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Apresentação
O campo prático do profissional de Educação Física relacionado à prática do exercício físico
sistematizado é bastante diversificado. Há muitas possibilidades de treinamentos e métodos que
podem ser utilizados em difentes situações e demandas. O método Pilates constitui uma
possibilidade importante de treinamento, cujo foco é o trabalho global do indivíduo.
Sua proposição teórica foi inicialmente desenvolvida para indivíduos com alguma restrição ou
necessidade de reabilitação. No entanto, o método atualmente também é utilizado como forma de
treinamento para melhora do condicionamento físico, principalmente para ganhos de força,
consciência corporal e flexibilidade. Para tanto, será necessário selecionar e utilizar exercícios,
equipamentos e acessórios adequados para cada situação/objetivo, sempre colocando em destaque
a capacidade do aluno/paciente e sua evolução.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer alguns dos principais exercícios do método
Pilates, elucidando suas aplicações, exigências musculares e funções.
Bons estudos.
No Infográfico a seguir, você vai acompanhar a descrição de três exercícios do Mat Pilates.
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Conteúdo do livro
A proposição dos exercícios do método Pilates durante uma sessão deve obedecer aos objetivos do
aluno/paciente, bem como aos pontos observados pela avaliação inicial do profissional. Para tanto,
será necessária uma seleção com base no conhecimento profundo da função, exigência muscular e
ação de cada exercício, a fim de atender a todas as deficiências e proporcionar ganhos na
capacidade funcional, adequando-os da melhor forma às condições individuais do aluno.
No capítulo Pilates: análise dos exercícios, da obra Práticas de condicionamento físico, base teórica
desta Unidade de Aprendizagem, você vai ver uma análise cinesiológica dos principais exercícios do
Pilates realizados no solo e nos equipamentos.
Boa leitura.
PRÁTICAS DE
CONDICIONAMENTO
FÍSICO
Salma Hernandez
Pilates: análise
dos exercícios
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
A análise cinesiológica e biomecânica dos movimentos do Pilates repre-
senta uma importante ferramenta para instrução e correção assertiva na
prática profissional, fazendo com que a comunicação do instrutor com seu
paciente/cliente seja de fácil entendimento, mas sem comprometendo de
noções sofisticadas. A partir daí, será possível avaliar a exigência muscular
frente aos exercícios do Pilates, identificando aqueles mais indicados para
cada demanda específica.
Neste capítulo, você vai analisar os exercícios mais básicos e avançados
do método Pilates do ponto de vista cinesiológico e biomecânico, acom-
panhando a exigência muscular de cada um deles e dicas de aplicações
e variações do exercícios.
Roll Up
Na posição inicial do Roll Up, o aluno/paciente dever estar deitado no solo com
os membros inferiores estendidos e membros superiores também estendidos
e voltados ao alto da cabeça, com um alongamento peitoral. Antes de iniciar
o movimento, é necessário solicitar ao aluno a ativação dos músculos pelvi-
trocanterianos, glúteos e abdominais profundos e a manutenção da pelve em
posição neutra (ISACOWITZ; CLIPPINGER, 2013; PANELLI; MARCO, 2016).
Em seguida, o comando “enrole a coluna lentamente, levando os braços para
frente em direção aos pés” pode ser dado, para iniciar o movimento (Figura
1). Para voltar à posição inicial, pode ser utilizado o comando “desenrole
lentamente”. O movimento de subida (enrolar as costas) deve ocorrer a partir
de uma força que puxa as costelas em direção à pelve, mantendo as escápulas
encaixadas e o pescoço alinhado com o tronco de maneira relaxada.
Figura 1. Exercício Roll Up: (a) posição inicial; (b e c) intermediária; (d) final.
Fonte: Revista Pilates (2015, documento on-line).
6 Pilates: análise dos exercícios
Roll Over
Para a execução do Roll Over, é necessário que o aluno/paciente se posicione em
decúbito dorsal, com flexão de quadril a 90°, mantendo a extensão dos joelhos e os
membros superiores posicionados ao longo do corpo. Além disso, sempre deve-se
manter os princípios do método (respiração, pelve neutra, ativação da powerhouse,
etc.) (ISACOWITZ; CLIPPINGER, 2013; PANELLI; MARCO, 2016).
Em seguida, para iniciar o movimento, dê o comando “enrole a coluna len-
tamente, iniciando o movimento pela pelve, levando as duas pernas estendidas
em direção à cabeça” (Figura 2). Para voltar, comande “desenrole a coluna
Pilates: análise dos exercícios 7
lentamente, descendo vértebra por vértebra, até voltar à posição inicial”. Cabe
ressalvar ao aluno a necessidade de afastar do chão primeiramente as vérte-
bras do cóccix, seguidas da região lombar e torácica, até ficar apenas sobre o
apoio da cabeça e cervical. O inverso deve ser implementado para a voltar à
posição inicial. Os membros superiores devem ser utilizados para garantir a
estabilidade durante a volta (fase final do movimento), pressionando o solo.
A posição inicial (em decúbito dorsal, com as pernas à 90°) já exige força
isométrica da musculatura abdominal e dos flexores do quadril. Ao iniciar o
movimento de enrolamento da coluna de baixo para cima, os músculos inferiores
do abdome serão exigidos de forma concêntrica, mobilizando as vértebras.
Essa mobilidade e dissociação intervertebral ocorre da mesma maneira que
no exercício Roll Up; no entanto, recruta mais as fibras inferiores de reto do
abdome, deslocando o eixo de rotação para a região toracocervical. Para que o
movimento se inicie, deve haver contração do períneo e ativação da musculatura
pelvitrocanteriana. Mantendo a estabilização dinâmica da pelve e estática da
cintura, é exigido o controle abdominal, dos isquiotibiais e dos glúteos, além da
ativação isométrica da cintura escapular e dos membros superiores. Novamente,
a realização do movimento em coordenação com a respiração garante a fluidez
exigida pelo método (o que não deve envolver impulso). O movimento de retorno
exigirá um trabalho excêntrico bastante intenso dos músculos abdominais.
Haverá também um alongamento considerável da cadeia posterior (LIMA;
PINTO, 2007; MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009)
8 Pilates: análise dos exercícios
The Hundred
O exercício The Hundred também parte do decúbito dorsal, com uma flexão
do quadril que pode variar de 90° até aproximadamente 70°. Os joelhos podem
estar fletidos ou estendidos (a mudança dessa exigência poderá ser utilizada
como sobrecarga, uma vez que a diminuição do ângulo de flexão do quadril
e a extensão do joelho aumentam a exigência muscular, em decorrência do
maior braço de alavanca) (ISACOWITZ; CLIPPINGER, 2013; PANELLI;
MARCO, 2016).
O comando “traga seu esterno em direção ao seu púbis” pode ser dado
a fim de conceituar o movimento para o aluno/paciente (Figura 3). É im-
portante ressaltar ao aluno para não realizar o movimento com a cervical.
Portanto, o aluno deve conhecer os conceitos de esterno e púbis antes do
início do movimento. Dessa maneira, a elevação da cabeça em relação ao
solo ocorrerá em decorrência do torque realizado pelos músculos abdominais
e da flexão do tronco. Os braços deverão realizar uma flexão e extensão
de ombros de pequena amplitude durante toda a contração isométrica do
Pilates: análise dos exercícios 9
Figura 3. Exercício The Hundred: (a) aplicação de menor intensidade, com quadril à 90° e
joelhos fletidos; (b) variação da execução, com maior amplitude do ângulo de flexão do
quadril e joelhos estendidos.
Fonte: Plank Pilates Studio (2012, documento on-line).
Sawn
O exercício Sawn (cisne) parte do decúbito ventral, com as mãos apoiadas
abaixo dos ombros. O movimento pode ser iniciado ao comando de “eleve a
cabeça e leve o tronco para cima, estendendo os cotovelos, realizando força no
tríceps”; e para voltar “retorne à posição inicial de forma controlada” (Figura 4).
Quadrúpede
Flying Eagle
Mesa
O exercício Single Straight Stretch pode ser realizado no Barrel e se dará com
o aluno em decúbito dorsal sobre o aparelho, com flexão de ombros e os braços
estendidos. É importante alertar o aluno para manter a pelve em posição neutra
e para não deixar a região cervical tensa demais. Enquanto um dos pés fica no
espaldar, o outro fica acima da primeira barra do espaldar, e ambos joelhos
devem estar em extensão. O comando “flexione o tronco, enrolando vértebra
por vértebra, e traga sua perna em direção ao corpo, como se quisesse abraçar
o joelho” (Figura 9) pode ser dado para que o aluno entenda o movimento. É
possível realizar as séries de movimentos com uma perna de cada vez ou então
alternando-as (ISACOWITZ; CLIPPINGER, 2013; PANELLI; MARCO, 2016).
Chest Lift
AVNI, O. Chest Lift Reformer. Body & Flow, 09 ago. 2015. Disponível em: https://www.
bodyandflow.com/chest-lift-reformer-straps-on-upper-arms/. Acesso em: 17 maio 2020.
BEST YOGA GEAR. Resistance Bands. 2020. Disponível em: https://bestyogagear.com/
product/6-level-yoga-resistance-bands-workout-training-pilates-rubber-loops-0-
-35mm-1-3mm-sport-elastic-bands-for-fitness-body-building/. Acesso em: 17 maio 2020.
CASTRO, G. 8)-Single-straight-stretch-barrel — exercícios de pilates no barrel. Blog
Pilates, 24 nov. 2016. Disponível em: https://blogpilates.com.br/8-single-straight-stretch-
-barrel-exercicios-de-pilates-no-barrel/. Acesso em: 17 maio 2020.
DO YOUR SPORTS. Pilates Übungen / Training — Trainingsplan. 2020. Disponível em:
https://doyoursports.de/content/40-pilates-uebungen-trainingsplan. Acesso em: 17
maio 2020.
FUCCI, P. M. 21 exercícios para aulas de pilates com acessórios que você precisa conhecer!
Blog Pilates, 29 ago. 2017. Disponível em: https://blogpilates.com.br/aulas-de-pilates-
-com-acessorios/. Acesso em: 17 maio 2020.
IMPÉRIO PILATES. Pilates e Abdominais: quando exercícios fundamentais podem
se tornar tão perigosos? 2020. Disponível em: http://www.imperioPilates.com.br/
noticia/Pilates-e-abdominais-quando-exercicios-fundamentais-podem-se-tornar-tao-
-perigosos. Acesso em: 17 maio 2020.
ISACOWITZ, R.; CLIPPINGER, K. Anatomia do pilates: guia ilustrado de pilates de solo
para estabilidade do core e equilíbrio. São Paulo: Manole, 2013.
JONH, N. S. Web extra! Reforming the knee. Idea, 20 jan. 2011. Disponível em: https://
www.ideafit.com/personal-training/reforming-the-knee/. Acesso em: 17 maio 2020.
LIMA, C. S.; PINTO, R. S. Cinesiologia e musculação. Porto Alegre: Artmed, 2007.
MARTINI, F. H.; TIMMONS; M. J.; TALLITSCH; R. B. Anatomia humana. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2009.
PANELLI, C.; MARCO, A. Método pilates de condicionamento do corpo. 3. ed. São Paulo:
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2014. Disponível em: https://pilatesandrea.com/tag/table-on-the-wunda-chair/. Acesso
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PILATES ANYTIME. What springs should i use? 2020. Disponível em: https://www.pilate-
sanytime.com/Pilates-Help/507/What-Springs-Should-I-Use. Acesso em: 17 maio 2020.
Pilates: análise dos exercícios 21
PLANK PILATES STUDIO. Exercise breakdown: The Hundred. 02 jul. 2012. Disponível em:
https://plankpilates.wordpress.com/2012/07/02/exercise-breakdown-the-hundred/.
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tapilates.com.br/a-arte-de-pilatear-24/. Acesso em: 17 maio 2020.
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-toracica/. Acesso em: 17 maio 2020.
Leitura recomendada
PILATES, J. H.; ROBBINS, J.; MILLER, W. J. Pilates' return to life through contrology. Presen-
tation Dynamics Llc, 2011.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Dica do professor
Um desafio diário, para o profissional de Educação Física, é aumentar a capacidade de consciência
corporal de seus alunos durante as práticas corporais. Especificamente no método Pilates, há uma
particularidade, sobretudo para alunos iniciantes: a consciência de como deixar a pelve em posição
neutra e a posição do pescoço.
Nesta Dica do Professor, você vai saber como fazer seu aluno entender e posicionar corretamente
a pelve e a cabeça durante a realização dos exercícios de Pilates.
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Exercícios
Refletindo sobre essa afirmação, considere um indivíduo cuja queixa se relaciona com a
articulação do ombro. Avalie qual dos exercícios abaixo seria o mais indicado para o
fortalecimento da região acometida nesse aluno.
A) Roll Over.
B) Roll Up.
C) The Hundred.
D) Mesa.
E) Flying Eagle.
II. Trata-se de um método cuja complexidade dos exercícios determina a evolução do aluno.
B) O movimento selecionado não pode ser considerado o mesmo, visto que é realizado em
diversas variações e, assim, apresentará diferentes exigências musculares, sendo sua
dificuldade de realização incomparável.
Ep = kx2 : 2
Em que:
Calcule o módulo da energia potencial elástica em uma mola com constante elástica de 20
N/m que passou de 0,2 m para 0,7 m de comprimento.
A) 2,5 J.
B) 2.500 J.
C) 0,25 J.
D) 25 J.
E) 250 J.
Acompanhe, Na Prática, as estratégias que podem ser elaboradas e como podem ser
acompanhadas as aulas em grupo, sem deixar para trás as características individuais de cada
aluno/paciente.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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