aumenta o estresse no interior da
articulação, o que, se proposto, só deve ser feito para
indivíduos avançados ( gura 24). Figura 24 Fonte: Shutterstock Por Maridav
– Principais músculos agonistas: Supra-espinhal, deltoide e peitoral maior clavicular (ombro); serrátil anterior, trapézio
transverso e ascendente (cintura escapular).
Descrição– Posição inicial (PI)– MMSS ao longo do corpo, com a palma da mão voltada para a face lateral da coxa.
Descrição– Posição inicial (PI)– MMSS ao longo do corpo, com a palma da mão voltada para a face lateral da coxa.
Observações importantes:
Observar uma boa distância entre os pés, pois isso facilitará na manutenção do equilíbrio.
Orientar de maneira intencional a velocidade de realização do movimento, em especial, na ação concêntrica (fase
ascendente), em função da tendência ao ganho de velocidade ao longo da execução do movimento.
Os dois erros comuns neste exercício são a projeção anterior da cabeça e a exão das articulações dos cotovelos,
durante a abdução dos ombros ( gura 26). Isso provoca um aumento de tensão nos músculos extensores de cabeça e
pescoço, no caso do posicionamento da cabeça, e obriga ao desenvolvimento de ação isométrica dos músculos
rotadores externos do ombro, em oposição à rotação interna, que tende a ocorrer devido à exão dos cotovelos, o que
aumenta o estresse sob o arco coracoacromial.
Figura 26 Fonte: Shutterstock Por MAD_Production
Descrição– Posição inicial (PI)– MMSS elevados com braços paralelos ao solo e cotovelos exionados a
aproximadamente 90º.
Evolução– Descolar o segmento braço lateralmente para cima até a amplitude de aproximadamente 180º.
Observações importantes:
Segundo Gomes (2018), o desenvolvimento de ombros é considerado um dos exercícios mais clássicos da
musculação.
Este exercício só deve ser proposto para indivíduo intermediário ou avançado, devido ao alto grau de complexidade e
arranjo das estruturas do ombro e cintura escapular.
Durante a execução do movimento, os cotovelos não devem ser posicionados inferiormente à altura dos ombros. Na
prática, costuma-se citar que o movimento é de 90º para cima.
Caso ocorra amplitude inferior a 90º, o estresse no músculo supra-espinhal tende a aumentar, predispondo a
desenvolvimento de lesão.
Nestes exercícios, há um aumento na participação dos movimentos de rotação superior e inferior da cintura escapular.
Assim, caso haja comprometimento no comportamento escapular, deve-se evitar a sua indicação.
Observar o posicionamento do passo à frente ( guras 29 e 30) e uma discreta distância lateral entre os pés, pois isso
facilitará na manutenção do equilíbrio, no plano anteroposterior e sagital, pois, com a elevação do centro de gravidade,
o equilíbrio tende a ser prejudicado.
Figura 30
Figura 29
Gomes (2018) a rma que, para melhorar a estabilidade, é recomendável que o exercício seja realizado com os pés em
afastamento látero lateral e anteroposterior (um pé na frente do outro).
Este exercício pode ser realizado sentado ou em pé. Preferencialmente, em função da preservação da curvatura
estrutural da coluna lombar, deve ser realizado em pé.
Evolução– Descolar os MMSS para baixo até que a barra ou triângulo alcancem a altura das clavículas.
Observações importantes:
Cuidado com a posição nal do movimento, para que a barra ou triângulo não sejam puxados além da altura das
clavículas, pois, caso isso aconteça, alterará a dinâmica do movimento, levando a um arranjo segmentar indesejado,
ou seja, os cotovelos serão projetados para trás.
A mecânica respiratória deve ser a seguinte: Durante a puxada– Realizar a expiração; na fase de retorno (elevação
dos segmentos)– Realizar a inspiração.
A hierarquização das puxadas deve atender à seguinte dinâmica– Puxada pela frente triângulo ( gura 34); puxada pela
frente pegada supinada ( gura 33); puxada pela frente pegada média ( gura 32). Isso irá assegurar uma melhor
adaptação das estruturas miotendíneas e preservação dos componentes articulares.
Atenção
Segundo Gomes (2018), a puxada por trás carrega consigo um estigma muito grande de exercício potencialmente lesivo, por
causa da grande rotação externa que precisa ser realizada pela articulação glenoumeral que, consequentemente, causa um
impacto importante nas estruturas que envolvem esta articulação. Além do fato de que a puxada por trás é realizada em
amplitude menor quando comparada com a puxada pela frente.
- Principais músculos agonistas: Peitoral maior (clavicular e esternal); deltoide clavicular e coracobraquial (ombro);
serrátil anterior e peitoral menor (cintura escapular).
Segundo Gomes (2018), o supino horizontal é considerado um dos exercícios mais clássicos para os membros
superiores.
Figura 35(A)35(B) Fonte: Shutterstock Por Figura 36 Fonte: Shutterstock Por Catalin Figura 37 Fonte: Shutterstock Por Serghei Starus
Makatserchyk Petolea
Descrição– Posição inicial (PI): Ombros em abdução a 90º com o tronco e posicionados no plano frontal (coronal)
médio; cotovelos exionados a 90º; punhos estabilizados.
Evolução– Descolar os MMSS para frente (máquina) ou para o alto (halter de barra curta (HBC) ou longa (HBL), até a
extensão completa dos cotovelos.
Observações importantes:
A respiração deverá atender à seguinte dinâmica: Durante a fase de empurrar (ação concêntrica)– Realizar a
expiração; na fase de retorno (ação excêntrica)– Realizar a inspiração. Essa dinâmica atuará de acordo com os
músculos da inspiração e expiração forçada.
A hierarquização do exercício supino deve respeitar o grau de treinabilidade do indivíduo. Assim, iniciantes devem ser
orientados a máquinas guiadas, com a pegada vertical. À medida que for havendo evolução, passar para pegada
horizontal (está sendo realizada na gura 35B); a partir daí. pode-se passar para o banco reto com HBC ou HBL.
Uma linha imaginária entre as mãos deverá estar projetada sobre o esterno, um pouco acima do apêndice xifoide
(porção mesoesternal).
Os iniciantes devem limitar a amplitude de movimento até um corte imaginário no plano frontal médio. Isso irá
assegurar uma melhor adaptação das estruturas miotendíneas e preservação dos componentes articulares. À medida
que o condicionamento físico evolui, maiores amplitudes poderão ser propostas.
Atenção
Segundo Gomes (2018), a execução correta na fase concêntrica consiste em realizar uma adução horizontal da glenoumeral
associada a uma extensão completa dos cotovelos. Uma grande preocupação está relacionada ao ângulo de execução da fase
excêntrica.
Principais músculos agonistas: Latíssimo do dorso, redondo maior, deltoide posterior (ombro); peitoral menor, trapézio
ascendente (cintura escapular).
Exercício: Remadas
Figura 38 Fonte: Shutterstock Por lunamarina Figura 39 Fonte: Shutterstock Por Zoriana Zaitseva
Descrição– Posição inicial (PI): Sentado; ombros exionados a aproximadamente 90º e MMSS em extensão, com o
tronco estabilizado pela máquina ou pela ação dos músculos extensores da coluna vertebral; punhos estabilizados.
Evolução– Descolar os braços para trás a partir da exão dos cotovelos ( guras 38, 39 e 40). Manter o alinhamento da
trajetória de deslocamento dos cotovelos durante todo o movimento até a aproximação das mãos de uma linha
imaginária látero lateral à altura da cicatriz umbilical.
Observações importantes:
A respiração deverá atender à seguinte dinâmica: Durante a fase de puxada (ação concêntrica)– Realizar a
inspiração; na fase de retorno (ação excêntrica)– Realizar a expiração. Essa dinâmica atuará de acordo com os
músculos da inspiração e expiração forçada.
A hierarquização do exercício remada deve respeitar o grau de treinabilidade do indivíduo. Assim, iniciantes devem ser
orientados a máquinas com apoio para região do tórax ( gura 38) e à medida que for havendo evolução, pode-se
passar para o exercício sem apoio ( guras 39 e 40).
Extensão abdução horizontal da articulação do ombro
- Principais músculos agonistas: Parte acromial e espinhal do deltoide, infraespinhal, redondo menor (ombro); trapézio
transverso e ascendente e romboides (cintura escapular).
Figura 41 Figura 42
Descrição– Posição inicial (PI): Sentado ou em pé com quadris exionados; ombros exionados a aproximadamente
90º e MMSS em extensão, com o tronco estabilizado pela ação dos músculos extensores da coluna vertebral ( guras
41, 42 e 44) ou pela máquina ( gura 43); punhos estabilizados.
Evolução– Descolar os braços para trás, a partir da exão dos cotovelos, na remada aberta ou mantendo os cotovelos
estabilizados em extensão, no voador dorsal ou cruci xo inverso. Manter o alinhamento da trajetória de deslocamento
dos braços para trás durante todo o movimento, até que o braço alcance uma linha imaginária no plano frontal médio.
Observações importantes:
Durante a fase de remada ou extensão horizontal dos ombros (ação concêntrica) Realizar a inspiração; na fase de
retorno (ação excêntrica)
Realizar a expiração. Essa dinâmica atuará de acordo com os músculos da inspiração e expiração forçada.
A hierarquização do exercício remada aberta, voador dorsal ou cruci xo inverso deve respeitar o grau de treinabilidade
do indivíduo. Assim, iniciantes devem ser orientados a máquinas guiadas na remada aberta e à medida que for
havendo evolução, pode-se passar para o voador dorsal e, posteriormente, para o cruci xo inverso.
No exercício de extensão e extensão abdução horizontal da articulação do ombro é importante que os punhos
permaneçam sempre posicionados abaixo da linha dos ombros.
Gomes (2018) sugere que, quando realizada com a pegada aberta, a cinemática articular nos remete ao movimento de
extensão abdução horizontal da articulação glenoumeral associado à exão do cotovelo. Já com a pegada fechada, a
cinemática articular é alterada da extensão exão abdução horizontal para extensão da glenoumeral, alterando, assim,
a solicitação muscular.
Articulação do cotovelo
Figura 45 Fonte: Shutterstock Por Mihai Blanaru Figura 46 Fonte: Shutterstock Por BLACKDAY
Descrição– Em Pé, com os pés afastados na distância bi acetabular, MMSS em extensão com as palmas das mãos
voltadas para frente. O exercício pode ser realizado com HBL ou HBC; punhos estabilizados.
Evolução– Descolar os antebraços anteriormente, a partir da exão dos cotovelos, até a aproximação da fase anterior
do antebraço à fase anterior do braço.
Observações importantes:
É importante orientar ao praticante a estabilização do corpo, a partir da coluna vertebral. Isso é facilitado pelo correto
posicionamento dos pés.
Gomes (2018) a rma que deve ser priorizada a execução em arco completo de movimento para favorecer a tensão no
músculo durante toda a fase do movimento.
Descrição– Posição inicial: Em pé, com os pés afastados na distância bi acetabular ou com ligeiro passo, cotovelos
exionados e braços junto ao tronco. Dependendo do implemento, a articulação radioulnar proximal na posição neutra
(corda) ( gura 47) ou pronada (barra W curta) ( gura 48).
Evolução– Efetuar a extensão completa das articulações do cotovelo. Observar que, com a barra W, a articulação
radioulnar proximal permanece durante todo o movimento pronada ( gura 48). Já com a corda, essa pronação só
ocorre no nal do movimento ( gura 49).
Observação:
Uma leve exão dos ombros na posição inicial pode ser indicada, visando facilitar o ajuste postural, mas também
uma discreta extensão dos ombros, proporcional à exão inicial, irá ocorrer durante a extensão dos cotovelos.
Este exercício pode ser proposto para qualquer grau de treinabilidade, sendo usualmente proposto a indivíduos
iniciantes.
Figura 50 Fonte: Shutterstock Por Lebedev Roman Olegovich Figura 51 Fonte: Shutterstock Por Lebedev Roman Olegovich
Figura 55 Figura 56
Fonte: Shutterstock Por BLACKDAY Fonte: Shutterstock Por Starstuff
Descrição– Posição inicial: Em pé, com os pés afastados na distância bi acetabular ou com ligeiro passo, cotovelos
exionados e braços elevados, posicionados ao lado da cabeça. Dependendo do implemento, a articulação radioulnar
proximal na posição neutra (corda ou elástico) ou pronada (HBC ou elástico).
Evolução– Efetuar a extensão completa das articulações do cotovelo. Durante todo o movimento, o posicionamento
da articulação radioulnar proximal será o mesmo.
Observação:
Dar especial atenção à fase excêntrica, em função da tendência ao torque hiperextensor sobre a coluna vertebral.
Devido à condição cinestésica para a manutenção do equilíbrio corporal, só deve ser proposto para aluno
intermediário ou avançado.
Excelente para a ativação do músculo tríceps braquial (porção longa), o que não ocorre no exercício tríceps na polia
alta.
Observações importantes:
Gomes (2018) a rma que deve ser priorizada a execução em arco completo de movimento para favorecer a tensão no
músculo durante toda a fase do movimento.
Articulação do punho
Apesar de pouco prescritos, os exercícios para o fortalecimento especí co da região do antebraço podem e devem
constar nos programas de treinamento neuromuscular, pois, em função das demandas de sobrecargas para os demais
exercícios de MMSS, a região do punho e mão assume especial importância para a prevenção de lesões.
Figura 57 Figura 58
Descrição– Posição inicial: Com o antebraço apoiado na coxa ou em um banco, estando o punho previamente
estendido, segurando um HBC ou HBL.
Evolução– Realizar a exão da articulação do punho até a amplitude máxima possível (aproximadamente 70º a 80º).
Observação:
Após a adaptação ao exercício, e buscando um melhor aproveitamento do movimento, pode-se pedir ao executante
que promova uma leve extensão dos dedos (deixar escorregar um pouco o peso) durante a extensão do punho.
Assim, o movimento de exão do punho terá início a partir da exão dos dedos.
A estratégia acima proposta aumentará não só a força dos músculos exores do punho, mas também condicionará a
um aumento na força dos exores dos dedos.
Figura 59 Figura 60
Descrição– Posição inicial: Com o antebraço apoiado na coxa ou em um banco, estando o punho previamente
exionado, segurando um HBC ou HBL.
Evolução– Realizar a extensão da articulação do punho até a amplitude máxima possível (aproximadamente 80º a
90º).
Observação:
É importante que o executante segure rme o implemento (HBL ou HBC), mas não promova o estrangulamento do
mesmo, pois o aumento na força dos exores dos dedos irá interferir negativamente no movimento de extensão do
punho.
Lembre-se: Segurar rme não é utilizar a máxima força possível e, sim, recrutar as unidades motoras, para que a
força gerada para a garra atenda à demanda da sobrecarga imposta.
Os exercícios apresentados nesta aula são considerados básicos e todos eles vêm acompanhados de uma série de
possíveis variações que serão apresentadas na aula 8.
Por isso, é importante que você mergulhe fundo no aprendizado desta aula, para que possa aproveitar ainda mais o
cardápio de exercício que será ofertado.
Atividade
1 - Um cliente (bene ciário) de uma academia de ginástica comenta com seu professor de musculação que acha “estranho”,
pois, ao realizar o exercício rosca bíceps direta, percebe a necessidade de fazer muito mais força quando compara ao esforço
que necessita para praticar o exercício exão plantar em postura ereta. Se você fosse esse pro ssional de Educação Física,
com base nos seus conhecimentos de biomecânica, que resposta daria ao cliente (bene ciário)?
2 - Você é contratado para atuar como personal trainer e já no seu primeiro encontro com o cliente (bene ciário) identi ca que
o mesmo realiza o exercício abdominal supra, até atingir a posição sentado. Visando preservar a integridade estrutural da
coluna vertebral de seu cliente, qual recomendação você passaria ao mesmo? Justi que.
3 - Em uma reunião, onze pro ssionais de Educação Física que trabalham com treinamento neuromuscular estão conversando
sobre o exercício de exão do ombro com HBC para iniciantes. Cinco pro ssionais preferem que o exercício seja realizado com
a palma da mão voltada para trás, e ao longo do movimento, voltada para baixo (condição A); já os outros cinco preferem que o
braço permaneça o tempo todo na posição neutra (condição B). Seu voto será decisivo. Qual das condições você irá seguir? Por
quê?
Referências
Notas
FLOYD, R. T. Manual de Cinesiologia Estrutural. 16. ed. Barueri, SP: Manole, 2011.
LIMA, Cláudia Silveira; PINTO, Ronei Silveira. Cinesiologia e Musculação. Porto Alegre: Artmed, 2006.
TESCH, Per A. Musculação Estética, Preventiva, Corretiva e Terapêutica. Rio de Janeiro: Revinter, 2000.
Próxima aula
Os mais utilizados exercícios no treinamento resistido para a ativação dos músculos dos membros inferiores;
Os exercícios para MMII em cadeia aberta e fechada, a partir dos movimentos mono e poliarticulares.
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