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Frederico Menezes Brandão

A TEORIA DA HISTÓRIA EM WALTER BENJAMIN: NARRATIVIDADE E


ABERTURA DA HISTÓRIA

Linha de pesquisa pretendida: Ideias, saberes e escritas da (e na) história


1. INTRODUÇÃO

É tarefa da Teoria da História promover a reflexão acerca dos limites e das


possibilidades do pensamento histórico. No processo de produção do conhecimento
histórico os historiadores devem se atentar às reflexões já postas no seio do próprio campo
da Teoria da História, considerando tanto as discussões acerca do estatuto de
cientificidade da história como disciplina acadêmica – o que envolve pensar as normas e
regras da pesquisa histórica – quanto os debates relacionados à história enquanto singular
coletivo – aquela dimensão inescapável do próprio devir humano. Neste sentido, se cabe
à Teoria da História estabelecer e discutir os fundamentos e os princípios da ciência da
história, é natural que haja também um movimento de auto-reflexão destes próprios
fundamentos e que assegure a problematização dos limites e possibilidades existentes no
trabalho de significar e de se apropriar do passado.
Dentre as discussões fundamentais da Teoria da História, situam-se os debates
sobre as formas e funções do conhecimento histórico, encerrando nesta perspectiva as
questões a respeito da linguagem. De certo modo, as referências à linguagem constituem
um dos princípios basilares para o estabelecimento dos fundamentos da ciência da
história, situando as questões relativas tanto à transmissão do histórico quanto às suas
possíveis formas de apresentação.
Ao promover o movimento de auto-reflexão e de constante retorno sobre o seu
próprio campo intelectual, a Teoria da História lança mão dos considerados clássicos da
história do pensamento, seja pela relevância que tais obras adquirem nas reflexões acerca
da história, seja pelos possíveis debates que delas podem surgir.
A obra do filósofo berlinense Walter Benjamin (1892 – 1940), ainda hoje, tem
suscitado debates significativos em distintas áreas do conhecimento e seguramente pode
ser considerada como sendo um clássico da história do pensamento. Benjamin produzira
muito num âmbito da estética e da filosofia da linguagem. Sua obra atravessa as análises
do campo da crítica literária e da teoria do conhecimento, encontrando mais tarde, uma
orientação assumidamente política, condizente às exigências determinadas pelas
circunstâncias daquele período, marcado pela ascenção dos regimes totalitários na
primeira metade do século XX.
Dentre essas diversas áreas de produção é possível identificar uma que se revela
como fundamental na articulação de todo o pensamento benjaminiano, a saber, as suas
reflexões sobre a história; expressas em sua evidente preocupação com o ato de narrar e
com a transmissão da história – questões que Benjamin abordou sobre o prisma da
linguagem.
Neste sentido, certificando a relevância que a linguagem adquire nas produções
de Teoria da História situamos a proposta deste trabalho: expor a teoria da história
benjaminiana a partir de sua teoria da narração, buscando assim, apresentar novas
contribuições das reflexões benjaminianas para o campo da Teoria da História.
Posto que a obra de Benjamin percorre diversos campos e domínios, mostra-se a
necessidade de estabelecer um modo de abordagem específico. Com o objetivo de
apresentar a teoria da história benjaminiana a partir da sua teoria da narração
debruçaremos sobre três categorias fundamentais, que tem como eixo comum a sua
concepção de história. Tais categorias aparecem em toda a obra de Benjamin, tendo sido
trabalhadas desde os seus primeiros ensaios aos últimos escritos. Nossa intenção é de
apresentar o papel que, segundo Benjamin, estas categorias desempenham na
funcionalidade da narrativa.
As três categorias fundamentais para a teoria da narração benjaminiana, e por
conseguinte, para sua a teoria da história, são os conceitos de “alegoria” (allegorie),
“experiência” (erfahrung) e “tempo-de-agora” (jetztzeit). Estes conceitos atravessam toda
a obra de Benjamin (que como já mencionado, é marcada pela diversidade de domínios e
extensão à outros campos do conhecimento) e sendo assim, nos atentaremos a apresentá-
los de acordo com o seu momento intelectual específico. Tratar-se-á de caracterizar os
principais conceitos da teoria benjaminiana da história, não para arranjá-los em formas
acabadas de interpretação, mas para projetar um horizonte da configuração de idéias no
qual foram concebidos. Esperamos assim, relacionar as reflexões do filósofo alemão com
a tradição filosófica com a qual seu pensamento dialoga, expondo também os alcances e
a abrangência destas ideias em sua obra.

2. A FILOSOFIA BENJAMINIANA NA TEORIA DA HISTÓRIA E A TEORIA


DA NARRAÇÃO NA FILOSOFIA DE BENJAMIN

Com o intento de apresentar novas contribuições das reflexões benjaminianas para


o campo da Teoria da História, buscaremos o diálogo com a bibliografia atualizada
partindo de duas considerações. Por um lado, certificando a importância que possuem as
reflexões acerca dos procedimentos linguísticos, das formas de representação histórica e
das funções do conhecimento histórico e, por outro lado, elencando as discussões que já
certificam e reconhecem a filosofia de Benjamin como contributo, sempre suscetível de
atualizações, para tais reflexões.
Entre os debates que abordam as questões propostas neste trabalho situam-se as
reflexões no campo da ciência histórica que tratam dos limites e das possibilidades,
referentes ao processo de escrita da história. Estas reflexões levam em conta o caráter
linguístico da história e se preocupam, sobretudo, com as formas de representação e de
explicação em história. Tais debates referem-se ao infindável impasse defrontado pela
disciplina histórica no que diz respeito a, de um lado, sua pretensão científica atestada
pela racionalidade metódica da pesquisa e, de outro lado, o seu cunho literário, vinculado
ao trabalho de constituição narrativa de sentido. Deixaremos de lado as querelas que
envolvem os debates acerca destas questões haja vista a evidente impossibilidade da
rejeição de elementos narrativos na apresentação da história1.
No terceiro volume de sua trilogia Teoria da História, Jorn Rüsen direciona suas
considerações para a problemática da composição e da formatação historiográfica,
advogando por um outro olhar sobre a relação entre a dimensão científica da pesquisa
metódica e a dimensão literária da forma narrativa. Para Rüsen, a “relação confusa entre
cientificidade e arte historiográfica, contudo, não se constitui necessariamente, para a
teoria da história, em desvantagem” (RÜSEN, p. 17, 2010c). Pelo contrário, trata-se de
superar a redutora ambiguidade ciência/arte para que assim possam ser lançadas as bases
de um conhecimento histórico consistente, que leve em conta a complexidade dessa
relação sistemática.
Isto implica, segundo Rüsen, em “ir além da órbita dos princípios da pesquisa
histórica, no interior da qual a pretensão de cientificidade da história costuma confinar a
autocompreensão dos historiadores” (RÜSEN, p. 19, 2010c). Ainda para Rüsen, a
dificuldade se funda na questão de que “a pesquisa se refere por princípio aos conteúdos
da experiência do passado e de que a apresentação histórica se dirige ao público do
presente” (RÜSEN, p. 20, 2010c). É na vida cultural do tempo presente que o saber
histórico desempenha seu papel, pois “a história continua precisando ser ‘escrita’, ou seja,
apresentada de alguma maneira, e toda historiografia – em que forma seja – está inserida
em um contexto prático de funções” (RÜSEN, p. 11, 2010c).

1
Entre outras obras importantes, um dos exemplos mais notáveis e que mais profundamente abordou as
questões acerca do estilo narrativo e do caráter de ficcionalidade no relato foi o norte-americano Hayden
White em seu trabalho Meta-história: a imaginação histórica do século XIX. Infelizmente, por conta do
pouco contato que tivemos com esta obra, ainda não temos condições de aprofundar as reflexões de White,
no entanto esta leitura figura entre as referências a serem estudadas no decorrer do trabalho.
Precisamente, é este “contexto prático de funções” que identificamos na teoria da
narração de Walter Benjamin como sendo um frutífero lócus de apropriação e atualização
para o campo da Teoria da História. Em Benjamin, a preocupação com a escrita da história
se revela desde os seus escritos de juventude e adquire maior relevância em seus últimos
trabalhos, com destaque para as teses Sobre o conceito de história (1940) e o projeto das
Passagens. No entanto, um estudo sobre sua teoria da história conduz naturalmente a
textos anteriores, permeados pela sua teoria da narração.
Na filosofia benjaminiana a história é construída na medida em que se é narrada,
narrar a história é construir a história; o sujeito se constitui no próprio ato da narração. A
questão central dessa filosofia reside na renúncia das concepções historicista e
progressista do processo histórico e no estabelecimento de uma relação crítica com o
passado, capaz de romper com o pressuposto teleológico-evolutivo que sustenta um
conceito de história estagnador.
Três trabalhos, de períodos distintos, devem ser referenciados aqui como cruciais
para a exposição da teoria da narração benjaminiana: A Origem do Drama Barroco
Alemão (1925), Experiência e pobreza (1933) e O Narrador (1936). O que há de comum
entre os três ensaios, cada qual em sua especificidade, é o cuidado de Benjamin para com
as questões da transmissão da experiência e da manutenção da memória coletiva. Em A
Origem do Drama Barroco Alemão, o conceito de “alegoria” (allegorie) surge enquanto
categoria fundamental para a construção de uma teoria da narração benjaminiana. Nas
obras dos autores barrocos analisadas, Benjamin constatou que o recurso à alegoria era
empregado como expressão de uma “falta de sentido” associada a uma existência pautada
na morte e no pecado. Ela seria ainda, o efeito da fragmentariedade identitária do sujeito
contemporâneo, incapaz de construir sua própria narrativa. A alegoria “cava um túmulo
tríplice: o do sujeito clássico que podia ainda afirmar uma identidade coerente de si
mesmo e que, agora, vacila e se desfaz; o dos objetos que não são mais depositários de
estabilidade [...]; enfim, o do processo mesmo de significação” (GAGNEBIN, p. 46,
1994).
Nesta mesma perspectiva, Benjamin também atribui um contorno alegórico à
história enquanto “processo mesmo de significação”. As suas “teses” ilustram o ápice de
seu ponto de vista acerca da impossibilidade da atividade da narração; daquela narração
clássica, de profusão de sentido. No entanto, ele não enxerga essa impossibilidade como
sendo um aspecto negativo, pelo contrário, é no processo de alegorização que reside o
real e profuso sentido. Mais a frente retomaremos este debate com maior ênfase.
No que se refere a problemática da “experiência” (erfahrung), Benjamin dedicou
alguns escritos2, no entanto vamos nos ater aqui a ideia de experiência presente no, já
citado, ensaio de 1933. Para o filósofo alemão, “experiência” se funda no entrelaçamento
entre as relações individuais e as relações coletivas dos sujeitos, e dessa forma é que se
constituiriam imagens de si-mesmo. Partindo de uma análise dos determinantes sócio-
históricos, Benjamin associa a transmissão da experiência à atividade do trabalho e situa
o contexto do capitalismo industrial, que segundo ele, engendrou uma espécie de
degradação da experiência, impossibilitando assim a sua transmissão.

Uma nova forma de miséria surgiu com esse monstruoso desenvolvimento da


técnica, sobrepondo-se ao homem. [...] Aqui se revela, com toda clareza, que
nossa pobreza de experiências é apenas uma parte da grande pobreza que
recebeu novamente um rosto, nítido e preciso como o do mendigo medieval.
Pois qual o valor de todo o nosso patrimônio cultural, se a experiência não mais
o vincula a nós? A horrível mixórdia de estilos e concepções do mundo do
século passado mostrou-nos com tanta clareza aonde esses valores culturais
podem nos conduzir, quando a experiência nos é subtraída, hipócrita ou
sorrateiramente, que é hoje em dia uma prova de honradez confessar nossa
pobreza. (BENJAMIN, p. 115, 1996)

Esta ideia de experiência – ou melhor dizendo, de seu declínio – funciona como


uma espécie de fio condutor entre as outras categorias com as quais intencionamos
trabalhar. Em seu ensaio O Narrador, Benjamin diz: “a narração, em seu aspecto sensível,
não é de modo algum o produto exclusivo da voz. Na verdadeira narração, a mão intervem
decisivamente, com seus gestos, aprendidos na experiência do trabalho” (BENJAMIN, p.
221, 1994). Nota-se que ao ato de narrar, vincula-se estritamente, a questão da
transmissão da experiência coletiva e que em face do atrofiamento da experiência
individual – operada pela técnica automatizadora, que faz sucumbir o sentido da
mensagem transmitida – a impossibilidade de narrar e de tão logo transmitir, desemboca
na utilização de uma forma alegórica, a única possível neste contexto fragmentado.
Identificamos as ressonâncias desse tipo de reflexão para alguns debates em
Teoria da História, já discutidos acima. Se na filosofia benjaminiana a história é
construída na medida em que se é narrada e que o sujeito se constitui no próprio ato da
narração, é patente que a preocupação se coloque em torno da função prática e das

2
Trabalharemos a categoria da experiência em conformidade com o ensaio “Experiência e pobreza”,
todavia, faz-se necessário precisar que o primeiro trabalho de Benjamin à tratar a questão da experiência –
sob um ângulo distinto do texto de 1933 – é o ensaio auto-intitulado de 1913. A leitura desse texto figura
nos planos da nossa pesquisa, visto que contribui para a apreensão da ideia localizando-a em relação à
tradição filosófica com a qual dialoga.
carências de orientação cultural no tempo presente. “Na medida em que a interpretação
dá uma forma narrativa à relação ‘histórica’ entre fatos, o procedimento de interpretação
está intimamente relacionado à maneira de contar uma história (tell a story)” (RÜSEN, p.
91, 1996).
A seguir, vejamos brevemente quais os efeitos que esta “maneira de contar”
provoca nas dimensões da política e da cultura, e quais as possibilidades que se encerram
na maneira benjaminiana de narrar a história. As categorias comentadas até aqui,
articuladas de modo a expor a teoria da narração de Walter Benjamin, culminam na ideia
central de sua teoria da história, que remete particularmente às questões da prática política
e aos usos e apropriações do passado.

3. A FUNÇÃO DA NARRATIVA PARA A ABERTURA DA HISTÓRIA

Dadas as condições as quais se encontram a atividade narrativa, no que tange à


sua impossibilidade no mundo contemporâneo – impossibilidade que deve ser indicada
como o resultado de um processo de secularização da barbárie pautado no mito do
progresso moderno – e pressentindo uma inevitável “tempestade de escombros”,
Benjamin insurge contra a forma progressista de historiografia. No trabalho inacabado
das Passagens, o filósofo alemão insiste que “[o] conceito de progresso deve ser
fundamentado na idéia de catástrofe. Que ‘as coisas continuem assim’, eis a catástrofe”
(BENJAMIN, p. 515, 2006). O progresso cego engendra a catástrofe, que só pode ser
evitada por meio de uma nova forma de narração do processo histórico.
Uma relação essencial, vigente entre a impetuosidade da violência das duas
guerras mundiais e a cruel situação dos campos de concentração, marca a condição de
horror de Benjamin ao deparar-se com circunstâncias que o impulssionaram a formular
seu conceito de história: a situação trágica dos campos de concentração sendo ao mesmo
tempo consequência e denúncia da violência institucional e da brutalidade política
normatizada. É essa barbárie a responsável pelo estado de incapacidade da transmissão
da experiência no mundo contemporâneo, o que também tornara a atividade da narração
impraticável. Em Benjamin, a questão da escrita da história perpassa “a ideia de que uma
reconstrução da ‘Erfahrung’ deveria ser acompanhada de uma nova forma de
narratividade” (GAGNEBIN, p. 09, 1985). O conceito de história de matriz progressista
endossa a experiência deturpada e fragmentada pela banalização da violência em
detrimento da experiência e da memória coletiva comuns ao trabalho pré capitalista,
engendrando assim, uma tradição narrativa excludente, que se preocupa com os “grandes
atos”, com os “vencedores” da história.
Para Benjamin, trata-se de romper com essa tradição e estipular uma escrita da
história que leve em consideração a “corvéia sem nome” (BENJAMIN, p. 70, 2005). Um
tipo de escrita que possua função prática e seja capaz de estabelecer formas de
transmissão da experiência coletiva calcadas nas relações construtivas entre os sujeitos.
Deve-se considerar que a narratividade desempenha essa disposição funcional no
processo pelo qual o receptor constrói ativamente a história, partindo da substância
narrativa fornecida. O conceito de narratividade “explica a relação constitutiva do
pensamento histórico para com as práticas culturais da memória e identidades coletivas.
Ele mostra que a cognição histórica opera sua constituição específica na vida prática
mediante sua forma narrativa” (RÜSEN, p. 89, 1996).
Na teoria benjaminiana da narração, a forma narrativa opera sobre a vida prática
no mundo contemporâneo na medida em que é destituída de sua profusão de sentido3,
promovendo assim, a abertura da história. A “questão do sentido traz a necessidade de
concluir, de pôr um fim na história” (GAGNEBIN, pp. 14-15, 1985). O tipo de narrativa
clássica é caracterizada pelo aspecto de sua abertura, do seu inacabamento, enquanto que
a narrativa no mundo contemporâneo apresenta um caráter findado, que força a admissão
de um sentido ao relato. Na abertura se inscrevem as possibilidades, inclusive as
possibilidades relacionadas à práxis política. Algo de substancial na teoria da história
benjaminiana e que de modo algum pode-se perder de vista é que a problemática de
escrever e de narrar a “história remete às questões mais amplas da prática política”
(GAGNEBIN, p. 07, 1985).
Remontando às “teses”, uma das críticas, explícita na tese XII, tem por alvo o
conformismo estagnador da ação revolucionária, suscitado pela concepção social-
democrata de tempo linear e cíclico, que dirige-se em direção ao progresso. O reformismo
defendido por Ebert e Scheidemann – líderes do partido Social Democrata Alemão – e
sua postura antirrevolucionária, propositora de alianças e estratégias de controle dos
sindicatos, seriam prova da atitude desleal do partido com relação à massa operária

3
É interessante, indicar aqui, a força das obras de dois autores fundamentais para Benjamin, na construção
de sua teoria da história, Kafka e Proust. A questão da destituição do sentido e mais além, à problemática
do esquecimento, apóia se na particularidade da prosa kafkiana e percebemos essas ressonâncias nas “teses”
ou mesmo no projeto das Passagens. De outro lado, Benjamin retoma Proust ao remeter às questões da
experiência e da memória coletivas. Visamos a incursão sobre a obra destes escritores no sentido de buscar
as referências estéticas que o filósofo alemão utilizou para a formulação de sua teoria da narração.
(LOUREIRO, 2005). Em outras palavras, os social-democratas seriam traidores da causa
socialista, pois, a situação alemã, em face da crise econômica e da fome que assolava a
população seria resultado de uma política sem sustentação, que deu margens para o
surgimento do nazi-fascismo. A social-democracia mediante uso de um discurso
reformista provocou o conformismo na classe operária, estagnando o campo de ação dos
trabalhadores e suas pontencialidades revolucionárias, minando assim o seu horizonte de
possibilidades, conferindo uma forma acabada àqueles eventos históricos.Dessa forma e
nesse contexto de incertezas e inflexibilidade dos jogos políticos, o partido nacional
socialista despontou e posteriormente estabeleceu-se no poder.
Para Benjamin, trata-se de romper com tal estagnação conformista, suscitada pela
social-democracia e que se sustenta na concepção progressista da história. Neste sentido,
faz-se necessário estabelecer um outro conceito de tempo, que seja capaz de divisar no
céu da história as possibilidades existentes. Isso nos leva a nossa terceira categoria,
designada a fim de expor a teoria da narração de Walter Benjamin. Essa categoria é a do
“tempo-de-agora” (jetztzeit), que advoga pela emergência de uma compreensão do tempo
enquanto possibilidade de irromper o continuum, em favor do que ainda pode se tornar
história, na extrapolação de um sentido acabado em si mesmo. Conforme Werner
Hamacher, no artigo ‘Now’: Walter Benjamin on Historical time:

What Walter Benjamin uncovers in his theses ‘On the Concept of History’ is
the temporal structure of the political affect. Historical time is founded upon
political time directed towards happiness. Any theory of history – of historical
cognition and of historical action – therefore will have to take this time of the
affect as its starting point. (HAMACHER, 2005, p.38) 4

Cada instante carrega consigo a possibilidade de um tempo pleno e realizável. Os


eventos catastróficos do século XX, e que não estão impedidos de se repetirem no
presente, exigem uma nova historiografia, desvinculada da fábula da razão e do progresso.
Na tese XIV encontramos críticas à noção de tempo progressivo e linear. Benjamin
considera a narrativa histórica como “objeto de uma construção, cujo lugar não é formado
pelo tempo homogêneo e vazio, mas por aquele saturado pelo tempo-de-agora”
(BENJAMIN, p. 119, 2005). O tempo saturado é, portanto, capaz de romper com a

4
“O que Walter Benjamin revela em suas teses ‘Sobre o Conceito de História’ é o efeito político da
estrutura temporal. O tempo histórico é fundado no tempo político direcionado à felicidade. Qualquer teoria
da história – de cognição histórica e ação histórica – por consequência, terá que considerar este momento
de efeito como seu ponto de partida” (HAMACHER, 2005, p.38, tradução nossa).
linearidade, com a noção de progresso, é neste tempo que se inscreve a possibilidade.
Entretanto, não concerne apenas de perceber o tempo como forma vazia, sempre
disponível, a espera de ações humanas que simplesmente o preencham, mas de realizar
ações em potencial e que sejam capazes de irromper o interior da história e interromper o
seu curso teleológico, conferindo um caráter de discurso infinitamente aberto.

4. A FILOSOFIA BENJAMINIANA COMO CONTRIBUIÇÃO PARA A TEORIA


DA HISTÓRIA

A contribuição das reflexões de Benjamin para a história situam-se na possível


amplificação de debates filosóficos pertinentes ao campo da Teoria da História. Nossa
justificativa para este projeto de pesquisa se apresenta na medida em que propomos
problematizar as categorias indicadas, buscando atualizá-las para o campo da discussão
teórica em história. Esta transposição aumenta as possibilidades de enriquecimento dos
debates sobre a relação entre história e linguagem.
A teoria da história de Walter Benjamin, em conjunto com a sua teoria da
narração, nos proporciona o pensamento de novas perspectivas para o conhecimento
histórico em face das inquietações próprias ao tempo presente. As observações teóricas
sobre a filosofia de Benjamin propostas aqui, contribuem para o alargamento do horizonte
historiográfico. Sendo assim, não cessa o movimento constante de auto-reflexão comum
às produções de teoria da história, e no caso de Benjamin, o elemento da retorspectividade
se revela continuamente presente. Na esteira benjaminiana, Jorn Rüsen argumenta que a
“retrospectividade do conhecimento histórico pode ser considerada abertura pela qual
elementos não-empíricos, interesses subjetivos, normas e valores, aspirações e ameaças
ingressam na relação histórica entre o passado e o presente” (RÜSEN, p. 89, 1996).
Da importante relação entre passado e presente, expressa na teoria da história de
Benjamin, podemos ainda, extrair mais um fator relevante e que indica outra via de
atualização de sua filosofia para a história. Este elemento é o da perspectividade e “diz
respeito a relação constitutiva entre o passado e o presente. Insere a perspectiva histórica
nos problemas práticos de orientação da época do historiador” (RÜSEN, p. 89, 1996). É
visível que em Benjamin, este caráter perspectivista perpassa a sua concepção de história.
No que diz respeito à adequação deste projeto à linha de pesquisa pretendida,
acreditamos ter evidenciado ao longo destas páginas que a preocupação de Benjamin com
os usos e apropriações da passado se correlaciona precisamente à questão da escrita da
história. Mostramos a forma como se pretende abordar a questão da narratividade sob o
prisma da Teoria da História e como o problema é posto na obra de Benjamin. A teoria
da narração visada aqui também acompanha os debates sobre a formulação e a
transmissão de um saber histórico, além de estender o campo de discussão para a
dimensão da memória, solo fértil para os debates teóricos.5
Atentando-nos às considerações em torno do domínio das ideias, fomos buscar
em um texto do professor José D’ Assunção Barros, História das Idéias – em torno de
um domínio historiográfico (BARROS, 2007, pp. 199-209), algumas delimitações
próprias no tratamento destas. A inserção das ideias num campo disciplinar específico se
mostra como sendo um dos primeiros cuidados a serem tomados, como no nosso caso,
“ideias de história” e “ideias historiográficas”, estas últimas relacionadas à estilos
narrativos. Vale ressaltar também, como lembra Barros (2007), a proposta da corrente
contextualista inglesa que salienta o “contexto de enunciação” diretamente vinculado à
ideia. Em Benjamin, o contexto de enunciação revela o declínio da experiência coletiva
e a impossibilidade do ato de narrar, o que gera uma ideia de linguagem, a qual ele
representou sob a forma de sua teoria da narração, uma estratégia de constituir sentido
histórico sustentado por critérios subjetivos e estéticos. É também, estratégia para o
estabelecimento de uma tendência historiográfica inversa a qual já se consolidou com as
propostas das correntes de historiadores contemporâneos. Rüsen reconhece que uma
“‘teoria histórica do perigo’, baseada na filosofia da história de Walter Benjamin é
comtraposta às tradições até agora dominantes na ciência da história, nas quais a história
é entendida como um processo evolutivo abrangente, sustentado por critérios objetivos”
(RÜSEN, pp. 168-169, 2010a). Trata-se portanto, de romper com a visão de um processo
evolutivo abrangente e anunciar o perigo a que estamos sujeitos, mas que mantem-se
encoberto sob o argumento do progresso inexorável.
Posto isso, nosso objetivo não será de apenas transpor os conceitos benjaminianos
do seu campo filosófico para o campo da história mas sim o da sua atualização criativa.

5
Por conta do espaço limitado deste projeto, não é possível, apresentar todas as prováveis atualizações da
filosofia de Benjamin para as discussões contemporâneas em Teoria da História, no entanto, poderíamos
apresentar os exemplos das contribuições da teoria benjaminiana da história, para uma teoria da história da
literatura (BOLLE, 2000, 106). Outra frutífera atualização se refere aos conceito de “imagem onírica”, que
aparece como categoria central no projeto das Passagens. Benjamin faz uso da teoria psicanalítica na análise
da experiência social contemporânea para conceber figuras dessa determinada experiência como figuras
oníricas, capazes de transferir do indivíduo ao coletivo a experiência flutuante de estados de consciência.
Esta estratégia já fora utilizada pelo historiador Reinhart Koselleck no texto Terror e sonho (KOSELLECK,
2006, pp. 247-265), mostrando que os sonhos fornecem exemplos da vida cotidiana e testemunhos da
experiência.
Ao final, nossa expectativa será de ter construído um percurso que propicie ao leitor uma
imagem da concepção de “história aberta” calcada por Benjamin, apresentada em sua
teoria da história, através de sua teoria da narração.

5. OBJETIVOS

5.1) Apresentar a teoria da narração benjaminiana, partindo da articulação histórica e


filosófica de três categorias desenvolvidas em alguns de trabalhos: “alegoria” (allegorie),
“experiência” (erfahrung) e “tempo-de-agora” (jetztzeit).
5.2) Apresentar a teoria da história em Walter Benjamin por meio de sua teoria da
narração.
5.3) Problematizar as três categorias apresentadas buscando atualizá-las para o campo da
Teoria da História, em busca de novas contribuições advindas das reflexões de Benjamin
sobre a forma narrativa e as possibilidades que esta engendra.

6. HIPÓTESES

6.1) A teoria da narração benjaminiana pode ser apresentada a partir da articulação


histórica e filosófica de três categorias-chave.
6.2) A teoria da história de Walter Benjamin é sustendada por sua teoria da narração e
confere às suas reflexões acerca da escrita da história um caráter prático.
6.3) As reflexões de Benjamin podem ser utilizadas para a amplificação de debates
filosóficos pertinentes ao campo da Teoria da História.

7. PRESSUPOSTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS

Na perspectiva da atualização de debates da filosofia da linguagem para a Teoria


da História, os pressupostos teóricos deste projeto deverão remeter a uma abordagem do
pensamento de Benjamin preocupada em não ofuscar os seus pressupostos fundamentais
em nome de apropriações e hipóteses. Ao adotarmos como horizonte uma teoria da
narração que insurgiu contra as relações servis da historiografia progressista – deslocando
para o centro da problemática, a questão da escrita e da representação historiográfica –
devemos nos esforçar em expor o pensamento benjaminiano de acordo com seus próprios
pressupostos filosóficos e metodológicos.
Buscaremos no trabalho sobre o drama barroco alemão, mas precisamente na
introdução epistemológica, um guia para a abordagem e apresentação de seu pensamento.
Neste trabalho, Benjamin assentou sua teoria do conhecimento sustentando que a real via
de investigação filosófica é a representação das idéias (BENJAMIN, 1984, p. 49ss).
A apresentação da teoria da história imanente a tal questão ater-se-á a disposição
das idéias, conferindo a essas uma perspectiva articuladora, apresentada como
metodologia da representação histórica e filosófica proposta por Walter Benjamin, na
obra sobre o drama barroco (BENJAMIN, 1984, p. 69ss). Enquanto ideia, a história
permaneceria distinta de sua consumação, entretanto, através da representação conceitual
tornaria-se concreta.

8. TIPOLOGIA DAS FONTES

A tipologia das fontes reunidas para uma pesquisa no campo da Teoria da História
são os textos teóricos e filosóficos que articulam as hipóteses lançadas. No que diz
respeito a nossa proposta, tais fontes circunscrevem os textos de Walter Benjamin ligados
aos temas já sugeridos. Listamos aqui, alguns ensaios – já citados anteriormente – que
são cruciais para o desenvolvimento de nossa problemática: A Origem do Drama Barroco
Alemão (1925), Experiência e pobreza (1933), O Narrador (1936), Sobre o conceito de
história (1940) e o excerto do trabalho das Passagens Teoria do conhecimento, teoria do
progresso.
Grande parte da obra de Benjamin foi traduzida, sobretudo para as línguas inglesa
e francesa; há também traduções para a língua portuguesa, mas em menor número. Dos
textos listados acima, todos foram traduzidos para nossa língua e publicados no Brasil,
entre as décadas de 1960 e 1970, com exceção para o excerto das Passagens.
Consultaremos as edições brasileiras mas não será descartada a ocorrência do cruzamento
de traduções na eminência da comprovação e de reforço da transposição de conceitos e
ideias fundamentais para uma boa interpretação dos escritos.
Os textos de comentadores, referências à história e à filosofia em geral serão
apresentados na Bibliografia. Mostra-se necessário, ressaltar ainda o caráter aberto desta
bibliografia, e a certeza de que será renovada no decorrer da pesquisa.
9. CRONOGRAMA DE TRABALHO

1º semestre:
a) Apresentação da ideia de “alegoria” (allegorie) na obra de Walter Benjamin (na tese
de livre docência sobre o drama barroco alemão, no projeto das Passagens e nas “teses”).
b) Apresentação da localização da idéia de “alegoria” (allegorie) e sua relação com o
conceito de história de Benjamin.
c) Apresentação do contexto sócio-histórico contemporâneo e seus condicionantes sobre
a atividade da narração (processo de alegorização em face do caráter fragmentário das
relações entre os indivíduos).
2º semestre:
a) Apresentação da idéia de “experiência” (erfahrung) na obra de Walter Benjamin (nos
ensaios de 1913 e 1933).
b) Apresentação da relação desta idéia com a questão da narratividade (início da
apresentação da teoria da narração benjaminiana).
c) Apresentação da localização da idéia de “alegoria” (allegorie) no contexto do “declínio
da experiência coletiva” (prosseguindo com a apresentação da teoria da narração
benjaminiana).
d) Apresentação da função narrativa para a abertra da história (articular a teoria da
narração sob a perspectiva da funcionalidade da escrita da história).
3º semestre:
a) Apresentação do conceito de “tempo-de-agora” (jetztzeit) nas teses Sobre o conceito
de história.
b) Apresentação das reflexões acerca da narratividade (e as implicações que a atividade
narrativa produz no plano da ação).
c) Apresentação da atualização da teoria da história de Walter Benjamin para as
discussões contemporâneas sobre a linguagem e a história.
4º semestre:
a) Apresentação da relação entre a teoria da narração de Walter Benjamin e sua teoria da
história.
b) Apresentação das conclusões.
c) Revisão e apresentação da dissertação.
BIBLIOGRAFIA6

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BENJAMIN, Walter. A Origem do drama barroco alemão. Trad. S. P. Rouanet. São


Paulo: Brasiliense, 1984.

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São Paulo: Ed. Brasiliense, 1994.

______. Passagens. Tradução do alemão de Irene Aron. Tradução do francês de Cleonice


Paes Barreto. Belo Horizonte: Editora UFMG; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de
São Paulo. 2006.

______. Teses “Sobre o conceito de história”. Tradução de J. M. Gagnebin e Marcos L.


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“Sobre o conceito de história”. São Paulo: Boitempo, 2005.

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Neusa Soliz; São Pulo, Editora Perspectiva. 1993.

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la cultura y la sociedad. Traducción de Manuel Sacristán. Ediciones Ariel, Barcelona.
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ADORNO, Theodor W. Correspondência 1928- 1940/Adorno- Benjamin. Tradução José


Marcos Mariani de Macedo. – São Paulo: Editora Unesp, 2012.

AGAMBEM, Giorgio. Tempo e História: crítica do instante e do contínuo. In: Infância


e história: destruição da experiência e origem da história. Tradução de Henrique Burigo.
– Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.

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Walter Benjamin. 2. ed. – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2000.

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Moderno. Estudos sobre Friedrich Nietzsche e Walter Benjamin. Belém: Paka-Katu,
2003.

EAGLETON, Terry. O Rabino Marxista: Walter Benjamin. In: A ideologia da estética.


Trad. Mauro Sá Rego Costa. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed., 1993.

6
Estas referências naturalmente serão atualizadas no decorrer da pesquisa, o objetivo deste item é
apresentar de maneira geral as obras já disponíveis para utilização ao longo da pesquisa.
GAGNEBIN, Jeanne M. História e Narração em Walter Benjamin. São Paulo, Editora
Perspectiva, 1994.

______. Teologia e Messianismo no pensamento de W. Benjamin. Estudos Avançados.


São Paulo. Vol. 13, nº 37, pp. 191-206. 1999.

______. Walter Benjamin ou a história aberta, prefácio a W. BENJAMIN, Obras


escolhidas I. São Paulo, Brasiliense, 1994.

______. Walter Benjamin, um “estrangeiro de nacionalidade indeterminada, mas de


origem alemã”. In: SILVA, Márcio Seligmann. (Org.). Leituras de Walter Benjamin. 2ª
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HAMACHER, Werner. “Now”: Walter Benjamin on Historical Time. In: BENJAMIN,


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LÖWY, Michael. Walter Benjamin: Aviso de incêndio. Uma leitura das teses “Sobre o
conceito de história”. São Paulo: Boitempo, 2005.

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http://www.raf.ifac.ufop.br/pdf/artefilosofia_06/artefilosofia_06_01_dossie_walter_benj
amin_02_peter_szondi.pdf. Acesso em: 12/02/2016.

3. BIBLIOGRAFIA SOBRE TEORIA DA HISTÓRIA, CRÍTICA E


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SP: Papirus, 1994. (Tomo 1)

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______. Razão histórica, Teoria da História I: os fundamentos da ciência histórica.


Tradução de Estevão de Rezende Martins. – Brasília: editora Universidade de Brasília, 1ª
reimpressão, 2010a.

______. Reconstrução do passado, Teoria da História II: os fundamentos da ciência


histórica. Tradução de Asta- Rose Alcaide. – Brasília: editora Universidade de Brasília,
1ª reimpressão, 2010b.

______. História viva, Teoria da História III: formas e funções do conhecimento


histórico. Tradução de Estevão de Rezende Martins. – Brasília: editora Universidade de
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WALSH. William H. Introdução à Filosofia da História. Rio de Janeiro: Zahar Editores,


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