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As crises nos re–ligam com dimensões ao mesmo tempo mais elevadas e mais
profundas em nossas vidas, dando a oportunidade de criarmos conexões que muitas vezes
estavam faltando em nossa existência. As crises nos obrigam a repensar nossos modos de agir,
nosso estilo de vida, nossa escala de prioridades e valores. As crises nos ensinam a nos
liberarmos de muito peso inútil que levamos em nossas "mochilas", na caminhada da vida.
Quando observamos, por exemplo, uma águia, vem uma lição espiritual
importante de elevarmos nossa visão, "voarmos" alto sobre nossos problemas e termos uma
visão panorâmica da situação em que nos encontramos e assim acharmos saídas ou soluções.
E assim cada animal nos trás ensinamentos, se soubermos ser observadores atentos; e com
isto trazemos uma nova dimensão espiritual aos nossos desafios de trabalho.
Isto tudo, e talvez um pouco mais ainda, porque todo cliente, no fundo, se
permite estabelecer um nível de relacionamento em alguma área. Profissionais
espiritualizados sempre possuem uma opinião muito melhor formada que dará a esse contato
um acréscimo de reflexão interessante.
A cada seis meses trocamos todos os átomos de nosso corpo. Mesmo que
você queira dormir eternamente, chega um momento em que seu corpo lhe acorda. Ele quer
atuar, pois precisa atuar, independente de sua vontade.
Quando sua mente sente raiva ou ódio, a espiritualidade espalha pelo seu
corpo um sentimento de perdão e livra você de tais sentimentos. A espiritualidade é a guardiã
de nosso estado de espírito.
Eu acredito que Espiritualidade não é uma Religião. Ela é muito maior que
isto porque ela é uma semente.
A matéria de capa da Revista Exame de 23 de janeiro de 2002 trata do tema “Deus ajuda?”,
com a pergunta complementar: a espiritualidade está em alta no mundo dos negócios. Será
mais um modismo ou vai transformar a vida das empresas?
Eu tenho uma opinião bastante clara que nós estamos em meio a um enorme processo de
transformação no mundo empresarial, e que a espiritualidade já tem um papel norteador
fundamental neste processo. Nós passamos uma grande parte do “horário nobre” de nossas
vidas nas empresas; então, é justo e previsível que busquemos também neste local privilegiado
um conjunto de significados para nossas missões de vida. Portanto, respondendo à Exame,
este não é um modismo! Como descrito na revista, é louvável e faz parte dos negócios a
postura de tantos dirigentes de empresas, que buscam aplicar, cada um à sua maneira, sua
espiritualidade no dia-a-dia de seus negócios.
Quando as empresas e as pessoas que nela trabalham têm esta consciência, a conseqüência é
que fluem com muito maior facilidade os fatores mais buscados pelos executivos das
empresas: a motivação, o desempenho, o espírito de equipe, a comunicação eficaz, a
qualidade, o foco no cliente, o “estar de bem com a vida”. Quando trabalhamos o tema da
espiritualidade no trabalho, os benefícios que podem ser esperados são a melhoria da
qualidade de vida individual e coletiva, o estímulo à situações de crescimento e
desenvolvimento, o incentivo do sentido de parceria, criatividade, cooperação e trabalho em
equipe.
Creio que é oportuno encerrar citando Rudolf Steiner, que em Bremen em 1910, disse:
Temos que erradicar da alma todo medo e terror do que o futuro possa trazer ao homem.
Temos que olhar para frente com absoluta equanimidade para com tudo que possa vir.
E temos que pensar somente que tudo o que vier nos será dado por uma direção mundial
plena de sabedoria.
Isto é parte do que temos de aprender nesta era, a saber: viver em pura confiança. Sem
qualquer segurança na existência; confiança na ajuda sempre presente do mundo espiritual.