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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA
DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA – PIBID

ANA PAULA PEREIRA DA SILVA

FICHAMENTO DO TEXTO: Percurso Histórico dos Métodos de


Alfabetização

Aspectos que destaco no texto:

A história como começou a alfabetização, que é dividida em quatro períodos, o


primeiro é empregado desde a antiguidade até a Idade Média, quando
predominou o método da soletração que significa dizer o nome das letras ao
visualizar silabas e palavras com o objetivo de traduzir sons; o segundo teve
início contra reação ao método da soletração, nos séculos XVI e XVIII, surgiu
novos métodos sintéticos e analíticos, o sintético do som para o texto ou da
parte para o todo que estabelece uma correspondência entre o som e a grafia,
entre o oral e o escrito, através aprendizado letra por letra, ele se divide em
três tipos=o alfabético, o fônico e o silábico.

No alfabético, a criança aprende primeiro as letras depois forma das silabas,


juntos não as consoantes com as vogais, depois forma das silabas, juntando
com as vogais, para formar as palavras que constroem o texto; o fônico, a
criança parte do som das letras, unindo o som da consoante com o som da
vogal, pronunciando a silaba formada e o silábico a criança aprende as silabas
e formas as palavras.

O analítico e do texto para som ou do todo para o som A criança parte da frase
para extrair as palavras e divide em unidades simples, as silabas, palavração,
sentenciação, global e soletração. O terceiro período na década de 1980 com
a divulgação da teoria da ‘’Psicogênese da Língua Escrita’’, de Emília Ferreiro
e Ana Teberosky, onde toda criança passa por níveis estruturais da linguagem
em escrita em que se aproprie da complexidade do sistema alfabético. É
importante salientar que a passagem de um nível para o outro é gradual e
depende muito da intervenção feitas pelo professor. Os níveis são-pré-silábico,
escrever e desenhar tem o mesmo significado; não relaciona a escrita com a
fala.
Para estudar a alfabetização na Idade Média, é necessário buscar
informações em fontes escritas, arqueológicas e iconográficas. Analisando as
imagens da época, é possível observar textos miniaturizados que permitem
conhecer a forma como se deu a alfabetização. Os textos utilizados eram de
natureza religiosa, todos escritos em latim.

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Muitos foram os artifícios utilizados na Idade Média para facilitar a aquisição
da leitura pelas crianças. Imagens da época mostram crianças sendo
amamentadas com a tabuinha do alfabeto pendurada no braço. Havia também
outras estratégias utilizadas na alfabetização, como a alimentação. Na Itália,
era comum servir bolos e doces em formato de letras.

Em 1719, Vallange cria o chamado método fônico com material denominado


“figuras simbólicas”, cujo objetivo era mostrar palavras acentuando o som que
se queria representar. No entanto, o exagero na pronúncia do som de
consoantes isoladas levou esse método ao fracasso. Hoje, alguns defensores
tentam resgatá-la, alegando que tal metodologia pode resolver o problema do
fracasso escolar no Brasil.

Isolados, os fonemas consonantais são impronunciáveis, pois sempre que


você tentar pronunciar b, por exemplo, o som e estará presente. O método
fônico, na tentativa de esconder essa dificuldade, ignora a vogal nasal ã.
Então, se podemos optar por desenvolver uma alfabetização de qualidade,
que considere a realidade do aluno, por que partir de uma unidade de sentido
vazia?

No caso da sílaba escrita, para crianças que não a compreendem de imediato,


pode-se utilizar o processo de comutação. Por que não iniciar o processo por
meio de uma palavra real, cujo significado o aprendiz conhece, retirando-lhe a
sílaba, para que, ao final, a criança veja a combinação dos fonemas.
Na França, foi criado o método silábico: estratégia de unir consoante e vogal
formando a sílaba, e unir a base para compor as palavras. No caso da sílaba
escrita. para crianças que não entendem de imediato, o processo de
comutação. pode ser usado, a partir do qual basta apresentar a consoante (b,
por exemplo), dizendo seu nome be.

O método global surgiu com o objetivo de partir de um contexto e algo mais


próximo da realidade da criança. Ao contrário do fônico, a sílaba se apresenta
pronta, sem explicitar a articulação das consoantes com as vogais. Em 1655,
Comenius, em seu Orbis Pictus, caracterizou o método de ortografia como a
“maior tortura do espírito”.

Nicolas Adams, em sua obra Vrai manière d'apprendre une Langue


quelconque, exemplificou com grande propriedade sua concepção de método
global. Adams acreditava que, considerando a realidade da criança, o
processo de alfabetização ganharia sentido, deixando de ser tão complexo e
abstrato.

Insistiu-se que o professor deveria permanecer o maior tempo possível na fase


de exploração global da palavra, para depois analisar a palavra em sílabas.
Após a criação do método de redação, que partiu da unidade - palavra, foram
criados métodos de sentenciamento, baseados em contos e na experiência
infantil.

A cartilha surgiu da necessidade de material para ensinar as crianças a ler e


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escrever. No século XVI, surge o silabário, primeira versão do que seria o
livrinho. As cartilhas brasileiras tiveram origem em Portugal (que chegou a
enviar exemplares para alfabetização em suas colônias).

Em 1876, foi publicada a Cartilha Maternal, do poeta João de Deus, cujo


destaque abaixo aparece ainda na edição de 2005. Este autor era contra os
métodos de ortografia e sílabas para o ensino da leitura. Sua obra foi o marco
entre o alfabeto (bê-á-bá) e os métodos analíticos.

A alfabetização, até o final do século 19, era iniciada pela caligrafia, depois se
ensinava alternadamente a escrita. A professora preparou o alfabeto em folhas
de papel que foram manuseadas por um cabo, para não sujar. Surge o Manual
do Professor, cuja função é orientar o professor quanto ao uso correto do
material.

O estudo das falhas da cartilha é sempre relevante, pois a cartilha esteve na


escola por muito tempo e tanto o produtor quanto o leitor deste texto
provavelmente foram alfabetizados por meio das cartilhas. Muitos acreditam
que é um método de alfabetização eficiente, partindo do pressuposto de que
se foi eficiente para ensinar a ler e escrever, também funcionará para outras
pessoas.

Os livretos tendem a ter a mesma estrutura (são[1]compostos de lições). Cada


lição começa com uma palavra-chave, ilustrada por desenho. Dessa palavra,
destaca-se a primeira sílaba e, dela, sua respectiva família silábica. Em
seguida, a cartilha apresenta exercícios de montagem e desmontagem de
palavras.
A ideia é que a linguagem se pareça com a soma de tijolos, representados por
sílabas e unidades de composição. Representar a linguagem por meio da
escrita vai muito além de codificar e decodificar signos gráficos, pois requer a
incorporação de aspectos discursivos da linguagem escrita. Segundo
Camacho (1988, p. 29), “[. indefinido. ] uma língua é um objeto histórico, como
conhecimento transmitido, e está, portanto, sujeita às eventualidades típicas
de tal objeto”

Num mesmo instrumento de comunicação, temos quatro modalidades


específicas de variação linguística: histórica, geográfica, social e estilística.
Sabe-se que existem variações geográficas no léxico, na fonética e até na
sintaxe dos falantes. A cartilha ignora a realidade linguística do aluno
quando[1] ele trabalha com textos que não contemplam sua experiência de
vida.

A expressão “tipo”, comum entre os jovens, é um modismo frequente no


discurso oral e não é apropriada para a escrita. Alguns alfabetizadores,
buscando ajudar o aluno, desenvolvem[1] uma fala artificial para explicar a
ortografia convencional. Os falantes do Estado de São Paulo não distinguem
tais variantes de fonemas, como os gaúchos ou alguns descendentes de
europeus.

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É comum que a família silábica composta pela letra C seja apresentada
parcialmente, mostrando CA-CO-CU. A professora não apresenta what e chi,
mas apresenta CE e IC associados ao grupo fonético que representa o som k.
O senso comum não explica a natureza dos sons da fala (fonética)

A representação comum das vogais é A-E-I-O-U. São diversificados em 12


fonemas (sete orais e cinco nasais). Tende-se a não notar, por exemplo, a
diferença entre o BA barato e o BA bancário. O a in banco será nasalizado
pela presença do n na sílaba invertida.
Os tipos de textos ali apresentados muitas vezes não constituem textos.
Carecem de unidade semântica, carecem de textualidade e, não raro[1], até
perdem a coerência. O aluno chega à escola com a capacidade de produzir
textos orais. Se ele se depara com textos artificiais, montados para fins
específicos, que não correspondem à sua linguagem, pode concluir que sua
oralidade está errada.
Durante décadas, a escola alfabetizou por meio da cartilha. Observamos que
tal metodologia tornou-se insuficiente para atender as demandas da sociedade
atual. Não basta ser capaz de produzir um pequeno texto. É preciso saber se
comunicar de forma plena, por meio da escrita, utilizando os diversos tipos de
fala.

Um aluno que tem seus limites respeitados também agirá com respeito,
simpatia e admiração pelo professor. Posturas que reprimam a escrita do
aluno, caracterizando-a como incorreta, feia, cheia de erros, deveriam estar
fora da escola. Denúncias recorrentes mostram que as mais variadas formas
de agressão verbal estão em sala de aula.

Os professores devem respeitar a capacidade criativa das crianças. A


alfabetização (uso de cartilhas) trata apenas da codificação (escrita) e da
decodificação (leitura e decifração) dos signos, sem ter como fundamento
subjacente a contribuição da linguística para a formação do alfabetizador.

A alfabetização gira em torno de três aspectos importantes da linguagem:


falar, escrever e ler. Seu objetivo é fazer com que a criança memorize letras e
sílabas, saiba decodificar, decifrar sinais (ler) e codificar esses sinais,
transformando a fala em escrita, mas com perda de sentido e produção textual
espontânea.

O Método Paulo Freire de Alfabetização busca transformar a consciência


ingênua do aluno em crítica. Desenvolve a consciência silábica e alfabética,
levando o aluno a dominar as correspondências entre grafemas e fonemas. O
professor precisa ter formação linguística adequada para saber reconhecer
falhas e limitações de qualquer método.
A sílaba é a menor unidade que pode ser pronunciada e percebida pela
criança na fala. O Método Paulo Freire foi pouco divulgado e estudado, no
Brasil, quando utilizado pelo Mobral. No Brasil, suas etapas de “codificação” e
“decodificação” foram excluídas do processo de alfabetização, transformando-

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se em mero método de cartilhas.
O Método Paulo Freire de Alfabetização busca transformar a consciência
ingênua do aluno em crítica. Desenvolve a consciência silábica e alfabética,
levando o aluno a dominar as correspondências entre grafemas e fonemas. O
professor precisa ter formação linguística adequada para saber reconhecer
falhas e limitações de qualquer método.

A sílaba é a menor unidade que pode ser pronunciada e percebida pela


criança na fala. Para que o aprendiz tome conhecimento da correspondência
falada-escrita, basta perguntar quantas vezes abrimos a boca para pronunciar
determinada palavra (Ex: es-co-la).

O Método Paulo Freire foi pouco divulgado e estudado, no Brasil. Quando


utilizado pelo Mobral, foi descaracterizado, pois suas etapas de “codificação” e
“decodificação” foram excluídas do processo de alfabetização. A eficiência do
Método Sociolinguístico: uma nova proposta de Alfabetização.

Referência: MENDONÇA, Onaide Schwartz Mendonça. Percurso Histórico


dos Métodos de Alfabetização. Faculdade de Ciências e Tecnologia. UNESP.
2011.

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