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Conhecimentos Pedagógicos

ASPECTOS PSICOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO

TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO


APLICADAS NA EDUCAÇÃO
LIVRO: PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO.

ZILMA DE OLIVEIRA

Concepção Inatista

Eventos que ocorrem após o nascimento não são essenciais para o desenvolvimento.

As capacidades, a personalidade, os valores, os hábitos, as crenças, a conduta de cada


ser humano já se encontram prontos no nascimento.

O papel do ambiente, da educação e do ensino é tentar interferir o mínimo possível


no processo de desenvolvimento espontâneo da pessoa

Esta perspectiva enfatiza os fatores maturacionais e hereditários, ou seja, entende que


o ser humano nasce com potencialidades, dons e aptidões que serão desenvolvidos
de acordo com o amadurecimento biológico. Por isso, o nome inatismo –
características que nascem conosco.
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Essa tendência parte do princípio que o homem já nasce pronto, o que inclui a
personalidade, os valores, os hábitos, as crenças, o pensamento, a emoção e a conduta
social.

Nesse sentido, o ser humano não tem possibilidade de mudança, não age
efetivamente e nem recebe interferências significativas do social

Concepção Ambientalista

Atribui um imenso poder ao ambiente no desenvolvimento humano.

O homem é concebido como um ser extremamente plástico, que desenvolve suas


características em função das condições presentes no meio em que se encontra. Essa
concepção deriva do empirismo.

Na Psicologia, o grande defensor da posição ambientalista é o norte americano B. F.


Skinner. Este propõe uma ciência do comportamento. O papel do ambiente é muito
mais importante do que a maturação biológica.

São os estímulos presentes em uma dada situação que levam ao aparecimento de um


determinado comportamento.

Essa perspectiva enfatiza que o ser humano é produto do meio em que vive, ou seja,
é moldado pelos estímulos ambientais e pelos condicionamentos.

A criança nasce como uma folha em branco e, gradualmente, passa a ser modelada,
estimulada e corrigida pelo meio em que vive. Os estímulos e as condições presentes
no meio são entendidos como fontes de aprendizagem..

A Concepção Interacionista: Piaget e Vygotsky

O interacionismo é uma abordagem difundida apenas no final do século XX. Essa


perspectiva leva em consideração a interação entre o organismo e o meio.

Nesse momento, o sujeito passou a ser visto não apenas do ponto de vista orgânico
ou apenas como o resultado de influências do meio, mas sim como aquele
responsável pela construção e reconstrução de suas estruturas cognitivas, dentro de
uma perspectiva de interação.

Nessa interação, fatores internos e externos se inter-relacionam continuamente. Tal


teoria entende a aquisição do conhecimento como um processo de construção
contínua do ser humano em sua relação com o meio.
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Organismo e meio exercem ação recíproca. As novas construções dependem das


relações que estabelecem com o ambiente em uma dada situação

ABORDAGENS DE APRENDIZAGEM
MIZUKAMI
Tradicional

Comportamentalista

Cognitivismo

SócioCultural

Humanismo

ABORDAGEM TRADICIONAL
Trata-se de uma concepção e uma prática educacionais que persistem no tempo, em
suas diferentes formas, e que passaram a fornecer um quadro diferencial para todas
as demais abordagens que a ela se seguiram.

Como se sabe, o adulto, na concepção tradicional, é considerado como homem


acabado, "pronto" e o aluno um "adulto em miniatura", que precisa ser atualizado. O
ensino será centrado no professor.

O aluno apenas executa prescrições que lhe são fixadas por autoridades exteriores.

A realidade é algo que será transmitido ao indivíduo principalmente pelo processo


de educação formal, além de outras agências, tais como família, Igreja.

Os Programas exprimem os níveis culturais a serem adquiridos na trajetória da


educação formal. A reprovação do aluno passa a ser necessária quando o mínimo
cultural para aquela faixa não foi atingido, e as provas e exames são necessários a
constatação de que este mínimo exigido para cada série foi adquirido pelo aluno.

ABORDAGEM COMPORTAMENTALISTA

O conhecimento é uma "descoberta" e é nova para o indivíduo que a faz. O que foi
descoberto , porém, já se encontrava presente na realidade exterior.

Os comportamentalistas consideram a experiência ou a experimentação planejada


como a base do conhecimento , o conhecimento é o resultado direto da experiência.
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O homem dentro desse referencial é considerado como o produto de um processo


evolutivo.

ABORDAGEM HUMANISTA

Parte do principio que pensamentos, sentimentos e ações estão integrados.

Procura dar ênfase na pessoa com ideias de liberdade, diálogo e respeito, com
ensino centrado no aluno e sempre utilizando métodos de auto avaliação e auto
aprendizagem.

Nesta abordagem é dada a ênfase no papel do sujeito como principal elaborador do


conhecimento humano . Da ênfase ao crescimento que dela se resulta , centrado no
desenvolvimento da personalidade do indivíduo na sua capacidade de atuar como
uma pessoa integrada .

O professor em si não transmite o conteúdo , dá assistência sendo facilitador da


aprendizagem . O conteúdo advém das próprias experiências do aluno o professor
não ensina : apenas cria condições para que os alunos aprendam .

O objetivo do ser humano é a autorealização ou uso pleno de suas potencialidades e


capacidades o homem se apresenta como um projeto permanente e mau acabado .

Autodescoberta e autodeterminação são características desse processo .

Principais teóricos: Carl Rogers e Freinet.

ABORDAGEM COGNITIVISTA

Procura explicar os mecanismos internos que ocorrem na mente humana com


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relação ao aprendizado e a estruturação do conhecimento. Dá ênfase a aquisição,


armazenamento e organização das ideias no cérebro do individuo.

A organização do conhecimento , processamento de informações estilos de


pensamento ou estilos cognitivos , comportamentos relativos à tomada de decisões ,
etc.

O homem e mundo serão analisados conjuntamente , já que o conhecimento é o


produto da interação entre eles , entre sujeito e objeto.

ABORDAGEM COGNITIVISTA

O desenvolvimento humano que traz implicações para o ensino .Uma das


implicações fundamentais é a de que a inteligência se constrói a partir da troca do
organismo como o meio , por meio das ações do indivíduo . A ação do indivíduo ,
pois , é centro do processo e o fator social ou educativo constitui uma condição de
desenvolvimento .

PIAGET!!!

ABORDAGEM SÓCIOCULTURAL

Pode-se situar Paulo Freire com sua obra, enfatizando aspectos sócio-político-
cultural, havendo uma grande preocupação com a cultura popular, sendo que tal
preocupação vem desde a II Guerra Mundial com um aumento crescente até nossos
dias.

O homem está inserido no contexto histórico. O homem é sujeito da educação, onde


a ação educativa promove o próprio indivíduo, como sendo único dentro de uma
sociedade/ambiente.

ABORDAGEM SÓCIOCULTURAL

O homem alienado não se relaciona com a realidade objetivo, como um verdadeiro


sujeito pensante: o pensamento é dissociado da ação .

A estrutura de pensar do oprimido está condicionada pela contradição vivida na


situação concreta, existencial em que o oprimido se forma.
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PIAGET

OPUNHA-SE A EDUCAÇÃO DENOMINADA FACILITADORA OU

COMPENSATÓRIA.

" A CADA MOMENTO QUE ALGUÉM ENSINA

PREMATURAMENTE A UMA CRIANÇA ALGO QUE A

CRIANÇA PODERIA DESCOBRIR POR CONTA PRÓPRIA, ESSA

CRIANÇA ESTÁ PERDENDO A OPORTUNIDADE

DE EXERCER A SUA CRIATIVIDADE E DE COMPREENDER

O QUE FOI ENSINADO."

ASSIMILAÇÃO

A ASSIMILAÇÃO É O PROCESSO COGNITIVO PELO

QUAL UMA PESSOA INTEGRA (CLASSIFICA) UM

NOVO DADO PERCEPTUAL, MOTOR OU CONCEITUAL ÀS

ESTRUTURAS COGNITIVAS PRÉVIAS OU SEJA,

QUANDO A CRIANÇA TEM NOVAS EXPERIÊNCIAS


Conhecimentos Pedagógicos

(VENDO COISAS NOVAS, OU OUVINDO COISAS

NOVAS) ELA TENTA ADAPTAR ESSES NOVOS

ESTÍMULOS ÀS ESTRUTURAS COGNITIVAS QUE

JÁ POSSUI.

ACOMODAÇÃO

É a modificação de um esquema ou de uma estrutura em função das


particularidades do objeto a ser assimilado. A acomodação pode ser de duas formas,
visto que se pode ter duas alternativas:

Criar um novo esquema no qual se possa encaixar o novo estímulo, ou

Modificar um já existente de modo que o estímulo possa ser incluído nele.

Após ter havido a acomodação, a criança tenta novamente encaixar o estímulo no


esquema e aí ocorre a assimilação. Por isso, a acomodação não é determinada pelo
objeto e sim pela atividade do sujeito sobre este, para tentar assimilá-lo.

O balanço entre assimilação e acomodação é chamado de adaptação.

Equilibração:

É o processo da passagem de uma situação de menor equilíbrio para uma de maior


equilíbrio. Uma fonte de desequilíbrio ocorre quando se espera que uma situação
ocorra de determinada maneira, e esta não acontece.
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ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO PARA PIAGET

PALAVRAS DE PIAGET (1896/ 1980)

ASSIMILAÇÃO, ACOMODAÇÃO, DESEQUILIBRIO,

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO, OPERATÓRIOS,

HOMEM / MEIO, HOMEM/ OBJETO, JOGOS SIMBÓLICOS,

JOGO SOCIAL, JOGO DE REGRAS PSICOGÊNESE,

SISTEMA NERVOSO, COGNIÇÃO

VYGOTSKY

Possui como característica principal, afirmar que a aprendizagem vêm de fora ( meio
social) para dentro (intrapessoal).

A pessoa sempre irá aprender com o auxílio de alguém, desde que tenha vontade e
essa aprendizagem seja signigicativa.

Para Vigotsky a aprendizagem é uma mediação inter e intrapessoal e os dados que


passamos ou aprendemos possui sua origem nos signos de cada grupo social.
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Relação homem-ambiente

Os estudos de Vygotsky sobre aprendizado decorrem da compreensão do homem


como um ser que se forma em contato com a sociedade. "Na ausência do outro, o
homem não se constrói homem", escreveu o psicólogo. Ele rejeitava tanto as teorias
inatistas, segundo as quais o ser humano já carrega ao nascer as características que
desenvolverá ao longo da vida, quanto as empiristas e comportamentais, que veem o
ser humano como um produto dos estímulos externos.

Para Vygotsky, a formação se dá numa relação dialética entre o sujeito e a sociedade


a seu redor - ou seja, o homem modifica o ambiente e o ambiente modifica o homem.
Essa relação não é passível de muita generalização; o que interessa para a teoria de
Vygotsky é a interação que cada pessoa estabelece com determinado ambiente, a
chamada experiência pessoalmente significativa.

PALAVRAS DE VYGOTSKY (1896 / 1934)

SIGNO, SOCIEDADE, ZONA DE DESENVOLMENTO REAL,

POTENCIAL, PROXIMAL, INTERNALIZAÇÃO, MEDIAÇÃO,

APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA, GRUPO, LINGUAGEM,

SIMBOLOS
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Henri Wallon (1879-1962)

Militante apaixonado, o médico, psicólogo e filósofo francês mostrou que as crianças


têm também corpo e emoções (e não apenas cabeça) na sala de aula

Apaixonado (tanto na política como na educação), dizia que reprovar é sinônimo de


expulsar, negar, excluir. Ou seja, "a própria negação do ensino".

Fundamentou suas ideias em quatro elementos básicos, chamados campos funcionais


que se comunicam o tempo todo: a o movimento, a afetividade, a inteligência
(cognição) e a formação do eu como pessoa.

Os quatro campos funcionais

O movimento: É pela interação com os objetos e com o seu próprio corpo – em


atitudes como colocar o dedo nas orelhas, pegar os pés, segurar uma mão com a outra
que a criança estabelece relações entre seus movimentos e suas sensações e
experimenta, sistematicamente, a diferença de sensibilidade existente entre o

que pertence ao mundo exterior e o que pertence a seu próprio corpo. (GALVAO,
2007, p.51)

A afetividade: é a primeira forma de interação com o meio-ambiente, sendo a


motivação do movimento. É o elemento mediador das relações sociais: na interação
com o outro, desenvolvem-se sinalizações afetivas específicas como medo, alegria,
raiva, tranquilidade etc. São a base da inteligência.

A cognição está relacionada com duas atividades cognitivas humanas: o raciocínio


simbólico e a linguagem. É através dela que a criança vai organizando as informações
provenientes do seu meio e do seu organismo, que inicialmente se apresenta de forma
global, confusa, sem distinção da relação que as une.

A pessoa é o campo funcional que coordena os demais. É o responsável pelo


desenvolvimento da consciência e da identidade do eu.

As relações entre os três primeiros campos funcionais não são harmônicas, de modo
que constantemente surgem conflitos entre eles.

A influência do orgânico e do social

Para Wallon, o fator orgânico é a primeira condição para o desenvolvimento do


pensamento; ressalta, porém, a importância das influências do meio.

A pessoa é o resultado de influências sociais e fisiológicas, de modo que o estudo do


psiquismo não pode desconsiderar nem um nem outro aspecto do desenvolvimento
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humano.

Por outro lado, as potencialidades psicológicas dependem especialmente do contexto


sociocultural. O desenvolvimento do sistema nervoso, então, não seria suficiente para
o pleno desenvolvimento das habilidades cognitivas.

Estágios do Desenvolvimento

Ao contrário de Piaget, Wallon não acredita que os estágios de desenvolvimento


formem uma sequência linear e fixa, ou que um estágio suprima o outro. Para Wallon,
o estágio posterior amplia e reforma os anteriores. Para ele, o desenvolvimento é
permeado de conflitos internos e externos, acreditando ser natural que ocorram
rupturas, regressões e reviravoltas.

A sequência de estágios proposta por ele é a seguinte:

Impulsivo Emocional (0 a 1 ano)

Sensório-Motor e Projetivo (1 a 3 anos)

Personalismo (3 a 6 anos)

Categorial (6 a 11 anos)

Puberdade e Adolescência (11 anos em diante)

Estágio Impulsivo Emocional (0 – 1 ano)

Características gerais:

- Campo funcional predominante: afetivo.

a) Etapa da Impulsividade motora (0 - 3 meses)

→Característica principal: impulsividade motora pura - alívio de sensações de


desconforto e de tensão.

b) Etapa Emocional (3 – 12 meses)

→Característica principal: atividades circulares – movimentos repetidos


intencionalmente pela criança; percepção de que a própria ação pode gerar
efeitos no ambiente.
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Estágio Sensório-motor e projetivo (1 – 3 anos)

O interesse da criança se volta para a exploração sensória motora do mundo físico


(sensibilidade exteroceptiva). As aquisições da marcha e da preensão possibilitam-lhe
maior autonomia na manipulação de objetos e na exploração de espaços. Outro
marco fundamental deste estágio é o desenvolvimento da função simbólica e da
linguagem

Estágio do Personalismo (3-6 anos)

Características gerais:

- Campo funcional predominante: afetivo.

- Principal tarefa do estágio: constituição do eu psíquico.

- Início do processo de construção e afirmação da própria identidade.

Estágio do Personalismo (3-6 anos)

Três etapas ou fases:

I – Oposição : Caracterizada pela necessidade de se auto afirmar, de impor sua


visão pessoal, de se constituir e de se diferenciar do outro.

II – Sedução ou Idade da graça: A criança agora tem necessidade de ser


admirada, de sentir que agrada aos outros, pois só assim poderá se admirar
também.

III – Imitação: A imitação passará a ser de um papel, de uma personagem, de


um ser preferido e muitas vezes desejado.

Estágio Categorial (6-11 anos)

Características gerais:

- A criança aprende a conhecer como pessoas pertence a diferentes grupos, exercendo


papeis e atividades variados. Toma conhecimentos de suas possibilidades, adquirindo
um conhecimentos mais completo e concreto de si mesma.

- Nesta etapa, ela aprende a denominar corretamente os objetivos familiares, e


separa-los de sua própria existência e percebe a existência das coisas
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independentemente de sua pessoa.

- Estágio de maior estabilidade

- Exploração mental do mundo físico.

- Ampliação da capacidade de atenção (autodisciplina mental).

Estágio da Puberdade e da Adolescência (12 - 16 anos)

Consequências

- Necessidade de se reapropriar de seu corpo – relação conflituosa com o espelho.

- Necessidade de consolidar a própria identidade – interesse voltado para os próprios

interesses.

- Ambivalência de atitudes e sentimentos.

- Período de oposição.

- Afastamento dos pais e aproximação dos pares.

Piaget x Vygotsky
PIAGET DA

DEPENDE DO ESTÁGIO

VYGOTSKY AD

DEPENDE DA CULTURA (ZDP)

WALLON DAAD

NÃO TEM QUEM VENHA PRIMEIRO.

O FATOR PRINCIPAL É A AFETIVIDADE.


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QUANTO AO PAPEL DOS FATORES INTERNOS E EXTERNOS NO


DESENVOLVIMENTO

Piaget privilegia a maturação biológica; Vygotsky, o ambiente social, Piaget, por


aceitar que os fatores internos preponderam sobre os externos, postula que o
desenvolvimento segue uma seqüência fixa e universal de estágios. Vygotsky, ao
salientar o ambiente social em que a criança nasceu, reconhece que, em se variando
esse ambiente, o desenvolvimento também variará. Neste sentido, não se pode aceitar
uma visão única, universal, de desenvolvimento humano.

QUANTO À CONSTRUÇÃO REAL

Piaget acredita que os conhecimentos são elaborados espontaneamente pela criança,


de acordo com o estágio de desenvolvimento em que esta se encontra. A visão
particular e peculiar (egocêntrica) que as crianças mantêm sobre o mundo vai,
progressivamente, aproximando-se da concepção dos adultos: torna-se socializada,
objetiva. Vygotsky discorda de que a construção do conhecimento proceda do
individual para o social. Em seu entender a criança já nasce num mundo social e, desde
o nascimento, vai formando uma visão desse mundo através da interação com adultos
ou crianças mais experientes. A construção do real é, então, mediada pelo interpessoal
antes de ser internalizada pela criança. Desta forma, procede-se do social para o
individual, ao longo do desenvolvimento.

QUANTO AO PAPEL DA APRENDIZAGEM

Piaget acredita que a aprendizagem subordina-se ao desenvolvimento e tem pouco


impacto sobre ele. Com isso, ele minimiza o papel da interação social. Vygotsky, ao
contrário, postula que desenvolvimento e aprendizagem são processos que se
influenciam reciprocamente, de modo que, quanto mais aprendizagem, mais
desenvolvimento.

QUANTO AO PAPEL DA LINGUAGEM NO DESENVOLVIMENTO E Á RELAÇÃO


ENTRE LINGUAGEM E PENSAMENTO

Segundo Piaget, o pensamento aparece antes da linguagem, que apenas é uma das
suas formas de expressão. A formação do pensamento depende, basicamente, da
coordenação dos esquemas sensorimotores e não da linguagem. Esta só pode ocorrer
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depois que a criança já alcançou um determinado nível de habilidades mentais,


subordinando-se, pois, aos processos de pensamento.

Já para Vygotsky, pensamento e linguagem são processos interdependentes, desde o


início da vida. A aquisição da linguagem pela criança modifica suas funções mentais
superiores: ela dá uma forma definida ao pensamento, possibilita o aparecimento da
imaginação, o uso da memória e o planejamento da ação.

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