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Sinopse

Muitas pessoas hoje em dia, procuram aumentar


sua espiritualidade. Diversos são os meios para se
atingir uma melhor compreensão do universo e de si
mesmo. O objetivo principal deste pequeno livro, é
ajudá-lo a desenvolver em você mesmo um poder
que você possui desde o seu nascimento. Esse poder
ira lhe ajudar a viver uma vida melhor e a perceber e
sentir sensações que você jamais imaginaria ter.
Estudando os cinco pilares deste livro que são: o
conhecimento, a sabedoria, a espiritualidade o amor
e a luz, você vai passar a ter sensações e percepções
diferentes sobre a vida e seu propósito, assim como
o propósito das pessoas que o cercam. Vai saber dis-
cernir uma pessoa boa de uma pessoa má. Vai refle-
tir melhor sobre suas ações, aumentando prosperida-
de em sua vida.
Buscar espiritualidade nem sempre é um caminho
fácil, por isso é de extrema importância que você te-
nha a mente sempre aberta a novas experiências e
aprendizado sobre a realidade que nos cerca.
Vamos embarcar juntos nesse grande mistério da
existência e descobrir que podemos ser melhores do
que somos.
O autor

Fausto Luiz Pizani é um estudante de teologia, fi-


losofia, religiões e ciências naturais. Seu objetivo
como ser humano é levar conhecimento ao maior
número de pessoas possíveis através de seus peque-
nos escritos e contos, desenvolvendo assim, um
maior entendimento sobre a vida por parte de seus
leitores.

Seus livros digitais são de fácil acesso a todos


aqueles que queiram aumentar seu conhecimento
sobre Deus, o universo e a vida.

Misturando filosofia, teologia, ciência, religiões e


autoajuda, Fausto tenta despertar em seus leitores a
curiosidade de sempre se questionarem e refletirem
sobre a existência e qual o nosso papel como seres
humanos nessa jornada.

Fausto acredita que o amor é a maior força presen-


te no universo e que devemos sempre espalhar esse
sentimento por toda parte e para todas as pessoas e
seres viventes que habitam conosco neste pequeno
planeta chamado Terra.

Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e


abrir-se-vos-á. – Jesus Cristo.
Sumário

01-Introdução
02-Conhecimento
03-Sabedoria
04-Espiritualidade
Deus segundo Platão
Deus segundo Aristóteles
Deus segundo Santo Agostinho
Deus segundo Tomás de Aquino
Deus segundo Espinoza
Deus segundo René Descartes
Deus segundo Rousseau
Deus segundo Voltaire
Deus segundo Immanuel Kant
Jesus
Buda
Krishna
05-O amor
06-A luz
Os pilares da alma

Introdução

O que você me responderia se eu lhe dissesse que


existe um poder extraordinário e infinito dentro de
você? Que você pode ver e sentir sensações que ja-
mais imaginaria? Provavelmente sua resposta seria
influenciada pelo momento em que esteja vivendo.
Você pode estar feliz, pode estar triste ou decepci-
onado com alguma situação, pode estar ansioso, com
medo ou qualquer outro tipo de sentimento que difi-
culte você enxergar o potencial que você tem para se
transformar em uma pessoa melhor para você e para
os outros.
Mas então o que fazer? Qual o primeiro passo que
você deve dar para atingir esse poder? Essa liberda-
de emocional e essa percepção de que o mundo ao
seu redor é um lugar bom e que você pode melhorá-
lo?
Vamos aos poucos buscar neste pequeno livro, um
caminho para auto realização, interiorização do eu
que existe em você e do poder que está disponível a
você desde o seu nascimento.
Todas as pessoas do mundo possuem um eu interi-
or, uma chama que por tempos se expande e por
tempos se retrai. Quando nascemos, somos como um
livro em branco a ser escrito, mas o maior problema
sobre a história de nossas vidas, está no fato de que
vamos ser por quase todos os dias, influenciados por
ideias e crenças alheias, fantasias e superstições, mi-
tos e verdades entre outras influências que depen-
dem do ambiente cultural e social de seu local de
nascimento, crescimento e convívio. Mas então o
que você pode fazer para tentar perceber o que é real
ou não? O que você deve manter e o que deve des-
cartar?
Tentaremos nesta leitura, direcionar você por um
caminho constituído de cinco pilares para o desen-
volvimento do eu interior que serão trabalhados em
uma ordem linear, pois todos os caminhos dependem
uns dos outros e para que você possa alcançar todos
eles, é preciso seguir uma sequência correta para a
interiorização do eu.
Os cinco pilares desse caminho são: o conheci-
mento, a sabedoria, a espiritualidade, o amor e a luz.
Com certeza você já tem em seu interior, muitas
opiniões formadas sobre a vida, suas crenças e valo-
res. Mas para que você possa interiorizar o eu, é pre-
ciso esquecer de tudo o que aprendeu, pelo menos
enquanto estiver realizando a leitura deste livro.
Tente deixar sua mente relaxada, como se ela fosse
um livro em branco, aonde aos poucos, você vai pre-
enchendo o que vai ser ensinado aqui e moldando
um novo eu em seu interior.
Você deve estar se perguntando, por que esses cin-
co pilares e por que devem ser seguidos nesta or-
dem? Vou dar um breve resumo, mesmo porque tra-
taremos de cada um especificamente no decorrer da
leitura.
Para você usar a sabedoria, primeiro você precisa
do conhecimento porque só assim você vai perceber
se uma atitude ou decisão que você vai tomar será
correta ou não. Depois do conhecimento vem a sa-
bedoria, que é a forma de como você vai usar esse
conhecimento que aprendeu. Ao perceber que tem
sabedoria, você vai começar se questionar sobre sua
realidade e a realidade que se mostra presente ao seu
redor, vai começar a perceber o enorme conjunto de
crenças e valores que muitas vezes são seguidos por
milhares de pessoas, não de forma natural e sim por-
que se sentem mais confortáveis em ter qualquer ti-
po de crença que alivie o fardo de ser quem são.
Com isso, você vai desenvolver uma espiritualida-
de única, buscando em seu próprio interior as res-
postas que você necessita para se desenvolver espiri-
tualmente. Com o desenvolvimento espiritual, você
vai perceber que o amor é a maior força do universo.
Independentemente de onde você esteja e sobre
qualquer circunstância, o amor sempre vai falar mais
alto diante de um coração cheio de ódio e rancor pe-
la vida. Após desenvolver o amor, você vai desen-
volver uma luz, essa luz habitará em seu interior, ela
lhe mostrará sempre o caminho que você deve se-
guir, ela lhe orientará sobre todas as suas dúvidas e
você também vai desenvolver uma forte intuição so-
bre a intenção das pessoas que se relacionam com
você. A luz é o último pilar, que é desenvolvido com
o aperfeiçoamento dos quatro pilares anteriores,
quando você desenvolver a luz, coisas inacreditáveis
começarão a ocorrer em sua vida.

O conhecimento

Quando falamos em conhecimento, abrangemos


uma série de fatores que nos acompanham desde o
nosso nascimento e se completam pelo restante de
nossa vida. Obter conhecimento não é uma tarefa fá-
cil, a maioria das pessoas tende a buscar o que mais
lhe conforta. O grande problema disso, é que certa
crença pode desabar a qualquer momento diante da
realidade do mundo.
Você pode buscar conhecimento hoje de diversas
maneiras, lendo livros, pesquisando na internet, con-
versando com pessoas bem instruídas e até mesmo
refletindo sobre aquelas questões que não saem de
sua mente. Mas por que o conhecimento vem em
primeiro lugar dos cinco pilares? Porque sem conhe-
cimento, se torna praticamente impossível você usar
de forma correta aquilo que ainda não aprendeu.
Imagine um homem que está no meio de dois ca-
minhos. De um lado existe um rio infinito e do outro
uma grande fogueira. Esse homem precisa sair desse
lugar, mas vamos imaginar que ele não sabe nem o
que é o fogo nem o que é a água. Primeiro ele tenta
se aproximar do fogo, e ao sentir seu calor, percebe
que é impossível ir por aquele caminho. Depois ele
tenta ir pela água e enquanto afunda no rio, percebe
que também é impossível continuar. Como esse ho-
mem vai sair desse lugar? É evidente que a qualquer
momento ele vai tentar jogar a água no fogo para
apagá-lo, mas quanto tempo isso vai demorar até que
ele tenha essa percepção? Talvez ele morra de fome
e não tente isso. Agora imagine que esse homem já
conhece o fogo e a água, não há dúvidas de que ele
vai usar a água para apagar o fogo e sair por esse
caminho.
Assim como esse homem primitivo e sem conhe-
cimento, somos nós diante da realidade. Ouvimos
por toda a vida uma série de histórias, sejam religio-
sas, seja mitos ou verdades que colocam em dúvida
tudo aquilo em que acreditamos.
Buda nos deixou um ensinamento muito sábio so-
bre a questão do conhecimento que diz o seguinte:
“Não acredite em nada do que ler, não acredite em
nada do que ouve, duvide de tudo, questione tudo,
seja fonte de sua própria luz”, o que Buda quis dizer
com isso?
Mesmo que buscarmos o conhecimento em qual-
quer tentativa de aprendizado, a verdade já esta pra-
ticamente em nosso interior, é sempre nosso interior
que vai encontrar a resposta para aquela pergunta
que deixa a mente inquieta. Portanto, buscar conhe-
cimento não significa ler milhares de livros nem rea-
lizar milhares de ações e sim procurar identificar em
você, questões que geram dúvidas sobre o que você
já acha que sabe e a realidade ao seu redor.
Você não pode medir esforços para buscar conhe-
cimento, precisa ter a mente aberta para novas pos-
sibilidades. Existem milhares de ideias sobre a reali-
dade, milhares de percepções sobre Deus, a vida e
seu objetivo. Não é porque alguém segue certa cren-
ça que você também deve segui-la, às vezes o que
faz bem para um não faz bem para o outro necessa-
riamente, por isso, é muito importante que ao buscar
conhecimento, você tente se identificar com aquilo
que merece mais confiança segundo o que você
acredita e segundo o que você percebe sobre a reali-
dade.
Com o conhecimento, podemos transformar nossa
vida e o mundo em um lugar melhor. Quanto maior
o nosso conhecimento, mais fácil tomamos uma de-
cisão diante de um problema.
O conhecimento que você deve se preocupar em
adquirir é o autoconhecimento, uma percepção de
quem é você nesse mundo e qual seu papel como ser
humano nessa jornada chamada vida.

A sabedoria

Sem a sabedoria, de nada adianta buscar conheci-


mento. Com certeza em sua vida você já encontrou
pessoas que quando surge um assunto religioso, po-
lítico ou sobre qualquer outro tema, a pessoa vai di-
zer que isso não se discute, esse é o principal cami-
nho da ignorância. A pessoa tem uma ideia que nem
se originou em sua mente, que foi abstraída através
de seus sentidos e ensinada por alguém e que ela
julga ser a melhor por ser mais confortável. Nunca
cometa esse erro. Viver a margem das crenças dos
outros pode ser um caminho perigoso, pois nem
sempre o mundo real ao nosso redor se assemelha a
realidade que está em nossa mente. A sabedoria ser-
ve para discernir o certo do errado, o que tem mais
lógica diante de outra ideia que você acredita ser a
mais correta. Com a sabedoria, você vai através do
conhecimento obtido, questionar se o que aprendeu
faz parte da realidade ou não.
A sabedoria é um dom inato do ser humano, isso
não quer dizer que você não possa desenvolvê-la ou
aprimorá-la. Todas as pessoas têm essa capacidade
dentro de si mesma, resolver aperfeiçoar ou não vai
da escolha de cada um. A melhor maneira de adqui-
rir sabedoria e se questionando e procurando por
respostas.
Lembre-se sempre do pensamento de Buda, a res-
posta sempre vai estar dentro de você, mas é eviden-
te que você vai precisar usar a lógica e a coerência
para não acreditar em fantasias ou superstições.
Quando você desenvolver e aperfeiçoar a sabedo-
ria, vai automaticamente abandonar um grande nú-
mero de crenças e ideias que tinha sobre a realidade,
dando lugar a um pensamento mais lógico sobre a
vida e seu significado. Com isso, vão surgir ideias
novas de sua própria mente que podem esclarecer
muitas questões acerca de sua realidade e da realida-
de de outras pessoas.
Vou deixar aqui, sete passos que você pode come-
çar a treinar para aumentar tanto sua sabedoria quan-
to seu conhecimento, tente praticar um pouco por
dia.
Passo um: Procure aprender algo novo todo dia,
seja uma palavra diferente, o significado dela, um
objeto diferente, faça algo diferente que vai lhe
acrescentar sabedoria e conhecimento.
Passo dois: Faça uma relação de tudo o que você
aprendeu no final do dia, anote em um caderno ou
em um editor digital para facilitar a memorização.
Isso ajudará você evoluir diariamente.
Passo três: Aprenda com as pessoas, fique mais
atento em suas conversas, perceba se a pessoa tem
conhecimento a lhe oferecer e absorva isso.
Passo quatro: Não faça julgamento precipitado e
mantenha a mente sempre aberta, isso é essencial pa-
ra desenvolver novos conhecimentos e aprender no-
vas ideias.
Passo cinco: Seja mais curioso, procure se interes-
sar mais pelas coisas, quanto maior a curiosidade
maior a vontade de aprender, nunca se acomode com
o conhecimento e a sabedoria.
Passo seis: Procure sempre novas formas de
aprender, seja através de uma leitura ou experiência.
Hoje existem diversos cursos online gratuitos, além
de lhe trazer aprendizado vai ajudar em sua forma-
ção profissional.
Passo sete: Use todos os passos anteriores para de-
senvolver um aprendizado maior todos os dias, não
se acomode, pois, cada dia é um dia novo para
aprender algo novo.
Viu como simples ações podem nos trazer enor-
mes benefícios? Você não precisa ser um gênio para
pensar, ninguém que tenha um bom conhecimento
nasceu assim, todos nascemos iguais e temos as
mesmas oportunidades de aprender, basta querer e se
esforçar.

A espiritualidade

“O homem sem Deus é como o vento, não sabe de


onde vem nem para onde vai” – Vanderléia de Jesus
Nunes.
Buscar espiritualidade, talvez seja o caminho mais
complicado em toda essa jornada. Por isso, esta par-
te do livro apresenta seu maior conteúdo e ideias pa-
ra que você possa perceber que várias pessoas têm
pensamentos diferentes sobre a realidade, Deus e a
vida, tenha um pouco de paciência e leia com calma
as ideias desenvolvidas aqui.
Desde o início da existência o homem se pergunta
o que ou quem é Deus. Existem milhares de respos-
tas, cada cultura antiga desenvolveu para si, crenças
diferentes e semelhantes às outras. No início da hu-
manidade, os homens atribuíam aos deuses às forças
que governavam a natureza por não compreenderem
suas causas. Com o passar do tempo, surgiram mi-
lhares de divindades, algumas hoje são consideradas
mitológicas, outras permanecem ainda na crença da
maioria das pessoas. Mas será que o que cada um
acredita esta de acordo com o mundo em que vive-
mos? Está é a principal pergunta que você deve fazer
a si mesmo.
Muitas pessoas nos dias atuais, estão perdendo a fé
devido ao fato de que o Deus que elas aprenderam
não condiz com a realidade. Veja um exemplo erra-
do de como as pessoas interpretam Deus. Imagine
que uma mãe perca um filho vítima de um acidente,
alguma amiga para consolá-la, chega e diz: “Esta era
a vontade de Deus”, isso não é o mesmo que dizer
que Deus gosta da morte? São exemplos assim que
apagam a chama da fé das pessoas. A primeira per-
cepção que você deve ter ao buscar a espiritualidade
é entender que vivemos em um mundo físico de cau-
sa e efeito. Desde o início da criação, o universo se-
gue leis eternas e imutáveis para sua sustentação, o
fato de algumas crenças dizerem que Deus seja ca-
paz de realizar o impossível, não quer dizer que ele
possa violar as leis que ele mesmo criou, pois se as-
sim fosse, por que ele as criaria?
Deus é um espírito, ele vem se comunicando com
os homens desde o surgimento da humanidade, ele
se revela para aqueles que o buscam verdadeiramen-
te e em toda sua revelação ele diz praticamente as
mesmas palavras sobre os mesmos assuntos.
Das cinco maiores religiões do mundo, o Hindu-
ísmo é a mais antiga. Nesta religião, o mal é visto
como o ego do homem, isso é facilmente percebido
na escritura mais sagrada do Hinduísmo que eu
aconselho você a ler, o Bhagavad Gita. No Budismo
é a mesma coisa, o ego é que traz todo sofrimento.
No Judaísmo também, basta você ler as primeiras
páginas do livro de Gênesis. Vou dar uma breve ex-
plicação sobre esta parte, pois a fé dos hebreus de
onde surgiu o judaísmo e o cristianismo foi muito in-
fluenciada pelas civilizações que os mantinham em
cativeiro.
Temos Adão e Eva, a árvore proibida, seu fruto e a
serpente. A serpente engana Eva a fazendo comer do
fruto e dar a Adão. Dessa transgressão, surge o pe-
cado e a morte. Mas quem é Adão e Eva? Quem é a
serpente e, o que é esse fruto? Todos os teólogos sa-
bem que essa passagem bíblica não é literal, mas sim
poética e simbólica, vamos então entender quem é
quem nesse simbolismo.
Adão e Eva somos nós, a humanidade, o fruto é o
que desejamos, a serpente é nosso ego, aquela voz
que fica em nossa mente dizendo: “Faça isso, faça
aquilo” e que muitas vezes nós escutamos e o peca-
do é a escolha do homem de ser dono de si mesmo
sem depender das leis de Deus, o que é praticamente
impossível. Mas como Deus nos deu a liberdade de
escolha, ele permitiu que Adão e Eva continuassem
a viver, mas foram expulsos do Éden. O Éden ao
contrário do que muitos pensam não era um lugar e
sim uma condição. A condição de que nós, humanos,
precisamos de Deus. Após o pecado, Adão e Eva são
responsáveis pelo seu próprio destino, mas mesmo
assim Deus não os abandona. Para reforçar ainda
mais a ideia de que tanto no Hinduísmo, como no
Budismo e no Judaísmo que são as religiões mais
antigas do mundo Deus advertiu sobre o ego do ho-
mem, vamos tomar de exemplo o primeiro homicí-
dio bíblico, Caim e Abel.
Abel faz sua oferta que é aceita por Deus, Caim ao
perceber isso tenta imitar seu irmão, mas não faz sua
oferta de coração, Deus se alegra com a oferta de
Abel, mas não com a de Caim, causando ciúmes e
inveja de sua parte. Vou expor aqui a exata passa-
gem bíblica que atesta que o mal do homem é o ego,
a passagem a seguir é da Bíblia de Jerusalém, a tra-
dução mais confiável e a Bíblia preferida dos teólo-
gos, leia com atenção.
“Passado o tempo, Caim apresentou produtos do
solo em oferenda a Iahweh; Abel, por sua vez, tam-
bém ofereceu as primícias e a gordura de seu reba-
nho. Ora, Iahweh agradou-se de Abel e de sua ofe-
renda. Mas não se agradou de Caim e de sua oferen-
da, e Caim ficou muito irritado e com o rosto abati-
do. Iahweh disse a Caim: “Por que estás irritado e
por que teu rosto está abatido”? Se estivesses bem
disposto, não levantarias a cabeça? Mas se não estás
bem disposto não jaz o pecado à porta, como animal
acuado que te espreita; podes acaso dominá-lo?" –
Gênesis 4:3-7.
Repare que em momento algum, Deus disse que
Caim estava sendo influenciado por alguma força a
não ser seu próprio desejo, ele ainda o questiona se
ele seria capaz de dominá-lo. Creio que agora você
deve estar se perguntando, mas é o tal de Satanás,
não é ele quem faz o mal? Segundo a crença dos he-
breus, não.
Entre 800 anos antes de Cristo, os hebreus estavam
cativos na Babilônia que foi invadida pelos persas. A
religião dos persas era o Masdeísmo ou Zoroastris-
mo, essa religião acreditava que existia um Deus do
bem e um Deus do mal e que ambos lutavam pelo
governo do universo. Essa ideia de alguma maneira
influenciou os hebreus e sua cultura, chegando até o
cristianismo, onde a crença é de que Satanás que go-
verna o mundo e é o responsável por toda maldade
que nele existe.
Você tem todo o direito de acreditar nessa duali-
dade e nessa guerra entre dois deuses, no entanto,
quando você vê uma notícia trágica na televisão ou
na internet de um assassinato, nenhum repórter diz:
“Este homem, influenciado por Satanás, assassinou
outro homem”, e também se isso fosse uma realida-
de, o correto seria absolver o culpado, pois não foi
ele quem fez a escolha do ato e sim uma força por
trás dele muito maior do que ele mesmo. Tente
comparar você duelando contra um ser celestial, não
teríamos a menor chance.
Onde quero chegar com isso? Nós somos os res-
ponsáveis por nossas escolhas, quem pratica a mal-
dade no mundo é o homem e Deus não tem nenhuma
obrigação de fazer o que o homem é capaz de fazer
sozinho, por isso existe a justiça. Outra passagem da
Bíblia que também afirma que o mal está no coração
dos homens é o dilúvio, Deus decide destruir todo
ser vivente do planeta porque viu que o coração do
homem estava inclinado ao mal o tempo todo, basta
ler em sua Bíblia. Talvez agora você se pergunte,
mas e as doenças? As tragédias naturais? De quem é
a culpa?
Atividades vulcânicas, furacões, terremotos, fa-
zem parte da natureza de nosso planeta, todos eles
possuem funções que mantém nosso planeta vivo e
organizado, basta fazer uma breve pesquisa sobre is-
so. Isso com certeza é criação de Deus, mas Deus
deu inteligência para o homem resolver esses pro-
blemas, basta observar o Japão, um país com um
enorme risco de terremotos totalmente adaptado ao
seu ambiente. Nos Estados Unidos, onde ocorrem
enormes tornados, as casas têm estabelecimento sub-
terrâneo para protegerem as pessoas, e a respeito de
vulcões, é só não morar perto deles. Uma grande
quantidade de catástrofes também ocorre devido ao
homem alterar a natureza de nosso planeta, emitindo
gás carbônico e desestabilizando o clima da Terra
causando poluição e destruição.
Mas e as doenças, será que Deus é culpado por
elas existirem? Essa talvez seja uma questão com-
plexa, mas sabemos que desde o início da civilização
o homem realiza diversas atrocidades. Algumas cul-
turas antigas comiam os próprios filhos recém-
nascidos, outras praticavam sexo com animais, exis-
tem diversas atrocidades que o homem cometeu e
ainda comete que podem alterar seu código genético.
Imagine hoje em dia o tanto de alimentos industria-
lizados que existem, junto com os agrotóxicos que
são usados para combater as pragas que devastam as
plantações, mais uma quantidade enorme de drogas
e medicamentos que alteram nossa genética, como
culpar Deus por isso? Não devemos! Por mais difícil
e doloroso que seja ver uma criança com alguma de-
formidade, nunca seremos capazes de entender todo
o propósito da criação, mesmo porque a deformida-
de está mais em nós que nos acostumamos com a
ideia do perfeito do que no ser que possui a defor-
midade. Aos olhos de Deus, ninguém tem mais valor
que o outro. Outra resposta para doenças e deformi-
dades é a mutação, até hoje a ciência não sabem por
que ocorrem mutações na genética do homem em
determinadas gerações, mas sabemos que sem a mu-
tação nós não estaríamos aqui, foi através dela que
chegamos onde estamos. Geralmente as deformida-
des ou doenças é uma mutação que deu errado, mas
como lemos anteriormente, isso pode ocorrer devido
a uma série de fatores que nós mesmos causamos.
Quando você começar a mudar seu campo de visão
e sua zona de conforto, vai começar a perceber que
mesmo com todos esses problemas, viver é a dádiva
mais preciosa que Deus lhe deu. Vai perceber que
nosso planeta é perfeito, cheio de vidas e cores. Ne-
nhuma criatura do criador é feia ou não tem um pro-
pósito, tudo esta em seu devido lugar e tudo o que
existe tem uma finalidade.
Basta você perceber que muitas das questões que
causam inquietação na alma, podem ser resolvidas
quando usamos a razão, mas para que sua espiritua-
lidade sempre melhore, nunca se acostume com uma
única ideia, existem ensinamentos maravilhosos em
quase todas as religiões, seja mais curioso, vá atrás
de informações, não aceite que o que alguém lhe fale
seja a verdade, a verdade sobre sua espiritualidade
esta dentro de você e de ninguém mais. Quando vo-
cê desenvolver uma espiritualidade sem preconceito,
vai perceber que só lhe resta uma escolha, amar e
dar amor às pessoas ao seu redor.
Vou deixar aqui, a visão de alguns dos maiores fi-
lósofos e pensadores que já existiram sobre Deus pa-
ra que você possa perceber que Deus é um sentimen-
to pessoal e que cada ser humano o sente de uma
forma.

Deus segundo Platão

Platão, nascido em Atenas na Grécia, foi um dos


maiores e principais filósofos gregos da antiguidade,
discípulo de Sócrates e mestre de Aristóteles.
Para ele, Deus era a essência do bem, portanto,
afirma-se que Deus é o ser, a vida e a ação. Segundo
Platão, “nós somos uma criação admirável saída das
mãos de Deus, só ele dirige nossa própria vida, por
isso as coisas humanas não são dignas de si”, logo o
homem justo, bom e honesto amará a Deus de cora-
ção.
Platão afirma que é através da oração que podemos
nos unir a Deus de forma infinita, e para provar sua
existência, ele recorre a duas provas: A primeira é a
própria existência do mundo: Deus é demiurgo (Di-
vindade responsável pela criação do universo). A
segunda é baseada no movimento, para ele o mundo
está em movimento ordenado, assim como os plane-
tas e esferas celestiais. Para que exista o movimento
é preciso de um motor. Para ele existem dois moto-
res, o corpóreo e a alma. O corpo é estático, é sem-
pre movido por outro antes de se mover e a alma
apresenta em si o princípio do movimento, portanto,
a alma domina o corpo.

Deus segundo Aristóteles

Aristóteles também foi um filósofo grego nascido


em Estagira na Grécia. Ele acreditava que a causa
inicial e final de todas as coisas era Deus, ou seja,
para encontrar a causa primeira, ele recorre para a
análise investigativa como princípio onde tudo foi
gerado. Para ele, Deus passa da ideia para se concre-
tizar por via da racionalidade do homem, passando a
ser um atributo real.
Aristóteles deu o nome de teologia a mais alta das
ciências, e mesmo vivendo em uma época onde eram
adorados os deuses do Olimpo, ele acreditava que
havia um único Deus, eterno e existente no universo.
Para Aristóteles, o movimento também era a essên-
cia de Deus, que move a tudo, mas não pode ser mo-
vido, e essa experiência aponta para um ser eterno,
real e puro, aquilo que é movido sem mover a si
mesmo.
Deus segundo Santo Agostinho

Santo Agostinho acreditava que Deus era o amor


que unificava todo o universo e a existência. Todas
as criaturas tinham como meta se unificar a Deus
através do amor. Em toda sua filosofia, Santo Agos-
tinho tenta buscar por uma verdade que se revelaria
através da fé em Cristo, porém, ele acreditava que
nunca iríamos encontrar a verdade em Deus e sim
que poderíamos alcançar a luz da razão eterna. Em
sua filosofia, não existem provas formais para de-
monstrar a existência de Deus, Deus é íntimo do
homem, mais íntimo que a própria intimidade hu-
mana. Para ele Deus é amor, bondade e infinitude
que no princípio fez o céu e a terra, e nós somos a
razão da criação da bondade de Deus. Deus e seu
querer, não tem outro fim se não o próprio Deus, e
sua criação é espontânea, que vem de sua própria
vontade. Em Deus estão as ideias de todas as coisas
e suas formas.

Deus segundo Tomás de Aquino

São Tomás de Aquino acreditava que Deus era a


causa de todas as coisas, e esse todo pode ser encon-
trado somente em cada indivíduo, a essência de
Deus é próprio ser. Para ele, não existe diferença en-
tre fé e razão, visto que Deus é a causa de tudo. Ele
também acreditava que a alma era imortal porque
era imaterial, e tudo o que é imaterial é imortal.
Apesar de Deus ser tudo, ele não acreditava que
Deus interfere em sua criação. A felicidade do ho-
mem só pode ser encontrada em Deus, na contem-
plação da verdade seguindo um caminho divino.

Deus segundo Espinoza

Baruch Espinoza não acreditava que Deus era um


ser que governava a humanidade segundo o seus de-
sígnios e vontade. Ele acreditava que Deus fez todas
as coisas para proveito do homem. Espinoza dizia
que Deus e a natureza são dois nomes para a mesma
entidade. Para ele, Deus era a base de sustentação e
a condição subjacente da realidade como um todo.
Tudo está em Deus, tudo vive e se movimenta em
Deus. A partir da infinita natureza de Deus, todas as
coisas tendem a uma mesma necessidade.

Deus segundo René Descartes

René Descartes, conhecido como o pai da filosofia


moderna, acreditava que a proximidade de Deus só
era possível através do pensamento racional, visto
que todo pensamento prova sua existência. Ficou
famoso pela expressão “Penso, logo existo”, mesmo
que uma pessoa duvide que o pensamento exista, es-
sa dúvida já é um pensamento. Uma vez seguindo a
razão, Descartes passa buscar a ideia de perfeição.
Ao questionar a origem da ideia de Deus, ele se vê
com o problema de que essa ideia não poderia ter
surgido do nada, pois o nada, nada cria muito menos
um ser perfeito pode ter surgido do nada. Ele tam-
bém dizia que um ser imperfeito não poderia ser cri-
ado por um ser perfeito. Um ser perfeito pode ser
sua própria causa, ao contrário de um ser imperfeito.
A ideia de perfeição está na razão e sugere a exis-
tência de um ser perfeito, pois seria contraditória a
existência da perfeição sem um ser perfeito que te-
nha criado a tudo. Assim, a existência de uma ideia
de perfeição que existe em nossa mente, comprova a
existência de um ser perfeito que a criou e a colocou
em nossa razão, ou seja, um ser que pode ser cha-
mado de Deus.

Deus segundo Rousseau

Jean Jacques Rousseau diz: “Creio que uma von-


tade move o universo e anima a natureza e o faz,
além disso, segundo suas leis”.
Em Emílio, Rousseau mostra claramente sua for-
ma de pensar a respeito de Deus: “A este ser que
quer e que pode a este ser ativo por si mesmo, a este
ser, enfim, qualquer que seja que move o universo e
ordena as coisas, chamo-o Deus”. Rousseau acredita
em um Deus que se manifesta na natureza humana,
mas que está longe do sentido e entendimento hu-
mano. Para ele, Deus é uma manifestação natural
fundada na natureza humana e na experiência da or-
dem do mundo e das coisas que existem como mani-
festações de Deus.
Deus segundo Voltaire

Voltaire era considerado “deísta” (embora ele


mesmo use o termo teísmo para designar sua con-
cepção de Deus). Acredita que Deus se manifesta ao
homem não pela revelação histórica como a tradição
judaico-cristã, mas através da razão, de modo que,
negar a existência de Deus seria um absurdo, pois
segundo ele: “Deus existe como a coisa mais veros-
símil que os homens podem pensar e a proposição
contrária como uma das mais absurdas”. Voltaire
acreditava numa ordem inerente à natureza. Uma
prova desta ordem inerente é o fim com que cada
coisa se relaciona, pois este fim comprova que existe
uma função para cada coisa no universo, conforme
seu pensamento: “Não há arranjo sem objeto, nem
efeito sem causa; logo tudo é igualmente o resultado,
e o produto de uma causa final; logo, é tão verdadei-
ro dizer que os narizes foram feitos para respirar
oxigênio, como é verdadeiro dizer que as orelhas fo-
ram formadas para ouvir os sons e os olhos para re-
ceberem a luz”.

Deus segundo Immanuel Kant

Segundo Immanuel Kant, conhecemos apenas os


objetos no espaço tempo. Tentar conhecer a existên-
cia de Deus através da razão é sucumbir ao fracasso.
O homem além de ser um ser racional, para Kant,
também é um ser emocional e moral. E segundo ele,
é somente através desse caminho que podemos che-
gar ao encontro e existência de Deus.
Toda a preocupação que Kant demonstra quanto às
provas da existência de Deus, têm relação com sua
teoria do conhecimento e sua divisão entre o mundo
dos fenômenos. A razão não deve tentar ultrapassar
o mundo da experiência, que é o mundo do fenôme-
no.
Toda a Teologia é inútil nesse caso. Kant acredita-
va que tudo que fosse algo de estudo e especulação,
deveria ser sentido e provado por todos, por isso sua
ideia de Deus era tão radical, mas mesmo assim ele
nos deixou o ensinamento de que pela moral e bon-
dade que está no homem, poderíamos chegar a Deus.
Ao estudarmos com calma todas essas interpreta-
ções de Deus, encontramos certa coerência entre os
pensamentos, podemos concluir que é através dos
sentidos julgados pela razão que podemos nos apro-
ximar do grande criador ou arquiteto do universo. Is-
so nos mostra claramente que Deus está no íntimo de
cada um, visto que todas as pessoas interpretam a
sensibilidade de forma diferente e fazem uso da ra-
zão segundo suas ideologias.
Deus é subjetivo, é algo pessoal, cada um viveu
um conjunto de experiências que o levaram a crer
em Deus a sua maneira.
Agora falaremos um pouco sobre três mestres es-
pirituais que foram responsáveis pelo surgimento de
três das grandes religiões do mundo. Jesus, Buda e
Krishna.

Jesus

Muitos mistérios haviam na vida de Jesus Cristo,


vamos analisar aqui o conceito de Jesus como ho-
mem e não como algo divino.
Jesus mostrava sinais de sabedoria desde jovem,
dizem que os doutores da lei se impressionavam
com a sabedoria do garoto. Era mestre em dialogar,
e quando começou sua pregação era mestre em ensi-
nar.
Pelo pouco que sabemos, Jesus era contra todo o
tipo de opressão que manipulava os homens de sua
época, era contra o sistema religioso judaico e contra
a política de sua sociedade. Com o passar do tempo,
e seguido por muitas pessoas, Jesus começou a ser
perseguido pelos judeus acusado de blasfêmia. Mas
na verdade, os judeus tinham medo de que ele des-
truísse suas raízes, e foi exatamente isso que ele fez
e por esse motivo a Bíblia é dividida entre o Velho e
o Novo Testamento, Jesus acreditava na imortalida-
de da alma (Assim como Platão), ele dizia que quem
cresse nele nunca pereceria, mas teria a vida eterna.
Quando foi traído por Judas e concluiu que seu
destino seria a morte, Jesus se retirou e foi orar sozi-
nho e disse ao pai (como ele chamava Deus) que
veio para dar testemunho de sua existência, mas que
agora queria que o pai desse testemunho de sua vida
para as pessoas.
Quando estava pregado na cruz, até a sua fé perdeu
diante da dor ao dizer: “Pai, porque me abandonaste
nessa hora”, mas logo se redimiu e entregou sua al-
ma ao Deus que ele acreditava dizendo: “Entrego em
tuas mãos o meu espírito” A ressurreição de Cristo
faz parte da fé cristã, mas diante da missão de Cris-
to, isso é somente um ponto a ser estudado ou objeto
de fé de cada um.
Cristo pregou o amor entre todos os seres huma-
nos, seus ensinamentos são repletos de compaixão e
sabedoria. Quando foi capturado pelos Romanos, Je-
sus tinha um exército com ele e poderia facilmente
começar uma guerra, pelos relatos históricos essa
guerra até começou, mas o próprio Jesus apaziguou
a multidão.
Jesus sabia que o maior problema que inquietava
as pessoas era a culpa, por isso dizia que sempre de-
vemos perdoar, porque assim, seremos perdoados
também por Deus.
Muitas são as igrejas que se exaltaram em nome de
Cristo. O Cristianismo ainda hoje é a maior religião
do mundo, mas o que poucas pessoas entendem, é
que a maioria das igrejas não pregam somente os en-
sinamentos de Cristo, elas promovem a crença de
Cristo e ganham fortunas com isso.
Cristo nos mandou orar em nosso quarto, com a
porta fechada, mas isso poucos fazem, a maioria das
pessoas preferem ir às igrejas. Cristo também pre-
gou a humildade e o voto de pobreza, quase nin-
guém faz isso, e praticamente todas as igrejas que
usam o nome de Cristo estão cada vez mais ricas.
Cristo nos ensinou a famosa regra de ouro: “Não fa-
ça ao próximo o que não queres que façam para ti
mesmo”. Esse conceito, visto como uma moral na
filosofia é válido até hoje. O problema é que poucos
conseguem seguir essa moral. Jesus entregou sua
própria vida em nome daquilo que acreditava se tor-
nando assim um dos maiores nomes na história das
religiões.

Buda

Siddhartha Gautama, mais conhecido como Buda,


também foi um grande mestre na arte de ensinar.
Para Buda, toda a razão do sofrimento também está
no desejo, assim como no Hinduísmo (toda ideia do
Budismo tem origem no Hinduísmo). Buda nasceu
em um palácio e herdaria três palácios divinos.
Diz a lenda, que seu pai sabia que um dia ele re-
nunciaria a tudo para seguir seu caminho em busca
da iluminação. O seu pai, Suddhodana, desejando
para o seu filho o destino de ser um grande rei e pre-
ocupado com o desvio do filho desse caminho, se-
gundo relatos biográficos, tentou proteger o filho
dos ensinamentos religiosos e do conhecimento do
sofrimento humano.
Devido a isso, seu pai o manteve preso em seu pa-
lácio por um bom tempo, mas um dia, Buda encon-
trou uma passagem e conseguiu sair. Quando se de-
parou com um homem velho, um homem doente e
um corpo em decomposição sentiu grande compai-
xão e partiu em busca de sua liberdade. Buda sentiu
que a riqueza material não era o objetivo final da vi-
da, muitos de seus ensinamentos pregam a compai-
xão e a sabedoria.
Buda ajudou as pessoas a despertar a consciência
do universo todo, porque acreditava que só há uma
consciência para despertar seu verdadeiro eu, preci-
samos despertar todos os seres. Existe uma infinida-
de de seres conscientes no universo, Buda se com-
promete a ajudar todos em seu despertar que é cha-
mado de Nirvana ou iluminação.

Krishna

No hinduísmo, Krishna é visto como um avatar ou


manifestação do deus Vishnu, é considerado a su-
prema personalidade de Deus, é uma das divindades
mais cultuadas em toda a Índia. Krishna é muito
comparado a Jesus em alguns aspectos, ele também
significa a manifestação de Deus vivo e também foi
concebido sem união sexual, através do pensamento
ióguico da mente. Krishna significa a suprema ver-
dade absoluta. Ele é facilmente reconhecido por suas
representações artísticas.
Sua pele é retratada na cor preta ou azul escura,
conforme descrito nas escrituras. Embora em repre-
sentações modernas ele geralmente seja mostrado
com pele azul. A data de nascimento de Krishna, co-
nhecida como Janmastami, é o dia 18 de julho de
3228 a.C. Kamsa havia sido alertado por Narada
Muni que, em breve, Vishnu nasceria na família de
Vasudeva.
Soube também, através deste sábio, que em uma
encarnação anterior, Kamsa havia sido um demônio
chamado Kalanemi que tinha sido morto por Vishnu.
Conta à tradição védica que Kamsa, temendo que
Vishnu nascesse em qualquer uma das famílias do
reino, mandou matar todos os meninos com até dois
anos de idade, a fim de evitar o cumprimento da pro-
fecia. Isso não lembra muito um conto bíblico sobre
Jesus e Herodes?
Os ensinamentos de Krishna também se asseme-
lham muito aos de Jesus, Krishna nos ensina que de-
vemos ajudar ao próximo, realizar serviço devocio-
nal a Deus e não nos apegarmos a nada que é mate-
rial, pois esse apego escraviza nossa mente.
Krishna é o personagem principal do Bhagavad
Gita, nesse poema ele ensina ao jovem Arjuna todos
os seus ensinamentos sobre como vencer o ego e so-
bre a imortalidade da alma.

O amor

Todas as principais religiões do mundo ensinam a


amar a Deus e ao próximo. Jesus, Krishna, Buda,
Mahavira, entre outros, nos deixaram um legado
imenso sobre como tratar as pessoas que convivem
conosco.
Depois que você começou a aperfeiçoar uma espi-
ritualidade mais realista e menos imperfeita, vai per-
ceber que todo o nosso planeta é digno de amor. Não
se devem amar somente as pessoas, devemos amar
tudo o que nos permeia que foi criado por Deus.
Animais, plantas, a água, os frutos e todas as demais
criações de Deus. Esse amor sem preconceito con-
funde um pouco a cabeça das pessoas e muitos se
questionam: O que devo amar? Devo amar um ini-
migo? Devo amar alguém que realiza más ações?
Como isso é possível?
Para poder chegar nesse amor incondicional, você
primeiro tem que sair da condição de juiz. Não cabe
a nenhum ser humano julgar uma pessoa. Cada pes-
soa é um universo particular. Quando encontrar uma
pessoa que é vista como maldosa, tente imaginar
como ela era quando criança. Toda criança precisa
de afeto, proteção e amor, mas sabemos que a reali-
dade esta longe disso.
Mães depositam seus filhos recém-nascidos em sa-
cos de lixo, outras vão ainda mais longe e os afogam
e torturam. Imagine o tipo de psicológico essa crian-
ça terá quando se desenvolver. Não fazer julgamen-
tos nos leva a dar o mesmo tipo de amor a todas as
criaturas de Deus. Isso tira de nosso interior todo
rancor e mágoa que temos sobre as pessoas e que na
verdade só inquietam a nossa própria alma. O amor
não deve escolher quem ama, ele deve amar a todos
da mesma forma, pois o amor é uma frequência e se
ela oscila entre amar e não amar dificilmente você
encontrara uma sensação de paz interior em sua vi-
da.
Veja os ensinamentos de Cristo sobre o amor e so-
bre o perdão, Cristo não fazia diferença entre um pe-
cador e um líder religioso, ele sabia que no fundo
todos tinham dores e problemas, por isso pregou que
amassemos uns aos outros como ele nos amou. Seu
amor pelas pessoas foi tão intenso e verdadeiro que
ao final de sua vida ele estava sendo seguido por
praticamente mais de quatro mil pessoas. Acredito
que Jesus foi o maior exemplo de luz que já veio ao
mundo, não cabe a nós saber se seus milagres foram
verdadeiros ou se ele realmente ressuscitou. Infeliz-
mente a maioria das pessoas diz que amam a Jesus
por esses feitos, pois se ele fosse um homem comum
no máximo teriam apenas uma mera admiração pe-
los seus ensinamentos.
Uma boa ação que praticada com sinceridade au-
menta e muito nossa capacidade de amar é a devo-
ção a Deus, ou o serviço devocional a humanidade.
Sabemos que o mundo esta repleto de problemas,
mas, o que as pessoas estão fazendo sobre isso? Pra-
ticamente nada, elas observam e ainda agradecem
por tais problemas não estarem acontecendo em suas
vidas, mas até quando? Quando uma pessoa vai pa-
rar para perceber que as pessoas precisam de ajuda?
Quando elas estiverem na mesma situação? Ai já é
tarde, pois não poderão mais ajudar e precisarão ser
ajudadas.
Qualquer boa ação, não importa quão pequena ela
seja, para Deus é como uma dádiva que você pode
oferecer. Você pode doar um alimento sem que al-
guém lhe peça, pode aquecer alguém do frio da
mesma forma, pode procurar uma instituição de ca-
ridade e ajudar de alguma maneira, não há motivos
para não ajudar as pessoas, pois amanhã pode ser
que você precise dos mesmos cuidados.
Quando você oferece uma oferta a alguém e este
aceita, esta pessoa está lhe ajudando muito mais do
que você a ela, por quê? Porque Deus se sente em
dívida com você, ele sabe que você fez aquela ação
por amor e por se colocar no lugar de seu semelhan-
te.
A boa ação não pode ser feita esperando algo em
troca, ela deve ser praticada pelo simples fato de que
você ama e reconhece que o próximo também é vo-
cê. Quando você perceber que todos os seus seme-
lhantes possuem as mesmas necessidades e cuidados
do que você deseja para si mesmo, você vai passar a
amar as pessoas verdadeiramente sem nenhum moti-
vo, isso é o que chamamos de amor incondicional,
ou o amor Ágape pregado por Cristo.
Quando sua consciência estiver nesse estado, você
vai sentir profundas transformações em sua vida,
transformações que vamos falar no próximo capítulo
do livro.
A luz
“No princípio, Deus criou o céu e a terra. Ora, a
terra estava vazia e vaga, as trevas cobriam o abis-
mo, e um vento de Deus pairava sobre as águas.
Deus disse: “Haja luz" e houve luz – Gênesis 1:1-3”.
O que é a luz? Até hoje a ciência não consegue
explicar satisfatoriamente o que é a luz, mas sabe-
mos o que ela faz. A luz ilumina as trevas, nos reve-
lando o que realmente existe em nosso mundo, tanto
físico como espiritual. Aqui falaremos da luz espiri-
tual que existe dentro de nós e que pode ser desen-
volvida com o aperfeiçoamento dos pilares anterio-
res. Mas o que essa luz em nosso interior pode nos
trazer de bom?
Todos os dias, passamos por dezenas de situações
que colocam nossa vida em risco, pessoas que nos
desejam mal, lugares repletos de maldade, traições,
mentiras e disfarces. Quanto maior é sua espirituali-
dade maior é a luz que habita em seu interior.
Vou dar um simples exemplo de como uma pessoa
que possui uma luz interior reage diante de uma pla-
teia cheia de maldade.
Alguns espíritas chamam esse dom de mediunida-
de, mas uma pessoa não precisa ser espírita para
possuir essas mesmas sensações. Quando uma pes-
soa com uma luz interior forte se vê no meio de um
show ou festa onde todos estão bebendo, falando
bobagens e discórdias, essa pessoa sente um enorme
mal-estar, é como se aquelas palavras negativas ti-
rassem toda sua força, ela se sente fraca e sugada e
se retira do lugar o mais rápido possível.
Quando você está em um ambiente assim, quanto
maior for sua luz interior, maior será sua percepção
de que as energias que estão fluindo naquele lugar
são negativas e que tentam desfocar a luz interior
dentro de você. É muito mais fácil uma pessoa com
maus desejos influenciar uma pessoa boa do que o
oposto. As pessoas negativas, embora não tem a ca-
pacidade de perceber essas sensações, elas também
percebem que existe algo em você contrário ao que
elas sentem e tentarão fazer de tudo para apagar sua
luz e levar você até as trevas que nelas habitam.
Quando uma pessoa desenvolve uma luz espiritual
forte, ela percebe antes mesmo de alguém falar
qualquer coisa qual é a verdadeira intenção daquela
pessoa. É como olhar nos olhos dela e ver refletido
todos os seus desejos e vontades. Esse é um dom que
todos temos, mas que só é possível adquirir buscan-
do a espiritualidade e o amor. Se você for igual essas
pessoas com maldade e energia negativa, nunca vai
distinguir a diferença entre as forças.
Amor e ódio são energias que nossa consciência
emite no universo físico, quando uma pessoa com
muito amor se aproxima de uma pessoa com muito
ódio, ela sente literalmente toda essa carga negativa
que ocupa a mente dessa pessoa e isso nos traz uma
grande vantagem.
Existem inúmeros relatos de pessoas que tiveram
alguma sensação no decorrer da vida de que algo iria
lhes fazer mal. Por que elas sentem isso? Porque são
pessoas boas e a frequência de uma pessoa que dese-
ja o mal chega até elas antes mesmo que elas enxer-
guem essas pessoas.
Desenvolver a luz espiritual nos ajuda a nos prote-
ger de inúmeras situações durante o dia a dia, nos
afasta de pessoas que somente querem tirar vanta-
gem de nós, fora outros benefícios que também tra-
zem a saúde como o controle da ansiedade, uma
maior capacidade de se recuperar de doenças e um
estado espiritual pacífico com todos.
Talvez você ache isso algo meio surreal, mas não
é, basta praticar os pilares acima e desenvolver em
você o amor que você vai começar a ter revelações
surpreendentes.
A luz espiritual nada mais é do que uma proteção
ao seu redor, ela consegue captar todo tipo de ener-
gia ruim e lhe mostrar o caminho correto para que
você saia de determinadas situações.
Às vezes, dependendo das escolhas que tomamos,
essa luz interior se apaga um pouco ou aumenta ain-
da mais. Pessoas que tentam conquistar as outras por
interesse, que querem obter vantagem de uma pessoa
ingênua ou praticam atitudes que acumulam energias
negativas em seu interior, enfraquece essa luz. Por
isso é bom sempre estar atento as suas escolhas e
pensamentos, a maneira como você trata o próximo
e qual sua verdadeira intenção ao se comunicar com
as pessoas.
A partir do momento que você busca o conheci-
mento, usa a sabedoria para discernir o certo do er-
rado, começa a absorver uma espiritualidade única e
desenvolve o amor incondicional em seu interior, es-
sa luz se expande a ponto de incomodar alguém que
esta perto de você sem que você diga uma palavra.
As pessoas que vivem nas trevas não suportam a
luz, porque a luz revela quem realmente elas são,
elas tentarão fazer de tudo para que você se afaste
dos amigos em comum, porque cedo ou tarde elas
sabem que você vai perceber a real intenção delas
sobre os outros.
Essa luz espiritual é como um campo protetor so-
bre seu corpo, ela bloqueia sentimentos ruins que as
pessoas direcionam a você e revela se alguém quer
lhe fazer bem ou mal.
Desenvolver essa luz espiritual não é uma tarefa
fácil, mas é acessível a todos, basta um pouco de es-
forço e você verá que no final tudo será recompen-
sador. Você terá sensações e sentimentos que jamais
acreditaria que estivessem ao seu alcance e vai saber
exatamente por onde deve caminhar.
Por todos os caminhos que passar vai deixar essa
luz diante das pessoas, trazendo sempre boas emo-
ções e sentimentos que voltarão a você por parte de
Deus.
Espero que esse pequeno livro possa lhe ajudar a
conseguir desenvolver esse poder que existe em vo-
cê desde o seu primeiro fôlego de vida e quando pra-
ticar e perceber que esse poder é uma realidade, que
você ajude outras pessoas a desenvolverem nelas es-
se mesmo poder que desenvolveu em você.
Busque o conhecimento, nunca se acomode e
acredite que você não precisa aprender mais a cada
dia.
Treine sua sabedoria questionando-se a si mesmo
sobre o universo ao seu redor e sua realidade. Procu-
re sempre aumentar sua espiritualidade buscando
novas ideias e crenças.
Perceba que o amor é a maior fonte de poder do
universo. Com o amor podemos transformar lágri-
mas em sorrisos, dor em alegria, fraqueza em força,
desavenças em amizade, diferenças em união.
Quando o amor em você for desenvolvido de for-
ma natural, você vai sentir uma sensação de harmo-
nia com você e seus semelhantes.
Após desenvolver em você o amor, a luz vai che-
gar a você sem que você a procure, vai iluminar seu
caminho por onde quer que você esteja, deixando as-
sim todas as trevas da maldade.
Quando essa luz habitar seu coração, todos os pro-
blemas que você acreditava não terem solução dei-
xaram de existir. Que a paz possa lhe acompanhar
em todos os dias de sua vida e que todos os seus so-
nhos e desejos se tornem realidade.

Fim
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