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Metodologia do Ensino de Historia e Geografia

Heloísa Dupas Penteado

Apresentação
A alfabetização desdobra-se em “tantas outras alfabetizações” quantos são os conhecimentos com que se lida neste
nível de ensino.
Podemos dizer então que esta é uma proposta de “Alfabeização” em História e Geografia para as séries iniciais do 1º
grau.(1ª a 4ª série) [atualizando 1 º ao 5º ano do Ensino Fundamental]
Partimos de uma compreensão de História e Geografia enquanto ciências pertencentes ao campo das Ciências
Humanas.

Capítulo I – As Ciências Humanas


As Ciências Humanas têm como objeto de estudo o homem e suas relações: entre si, com o meio natural em que
vive, com os recursos já criados por outros homens através dos tempos. Cada uma delas, por sua vez, especializa-se
em determinados aspectos desse seu objeto de conhecimento, que é muito amplo.
A Geografia privilegia as relações do homem com o espaço em que está situado.
A Sociologia focaliza as relações que os homens travam entre si, no seu espaço e no seu tempo.
A Antropologia centraliza seus estudos nos homens e nos produtos de suas ações.
A História procura estudar o homem através dos tempos, nos diferentes lugares em que tem vivido. Investiga
permanências e mudanças ou transformações do seu modo de vida, no empenho de compreendê-las.
Estas se destacam em sua importância em três aspectos:
 As Ciências Humanas como instrumento necessário para a compreensão da História.
 As Ciências Humanas como instrumento necessário para o ajustamento ao meio social a que pertence o
educando (ação- reflexão-ação).
 A ideia de área de estudos interdisciplinar – trabalho integrado entre profissionais.
A presença das Ciências Humanas nas quatro (cinco) séries iniciais do 1ºgrau através da disciplina História e
Geografia deve garantir a iniciação do estudante numa preparação mais ampla. Para isso é necessário assegurar para
cada série um conhecimento significativo, ainda que introdutório, que possa ser utilizado pelo estudante ao longo de
sua vida, na convivência com seus semelhantes, como um instrumento que lhe possibilite pensar sua realidade e
melhor conhece-la, para melhor atuar nela e se apossar dela, em vez de ser por ela engolido.

Capítulo II – Eixos norteadores do conhecimento

Fundamentos que dão suporte à proposta de ensino de História e Geografia, desdobrado nos seguintes tópicos:
 Uma problematização e análise das formas de atuação correntes no ensino destas disciplinas;
 Uma apresentação da estrutura conceitual básica da área de Ciências Humanas, instrumentos que
atuaremos na construção de um novo ensino;
 Uma análise dos conceitos básicos, a partir das condições internas e externas de aprendizagem, que
orientará a sequencia de trabalho com eles ao longo das quatro séries (cinco anos).
O desenvolvimento de temas considerados viabilizadores de abordagens históricas e geográficas integradas permeia
a ideia de que se aprende do “simples” para o “complexo”.
É possível tentar lidar com o processo de maneira diferente e observar os seus resultados. Em vez de começar pelo
bairro, por que não começar pelo mundo?
Porém a partir do Mundo, se já o espaço do bairro não é dominável, empiricamente, pela criança?
Concluindo:
 A aprendizagem se faz num movimento constante que vai tanto das partes para o todo como do todo para
as partes, ao longo de todo o seu processo;
 É concreto para o aprendiz aquilo que ele acredita que realmente existe; ignorar esse fato nos faz incorrer
em erros como confundir “concreto” com o que simplesmente acontece ao lado das crianças e que é
perceptível aos órgãos dos sentidos;
 É “próximo” do aprendiz aquilo que, pela significação e importância por ele atribuída, passa a fazer parte de
sua realidade; se isso não fosse verdade, os meios de comunicação de massa não teriam a influencia que
tem.
É preciso substituir a apreensão fragmentada da vida social, a que os alunos vêm sido expostos, por uma
compreensão globalizada da vida social, no seu funcionamento e na sua historicidade.
O encontro dos homens entre si e com o meio natural em que se inserem define, por intermédio de seu trabalho
conjunto para a sobrevivência, o espaço sociocultural de sua existência, decorrente das transformações e criações
que promove nesse meio.
Os conceitos de espaço e de tempo são básicos no estudo da Geografia e da história respectivamente. É nestas
duas dimensões que as relações sociais humanas se travam, transformando a natureza, produzindo cultura,
construindo a História.
A construção mental desses conceitos por arte do ser humano se dá na interação das condições internas de
aprendizagem com as condições ambientais de que dispõe o aprendiz.
O professor é um profissional que, nesse processo, se localiza entre as condições ambientais, ou externas, e que atua
na interação destas com as condições internas do aprendiz, agindo como mediador.
Consideremos que:
 A construção mental do conhecimento parte das características concretas do objeto ou fenômeno a
conhecer, para chegar às abstratas, e da reciprocidade das inter-relações das “partes” com o “todo”
 Os conceitos básicos formam um todo reciprocamente inter-relacionados.
 Temos já a indicação de que, nas series iniciais, o ensino de História e Geografia deverá se orientar por:
o Trabalhar em todas as áreas, além dos conhecimentos específicos, os conceitos da estrutura
conceitual básica, ainda que em diferentes níveis;
o Incidir sobre as dimensões de “natureza” e “cultura” (cultura material), espaço, tempo histórico.
Definindo o ponto de partida conceitual e sua sequencia, impõe-se tomar as decisões que levem à montagem de
situações significativas de aprendizagem.

Capítulo III – Metodologia de ensino de História e Geografia no 1º grau

São tratados em nível exploratório os conceitos que, pelas características dos fenômenos a quem se referem, exigem
uma familiarização no plano de vivências e experiências. Essa familiarização antecede necessariamente um trabalho
mais sistemático.
Na ampliação de conhecimento, os conceitos menos complexos da espinha dorsal (natureza, cultura, espaço) vão
sendo retornados nas séries subsequentes àquelas em que são desenvolvidos especificamente, possibilitando,
inclusive, a compreensão dos conceitos específicos das séries em que são retomados.
Avaliação – é preciso que o professor defina um momento especifico em que proporás uma dada vivencia com o fim
especifico de registrar, no final de um determinado período de tempo, os resultados alcançados com cada aluno.
O uso da “representação” em trabalhos de avaliação é possível através da solicitação de desenhos antes do domínio
da escrita.
Os resultados obtidos através de um instrumento adequado de avaliação permitirão ao professor não só constatar e
analisar a situação geral da classe e de cada aluno em relação aos objetivos trabalhados, mas também avaliar seu
próprio desempenho na operacionalização do ensino, em relação a cada um dos objetivos desenvolvidos.

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