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TEORIAS DA APRENDIZAGEM

Teorias da Aprendizagem

A história da aprendizagem como atividade humana remonta à própria origem de nossa espécie.
Desde a antiguidade, filósofos e pensadores preocuparam-se com os fatos da aprendizagem do tipo
verbal ou ideativo. Daí a razão por que as primeiras teorias se confundiram com as explicações dos
processos lógicos e com as teorias do conhecimento.

A noção de aprender se confundia com a ação de captar ideias, fixar seus nomes, retê-los e evocá-
los. Podemos citar sócrates, platão e aristóteles como alguns filósofos que discorreram sobre as pri-
meiras concepções da aprendizagem. Para sócrates, o conhecimento preexiste no espírito do homem
e a aprendizagem consiste no despertar esses conhecimentos inatos e adormecidos.

Platão formulou uma teoria dualista que separava o corpo (ou coisa) da alma (ou ideias), sendo que a
alma está sujeita à metempsicose e guarda a lembrança das ideias contempladas na encarnação an-
terior que, pela percepção, voltam à consciência. Assim, a aprendizagem nada mais é do que uma
reminiscência. Já aristóteles apresenta um ponto de vista definidamente científico. Ensina que todo
conhecimento começa pelos sentidos, rejeitando a preexistência das ideias em nosso espírito. Lan-
çou, portanto, o fundamento para o ensino intuitivo. Utilizou o método dedutivo, característico de seu
sistema lógico e o método indutivo, aplicando-o em suas observações, experiências e hipóteses. No
entanto, a aprendizagem como atividade socialmente organizada é mais recente.

As mudanças mais notáveis na cultura da aprendizagem se devem a uma nova revolução: a tecnolo-
gia da escrita. A crise da concepção tradicional da aprendizagem, baseada na apropriação e reprodu-
ção memorística dos conhecimentos e hábitos culturais, deve-se não tanto ao impulso da pesquisa
científica e das novas teorias psicológicas como a conjunção de diversas mudanças sociais, tecnoló-
gicas e culturais, a partir das quais esta imagem tradicional da aprendizagem sofre uma deterioração
progressiva, mas também se deve ao desajuste crescente entre o que a sociedade pretende que
seus cidadãos aprendam e os processos que ela põe em marcha para consegui-lo.

A nova cultura da aprendizagem, própria das modernas sociedades industriais, se define por uma
educação generalizada, por uma formação permanente e massiva, por uma saturação de informa-
ções produzidas pelos novos sistemas de comunicação e conservação de informação e por um co-
nhecimento descentralizado e diversificado.

Em nossa cultura da aprendizagem, a distância entre o que deveríamos aprender e o que finalmente
conseguimos aprender é cada vez maior. O desenvolvimento humano é um processo longo e gradual
de mudanças. Neste processo, cada pessoa, à sua maneira e no seu tempo, dá sentido à sua vida.
Presente, passado e futuro são demarcações individuais da existência. Somos capazes de descrever
nossa vida cotidiana, relembrar nossa infância e enumerar nossos planos para o futuro. Quando se
tenta explicar relações, fenômenos ou processos da realidade apresentam-se argumentos que, para
nós, fazem todo o sentido.

Construímos e defendemos nossa própria "teoria", baseada em nossas observações, em nossas ex-
periências, em nossos valores, em nossas suposições.

Do mesmo modo, a ciência procura descrever e explicar aspectos observados na realidade a partir da
organização e sistematização de conceitos, proposições, dados e interpretações. Portanto, os estudi-
osos do desenvolvimento humano também estão interessados na relação entre o tempo e a existên-
cia humana, procurando descrever e explicar as mudanças que ocorrem nos modos de pensar, sentir
e agir ao longo da vida.

Jean piaget: estágios do desenvolvimento cognitivo jean piaget conduziu uma série de investigações
sobre o desenvolvimento do pensamento, abrangendo o período compreendido desde o nascimento
até a adolescência. Com base nessas investigações, elaborou a teoria do desenvolvimento cognitivo

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ou intelectual. Para piaget, a tomada de consciência da criança se dá em termos lógicos e não em


termos de qualquer tipo de atividade mental, sua ou de outros. A relação existente entre a formação
de pensamento e a aquisição da linguagem, na visão piagetiana, configura-se de caráter apenas cor-
relacionam, sendo o pensamento constituído por um processo bem mais amplo que remete ao desen-
volvimento da função simbólica. Desse modo, na concepção piagetiana defende-se que a maneira
como a criança faz uso da linguagem exprime o tipo de lógica que caracteriza seu pensamento.

A linguagem da criança preenche outras funções além da comunicação. Ela pode, por exemplo, du-
rante seu desenvolvimento, ser duplamente categorizada, ou seja, pode ser apreendida enquanto
uma linguagem 'egocêntrica' ou enquanto uma linguagem 'socializada'.

Fases do desenvolvimento humano segundo piaget: período sensório-motor (0 a 2 anos) aprendiza-


gem da coordenação motora elementar; aquisição da linguagem até a construção de frases simples;
desenvolvimento da percepção; noção de permanência do objeto; preferências afetivas; início da
compreensão de regras; período pré-operatório (2 a 7 anos) domínio da linguagem; animismo, fina-
lismo e antropocentrismo/egocentrismo, isto é, os objetos são percebidos como tendo intenções de
afetar a vida da criança e dos outros seres humanos; brincadeiras individualizadas, limitação em se
colocar no lugar dos outros; possibilidade da moral da obediência, isto é, que o certo e o errado são
aquilo que dizem os adultos; coordenação motora fina; período das operações concretas (7 a 11 ou
12 anos) início da capacidade de utilizar a lógica; número, conservação de massa e noção de vo-
lume; operações matemáticas, gramática, capacidade de compreender e se lembrar de fatos históri-
cos e geográficos; autoanálise, possibilidade de compreensão dos próprios erros; planejamento das
ações; compreensão do ponto-de-vista e necessidades dos outros; coordenação de atividades, jogos
em equipe, formação de turmas de amigos (no início de ambos os sexos, no fim do período mais con-
centrada no mesmo sexo); julgamento moral próprio que considera as intenções e não só o resultado;
período das operações formais (11-12 anos em adiante) abstração matemática (x, raiz quadrada, infi-
nito); formação de conceitos abstratos (liberdade, justiça); criatividade para trabalhar com hipóteses
impossíveis ou irreais; reflexão existencial; crítica dos valores morais e sociais; moral própria baseada
na moral do grupo de amigos; experiência de coisas novas, estimuladas pelo grupo de amigos; de-
senvolvimento da sexualidade.

Lev Vygotsky: A Teoria Do Desenvolvimento Cognitivo

Para vygotsky, afirmações como essas estão associadas a diferenças históricas e culturais que influ-
enciam o modo como as pessoas, em diferentes sociedades, as pessoas agem, interpretam e repre-
sentem o mundo. Vygotsky é conhecido como "sociointeracionista", pois concebe que o ser humano
se constitui nas relações sociais que ocorrem em um determinado contexto histórico-cultural. Sua pre-
missa tem como referencial filosófico o materialismo dialético que pressupõe o estudo histórico dos
processos de mudança a partir da análise e reconstrução das relações dinâmicas contextuais e pro-
cessuais da realidade. Para tanto, vygotsky postulou que a vivência em sociedade é essencial para a
transformação do homem de ser biológico em ser humano.

O desenvolvimento psicológico de um indivíduo respeitará a história de sua história, espécie, isto é, a


filogênese, que define os limites e as possibilidades das características do corpo humano, das condi-
ções de funcionamento psicológico e da plasticidade cerebral. Portanto, conclui-se que piaget, em
seus estudos deu ênfase ao caráter construtivo, ou seja, das construções realizadas pelo sujeito. Já
vigotsky, aos processos de trocas, de interação do sujeito com seu meio, principalmente seu meio so-
cial e cultural.

Teorias de aprendizagem são os estudos que procuram investigar, sistematizar e propor soluções re-
lacionadas ao campo do aprendizado humano.

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Esta área de investigação remonta à grécia antiga. Neste período, o processo pelo qual uma pessoa
adquire conhecimento já era tema de investigação dos filósofos gregos. Entretanto, a área de estudo
ganhou destaque a partir do século xx, quando o advento da psicologia.

O principal fator que diferencia uma teoria de outra é o ponto de vista sob o qual cada uma trabalha.
Existem as teorias que abordam a aprendizagem a partir do comportamento, outras a partir do as-
pecto humano ou, ainda, aquelas que consideram apenas a capacidade cognitiva de cada um.

Como o campo da investigação do conhecimento humano é bastante vasto, algumas teorias obtive-
ram destaque ao longo do século, servindo como base teórica para os estudos nesta área.

Principais Teorias: Behavorismo

O behavorismo, ou teoria comportamental, foi desenvolvido nos estados unidos da américa john wat-
son (1878-1958) e na rússia por ivan petrovich pavlov (1849-1936). Embora as bases desta teoria te-
nham sido desenvolvidas por estes pesquisadores, foi burrhus frederic skiiner (1904-1990) que a po-
pularizou, através de experimentos com ratos. Em seus experimentos, os ratos eram condicionados a
determinadas ações, com recompensas boas ou ruins pelos seus atos. Assim, se moldava o compor-
tamento destes a partir de um sistema de estímulo, resposta e recompensa.

Nesta teoria, o comportamento deve ser estudado e sistematizado para que se possa modificá-lo. De
acordo com esta teoria, a maneira como o indivíduo aprende é uma grandeza possível de ser mensu-
rada tal e qual um fenômeno físico. Nesta teoria, a aprendizagem, independente da pessoa, deverá
seguir as seguintes etapas:

– Identificação do problema

– Questionamentos acerca dos problemas

– Hipóteses

– Escolha das hipóteses

– Verificação

– Generalização. O cérebro a utilizará ao identificar problemas futuros semelhantes

Principais Teorias: Cognitivismo

Esta teoria defende que, a capacidade do aluno em aprender coisas novas depende diretamente dos
conhecimentos prévios que ele possui. Para estes teóricos, é necessário investigar quais os saberes
do aluno acerca do assunto que será ensinado. Depois, deve-se auxiliar o aluno para que ele consiga
sistematizar e organizar os novos conhecimentos, através de associações com o seu conhecimento
prévio.

Principais Teorias: Construtivismo

O construtivismo é uma abordagem psicológica desenvolvida a partir da teoria da epistemologia ge-


nética, elaborada por jean piaget. Nesta teoria, o indivíduo aprende a partir da interação entre ele e o
meio em que ele vive. O professor é visto como um mediador do conhecimento.

Jean piaget desenvolveu sua teria a partir de várias outras existentes no período, como a do cogniti-
vismo. Para ele, o desenvolvimento da aprendizagem em crianças ocorre pelas seguintes etapas:

– sensório –motor (0 a 2 anos): as ações representam o mundo para a criança. Chorar, chupar o
dedo, morder.

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– pré-operatório (2 a 7 anos) : a criança lida com imagens concretas

– Operações concretas (7 a 11 anos): a criança já é capaz de efetuar operações lógicas.

– Operações formais (11 em diante) a criança já efetua operações lógicas com mais de uma variável.

Principais Teorias: Interacionismo

A teoria interacionista foi desenvolvida por jean vygotsky. Em sua abordagem, o conhecimento é, an-
tes de tudo, impulsionado pelo desenvolvimento da linguagem no ser humano. Sua teoria também
considera que a interação entre o indivíduo e o meio em que ele está inserido são essenciais ao pro-
cesso de aprendizagem e, inclusive, entra em acordo com as etapas do desenvolvimento propostas
por jean piaget na teoria construtivista.

Entretanto, para vygotsky, é o próprio movimento de aprender e buscar conhecimento que irá gerar a
aprendizagem efetiva. Este processo deve ocorrer de fora para dentro, ou seja, do meio social para o
indivíduo.

Todas estas teorias exerceram (e ainda exercem) profundas influências na maneira como organiza-
mos os processos educacionais em todo o mundo. Ao longo dos anos, cada teoria foi mais adequada
para as necessidades de seu tempo, visto que a escola e o mundo do trabalho também sofreram
grandes mudanças.

A partir dos anos 90, o conceito de inteligências múltiplas, desenvolvido por howard gardner, propu-
nha que o ser humano era dotado de várias inteligências diferentes e complementares entre si. Isto
explicaria, por exemplo, porque algumas pessoas apresentariam maior facilidade para aprender ma-
temática e ciências exatas, enquanto outros seriam mais rápidos para aprender esportes ou ativida-
des artísticas, como o desenho e a música.

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