UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA
DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA – PIBID

ANA PAULA PEREIRA DA SILVA

FICHAMENTO DO TEXTO: A IMPORTÂNCIA DA ALFABETIZAÇÃO NA

VIDA HUMANA

Aspectos que destaco no texto:

No campo dos estudos de letramento, não é raro que a chamada função social
da linguagem escrita seja reduzida às esferas da vida cotidiana1 caracterizada
pelo pragmatismo2. Apesar de seu caráter parcialmente pragmático, a
alfabetização permite a construção de bases intelectuais para a aquisição de
conceitos científicos, por meio da possibilidade de desenvolver a linguagem
escrita.

Em todo homem há um cotidiano e este pode ser entendido como o conjunto

de atividades que caracterizam a reprodução de homens singulares. Sem a
linguagem escrita, a entrada neste universo é quase impossível. Este texto
tem como objetivo introduzir uma discussão sobre a importância da
alfabetização para a inserção dos indivíduos nas esferas não cotidianas 3 da
vida social.

O desenvolvimento de conceitos científicos na idade escolar é, antes de tudo,

uma questão prática de imensa importância. Os conceitos básicos e
elementares permitem que os alunos estabeleçam outra forma de relação com
a vida. Essa relação, mediada pela ciência, arte, filosofia, poderia ajudá-los a
romper com o cotidiano.

Vygotsky (2001) destaca a importância que 3. Atividades não cotidianas – são

aquelas que permitem o processo de humanização, permitindo ao indivíduo
elevar esferas superiores de realização e compreensão em sua existência. O
acúmulo de conhecimento invariavelmente leva ao aumento dos tipos de
pensamento científico, que, por sua vez, se manifesta no desenvolvimento do
pensamento espontâneo.

O desenvolvimento dos conceitos no pensamento da criança deve ocorrer da

mesma forma que os pensamentos se apresentam em cada uma de suas
fases. de desenvolvimento, pois estes não são adquiridos mecanicamente,
mas evoluem a partir de uma intensa atividade mental que a criança
desenvolve. Na concepção de Vygotsky (2001), os dois processos –
desenvolvimento de conceitos espontâneos e conceitos não espontâneos –
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influenciam-se mutuamente e constantemente.

O desenvolvimento de conceitos científicos exige o desenvolvimento de uma

série de funções: atenção voluntária, memória lógica, abstração, comparação,
discriminação, que jamais poderiam ser memorizadas ou simplesmente
assimiladas. O desenvolvimento de conceitos, sendo afetado por diferentes
condições externas e internas, torna-se essencialmente um processo unitário
e não um conflito entre modos de pensar antagônicos e mutuamente
exclusivos.

O desenvolvimento de conceitos espontâneos e científicos - deve-se supor -

são processos intimamente interligados, que se influenciam mutuamente.
Vigotski (2001) destaca algumas evidências sobre o papel da aprendizagem e
do professor no desenvolvimento mental das crianças. No processo de ensino
do sistema de conhecimento, a criança aprende o que não tem diante dos
olhos.

Vygotsky (2001) afirma que eles não estão organizados em uma estrutura
lógica, nem possuem organização lógica entre si. Ele questiona se os
conceitos científicos podem melhorar uma área do desenvolvimento que ainda
não ocorreu na vida da criança. Este é o significado do famoso conceito
vygotskiano de zona de desenvolvimento próximo.

A alfabetização coloca nas mãos dos indivíduos um poderoso instrumento,

tanto para a apropriação de conceitos científicos quanto para a objetivação do
pensamento científico. Vigotski (2001) esclarece muitos pontos sobre a idade
escolar da criança. Ele descobre que, nessa fase, a criança adquire novas
formações essenciais para as funções básicas exigidas no aprendizado
escolar.

VIGOTSKI afirma que a idade escolar é o período ótimo de aprendizagem ou,

como ele chama, é uma fase sensível para a aquisição de conhecimentos em
disciplinas que se baseiam em funções conscientes e arbitrárias. Trata-se de
tomar consciência e formar disposição, que começa nessa idade, mas só se
desenvolve plenamente na adolescência.

Vygotsky (2001) e colaboradores verificaram o nível de desenvolvimento das

funções psíquicas necessárias para o aprendizado das matérias escolares
básicas. Maturidade naquelas premissas psicológicas que, segundo a primeira
teoria, deveriam preceder o próprio início da aprendizagem (VIGOTSKI, 2001,
p. 311, grifo nosso)

Os conceitos científicos formam um sistema hierárquico de inter-relações, que

parece constituir o modo como se desenvolvem a sua generalização e
domínio. Segundo Vygotsky, esse sistema pode ser posteriormente transferido
para outros conceitos e outras áreas do pensamento. Esses rudimentos de
sistematização entram na mente da criança por meio de seu contato com
conceitos científicos, para depois serem transferidos para conceitos
cotidianos.

O desenvolvimento de conceitos científicos e espontâneos segue caminhos

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direcionados na direção oposta. Ambos os processos estão internamente e da
maneira mais profunda inter-relacionados. O desenvolvimento do conceito
espontâneo da criança deve atingir um certo nível para que a criança possa
apreender o conceito científico e tomar consciência dele. Em seus conceitos
espontâneos, a criança deve alcançar aquele limiar além do qual a
consciência torna-se possível.

Duarte (1996) defende uma concepção da educação escolar como mediadora,

no processo de formação geral do indivíduo. Acrescentamos a esse
pensamento a ideia de alfabetização como um processo marcadamente
importante nessa mediação, pois é por meio dela que os indivíduos adquirem
plenas condições de perceber as necessidades em um nível cada vez mais
elevado.

Referência: COELHO, Sônia Maria. A importância da alfabetização na vida

humana. Faculdade de Ciências e Tecnologia. UNESP. 2011.

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