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TEORIA COGNITIVISTA

Nas teorias cognitivistas o aluno não é passivo na aprendizagem, pois, diferentemente


dos modelos comportamentalistas, deixa de ser visto como o receptáculo dos
conhecimentos transmitidos pelo professor, mediante os quais se esperava
determinadas respostas.
Ao mesmo tempo que uma criança passa por consideráveis alterações físicas durante
o seu desenvolvimento também as suas capacidades cognitivas progridem através de
transformações fundamentais. O desenvolvimento cognitivo remete para um processo
mental pelo qual o conhecimento é adquirido, armazenado e recuperado para resolver
problemas.
As teorias cognitivas procuram explicar as atividades cognitivas que contribuem para o
desenvolvimento intelectual das crianças e da capacidade de aprendizagem. A
investigação sobre o desenvolvimento cognitivo teve um grande impacto no
movimento construtivista.
As teorias cognitivistas assumem que a aprendizagem produz-se a partir da
experiência, que não é entendida como uma simples transferência, mas como uma
representação da mesma. A ênfase é colocada na forma como se adquirem as
representações do mundo, como se armazenam na memória ou estrutura cognitiva. É,
assim, realçado o papel da memória, não no sentido tradicional que a afastava da
compreensão, mas antes como um valor construtivista. Valoriza-se a aprendizagem
humana através de processos construtivos de assimilação e acomodação.
O cognitivismo abandonou a orientação mecanicista passiva do comportamentalismo e
entende o sujeito como um processador ativo da informação através do registro e
organização da informação de forma a reorganizá-la e reestruturá-la no seu
mecanismo cognitivo.
Esta reestruturação não se reduz a uma mera assimilação, mas é, pelo contrário, uma
construção dinâmica do conhecimento.
A teoria cognitivista tem como principiais características os estímulos provocados pelo
meio em que se situa o sujeito, os registros sensoriais do indivíduo através dos quais
retém nas memórias de curto e de longo prazo (MCP e MLP) a informação que
processa, de acordo com o grau de atenção que presta a esses mesmos estímulos e
da significação que lhes atribui.
A abordagem cognitivista estuda cientificamente a aprendizagem em seus processos
involutivos (voltados para dentro). A ênfase está na forma como o indivíduo processa e
articula o conhecimento. É uma abordagem interacionista, homem e mundo interagem
a fim de suscitar o conhecimento.
ABORDAGEM COSTRUTIVISTA

O construtivismo fundamenta-se na idéia de que a realidade do mundo é construída


na mente dos indivíduos a partir de representações mentais ou modelos do mundo. O
conhecimento adquire, assim, um estatuto subjetivo uma vez que este resulta das
nossas experiências sobre o mundo.
Esta idéia é um elemento central da filosofia de Kant. O contexto assume um papel
fundamental tendo em conta que a construção de novos conhecimentos faz-se a partir
dos contextos da vida real que serviram de base à construção dos conhecimentos
anteriores.
(Hannafin, Hannafin, Land & Oliver, 1997) consideram que o paradigma construtivista
pode ser dividido essencialmente em dois tipos de abordagens distintas.
A primeira, o construtivismo, está ligada à corrente cognitivista e à abordagem
Piagetiana. A segunda abordagem, denominada Sócio-Interacionista, deriva da
abordagem sociocultural de Vygotsky.
No construtivismo a ênfase é colocada mais no aluno que no professor. O aluno
constrói o seu conhecimento e soluções para os problemas. A autonomia e a iniciativa
são encorajadas.
Os construtivistas viam a aprendizagem como o resultado de uma construção mental.
Os alunos aprendem ajustando a nova informação à anteriormente existente. As
pessoas aprendem melhor quando constroem de forma ativa o seu conhecimento.
A aprendizagem também é afetada pelo contexto, pelas crenças e pelas atitudes dos
aprendizes. Estes são encorajados a inventar as suas próprias soluções, experimentar
idéias e hipóteses.
Segundo Labedie e Amossé (2001) a construção do saber, ainda que pessoal , efetua-
se num quadro social. A aquisição do conhecimento depende do contexto pedagógico,
ou seja, das situações de ensino/aprendizagem e das atividades conexas.
O construtivismo piagetiano inspirou numerosos modelos de ensino e programas de
aprendizagem, especialmente nas matemáticas e ciências, atribuindo ao sujeito e ao
ambiente um papel fundamental. Esta teoria entende a atividade de construção do
conhecimento como um conjunto de processos de assimilação das informações novas
nos esquemas antigos. Os novos conhecimentos que daí resultam constituem os
novos objetos do pensamento sobre os quais os indivíduos se apóiam para agir
(Legros, Pembroke, & Talbi, 2002).
Na perspectiva de Vygotsky, o papel do professor passa pela ajuda ao aluno
proporcionando-lhe apoio e recursos para que seja capaz de aplicar um nível de
conhecimento mais elevado. As aprendizagens devem ser orientadas para que
conduzam a um avanço no desenvolvimento.
A escola aparece como um lugar onde a intervenção pedagógica intencional
desencadeia o processo ensino/aprendizagem. O professor tem, aqui, um papel
explícito de intervenção no processo, situação diferente das aprendizagens informais
nas quais a criança aprende por inserção num ambiente cultural. O professor deve
interferir na zona de desenvolvimento proximal de forma a permitir avanços na
aprendizagem dos alunos.
A Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) existe na mente dos aprendizes,
representa a diferença entre o que o aprendiz pode individualmente realizar e aquilo
que é capaz de atingir com a ajuda de pessoas com mais conhecimentos (professor,
instrutor,) ou em colaboração com outros aprendizes que dominem melhor a matéria
(Fino, 1999).
Para ensinar bem, o professor tem de compreender os modelos mentais que os alunos
utilizam para interpretar o mundo e os pressupostos que estão por detrás desses
modelos.
A realização de debates, questionamento, ilustrações e explicações são elementos
das estratégias de ensino que o professor pode utilizar socorrendo-se desta teoria de
forma a promover o desenvolvimento dos alunos. O professor é parte ativa e
integrante da interação social que permite a construção do conhecimento. O aluno não
é só e apenas o sujeito da aprendizagem, mas é também aquele que aprende com os
outros aquilo que a sociedade em que está imerso produz, como os valores, a
linguagem e o próprio conhecimento que ocorre por estágios. Os estágios progridem
do mais primitivo em direção ao pensamento hipotético-dedutivo.
A aprendizagem é um processo vital e universal, não acontece apenas na escola, não
depende apenas do ensino. O processo do ensino/aprendizagem se dá através da
interação/construção. A preocupação deve ser com o sujeito como “um todo” onde os
aspectos cognitivos, afetivos e sociais devem ser levados em conta.
O ensinar e o aprender formam uma Unidade. Esta unidade delimita o campo da
constituição do indivíduo na cultura. São processos indissociáveis.
O construtivismo tem enfoque nos processos e não nos resultados. O conhecimento
Como o professor pode levar o aluno a aprender?
 Criar situações-problema / desafios;
 Criar ambiente de pesquisa;
 Criar ambiente de afetividade;
 Valorizar conhecimentos prévios;
 Valorizar os avanços obtidos;
Tanto o sujeito como o ambiente podem determinar as condições para o
desenvolvimento e aprendizagem. Afetividade e inteligência são interdependentes.
Jean Piaget (1896-1980) Construtivismo.
Quanto a aquisição do conhecimento, Piaget admite a fase Exógena, que cresce
exteriormente, fase da constatação, da cópia, da repetição, e a fase Endógena, onde
atuam os fatores internos, fase da compreensão, das combinações. Nesta fase há a
abstração.
DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM
O desenvolvimento é determinado pela maturação interna do organismo (ligada a
maturação do sistema nervoso; pelas aquisições vinculadas às experiências do
indivíduo; pela estimulação ou imposição do meio social; pela equilibrações que
ocorrem nas reestruturas internas, ao longo da construção seqüencial dos estágios de
desenvolvimento.
 Sujeito Epistêmico – individuo universal (igual em sua estrutura física, mental,
etc.)
 Adaptação – Equilíbrio – a adaptação se dá, quando há a assimilação e a
acomodação e então o sujeito entra em equilíbrio;
 Conflito cognitivo – se dá diante da necessidade de uma nova assimilação.
 Construção do conhecimento – acontece à medida que modificamos nossas
estruturas mentais diante da assimilação de um novo conhecimento.
 Equilibração marjorante – conhecimento que adquirimos e que permanece no
decorrer de nossas vidas sempre que for solicitado. Ex. nadar, andar de
bicicleta.

Lev S. Vygotsky (1896-1934) Sócio-Interacionismo (Histórico-social )


Professor – mediador.
TEORIA DO DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM
 Zona de Desenvolvimento Proximal – é a distância entre Desenvolvimento Real
e o Potencia, mais ainda não foi atingido. Revelam o modo de agir e pensar
ainda em elaboração, e requer a ajuda do outro para ser realizado. (momento
em que estamos prestes a assimilar um novo aprendizado.)
 Zonal do Desenvolvimento Real – é determinado por aquilo que o indivíduo é
capaz de fazer sozinho porque já tem um conhecimento consolidado. ( aquilo
que já sabemos).
 Zona de Desenvolvimento Potencial – aquilo que o indivíduo ainda não domina,
mas tem a capacidade de realizar com a ajuda de uma pessoa mais
experiente, o mediador ( o professor ). Por exemplo, aprender potencialização,
quando já se aprendeu a multiplicação. Portanto, a capacidade de aprender
com outra pessoa. ( habilidade para assimilação.)

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