teóricas da educação Tendências Construtivistas Objetivos
Nesta aula refletiremos as teorias construtivistas e progressistas na
educação, concepção e críticas a essa abordagem.
Bibliografia usada: ARANHA, Maria Lúcia Arruda. Filosofia da educação.
SP: Moderna, 1989/1996. 16e. Tr. / 23e. C (370.9 A681h) 1. Teorias construtivistas
Representam um esforço na busca de caminhos que dêem conta da
complexidade do processo de aprendizagem. Recusam a concepção metafísica pela qual se parte de uma natureza humana essencial e estática. Prevalece a orientação antropológica histórico-social pela qual o ser humano se faz pela orientação histórico-social, isto é, pelas relações com os próprios homens e suas relações com o mundo. Concepção interacionista ou construtivista do conhecimento, ou seja, o conhecimento se forma e transforma na interação entre o sujeito e o objeto. O conhecimento se produz a partir do desenvolvimento por etapas ou estágios sucessivos, nos quais a criança organiza o pensamento e a afetividade. 1. A epistemologia Genética
Inspirada na obra de Jean Piaget (1896-1980), biólogo suíço reconhecido por
dedicar sua obra ao entendimento dos processos de aquisição do conhecimento humano. Os conceitos piagetianos mais fundamentais fazem referência aos mecanismos de funcionamento da inteligência e a constituição/construção do sujeito a partir de sua interação com o meio. A principal delas é a de que a educação deve possibilitar à criança seu pleno desenvolvimento durante todos os estágios de maturação da inteligência – que se inicia no nascimento, com reflexos neurológicos básicos (estágio sensório-motor) e caminha até o início da adolescência, com o desenvolvimento do raciocínio lógico (estágio operatório formal). No campo educacional isto significa levar em consideração os esquemas de assimilação e acomodação da criança, promovendo situações didáticas desafiadoras que provoquem os conflitos cognitivos responsáveis pela construção do conhecimento através da participação ativa do sujeito cognoscente. 1.2 Psicogênese da escrita Emilia Ferreiro, psicóloga argentina, propôs um novo olhar sobre a alfabetização. Suas ideias constituem uma nova teoria, intitulada Psicogênese da Língua escrita. Suas pesquisas, realizadas na Argentina e no México, com Ana Teberosky, foram motivadas pelos altos índices de fracasso escolar apresentados por estes países. Procura demonstrar que o analfabetismo e o fracasso escolar são problemas de dimensões sociais e não consequências de vontades individuais. Afirma que a desigualdade social e econômica se manifesta, também, na desigualdade de oportunidades educacionais. Com os conhecimentos da psicolinguística e a teoria psicológica e epistemológica de Jean Piaget, Emília e Ana mostraram como a criança constrói diferentes hipóteses sobre o sistema de escrita, antes mesmo de chegar a compreender o sistema alfabético. Suas ideias chegaram ao Brasil na década de 80 e, a princípio, foram consideradas, erroneamente, como um novo método de alfabetização. Em vez de indagar como se deve ensinar a escrever, ela perguntou como alguém aprende a ler e escrever, independente do ensino. Pois muitas crianças chegam à escola, antes do ensino oficial, já alfabetizadas. As crianças leem, mas não estão socialmente autorizadas a fazer isso, antes do professor ensinar. Todos os conhecimentos têm uma gênese e as crianças chegam a ser leitores, antes de sê-lo, pois elas “reinventam” a escrita. Ao contrapor-se à concepção associacionista da alfabetização, apresenta um suporte teórico construtivista, no qual o conhecimento aparece como algo a ser produzido pelo indivíduo, que passa a ser visto como sujeito e não como objeto do processo de aprendizagem. A aprendizagem da escrita não está vinculada à fala e cabe ao professor a função de observar e interpretar atentamente as intervenções da criança para com ela interagir. 1.3 Lev Vygotsky: pensamento e linguagem O psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934) morreu há mais de 70 anos, mas sua obra ainda está em pleno processo de descoberta e debate em vários pontos do mundo, incluindo o Brasil. A parte mais conhecida da extensa obra produzida por Vygotsky em seu curto tempo de vida converge para o tema da criação da cultura. Aos educadores interessa em particular os estudos sobre desenvolvimento intelectual. Vygotsky atribuía um papel preponderante às relações sociais nesse processo, tanto que a corrente pedagógica que se originou de seu pensamento é chamada de socioconstrutivismo ou sociointeracionismo. Ele buscava compreender os aspectos humanos do comportamento. Se opõe às explicações empiristas, nas quais as ideias se formam por associações a partir de sensações e percepções. Se opõe à tendência naturalista (behaviorismo), que vê a aprendizagem como mecanismo de reflexos condicionados, baseado em estimo-resposta ao ambiente . Continuação Vygotsky: Importância da mediação simbólica Pensamento baseado no materialismo histórico e dialética do marxismo. "Na ausência do outro, o homem não se constrói homem", escreveu o psicólogo. Pressuposto: o mecanismo de mudança individual tem sua raiz na sociedade e na cultura e se faz de modo dialético, pois o desenvolvimento do comportamento resulta da constatação de que todos os fenômenos psíquicos são processos em movimento e têm uma história. Outro conceito-chave de Vygotsky é a mediação. O aspecto biológico se encontra enredado no processo sócio-histórico. Isso porque a relação do homem com o mundo não é direta, mas mediada por sistemas simbólicos. Essa mediação é levada à efeito pelo uso dos instrumentos e dos signos. Segundo a teoria vygotskiana, toda relação do indivíduo com o mundo é feita por meio de instrumentos técnicos - como, por exemplo, as ferramentas agrícolas, que transformam a natureza - e da linguagem - que traz consigo conceitos consolidados da cultura à qual pertence o sujeito. Continuação Vygotsky: zona de desenvolvimento proximal Todo aprendizado é necessariamente mediado - e isso torna o papel do ensino e do professor mais ativo e determinante do que o previsto por Piaget e outros pensadores da educação, para quem cabe à escola facilitar um processo que só pode ser conduzido pelo própria aluno. Segundo Vygotsky, o primeiro contato da criança com novas atividades, habilidades ou informações deve ter a participação de um adulto. O aprendizado não se subordina totalmente ao desenvolvimento das estruturas intelectuais da criança. Ao internalizar um procedimento, a criança "se apropria" dele, tornando-o voluntário e independente. O ensino, para Vygotsky, deve se antecipar ao que o aluno ainda não sabe nem é capaz de aprender sozinho, porque, na relação entre aprendizado e desenvolvimento, o primeiro vem antes. Zona de desenvolvimento proximal é a distância entre o desenvolvimento real de uma criança e aquilo que ela tem o potencial de aprender, que é demonstrado pela capacidade de desenvolver uma competência com a ajuda de um adulto. Ao formular o conceito de zona proximal, Vygotsky mostrou que o bom ensino é aquele que estimula a criança a atingir um nível de compreensão e habilidade que ainda não domina completamente, "puxando" dela um novo conhecimento. Referências
ARANHA, Maria Lúcia Arruda. Filosofia da educação. SP: Moderna,
1989/1996. 16e. Tr. / 23e. C (370.9 A681h) FERRARI, Marcio. “Pensadores da Educação: Lev Vygotsky, o teórico do ensino como processo social. Publicado em Nova Escola, 01 de Outubro, 2008. Disponível em: Novaescola.org.br/conteudo/382/lev-vygotsky-o- teorico-do-ensino-como-processo-social
Nação tarja preta: O que há por trás da conduta dos médicos, da dependência dos pacientes e da atuação da indústria farmacêutica (leia também Nação dopamina)