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Apostila
Organização: Aida Pitanga
Anatomia do Yoga II
Evidências sugerem que o sistema estabilizador pode ser intensificado com o treino
apropriado, assim como também com a prática consciente do yoga.
Falar sobre sistema estabilizador da coluna requer relembrar o aprendizado sobre os
músculos do Core , unidade integrada composta de 29 músculos que suportam o
complexo quadril-pélvico-lombar.
Imagem 1 : aspecto cilíndrico do Core . Outras imagens: Exercícios que trabalham o Core
Estudos evidenciaram que pessoas que possuem dor na coluna, seja por qualquer
causa, possuem um processo de inibição e fraqueza destas musculaturas
estabilizadoras”.
Consideração Clínica
Uma posição em supino (decúbito dorsal) com joelhos flexionados é excelente para se
trabalhar uma contração do assoalho pélvico, pois facilita a contração do transverso
abdominal. O treino da respiração associado à ativação do transverso do abdominal e
do assoalho pélvico consiste em etapa fundamental do programa de reabilitação da
coluna lombar.
Conceitos
Segundo o Mestre BKS Iyengar, atingir a maestria no yoga está relacionado ao fato de
se ”equilibrar todas as energias em cada região do corpo”. Daí a importância que o
Método Iyengar confere ao alinhamento e as interações biomecânicas nos asanas.
Mobilidade e Estabilidade
1- Forma do osso
2- Estruturas capsuloligamentares
3- Músculos que envolvem a articulação
Uma vez que a forma dos ossos não pode mudar e o comprimento dos ligamentos não
deve ser alterado, convém focar nos estabilizadores musculares.
Fuso Neuromuscular
Na prática de yoga não se deve forçar o corpo durante o alongamento porque isso
intensifica os disparos do fuso muscular para medula, fazendo com que o músculo
contraia. Vença os bloqueios lentamente levando em conta o reflexo do estiramento.
Exemplos: Prática de Uttanasana
Exemplo: Paschimottanasana
Relação do músculo
quadríceps (anterior de coxa)
e os músculos isquiotibiais
(posteriores de coxa)
A técnica pode parecer estranha (contrair o músculo que se quer alongar) mas , se
utilizada com critério , vence bloqueios e permite o aprofundamento na postura.
Inicialmente, pressione os
calcanhares contra o solo por
meio da contração dos
posteriores da coxa. Isso
aumenta a tensão na junção
músculo-tendínea e estimula o
órgão tendinoso de Golgi a
disparar. A medula então
sinaliza para que os
posteriores da coxa relaxem.
Depois contraia o quadríceps e
a extensão das pernas será
favorecida pelo
“afrouxamento” criado pela
resposta de relaxamento.
Conscientização Muscular
Segundo Alter (1999), flexibilidade é um termo que vem do latim flectere (dobra-se)
ou flexibilis (dobradiço), ou seja, aquilo que é flexível, maleável. Para Dantas (2005),
flexibilidade pode ser definida como: Qualidade física responsável pela execução
voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou
conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem risco de provocar lesões
(DANTAS, 2005 p. 57). . Autores como Dantas (2005) destacam diversos fatores que
interferem na flexibilidade, como os endógenos (idade, sexo, individualidade biológica,
somatotipo), e os exógenos (hora do dia, temperatura ambiente, exercícios e fadiga).
Para Fernandes et al. (2002) alongamento é uma tensão aplicada aos tecidos moles
que provoca sua extensibilidade, sendo executados como forma de aumentar a
mobilidades articular e diminuir a incidência de contraturas. Outra definição é
apresenta por Dantas (2005), na qual alongamento é a forma de atividade que tem
como objetivo manter os níveis de flexibilidade obtidos através da realização de
movimentos com amplitudes normais, sem restrições físicas.
Uma boa distinção entre alongamento e flexibilidade é discutida por Dantas (2005). Ele
apresenta uma hipótese na qual o alongamento é uma forma de trabalho que visa à
manutenção dos níveis de flexibilidade adquiridos através da realização de movimentos
com amplitudes normais e com o mínimo de restrição física. Ao passo que a
flexibilidade é conceituada por ele como a execução voluntaria de movimentos com
máxima mobilidade articular. Dessa forma, os alongamentos seriam utilizados para
manter os níveis de flexibilidade, e o método utilizado para desenvolver essa
capacidade física seria o flexionamento (tipo de treinamento para desenvolver a
flexibilidade).
- Por muito tempo, o alongamento foi visto como a solução para todos os problemas
dos atletas e algo essencial antes do início de qualquer atividade física. Atualmente, a
ciência vêm mostrando que isso não é totalmente verdade - destacou.
Manuel Lago indica que o recomendado é esperar o corpo esfriar para depois fazer o
alongamento. Essa medida, segundo ele, é fundamental para evitar lesões e ajudará o
corpo a voltar ao estado normal devagar.
DURAÇÃO DO EXERCÍCIO
]
Compreendendo a Execução dos Asanas
Dandasana
Nesta postura as pernas devem formar um ângulo de 90º com o tronco. Se a pessoa
tiver um encurtamento dos músculos posteriores de coxa será conveniente
fazer alguma adaptação (começar com as pernas um pouco flexionadas, colocar
manta dobrada embaixo dos quadris, utilizar o método de inibição recíproca,
etc). Com o tempo de prática haverá o fortalecimento da musculatura das
costas, abdômen e pernas (parte anterior). O alongamento dos isquoitibiais
também será favorecido. Durante a prática prestar atenção no assoalho pélvico.
Os quadríceps se ativam para estender os joelhos. Na musculatura posterior
além dos ísquiotibiais , o gastrocnêmio e sóleo se alongam. O transverso
abdominal sustenta a parte inferior do abdômen e o iliopsoas é ativado para
manter a pelve na posição neutra. O tríceps se torna ativo pressionando as
mãos contra o chão. As fibras inferiores do trapézio descem as escápulas e
afastam-nas das orelhas.
Evoca a posição de um
cão quando ele se
alonga.
Podem ser criadas adaptações até o aluno conseguir completar o adho mukha
Outras abordagens para realizar o adho mukha svanasana
Navasana ou Naukasana
Quando o Navasana está completo, o reto abdominal mantém o tronco perto das
pernas. Os músculos adutores (parte interna das coxas) estão ativos para manter as
pernas juntas. O iliopsoas e o reto femoral flexionam o quadril, aproximando o tronco
das pernas. O deltóide anterior levanta os braços. O tríceps mantém os cotovelos
estendidos.
Chaturanga Dandasana
Chatu significa ‘quatro’; anga =’ parte, membro ou extremidade’ e danda quer dizer
‘bastão’ ou ‘vara’. Postura do bastão em quatro membros.
Uthita significa ‘estendido’ ou ‘sobre frágil apoio’; trikona quer dizer triângulo.
Caso haja pouca flexibilidade pode se usar um suporte (tijolinho, cadeira, etc)
Vriksh = Árvore
Vriksha = Árvore
Este asana desenvolve o equilíbrio interno e a concentração. Pode ser feito de maneira
suave, inicialmente, com o praticante colocando uma das mãos na parede. Com o
treinamento, não haverá a necessidade de apoios.
O glúteo máximo está ativo com o íleopsoas para estabilizar o quadril. O glúteo médio
confere o alinhamento da pelve. Os eretores da espinha e o quadrado lombar são
responsáveis pela estabilidade da coluna. Músculos dos pés e da perna de apoio são
tonificados.
Importante encorajar
os alunos a expandir o
yoga além do local de
prática, estimulando-os
a projetar a harmonia
dos asanas nos mais
diferentes momentos
do cotidiano!
Setu-Bandhasana
Existem outras versões da lenda, incluindo uma em que Matsyendra nasceu como peixe e se
transformou em um Siddha por Shiva. As interpretações tibetanas da história contam sobre um
pescador que virou siddha chamado Mina, que é comido por um peixe enquanto trabalhava na
Baía de Bengala. Alguns estudiosos traçam paralelos entre esta lenda e a história bíblica de Jonas
e a baleia .
Neste asana deve ser observada a expansão axial e o alinhamento adequado da coluna
vertebral antes de se realizar a rotação. Os músculos abdominais e a musculatura do
assoalho pélvico estão ativos de forma isométrica. O pé permanece pressionando o
chão pela ação do gastrocnêmio e do sóleo. O tensor da fáscia lata (parte lateral da
coxa) está ativo de forma isométrica pressionando o joelho contra o cotovelo. O
oblíquo abdominal do lado da torção se expande e do lado oposto se contrai.
Salamba Sarvangasana
É a postura sobre os
ombros com o apoio
dos braços.
Considerada postura
invertida, simétrica
Matsyasana
Conclusão
Obviamente, o Yoga, como uma filosofia milenar, não se limita a prática das
posturas, mas, a compreensão do funcionamento do nosso corpo efetiva a harmonia
do mesmo para a manutenção da saúde. O treinamento também permite ao
praticante trabalhar conteúdos internos como paciência, persistência , disciplina,
atitudes que influenciam na formação de caráter e melhoram o seu comportamento
na sociedade.
Para o fiel praticante, o mat é seu tapete mágico que o leva ao mundo
encantado do seu espaço interno, o seu interior , a sua essência. Na verdade, a magia
do seu momento praticando os asanas ( ‘no tapetinho ‘) faz o sadhaka ir além e
encontrar sua real conexão com o sagrado.
Namastê
Referências Bibliográficas
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