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TEORIAS PSCICOLÓGICAS QUE CONTRIBUIRAM NO PROCESSO DE

APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO HUMANO

FAFIRE – FRASSINETTI DO RECIFE


Disciplina: Fundamentos Psicológicos da Educação
Professor (a): Cristianne Lopes
Alunas: Débora Andrade, Emily Araújo, Rosangela Berlamino

Introdução

Neste presente artigo, será apresentado uma linha de contribuições para a educação, com
o propósito de deixar em evidência os estudos e ideias que alcançaram resultados ricos e
oportunizaram um maior desfecho para um melhor desenvolvimento de aprendizagem.
Com tudo, será necessário a exploração e o entendimento das ideias, afirmações,
opiniões, resultados de experimentos de alguns teóricos como Sigmund Freud, Burrhus
Frederic Skinner, Jean Piaget, Lev Vygotsky e Henri Wallon e se influenciaram no que
chamamos de processo de aprendizagem e desenvolvimento, observaremos também os
seus campos de estudos e que consequentemente deram uma grande ajuda mesmo alguns
sendo não intencionalmente para a educação, resultando em um esclarecimento racional
de que a educação e professor precisa ter visão de determinadas áreas do conhecimento
para incentivar a criança desejar ser um sujeito moral e sociável, isso implica não só a área
de pedagogia, mas também de psicologia, que o ser humano é um ser em desenvolvimento
e todo tempo está apto a aprender, educar ou reeducar.
Veremos que o conhecimento e as pesquisas realizadas pelos idealistas, foram
indispensáveis para o crescimento e aprimoramento da educação da sociedade em que
vivemos hoje.
Desenvolvimento

1. FREUD – Psicanálise

A psicanálise traz a ideia do inconsciente como a parte mais significativa dos processos


mentais, influenciando todo o modo de viver dos sujeitos. Para Freud, o inconsciente é
constituído de desejos e pulsões, que reprimidos podem gerar efeitos nocivos à saúde
psíquica do sujeito. A contribuição de Freud para a educação, não foi a de dizer como
ensinar as crianças, mas de compreender como as pulsões dessa força do inconsciente nos
move em direção ao conhecimento.
Ao se preocupar com o futuro da psicanálise e da sua continuação através da formação de
novos psicanalistas nesse momento Freud criou a forma de transmissão, esse conceito
explica a passagem de valores crenças e afetos através das gerações, isso acontece de uma
forma menos funcional e Consciente e mais como uma insistência inconsciente que se
repete através da história, ou seja, para entendermos a trajetória das sociedades seria
suficiente uma visão linear da história, mas teríamos que perceber os fenômenos que
contém de tempos em tempos sem causalidade aparente.
A transmissão também, em certo sentido é aquilo que os professores fazem, não são
transmitidos apenas conteúdo ou ideias conscientes, mas modos de vida, formas de desejar
ou posições éticas.
É possível afirmar que no que concerne a contribuição da Psicanálise na Educação é
possibilitar melhor compreensão por parte dos educadores sobre o desenvolvimento da
criança e do adolescente, por meio da transferência. Podemos dizer que o professor é
objeto de transferência e está ligado principalmente a imagem do pai, mas pode também
estabelecer-se conforme a imagem da mãe, do irmão, ou seja de pessoas que são estimadas
e respeitadas pelas crianças.
Mesmo nunca tendo tomado a educação ou a escola como seu objeto principal de
interesse, Freud nos disse muito sobre como funcionam as relações humanas e toda a
perspectiva que entende a educação como um processo relacional se beneficia muito de
suas descobertas.

2. SKINNER – Behaviorismo

A principal contribuição de Skinner para a Psicologia foi o conceito de Comportamento


Operante que descreve um tipo de relação entre as respostas dos organismos e o ambiente.
A base do trabalho de Skinner refere-se à compreensão do comportamento humano
através do Comportamento Operante (Skinner dizia que o seu interesse era compreender o
comportamento humano e não manipulá-lo).
    O comportamento operante descreve uma relação onde uma resposta que leva a uma
consequência (ou apenas é acompanhada por essa como no caso do comportamento
supersticioso) tem a sua probabilidade de ocorrer novamente em um contexto semelhante,
modificada pelo efeito desta consequência sobre a interação.

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Estas consequências geram respostas que são reforçadas aumentando a probabilidade de
que a mesma volte a ocorrer em contexto semelhante, ao passo que consequências que
trazem prejuízos aos organismos obtêm respostas de ordem punitiva, reduzindo a
probabilidade de que a mesma volte a ocorrer em contexto idêntico. O seu modelo
operante pode ser descrito pelo esquema A-B-C (antecedent-Behavior-Recompensa).
Contudo vemos que na educação são conhecidos os métodos de ensino programado, o
controle e a organização das situações de aprendizagem, para Skinner, esse método
apresenta vantagens, porque permite que cada aluno
estude praticamente sozinho, no seu próprio ritmo e isso minimizaria os problemas da
heterogeneidade existente em sala de aula.

3. PIAGET – Epistemologia genética

A Epistemologia Genética defende que o indivíduo passa por várias etapas de


desenvolvimento ao longo da sua vida. O desenvolvimento é observado pela sobreposição
do equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, resultando em adaptação.
De um modo geral, o problema apresentado pela epistemologia genética consiste em
decidir se a gênese das estruturas cognitivas constitui apenas o conjunto das condições de
acesso aos conhecimentos ou se ela atinge suas condições constitutivas. A alternativa é,
pois, a seguinte: corresponde a gênese a uma hierarquia ou mesmo a uma filiação natural
das estruturas, ou apenas descreve o processo temporal segundo o qual o indivíduo as
descobre a título de realidades preexistentes? Neste último caso, isso seria o mesmo que
dizer que essas estruturas estavam pré-formadas, quer nos objetos da realidade física, quer
no próprio indivíduo a título de a priori, quer ainda no mundo ideal dos possíveis, num
sentido platônico. Ora, a ambição da epistemologia genética era mostrar, pela análise da
própria gênese, a insuficiência dessas três hipóteses, donde resulta a necessidade de ver na
construção genética lato sensu uma construção efetivamente constitutiva.
(Piaget, 2007, p. 111).

Com isso, a epistemologia genética defende que o conhecimento não pode ser concebido
como algo predeterminado nem nas estruturas internas do sujeito nem nas características
preexistentes do objeto, e sim na interação produzida por ambos (sujeito e objeto). O
desenvolvimento cognitivo não se processa unicamente pela experiência (pelas interações
com o meio), tampouco é inato (seja genético ou hereditário).

Assim, para compreender a teoria psicogenética do epistemólogo Jean Piaget faz-se


necessário considerar que o conhecimento se consolida em um processo de construção em
que se valorizam tanto os fatores internos do sujeito como os de interação do sujeito com a
realidade (Piaget, 2007). Isso significa que "as formas primitivas da mente, biologicamente
constituídas, são reorganizadas pela psique socializada, ou seja, existe uma relação de
interdependência entre o sujeito conhecedor e o objeto a conhecer" (Terra, 2006, p. 02).

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Apresenta-se não apenas como uma teoria para explicar a experiência do conhecimento,
mas, sobretudo, para sugerir uma prática pedagógica fundada no entendimento de que
conhecer é uma construção que nasce da relação do corpo que age e sente o mundo.
A epistemologia genética permitiu, neste estudo, lançar à Educação Física Escolar um
olhar que percebesse a experiência corporal como uma experiência que pode ser
considerada de forma associada ao pensamento lógico. Assim, é possível pensar as aulas
de Educação Física como espaço de ação reflexiva e não de mera realização de ações
motoras.

A ação pedagógica do professor de Educação Física pode estar amparada em uma


epistemologia que valorize o processo de construção do conhecimento por meio da
integração entre gesto motor e a atividade de pensar. Isso significa a superação de posturas
epistemológicas empiristas ou aprioristas (Piaget, 2007), que pode nos conduzir a dissociar
a experiência de agir da de pensar. Pensar, para Piaget, é sempre um ato que nasce das
ações sensório-motoras do sujeito que conhece. Tal perspectiva nos leva a considerar as
aulas de Educação Física como um espaço pedagógico propício à formação de sujeitos em
construção cognitiva, social, motora e afetiva.

A epistemologia genética (Piaget, 2007) apresenta-se não apenas como uma teoria para
explicar a experiência do conhecimento, mas, sobretudo, para sugerir uma prática
pedagógica fundada no entendimento de que conhecer é uma construção que nasce da
relação do corpo que age e sente o mundo. Nesse sentido, como perspectiva pedagógica, a
epistemologia genética de Piaget pode ser uma ferramenta para o professor de Educação
Física conhecer o processo de desenvolvimento humano, de construção das estruturas
mentais e do desenvolvimento dos diferentes aspectos do comportamento.

4. Sociointeracionismo de Vygotsky

A proposta sociointeracionista ressalta a importância da interação do sujeito com o meio


em que vive, estabelecendo uma interação com outros indivíduos, em processo histórico,
cultural e social pelo qual passa durante toda vida. Segundo Vygostsky, as pessoas irão
adquirir cultura e linguagem, além de se desenvolverem historicamente e de estimularem o
raciocínio, quando estão inseridas em meios sociais.
Dessa forma, uma proposta sociointeracionista nas escolas incentiva a interação e a
participação dos alunos, além do aprendizado mediado pelos professores. Esse processo de
construção do conhecimento envolve quem ensina e quem aprende, recomenda-se que essa
metodologia seja aplicada no período da educação infantil, já que o ponto inicial do
conhecimento que é levado para a vida surge na infância.

Esta aprendizagem baseia-se em resoluções mentais tendo como objetivo o estudo da


interação do indivíduo com a sociedade. Nessa concepção, a aprendizagem é processual e
dinâmica, convidando o professor para aderir a novas abordagens metodológicas que
facilitem a construção do conhecimento de cada criança. É possível trabalhar de maneira
lúdica, estimulando a autonomia da criança e envolvendo o conteúdo com a realidade. Esta
perspectiva não ignora o conhecimento prévio do aluno, conhecimento esse que é

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explorado e trabalhado em sala, tendo uma função principal que é a de promover aos
estudantes novas vivências.

Outro conceito central desenvolvido por Vygotsky e, portanto, importante para a


perspectiva do socio interacionismo, é o de zona de desenvolvimento proximal. Para ele:

Zona de desenvolvimento proximal é a distância entre o nível de


desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução
independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado
através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em
colaboração com companheiros mais capazes. (VYGOTSKY, 1984apud
OLIVEIRA, 2006, p. 60).

Desta maneira, a função pedagógica das escolas e dos professores é de ser um mediador
e auxiliar o aluno a aprender utilizando recursos, ferramentas e vínculos que contribuam
para a evolução dos níveis de desenvolvimento entre o indivíduo, o objeto de estudo e suas
relações com o ambiente social e cultural no qual o sujeito está inserido, pois a criança não
se desenvolve plenamente sem a mediação, direcionamento e suporte de outros indivíduos.

5. Psicogênese de Wallon

Henri Wallon, criou a teoria chamada “Psicogênese da Pessoa Completa”. Esta teoria
tem por objetivo estudar a criança a partir de uma perspectiva holística, insistindo no
conhecimento da criança enquanto ser completo, rompendo assim o dualismo cartesiano.
O desenvolvimento é visto, por Wallon, a partir de uma Concepção Dialética, onde este é
este assinalado por conflitos, retrocessos, rupturas, em consequência das modificações
ambientais, constituindo um processo contínuo que ocorre através de uma sucessão não
linear de estágios. No período inicial da vida, os três campos funcionais como afetividade,
motricidade e inteligência, estão indissociavelmente integrados, formando um quarto
campo funcional, a formação da pessoa, muito embora ainda imaturos.

Com o intuito de explicar o desenvolvimento cognitivo da criança, Wallon criou o


conceito de “campos funcionais", que são categorias de atividades cognitivas específicas,
como Campos/Conjuntos/Domínios funcionais.

Na concepção de Wallon, existem quatro campos funcionais – movimento (ato motor ou


motricidade), afetividade, inteligência e pessoa (formação do eu). Convém ressaltar que
apesar de distinguir quatro campos funcionais, Wallon trabalha com a ideia de integração
funcional desses campos, afirmando que esses são complementares e indispensáveis,
atuando de forma totalizante.

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O primeiro campo funcional é o do Movimento: É um dos primeiros campos a se
desenvolver, é o movimento que dá apoio à evolução para os outros campos funcionais e
está intimamente ligado às emoções, pois são estes que mobilizam a afetividade.

O segundo campo é a Afetividade: É a fase mais primitiva do desenvolvimento,


antecedendo a cognitividade. Ela é entendida como um conjunto funcional que responde
pelos estados de bem-estar e mal-estar quando o homem é atingido e afeta o mundo que o
rodeia. Pode ser definida como todo o domínio das emoções.

O terceiro campo é a Inteligência: Segundo a teoria psicogenética de Wallon, o


surgimento da inteligência está vinculado tanto a fatores biológicos como sociais.

O quarto campo é a Pessoa (Formação do eu): Na concepção walloniana, é um campo


funcional ao mesmo tempo que se constitui dos outros campos como afetividade, ato
motor, e a inteligência. (GALVÃO, 1995).

De forma especial, as emoções, para Wallon, têm uma função importantíssima no


desenvolvimento da pessoa, pois são por meio delas que o aluno exterioriza seus desejos e
suas vontades. O mesmo destaca o papel do professor como mediador e facilitador do
processo de construção da identidade da criança. Um docente efetivamente orientado terá a
consciência de que seu papel não é somente atuar no espaço cognitivo, mas sim que suas
atitudes refletirão diretamente nos aspectos afetivos e motores de cada indivíduo, onde será
construído o seu desenvolvimento. Por fim, cada pessoa deve ser compreendida em seus
aspectos biológico, afetivo, social e intelectual e a instituição escolar tem uma função
imprescindível neste processo do desenvolvimento do indivíduo como “ser organicamente
social”, na formação da personalidade e como um ser completo.

Considerações Finais

Em conclusão, destacamos que as teorias apresentadas no presente artigo, são


indispensáveis quando o contexto é sobre desenvolvimento humano e aprendizagem, pois
mesmo que algumas pesquisas e estudos não foram de fato desenvolvidas para a educação,
elas auxiliam na abordagem, no entendimento, no relacionamento professor e aluno em
vários fatores, são eles: comportamental, psicomotor, cognitivo, aprendizado, entre outros.
É imprescindível o conhecimento, ou até um pequeno contato com esses estudos, visto
que eles servirão de acompanhamento para a formação do educador pedagogo. Estudar
o desenvolvimento humano significa conhecer as características comuns de uma faixa
etária. Planejar o que e como ensinar implica saber quem é o educando. Existem formas de
perceber, compreender e se comportar diante do mundo, próprias de cada faixa etária,
como explica Piaget, e também ter a percepção que não é suficiente atuar só no espaço
cognitivo, mas sim que suas atitudes refletirão diretamente nos aspectos afetivos e motores
de cada indivíduo, onde será construído o seu desenvolvimento, segundo Wallon.

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Referências bibliográficas

DRAW MY CLASS. Freud e a Educação. YouTube, 7 de out. de 2019. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=27-fC9VwgJ4

Burrhus Frederic Skinner.BEHAVIORISMO, 2009 Disponível em:


< http://behaviorismo.weebly.com >. Acesso em: 18, novembro de 2022.

Contribuições do sociointeracionismo para o processo de ensino aprendizagem, 2021.


Disponível em:
https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstream/ANIMA/14388/1/Contribui
%C3%A7%C3%B5es%20do%20sociointeracionismo.pdf . Acesso em : 24 de novembro
de 2022

A TEORIA PSICOGENÉTICA DE WALLON E SUA APLICAÇÃO NA EDUCAÇÃO.


www.conedu.com.br. Disponível em:
https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2018/TRABALHO_EV117_MD1_SA4_
ID392_10092018225535.pdf. Acesso em: 24 de novembro de 2022

OLIVEIRA Glycia e CAMINHA Iraquitan, Epistemologia genética e educação física:


algumas implicações pedagógicas, publicado em 13 de Maio em 2014, Disponível em:
https://www.scielo.br/j/pee/a/FpYQqpgwQD44thLvVvqnztq/?lang=pt#:~:text=A
%20epistemologia%20gen%C3%A9tica%20(Piaget%2C%202007,age%20e
%20sente%20o%20mundo.

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