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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

Resenha Crítica de Caso


Suellen Moutinho da Silva de Oliveira

Trabalho da disciplina Psicologia do Desenvolvimento


Tutor: Prof. Jade Juliane Dias Mota

Rio de Janeiro
2022

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RESENHA DO TEXTO AS RELAÇÕES ENTRE DESENVOLVIMENTO HUMANO E
APRENDIZAGEM: PERSPECTIVAS TEÓRICAS

Referências: CORRÊA. Crístia Rosineiri Gonçalves Lopes.

O texto “A relação entre desenvolvimento humano e aprendizagem: perspectivas


teóricas” apresenta três abordagens teóricas sobre o desenvolvimento humano e sobre a
aprendizagem, por julgar relevantes e imprescindíveis tanto à área da Psicologia quanto à da
Educação. Haja vista que ambos os campos atuam de forma inerente aos estudos da
psicopedagogia.
As três abordagens se referem aos postulados teóricos de Jean Piaget e de Lev
Vygitsky sobre a relação entre desenvolvimento e aprendizagem, e de Sigmund Freud sobre
a sexualidade infantil e a psicanálise. Essas teorias contribuíram para a compreensão tanto
do desenvolvimento humano quanto para o desenvolvimento da aprendizagem, na
perspectiva genética, psíquica e social.
Jean Piaget pensou o desenvolvimento cognitivo a partir de estruturas mentais, ou
seja, esquemas: assimilação e acomodação. Esses esquemas ocorrem constantemente
enquanto o sujeito está exposto ao objeto, fazendo a manutenção da situação externa,
adaptando-se ao real. Contudo, se há um fracasso desses esquemas, o sujeito toma
consciência e busca o que provocara tal falha do processo de equilibração.
Logo, desencadeia-se o mecanismo de regulação: automática e a ativa. A regulação
ativa é responsável pela tomada de consciência. A cada circunstância da interação entre
sujeito e objeto, gera um desiquilíbrio, que pode ser majorante ou não, ou seja, pode levar o
sujeito à acomodação da estrutura cognitiva.
O processo desses esquemas também permite o sujeito vivenciar duas experiências:
física – que é a ação sobre os objetos, extraindo deles qualidades que são intrínsecas a eles;
e lógico-matemática - que é a ação sobre os objetos, tirando das ações e das coordenações
do sujeito, características que são próprias dessas coordenações. Essas experiências trazem

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à luz dois tipos de abstração: a empírica e a reflexiva. A primeira se refere à experiência
física e a segunda à experiência lógico-matemática.
Embora Piaget nunca fora um pedagogo, a autora ressalta que sua teoria do
desenvolvimento cognitivo colaborou para a concepção de uma pedagogia ativa, cujo
objetivo é possibilitar que a criança alcance o pleno desenvolvimento cognitivo no decorrer de
sua vida, em qualquer circunstância.
Já Vygotsky postula sobre o desenvolvimento psicológico do indivíduo, situa o sujeito
na cultura, considera a época em que ele nasceu. Esse teórico observa e analisa o sujeito,
concatenando-o às relações sociais e às condições históricas vigentes. Enaltece a
importância das relações sociais, de interação, para o desenvolvimento da criança.
Para Vygotsky, os processos biológicos são subordinados ao desenvolvimento
cultural. Ele cita duas funções psicológicas: elementares (comuns em homens e em animais,
como atenção, memória) e superiores (exclusivamente humana, com gênese
fundamentalmente na cultura e não biológica. As funções psicológicas superiores são
mediadas por instrumentos e signos, possibilitando novas relações com o meio ambiente e
com o próprio comportamento.
Logo a teoria de Vygotsky sugere que não há a necessidade de o ensino se basear na
expectativa da maturação espontânea de tais funções e nem tomar tal maturação como
condição prévia para as aprendizagens. Contudo, no processo de ensino-aprendizagem, é
importante avaliar a maturação da criança, a fim de que não se exija dela o que ainda não
consegue.
A cada faixa etária da criança há uma modificação em sua personalidade, advinda de
sua interação social, que envolve funções psicológicas imprescindíveis, cujo amadurecimento
dessas funções ainda não ocorrera. Isso é exposto a partir da zona proximal do
desenvolvimento a fim de contextualizar esse conceito psicológico vygotskyano.
O conceito de zona proximal de desenvolvimento é constituído a partir da interação do
sujeito com outros indivíduos e com a intervenção de um mediador. Nesse processo, a
criança observa como outra criança age e a imita. Em algum momento, precisa ser orientada
pelo professor -mediador, com a finalidade de avançar, de se chegar ao objetivo almejado.
Logo, o desenvolvimento da criança é promovido.
Em Freud, o texto apresenta um recorte de sua teoria sobre o período da sexualidade
infantil, discute o processo da sublimação como uma contribuição psicanalítica para a

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compreensão da relação entre desenvolvimento e aprendizagem. Essa teoria é importante
pois, nesse período, a criança já está inserida na escola.
De acordo com o texto, nesse processo de sublimação, há um desvio das forças
pulsionais sexuais (período de latência) para novos objetos, tendo como fundamento a
renúncia pulsional. Freud também menciona, nesse processo, a atividade de dessexualizar o
pensamento. Essa tarefa surge da necessária força inibitória que constitui obstáculo à pulsão
sexual. Assim possibilita dessexualizar o intelectual e, por conseguinte, a atividade intelectual
da criança. Com isso, Freud deflagra a necessidade da inibição sexual.
A autora usa esses aportes teóricos com a finalidade de argumentar sobre a relação
entre desenvolvimento e aprendizagem a partir da teoria do desenvolvimento cognitivo
(Piaget), da teoria interacionista, que analisa um sujeito histórico (Vygotsky); e de um exíguo
recorte da psicanálise (Freud) sobre a sexualidade infantil, ambos para aquisição da
aprendizagem. Portanto, é notório que o desenvolvimento e a aprendizagem são processos
indissociáveis, os quais devem suscitar um olhar laborioso aos agentes mediadores desse
período.

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