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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
CURSO DE PSICOPEDAGOGIA

ALINE ROSALINO DA SILVA PEREIRA

Rio de Janeiro
2023
AVALIÇÃO 1 DA DISCIPLINA DE PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO

Aline Rosalino da Silva Pereira

Avaliação apresentada ao Curso de


Psicopedagogia, da Universidade Veiga
de Almeida - Rio de Janeiro, como parte
dos requisitos necessários a aprovação na
disciplina de Psicologia da Educação.

Prof. Maria das Graças


Borges de Oliveira
Inatismo, empirismo e interacionismo: As concepções sobre o desenvolvimento
e a aprendizagem

A psicologia possui uma amplitude de interesses e estudos que irão subsidiar


teórico e metodologicamente as práticas de diversos profissionais em escolas,
clínicas, hospitais, empresas, comunidades etc. Uma das grandes áreas de
estudos e pesquisa é a Psicologia do Desenvolvimento, a qual envolve estudos
das dimensões cognitivas, físicas, afetivas e sociais ao longo de todo o ciclo
vital humano. Neste sentido, busca interfaces com outras áreas de
conhecimento como: Biologia, Antropologia, Sociologia, Filosofia etc.

"Pensar não se reduz, acreditamos, em falar, classificar em categorias, nem


mesmo abstrair. Pensar é agir sobre o objeto e transformá-lo."

Jean Piaget, no livro Problemas de Psicologia Genética

Com base no exposto, elabore um texto dissertativo que contenha:

 A história da psicologia sobre as questões psíquicas a partir da


filosofia Grega, com o nascimento racional (não mais em mitos).
 As três concepções sobre a aquisição dos conhecimentos.

Uma visão geral sobre a Psicologia se construindo como alicerce para


estudos da Psicologia da Aprendizagem e do Desenvolvimento
A racionalidade tem sua origem no período da filosofia designada pré-
socrática. Nessa época se inicia os conceitos de ‘princípio', ‘elemento',
‘matéria', ‘forma', ‘ser', ‘devir' e ‘espírito'. A argumentação em torno do arché
(procura da substância inicial de onde tudo deriva) questão central da filosofia
pré-socrática, foi o ponto de passagem do pensamento mítico para o
pensamento racional. A filosofia passa a se alicerçar no mundo racional, no
qual as explicações giravam em torno de elementos racionais, a partir de então
os filósofos deixam de acreditar nos mitos e passam a criar teorias próprias
sobre a origem das coisas e do próprio conhecimento.

Entre 400 e 500 anos a.C. na Grécia antiga surge a psicologia,


influenciada fortemente pelos filósofos Sócrates, Aristóteles e Platão. Ela é
uma ciência que investiga as causas do comportamento humano e essa
investigação tem por objetivo compreender os processos mentais e assim
poder mudar atitudes prejudiciais relacionados a suas emoções que venha a
afetar sua vida, inclusive a aquisição de aprendizagens. A psicologia é
fundamental no que se refere a criar ferramentas e estratégias que possam
melhorar os processos de ensino, já que também se aprofunda em como
funcionam os processos de aprendizagem.

A escola, antes centrada no ato de ensino, entendendo a aprendizagem


como uma questão de método, passa a compreender que tanto o
desenvolvimento, quanto a aprendizagem, são elucidados de formas
diferentes. As correntes teóricas do desenvolvimento, inatismo,
comportamentalismo e interacionismo, são as responsáveis por essa
elucidação.
A abordagem inatista, também conhecida como apriorista ou nativista,
acredita que o indivíduo já nasce com as características necessárias para o
seu desenvolvimento, independentemente do ambiente. Essa é uma visão que
limita a aprendizagem, visto que desconsidera as interações socioculturais na
formação das estruturas comportamentais e cognitivas do sujeito reduzindo a
aprendizagem e o desenvolvimento humano a aspectos meramente biológicos.
Segundo Rego (1995):

Esse paradigma promove uma expectativa significativamente


limitada do papel da educação para
o desenvolvimento individual, na medida em que
considera o desempenho do aluno fruto de suas capacidades
inatas. O processo educativo fica, assim,
na dependência de seus traços comportamentais ou
cognitivos. Desse modo, acaba gerando um certo
imobilismo e resignação provocados pela convicção
de que as diferenças não serão superáveis pela educação. (p. 87)

Nesse sentido, o aspecto pedagógico estaria comprometido, pois é


impossível alterar determinações inatas, uma vez que já se encontra pronta ou
não para realizar determinada aprendizagem.
O comportamentalismo, filosofia positivista de base empirista também
conhecida como behavorista ou ambientalista, tem os fatores ambientais,
estímulos externos, como os agentes responsáveis pela aprendizagem. O
homem é concebido como um ser que desenvolve suas características em
função das condições presentes no meio em que se encontra. Skinner, grande
defensor da filosofia ambientalista, propõe uma ciência do comportamento,
para ele o papel do ambiente é muito mais importante do que a maturação
biológica. Segundo essa concepção, a criança nasce como uma folha em
branco e, gradualmente, passa a ser modelada, estimulada e corrigida pelo
meio em que vive, sendo assim o desenvolvimento é encarado como um
aglomerado de respostas aprendidas.
Segundo Skinner (1986):

Se vamos usar os métodos da ciência no campo dos


assuntos humanos, devemos pressupor que o comportamento
é ordenado e determinado. Devemos
esperar descobrir que o que o homem faz é o resultado
de condições que podem ser especificadas
e que, uma vez determinadas, podemos antecipar e
até certo ponto determinar as ações. (SKINNER apud MIZUKAMI,
p. 22)

As teorias comportamentalistas omitem as atividades mentais, para elas


o comportamento pode ser modificado por meio da seleção prévia de
experiência e da manipulação do meio.
O interacionismo leva em consideração a interação entre o organismo e
o meio. O sujeito passou então a ser aquele responsável pela construção e
reconstrução de suas estruturas cognitivas, dentro de uma perspectiva de
interação. Os teóricos Jean Piaget e Lev Vygotsky, são fundamentais para
pensarmos sobre as teorias interacionistas.
Piaget estudou os processos de aprendizagem e desenvolveu a teoria
interacionista, base para propostas conhecidas como construtivistas. Ele se
empenhou em explicar como a inteligência humana se desenvolve e como se
dá a construção do conhecimento desde o nascimento do indivíduo,
estabelecendo assim as bases da teoria a qual chamou de Epistemologia
Genética (estudo da gênese e o desenvolvimento das estruturas lógicas do
sujeito em interação com o objeto de aprendizagem, ou seja, o estudo do
processo de construção dos conhecimentos). Ele afirma que o conhecimento é
gerado a partir de uma interação do sujeito com seu meio (objeto), a partir de
estruturas previamente existentes no indivíduo. Segundo essa concepção:

“...a aprendizagem é subordinada ao desenvolvimento cognitivo,


que passa por sucessivos estágios de acordo com as diferentes
fases do indivíduo, em que as operações mentais ressaltam
a atividade do sujeito, predominando em cada estágio,
respectivamente, a atividade motora, a perceptiva e a atividade
mental,
acrescentando-se, ainda, a atividade verbal.”
(pag 23, apostila UVA, Psicologia da educação cap. 2)

Vygotsky é o principal representante da concepção sociointeracionista


do desenvolvimento humano, ele considera o desenvolvimento da estrutura
humana como um processo da apropriação da experiência histórica e cultural.
Para ele o processo de aprendizagem está relacionado ao desenvolvimento
desde o nascimento que é definido pelo processo de maturação do organismo,
inerente à espécie humana. As proposições vygotskyanas apontam para a
superação das oposições (inato/adquirido) consagradas no campo teórico da
Psicologia, já que coloca interação do indivíduo com o meio como
característica definidora da constituição humana rejeitando algumas
colocações das abordagens comportamentalistas, inatistas e a concepção
construtivista piagetiana, pois elas colocam ênfase exagerada nas pressões do
meio e supervalorizarem o aspecto hereditário e maturacional.
Para o autor, é na relação dialética com o mundo que o sujeito se
constitui, aprende e se liberta. Para ele o homem, como ser histórico, não se
constitui de forma imutável, mas sim de forma ativa no processo de construção
de si mesmo, da natureza e da história.
Na teoria sociointeracionista, o desenvolvimento da estrutura cognitiva
humana é um processo que se dá na apropriação da experiência histórica e
cultural. A partir do seu nascimento, o aprendizado da criança está relacionado
ao desenvolvimento, esse é uma característica universal do processo de
desenvolvimento das funções psicológicas, culturalmente organizadas e
inerentes ao ser humano. Sendo assim, o desenvolvimento do indivíduo, em
parte, é definido pelo processo de maturação do organismo, no qual o
aprendizado desperta os processos internos de desenvolvimento seguindo um
percurso do externo para o interno, do social para o individual. Para ela é na
relação dialética com o mundo que o sujeito aprende, pois o sujeito tem papel
ativo no processo de aprendizagem.
A partir das colocações desse texto, podemos então afirmar, portanto
que a psicologia tem grande importância para o entendimento dos processos
cognitivos amadurecidos e obtidos ao longo da vida. É ela quem evidencia
como eles ocorrem e oferece o caminho para fortalece-los, ampliando também
o propósito do estudo do desenvolvimento humano interagindo com outras
áreas da psicologia e compartilhando seus conhecimentos com diversas áreas
científicas.
Referências:

PRADO, Claudio Gonçalves; BUIATTI, Viviane Prado, Psicologia na Educação,


Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG. UFU, 2016.
Acesso em: <https://www.fafich.ufmg.br/cogvila/dischistoria/Gomes2.pdf>

Acesso em: <http://www.gestaouniversitaria.com.br/artigos/o-nascimento-da-


psicologia>

Acesso em: <https://www.vittude.com/blog/o-que-e-psicologia-e-como-surgiu/>

Acesso em: <https://pedagogiamodular.wordpress.com/2018/11/21/teorias-da-


aprendizagem-concepcoes-ambientalista-inatista-socio-historica/>

Acesso em: <https://blog.estudesemfronteiras.com/psicologia-da-educacao/>

Acesso em: <https://aspectum.com.br/blog/psicologia-do-desenvolvimento-e-


da-aprendizagem>

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