O desenvolvimento mental sobre o processo de construção do conhecimento Fazer e refazer. Adaptação: Assimilação: Acomodação: Piaget diz que o individuo está constantemente interagindo com o meio ambiente. Dessa interação resulta uma mudança contínua, que chamamos de adaptação. Com sentido análogo ao da Biologia, emprega a palavra adaptação para designar o processo que ocasiona uma mudança contínua no indivíduo, decorrente de sua constante interação com o meio. Esse ciclo adaptativo é constituído por dois processos: assimilação e acomodação. A assimilação está relacionada à apropriação de conhecimentos e habilidade. O processo de assimilação é um dos conceitos fundamentais da teoria da instrução e do ensino. Isto significa que a criança tenta continuamente adaptar os novos estímulos aos esquemas que ela possui até aquele momento. Por exemplo, imaginemos que uma criança está aprendendo a reconhecer animais, e até o momento, o único animal que ela conhece e tem organizado esquematicamente é o cachorro. Assim, podemos dizer que a criança possui, em sua estrutura cognitiva, um esquema de cachorro. Pois bem, quando apresentada, à esta criança, um outro animal que possua alguma semelhança, como um cavalo, ela a terá também como cachorro (marrom, quadrúpede, um rabo, pescoço, nariz molhado, etc.). A diferenciação do cavalo para o cachorro deverá ocorrer por um processo chamado de acomodação. Ou seja, a criança, apontará para o cavalo e dirá "cachorro" . Neste momento, uma adulto intervém e corrige, "não, aquilo não é um cachorro, é um cavalo". Quando corrigida, definindo que se trata de um cavalo, e não mais de um cachorro, a criança, então, acomodará aquele estímulo a uma nova estrutura cognitiva, criando assim um novo esquema. Esta criança tem agora, um esquema para o conceito de cachorro e outro para o conceito de cavalo. Assim, a acomodação acontece quando a criança não consegue assimilar um novo estímulo, ou seja, não existe uma estrutura cognitiva que assimile a nova informação em função das particularidades desse novo estímulo (Nitzke et alli, 1997a). Permite-nos entender que o ato de aprender é um ato de conhecimento pelo qual assimilamos mentalmente os fatos, fenômenos e relações do mundo, da natureza e da sociedade, através do estudo das matérias de ensino. Diante deste impasse, restam apenas duas saídas: criar um novo esquema ou modificar um esquema existente. Ambas as ações resultam em uma mudança na estrutura cognitiva. Ocorrida a acomodação, a criança pode tentar assimilar o estímulo novamente, e uma vez modificada a estrutura cognitiva, o estímulo é prontamente assimilado. "A acomodação explica o desenvolvimento (uma mudança qualitativa), e a assimilação explica o crescimento (uma mudança quantitativa’’ A adaptação intelectual e o desenvolvimento das estruturas cognitivas os quais são processos responsáveis por mudanças nas estruturas que são a assimilação e a acomodação. PIAGET (1996), quando expõe as ideias da assimilação e da acomodação, no entanto, deixa claro que da mesma forma como não há assimilação sem acomodações (anteriores ou atuais), também não existem acomodações sem assimilação. Esta declaração de Piaget, significa que o meio não provoca simplesmente o registro de impressões ou a formação de cópias, mas desencadeia ajustamentos ativos. A Organização e a Adaptação
Para Piaget, o desenvolvimento seria
então um processo de sucessivas adaptações e equilibrações que conduzem a formas mais e mais complexas de agir e de pensar. Este processo é apresentado em períodos definidos caracterizados por formas diferentes de organização mental. O indivíduo sofre, durante toda a sua vida, a influência dos agentes externos de natureza física e social. Esses agentes atuam sobre o seu organismo e sobre o seu espírito, estimulando suas capacidades e aptidões e promovendo o seu desenvolvimento físico e mental. A escola não pode mais ser considerada como uma simples máquina de alfabetização. Sua função não se restringe mais, como antigamente, à modesta tarefa de ensinar, sua tarefa é mais ampla e profunda, ou seja, deve levar o nosso aluno a ser mais crítico, mais compromissado e mais otimista em relação à aprendizagem. Os estágios se sucedem numa ordem fixa de desenvolvimento, sendo um estágio sempre integrado ao seguinte. Em cada estágio a criança apresenta uma maneira típica de agir e de pensar, constituindo uma forma especial de equilibração em relação ao meio. A criança passa, portanto, para um novo estágio, quando aquela maneira de agir e de pensar anterior é inadequada para enfrentar as dificuldades que surgem em relação com o meio, levando a um desequilíbrio do organismo. Isto leva a criança a desenvolver novos modos de agir e pensar mais elaborados. Para Piaget o desenvolvimento da criança ocorre em função das sucessivas equilibrações, entendida como a capacidade natural de auto- regulação do organismo. Logo, a aprendizagem praticamente não interfere no desenvolvimento, ela depende deste. A acomodação é que ajuda na reorganização e na modificação dos esquemas assimilatórios anteriores do indivíduo para ajustá-los a cada nova experiência, acomodando-as às estruturas mentais já existentes. Portanto, a adaptação é o equilíbrio entre assimilação e acomodação, e acarreta uma mudança no indivíduo. A inteligência desempenha uma função adaptativa, pois é através dela que o indivíduo coleta as informações do meio e as reorganiza, de forma a compreender melhor a realidade em que vive, nela agi, transformando. A inteligência é adaptação na sua forma mais elevada, isto é, o desenvolvimento mental, em sua organização progressiva, é uma forma de adaptação sempre mais precisa à realidade. É preciso ter sempre em mente que Piaget usa a palavra adaptação no sentido em que é usado pela Biologia, ou seja, uma modificação que ocorre no indivíduo em decorrência de sua interação com o meio. [...]a vivência do cotidiano escolar nos tem evidenciado situações bastante questionáveis neste sentido. Percebe-se, de início, que os objetivos educacionais propostos nos currículos dos cursos apresentam confusos e desvinculados da realidade social. Os conteúdos a serem trabalhados, por sua vez, são definidos de forma autoritária, pois os professores, via e regra, não participam dessa tarefa. Nessas condições, tendem a mostrar-se sem elos significativos com as experiências de vida dos alunos, seus interesses e necessidades (Lopes, 2000, p. 41). Como o ser humano aprende?
No construtivismo, o conhecimento faz
parte de um processo interno pessoal, más é necessário a interação e a mediação externa com outros sujeitos, e como se diz: “é errando que se aprende”, no processo de aprendizagem o erro é importante para que se construa o conhecimento. Vigostsky, com o interacionismo sócio- histórico diz que é a partir dessa interação que as funções mentais superiores são apresentadas e se restabelecem no indivíduo, a partir de uma transformação interpessoal para o intrapessoal. Assim o conhecimento é o resultado de práticas sociais desenvolvido no processo histórico da sociedade. Sendo assim, há muitas respostas para este questionamento, e por isso se torna difícil apontar uma como sendo a verdadeira. Talvez assim seja necessária a soma das partes para que se entenda o todo. Se confirmam, basicamente na história, três respostas para a questão supra mencionada – isto através de métodos empíricos, racionalistas e construtivistas. O conexionismo é a grande discussão em processo na atualidade, quando hoje a tecnologia oferece avanços e conquistas que já ultrapassam os paradigmas anteriores: Pré – modernos e modernos. Como seriam aplicados os métodos já utilizados em educação? O empirismo que significa experiência, vivência, considera o sujeito quando nasce uma “tabula rasa”, pois a fonte do conhecimento é exterior ao próprio sujeito. Quanto ao racionalismo, o conhecimento é resultado da razão, do pensamento, pois a maturidade do sujeito é que regula as aprendizagens. O conhecimento é inato sendo os órgãos dos sentidos que captam as informações. Já no construtivismo, o sujeito constrói seu próprio conhecimento com outros sujeitos e objetos do conhecimento. Mas para que ocorra a aprendizagem é necessário que haja interação social com a presença humana do erro construtivo, reconhecendo e valorizando o ensino e a aprendizagem. Essa concepção teórica supera tanto o empirismo como o racionalismo. Nela, o conhecimento é resultado da razão e experiência, dando umas construções contínuas, entremeadas pela invenção e pela descoberta. Adaptação. Assimilação. Acomodação. No contexto piagetiano, nos esclarece sobre algo sumamente importante para um ensino que pretenda desenvolver uma boa aprendizagem: “A criança não passa de estágio para estágio porque acumula conhecimentos, mas porque desenvolve estruturas novas com base na equilibração da assimilação com a acomodação”. DOURADO, Emanuela O.C. Ampliando o Olhar – as dinâmicas e as teorias do conhecimento. In _____.As dinâmicas de grupo e a formação dos professores. Monografia apresentada à UNEB, 2004. (não publicada). p. 35-44. http://comooserhumanoaprende.blogspot.com.br/