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PROF: Isolde Kozowski

Disciplina:

F. T. M. do E. da Psicologia da Educação.

Concepções do desenvolvimento inatista ambientalista interacionista

Concepção inatista

Eventos que ocorrem após o nascimento não são essenciais para o desenvolvimento.

As capacidades, a personalidade, os valores, os hábitos, as crenças, a conduta de cada ser


humano já se encontram prontos no nascimento.

O papel do ambiente, da educação e do ensino é tentar interferir o mínimo possível no


processo de desenvolvimento espontâneo da pessoa.

Esta perspectiva enfatiza os fatores maturacionais e hereditários, ou seja, entende que o ser
humano nasce com potencialidades, dons e aptidões que serão desenvolvidos de acordo com
o amadurecimento biológico. por isso, o nome inatismo – características que nascem conosco.

concepção ambientalista

Atribui um imenso poder ao ambiente no desenvolvimento humano.

O homem é concebido como um ser extremamente plástico, que desenvolve suas


características em função das condições presentes no meio em que se encontra. essa
concepção deriva do empirismo.

Na psicologia, o grande defensor da posição ambientalista é o norte americano b. f. skinner.


este propõe uma ciência do comportamento. o papel do ambiente é muito mais importante do
que a maturação biológica.

Não os estímulos presentes em uma dada situação que levam ao aparecimento de um


determinado comportamento.

indivíduos buscam maximizar o prazer e minimizar a dor, através da manipulação dos


elementos presentes no ambiente

Essa perspectiva enfatiza que o ser humano é produto do meio em que vive, ou seja, é
moldado pelos estímulos ambientais e pelos condicionamentos.

A criança nasce como uma folha em branco e, gradualmente, passa a ser modelada,
estimulada e corrigida pelo meio em que vive. os estímulos e as condições presentes no meio
são entendidos como fontes de aprendizagem. nessa concepção, a aprendizagem e o
desenvolvimento ocorrem simultaneamente e podem ser tratados como sinônimos. isso
significa que o desenvolvimento é encarado como um acúmulo de respostas aprendidas.

Em suma, o ambientalismo propõe que o nosso comportamento pode ser influenciado pelo
ambiente em que estamos inseridos. será que é possível? pensem um pouco na própria
história de vocês. conseguem identificar alguma característica ou algum comportamento que
tenha sido aprendido no ambiente em que foram cuidados e criados? acreditam que é possível
moldar uma pessoa? e os fatores individuais?
A partir dessas ideias, podemos repensar e refletir sobre a aplicação do ambientalismo na
educação. o sistema educacional poderia ser entendido como um controlador do
comportamento desejável? qual seria o papel da escola e do professor?

Nessa perspectiva, o papel do ensino é supervalorizado. a função primordial da escola é a


preparação moral e intelectual do aluno. nesse sentido, a escola estará comprometida com a
transmissão da cultura e com a modelagem comportamental das crianças.

O professor será o responsável pela transmissão de conhecimentos e poderá condicionar as


respostas que a criança apresentará, através da avaliação, e do treinamento. podemos
perceber que essa perspectiva direciona um “poder” ao adulto, uma vez que ele é quem
definirá e controlará tudo o que a criança deve ou não aprender, através de técnicas eficazes.

Não existem dúvidas que nossos aspectos biológicos, genéticos e hereditários ajudam a
explicar nosso comportamento, mas não o determinam.

Da mesma forma, nossas experiências derivadas do meio, da cultura e de outros ambientes


externos, nos quais estamos inseridos, são significativos no nosso comportamento, mas não
únicos. então, se uma única abordagem, seja o inatismo ou o ambientalismo, não consegue
dar conta das explicações do comportamento, é preciso repensar essa questão. você
concorda?

Por esse motivo, uma nova corrente teórica surge com o intuito de ampliar o escopo de
explicação. vamos conhecer agora o interacionismo.

concepção interacionista: Piaget e Vygotsky

O interacionismo é uma abordagem difundida apenas no final do século xx. essa perspectiva
leva em consideração a interação entre o organismo e o meio.

Nesse momento, o sujeito passou a ser visto não apenas do ponto de vista orgânico ou apenas
como o resultado de influências do meio, mas sim como aquele responsável pela construção e
reconstrução de suas estruturas Cognitivas, dentro de uma perspectiva de interação. nessa
interação, fatores internos e externos se inter-relacionam continuamente. tal teoria entende a
aquisição do conhecimento como um processo de construção contínua do ser humano em sua
relação com o meio.

Organismo e meio exercem ação recíproca. as novas construções dependem das relações que
estabelecem com o ambiente em uma dada situação.

Dentre as teorias interacionistas, destacam-se: a teoria interacionista piagetiana e a teoria


sócio-interacionista de Vygotsky. essas teorias e seus importantes representantes merecem
destaque e serão abordadas mais adiante na psicologia da educação.

Como vocês podem observar, houve um avanço nas ideias sobre as possíveis influências no
comportamento e no desenvolvimento humano.

As propostas do inatismo e do ambientalismo iniciaram grandes discussões psicológicas e


pedagógicas e impulsionaram novas possibilidades teóricas, especialmente, o interacionismo.
no entanto, ainda hoje, o debate inato adquirido continua presente na psicologia
contemporânea.

Referências
COLL, C.; PALÁCIOS, J.; MARCHESI, A. Desenvolvimento Psicológico e Educação: Psicologia
Evolutiva. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. v.1.

COLL, C; PALÁCIOS, J; MARCHESI, A. Desenvolvimento Psicológico e Educação: Psicologia da


Educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. v.2.

ERIKSON, E. O ciclo completo da vida. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

FERNANDEZ PELLITERO, M. Ambiente y comportamiento humano. Salamanca: Varona, 1986.

HAMACHEK, D. E. Encontros com o self. Rio de Janeiro: Interamericana, 1979.

MASLOW, A. Introdução à psicologia do ser. Rio de Janeiro: Eldorado, s/d.

PIAGET, J. Seis estudos de Psicologia. 24.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2001.

ROGERS, C. Sobre o poder pessoal. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

SALVADOR, C. C. (org.). Psicologia da Educação. Traduzido por C. M. Oliveira. Porto Alegre:


Artmed, 1999.

SKINNER, B. F. Ciência e Comportamento Humano. Brasília: UnB, 1967.  OLIVEIRA, Z.; DAVIS,
C. Psicologia da Educação. São Paulo: Cortez, 1991.

VYGOTSKY, L. A formação social da mente. 6.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

VYGOTSKY, L.; LURIA, A.; LEONTIEV, A. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. 10.ed.


São Paulo: Ícone, 2006.

http://www.sabercom.furg.br/bitstream/
1/1449/1/2_CONCEPCOES_DO_DESENVOLVIMENTO_revisado_final_1.pdf Acessado
22/02/2019

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