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PARAÍSO DO NORTE
ABRIL, 2019.
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FOLHA DE APROVAÇÃO
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PARAÍSO DO NORTE
ABRIL, 2019
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RESUMO
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1 INTRODUÇÃO
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2 O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
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genética. Ou seja, diferentemente da cor dos olhos, formatado do rosto, tipo de
cabelos, que são características inatas do indivíduo, a cultura não é assim. Ela
precisa ser aprendida e para isso necessita de comunicação social.
Diante disso, percebemos que a cultura é algo intrinsicamente humano,
uma vez que apenas os seres humanos possuem capacidade cognitiva e
comunicativa para propagação cultural.
Cada novo indivíduo nascido em uma determinada sociedade ao passar
por um processo aculturação, seja ao aprender a língua nativa daquela
sociedade, seus costumes, suas histórias, passa também por um processo de
humanização.
Em contraponto a essa visão, MOGILKA (2004), avalia:
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Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934), sob influências marxistas
considerava que as mudanças que ocorrem em cada um de nós tem sua raiz
na sociedade e na cultura.
O teórico pretendia uma abordagem que buscasse a síntese do homem
como ser biológico, histórico e social. Ele sempre considerou o homem inserido
na sociedade e, sendo assim, sua abordagem sempre foi orientada para os
processos de desenvolvimento do ser humano com ênfase da dimensão sócio-
histórica e na interação do homem com o outro no espaço social. Sua
abordagem sócio-interacionista buscava caracterizar os aspectos tipicamente
humanos do comportamento e elaborar hipóteses de como as características
humanas se formam ao longo da história do indivíduo (VYGOTSKY, 1996 apud
RABELLO e PASSOS, 2018).
Vygotsky construiu o conceito de zona de desenvolvimento proximal,
que é a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma
determinar através da solução independente de problemas pela criança, e o
nível de desenvolvimento potencial, determinado pela solução de problemas
sob a orientação de um adulto, ou em colaboração com companheiros.
Concluímos assim dizendo, que para Vygotsky, as relações entre
aprendizagem e desenvolvimento são indissociáveis. (Da COSTA, 2018).
Jean Piaget (1896-1980) em sua obra buscou investigar o
desenvolvimento cognitivo, a linguagem e a moralidade. Assim pode perceber
que havia uma relação entre o desenvolvimento humano do ponto de vista
cognitivo e social.
O desenvolvimento humano, no modelo piagetiano, é explicado segundo
o pressuposto de que existe uma conjuntura de relações interdependentes
entre o sujeito conhecedor e o objeto a conhecer. Esses fatores que são
complementares envolvem mecanismos bastante complexos e intrincados que
englobam o entrelaçamento de fatores que são complementares, tais como: o
processo de maturação do organismo, a experiência com objetos, a vivência
social e, sobretudo, a equilibração do organismo ao meio. (TERRA, 2005).
Piaget considera 4 períodos no processo evolutivo da espécie humana
que são caracterizados "por aquilo que o indivíduo consegue fazer melhor" no
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decorrer das diversas faixas etárias ao longo do seu processo de
desenvolvimento (FURTADO, et al.apud TERRA, 2005). São eles:
O estado sensório-motor (0 a 2 anos) que representa a conquista,
através da percepção e dos movimentos, de todo o universo prático que cerca
a criança. (PIAGET, 1999, P. 17).
O estado pré-operatório (2 aos 7 anos) que é marcado pelo início da
socialização da criança, a aparição do pensamento propriamente dito e o
surgimento da linguagem. (PIAGET, 1999, P. 25).
O estado das operações concretas (7 aos 11 ou 12 anos) que é
marcado pelo aparecimento de formas de organizações novas, que completam
as construções esboçadas no decorrer do período precedente, assegurando
um equilíbrio mais estável e que também inauguram uma série ininterrupta de
novas construções. (PIAGET, 1999, P. 41).
Por fim, o estado das operações formais (11 ou 12 anos em diante)
marca o início da adolescência e ascensão do indivíduo do mundo infantil para
a maturação definitiva. Nessa fase, as conquistas próprias da adolescência
asseguram ao pensamento e à afetividade um equilíbrio superior ao que existia
na segunda infância. (PIAGET, 1999, P. 58).
Em comparação das ideias de Piaget e Vygotsky, RABELLO e PASSOS
(2018) pontuam:
“Para Piaget, dentro da reflexão construtivista sobre desenvolvimento
e aprendizagem, tais conceitos se inter-relacionam, sendo a
aprendizagem a alavanca do desenvolvimento. A perspectiva
piagetiana é considerada maturacionista, no sentido de que ela preza
o desenvolvimento das funções biológicas – que é o desenvolvimento
- como base para os avanços na aprendizagem. Já na chamada
perspectiva sócio-interacionista, sócio-cultural ou sócio-histórica,
abordada por L. Vygotsky, a relação entre o desenvolvimento e a
aprendizagem está atrelada ao fato de o ser humano viver em meio
social, sendo este a alavanca para estes dois processos. Isso quer
dizer que os processos caminham juntos, ainda que não em paralelo.”
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Entre estas diferenças podemos destacar que a teoria de Piaget é
construtivista, com ênfase no papel estruturante do sujeito, e também que
Piaget reformou em bases funcionais as questões sobre pensamentos e
linguagem. Por ser ao mesmo tempo pensador e cientista experimental, a
Piaget interessava uma visão transformadora da epistemologia.
Apesar de a teoria de Vygotsky também apresentar um aspecto
construtivista, seria na medida em que busca explicar o aparecimento de
inovações e mudanças no desenvolvimento a partir do mecanismo de
internalização.
Por outro lado, Vygotsky enfatiza o aspecto interacionista, pois considera
que é no plano intersubjetivo, isto é, na troca entre as pessoas, que tem origem
as funções mentais superiores, que são mecanismos psicológicos complexos,
que envolvem controle consciente de comportamento, ação intencional e
liberdade do indivíduo em relação às características do presente momento.
A teoria de Piaget também apresenta a dimensão interacionista, mas
sua ênfase é colocada na interação do sujeito com o objeto físico, onde a
criança observando este objeto ela vai aprender a afirmar unicamente o que ela
percebe, a distinguir o que é real do que é produto da imaginação e
consequência da afetividade, que influencia seu juízo; e, além disso, não está
clara em sua teoria a função da interação social no processo de conhecimento.
Para Piaget, a criança se apodera de um conhecimento se “agir” sobre
ele, pois aprender é modificar, descobrir, inventar.
Para Vygotsky, a aprendizagem sempre inclui relações entre as
pessoas. A relação do indivíduo com o mundo está sempre mediado pelo outro.
Este processo de mediação ou melhor dizendo os mediadores sempre vai estar
entre o homem e o mundo real, estes mediadores são : Instrumentos e Signos.
Desta forma, podemos dizer que para Vygotsky, o desenvolvimento é
um processo que se dá de fora para dentro, já para Piaget, o desenvolvimento
se dá de dentro para fora.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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4 REFERÊNCIAS
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