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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA
DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA – PIBID

ANA PAULA PEREIRA DA SILVA

FICHAMENTO DO TEXTO: ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO:


CAMINHOS E DESCAMINHOS

Aspectos que destaco no texto:

Um olhar histórico sobre a alfabetização escolar no Brasil revela uma trajetória


de sucessivas mudanças conceituais e, consequentemente, metodológicas.
Atualmente, parece que estamos mais uma vez enfrentando um daqueles
momentos de mudança. Um momento como este é, sem dúvida, desafiador,
pois estimula a revisão de caminhos já trilhados e a busca por novos
caminhos.

Alfabetização é uma palavra e um conceito recente, introduzido na linguagem


da educação e nas ciências da linguagem há pouco mais de duas décadas. A
sua emergência pode ser interpretada como resultado da necessidade de
configurar e nomear comportamentos e práticas sociais no domínio da leitura e
da escrita que ultrapassem o domínio do sistema alfabético e ortográfico.

O conceito de alfabetização tem sua origem em uma extensão do conceito de


Letramento. Os dois processos muitas vezes foram confundidos e até mesmo
mesclados. A alfabetização só faz sentido quando desenvolvida no contexto
das práticas sociais de leitura e escrita. a alfabetização só pode se
desenvolver na dependência e por meio do aprendizado do sistema de escrita.

Até a década de 1980, a ênfase era fundamentalmente colocada no


aprendizado do sistema de escrita convencional. Em torno desse objetivo
principal, os métodos de alfabetização se alternavam em um movimento
pendular. Distinção, mas indissociabilidade e interdependência: quais as
consequências disso para a aprendizagem da linguagem escrita na escola?
Até a década de 1980, a alfabetização escolar no Brasil era caracterizada por
uma alternância entre métodos sintéticos e métodos analíticos. A perspectiva
psicogenética da aprendizagem da linguagem escrita, difundida entre nós,
trouxe uma mudança significativa nos pressupostos e objetivos na área da
alfabetização. Essa mudança de paradigma possibilitou identificar e explicar o

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processo pelo qual a criança constrói o conceito de linguagem escrita.

O foco no processo de conceituação da linguagem escrita pela criança tem


subestimado o ensino sistemático das relações entre fala e escrita, conforme
definido anteriormente. É, sobretudo, essa falta de ensino direto, explícito e
sistemático que tem motivado as críticas que atualmente se fazem ao
construtivismo.

A aprendizagem da linguagem escrita tem sido objeto de pesquisa e estudo


por diversas ciências nas últimas décadas. Cada um deles favorecendo uma
das facetas desse processo de aprendizagem. A faceta fônica envolve o
desenvolvimento da consciência fonológica. A faceta da leitura fluente requer
o reconhecimento holístico de palavras e frases.

A tendência, porém, tem sido privilegiar na aprendizagem inicial da língua


escrita apenas uma de suas diversas facetas e, conseqüentemente, apenas
uma metodologia. Cada uma dessas facetas é baseada em teorias de
aprendizagem, princípios fonéticos e fonológicos, princípios linguísticos,
psicolinguísticos e sociolinguísticos, teorias da leitura.
Alfabetização e letramento são inseparáveis, simultâneos e interdependentes.
A criança se alfabetiza, constrói seu conhecimento do sistema alfabético e
ortográfico da língua escrita, em situações de alfabetização. As crianças
desenvolvem habilidades e comportamentos para o uso competente da
linguagem escrita nas práticas sociais que as envolvem.
Alfabetização e Letramento: Caminhos e descaminhos Letramento um
conceito muito recente introduzido na linguagem da educação e das ciências
linguísticas. Seu surgimento deve-se a decorrência da necessidade de
configurar e nomear comportamentos e práticas sociais na área da leitura e da
escrita que fossem mais além do domínio do sistema alfabético e ortográfico.
Esses comportamentos e praticas sociais foram adquirindo importância a
medida que a vida social e as atividades profissionais tornaram-se cada vez
mais centradas e dependentes da língua escrita.

Até os anos 80 a alfabetização escolar no Brasil caracterizou-se por uma


alternância entre métodos sintéticos e métodos analíticos, mas sempre com o
mesmo pressuposto, o de que a criança para aprender o sistema de escrita,
dependeria de estímulos externos cuidadosamente selecionados ou
artificialmente construídos. Ainda nos anos 80, a perspectiva psicogenética da
aprendizagem da língua escrita foi divulgada pela obra de Emilia Ferreiro, sob
a dominação do construtivismo.
Trazendo uma significativa mudança na área da alfabetização, por que alterou
a concepção do processo de aprendizagem. Essa mudança permitiu identificar
e explicar o processo através do qual a criança constrói o conceito de língua
escrita como um sistema de representações do som da fala por sinais gráficos,
revelando também o papel fundamental de uma interação intensa e
diversificada da criança com práticas e materiais reais de leitura e escrita a fim
o processo de contextualização da língua escrita.

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Os dois processos, alfabetização e letramento, são indissociáveis,
simultâneos, e interdependentes. A criança alfabetiza-se, A insuficiência
desses recursos para criar objetivos e procedimentos de ensino e de
aprendizagem que efetivamente ampliassem o significado de alfabetização,
alfabetizar, alfabetizado é que pode justificar o surgimento da palavra
letramento, conseqüência da necessidade de destacar e claramente
configurar, nomeando-os, comportamentos e práticas de uso do sistema de
escrita, em situações sociais em que a leitura e/ou a escrita estejam
envolvidas.
Entretanto, provavelmente devido ao fato de o conceito de letramento ter sua
origem numa ampliação do conceito de alfabetização, esses dois processos
têm sido freqüentemente confundidos e até mesmo fundidos.

Referência: SOARA, Magda. Alfabetização e letramento: caminhos e


descaminhos. Revista Pedagógica. Artemed, 29 de fevereiro de 2004.

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