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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação a Distância

Tema: As primeiras manifestações historiográficas

Adelaide Mário Uatita-708212263

Docente: Idelson Rui Alberto

Nampula, Agosto de 2022

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação a Distância

Tema: As primeiras manifestações historiográficas

Trabalho de Carácter avaliativo da cadeira de


Evolução do pensamento Histórico II, 2º ano,
curso de licenciatura em Ensino de história,
turma c, a ser apresentado no Instituto de
Educação a Distância.

Docente: Idelson Rui Alberto

Adelaide Mário Uatita-708212263

Nampula, Agosto de 2022


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Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do Subtotal
máxima tutor
Aspectos . Capa 0.5
organizacionais . Índice 0.5
Estrutura . Introdução 0.5
. Discussão 0.5
. Conclusão 0.5
. Bibliografia 0.5
Introdução . Contextualização 1.0
(indicação clara do
problema)
. Descrição dos 1.0
objectivos
Metodologia 2.0
adequada ao
objecto do trabalho
Análise e . Articulação e 2.0
discussão domínio do
discurso académico
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência/
coesão textual)
. Revisão 2.0
bibliográfica
nacional e
internacionais
relevantes na área
de estudo
. Exploração dos 2.0
dados
Conclusão . Contributos 2.0
teóricos práticos
Formatação . Paginação, tipo e 1.0
Aspectos tamanho de letra,
gerais parágrafo,
espaçamento entre
linhas
Normas APA . Rigor e coerência 4.0
Referências 6ª edição em das
bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice

Introdução...................................................................................................................................6

1. Conceito da historiografia...................................................................................................7

2. Cosmogonia.........................................................................................................................8

3. Mitologia.............................................................................................................................9

4. Historiografia antiga..........................................................................................................10

5. Obras históricas como historiografia.................................................................................11

6. A possibilidade prática da história da historiografia como disciplina autônoma..............12

7. A historiografia como um produto da história...................................................................13

8. Características da mitologia e cosmogonia.......................................................................14

9. Importância da mitologia e cosmogonia na produção do conhecimento histórico............15

Conclusão..................................................................................................................................16

Referências bibliográficas.........................................................................................................17

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Introdução

O presente trabalho científico da disciplina modular de evolução do pensamento histórico,


tem em visa na abordagem reflexiva em torno da temática sobre as primeiras manifestações
historiográficas, onde mais adiante traremos as definições etimológicas dos seguintes
conteúdos: da historiografia, da mitologia, cosmogonia. Iremos também descrever a
historiografia antiga, caracterizar a cosmogonia, a mitologia, na contextualização do
conhecimento histórico, mencionaremos a importância da cosmogonia e mitologia na
manifestação do conhecimento histórico.

Segundo Marc Bloch, a história é uma ciência que estuda os homens no tempo; (p.55) “Uma
ciência dos homens no tempo”(p.67);

Historiografia - É uma disciplina preocupada com a pesquisa histórica em si, em como fazer a
colecta de dados.

É uma obra da história, um escrito de natureza histórica. E põe-se a palavra historiografia,


uma vês que a palavra história é uma ambígua, por ser tanto a referencia ao acontecimento,
como sua reconstituição em livro (…) trata-se por tanto, de obras elaboradas, não de
documentos ( Iglesias, 1972:22-23).

É o estudo de como a história é escrita e como nossa compreensão histórica muda com o
tempo (Juliana Bezerra).

Todavia, o trabalho encontra-se organizado em elementos pré-textuais, nomeadamente: capa e


folha de feedback do tutor e índice, elementos textuais, a saber: introdução, análise e
discussão e elementos pós – textuais nomeadamente as referências bibliográficas. Contudo, a
paginação do trabalho está localizada na margem superior do lado direito de acordo com o
Manual de Investigação da Universidade Católica de Moçambique (2012).
1. Conceito da historiografia

Segundo Marc Bloch, a história é uma ciência que estuda os homens no tempo; (p.55) “Uma
ciência dos homens no tempo”(p.67);

Historiografia - É uma disciplina preocupada com a pesquisa histórica em si, em como fazer a
colecta de dados.

É uma obra da história, um escrito de natureza histórica. E põe-se a palavra historiografia,


uma vês que a palavra história é uma ambígua, por ser tanto a referencia ao acontecimento,
como sua reconstituição em livro (…) trata-se por tanto, de obras elaboradas, não de
documentos ( Iglesias, 1972:22-23).

É o estudo de como a história é escrita e como nossa compreensão histórica muda com o
tempo (Juliana Bezerra).

Esse estudo considera as abordagens usadas pelos historiadores que procuram entender como
e por que suas teorias e interpretações diferem. Enquanto o passado em si nunca muda, a
escrita da história esta sempre evoluindo. Novos historiadores exploram e interpretam o
passado. Eles desenvolvem novas teorias e conclusões que podem mudar a maneira como
entendemos o passado. A historiografia reconhece e discute esse processo de mudança.

No geral, é um estudo difícil e complexo. É um componente importante da maioria dos cursos


de história da universidade, onde se espera que os alunos saibam sobre o passado e como ele
foi interpretado ao longo do tempo.

A historiografia é o estudo das melhores maneiras de interpretar as fontes históricas e os


modos como a história é escrita (a investigação histórica e a historia da historia)

A historia é o que está escrito sobre o passado, com o objectivo de torna-lo o mais próximo
possível do que aconteceu.

Para entender a historiografia, é preciso primeiro ter a noção de que a compreensão do


passado não está imune a criticas e desafios ou revisões, é preciso também entender a
diferença crítica entre factos históricos (situa coe apresentadas conclusivamente por
evidencias e aceitas como verdadeiras) e historia (o estudo humano e a interpretações dessas
situações).

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2. Cosmogonia

Cosmogonia é Conjunto de teorias, doutrinas, princípios ou conhecimentos que se dedicam à


explicação sobre origem do universo; cosmogênese.

O termo cosmogonia tem origem de duas palavras gregas: cosmos que quer dizer universo, e
gignomai, quer dizer o nascimento do universo. Trata-se de um relato que explica a criação e
a ordem do mundo e, ao mesmo tempo, o surgimento dos seres humanos. A cosmogonia
reflecte a cultura e o momento histórico.

De acordo com a mitologia, dos antigos egípcios, no inicio do mundo não havia céu nem
terra, havia apenas um oceano infinito que continha todos os elementos do universo. O
espírito do mundo se encontrava disperso no caos, mas esse mesmo espírito tomou
consciência e assim nasceu, o deus do céu e do sol. Por causa de sua forca criou tudo o que
existe no mundo.

Para os antigos maias o universo era formado por duas realidades: o céu e o submundo.

Para esta civilização, o mundo se encontrava em absoluto repouso e sem vida, mas seis
divindades cobertas de plumagens verdes e que descansavam nas profundezas das águas,
decidiram criar a terra e tudo o que existe nela. A partir desse momento a terra tinha seus
próprios ou coração. Nela crescia uma seiva cuja raiz atingia o submundo a suas folhas
alcançavam níveis diferentes no seu. Em seguida, nasceram as plantas, os animais, e por
ultimo, os seres humanos.

Os cosmos maia apresentavam três níveis: caan ou céu, caab ou terra e xibalba ou submundo,
paralelamente, o o universo esta organizado por critérios geométricos.

O cosmo grega ê conhecida através de relatos mitológicos de homero e hesiodo. De acordo


com a história de ambos os poetas, num primeiro momento existia caos. Desde caos surgiu
Gea ou terra e erros ou amor. Estes Deuses criaram a escuridão, luz o céu estrelado, a
discórdia, as montanhas e tudo que existe.

Em seguida nasceu o Deus cronos, pai do tempo, que se casou com Rea. Da união de cronos e
Rea nasceu Zeus, o Deus que acabou dominando o Olimpo dos deuses.

As várias cosmogonias surgiram num período em que não havia nenhuma ciência. Desde
Copérnico e Galileu a astronomia ê a ciência que explica a ordem do universo. Neste sentido
as explicações astronómicas equivalem as histórias da cosmogonia do mundo antigo.

3. Mitologia

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A mitologia é um sistema de crenças composta por uma serie de narrativas chamadas de mito.
Essas histórias buscam explicar tudo o que existe e é importante para uma sociedade. Os
mitos são histórias que explicam a existência de diversos elementos da natureza, assim, como
ensinam sobre o comportamento humano. Essas narrativas e lendas compõem o imaginário
colectivo de um determinado povo.

Formam uma tradição oral, suas histórias são contadas de geração a geração. Esses relatos
fabulosos se transformam na história das coisas e em uma crença comum compartilha a um
grupo de pessoas.

A palavra Mito, possui sua origem no termo grego mitos que significa “narrativa”. Assim, a
mitologia pode ser compreendida como um conhecimento oral que visa explicar o mundo. O
mito é história contada oralmente composta de seres fantásticos: Heróis, deuses e criaturas
mitológicas. Essas são repletas de ensinamento e formam um tipo de conhecimento.

O significado mito actualmente, ao longo da história, o termo mito passou a designar eventos
ou personagens que parecem romper com lógica. Quando utilizado para pessoas, a palavra
mito assume o sentido de identificar aquela pessoa a um herói, algo que está acima das
pessoas comuns.

Entretanto quando é utilizado para definir eventos do passado, os mitos significam algo
possivelmente falso, sem confirmação, mas que algumas pessoas acreditam.

Não fácil nomear as mitologias ou mitos existentes no mundo, todas as mitologias possuem
uma característica comum que é servir de explicação para o surgimento do mundo, para os
elementos de natureza e as relações entre os seres humanos.

Principais exemplos:

 Mitologia grega
 Mitologia romana
 Mitologia egípcia
 Mitologia Nordica
 Mitologia fenícia
 Mitologia loruba
 Mitologia Zulo
 Mitologia celta
 Mitologia maia

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 Mitologia Japonesa
 Mitologia Guarani.

Muitas sociedades que possuíam uma consciência mítica foram extintas, outras sofreram um
processo de transformação em que os mitos foram sendo substituídos por outro conhecimento:
A FILOSOFIA E A RELIGIAO.

Na mitologia Grega, o mito de cromos explica o surgimento do mundo. Segundo o mito, os


deuses e os seres humanos seriam filhos do tempo (cromod), mas ele tinha habito de come-los
com medo de que algum tomasse seu trono.

4. Historiografia antiga

“Definindo Historiografia ”

Historiografia 2, em sua concepção mais corrente, remete ao produto final do ofício do


historiador, podendo ainda ser entendida como conjunto de obras históricas produzidas por
historiadores ao longo do tempo. Porém, deste conceito aparentemente simples emergem
muitas questões que se relacionam diretamente com a polissemia da palavra história. Como
se sabe, a acepção moderna do conceito de “história”, tal como teorizou Reinhart Koselleck
(KOSELLECK, 2006), alude tanto ao acontecimento (Geschichte, em seu sentido original) e à
experiência passada, quanto ao relato do acontecimento (Historie). Nesta última dimensão,
enquadra-se o conhecimento produzido a respeito dos acontecimentos passados, no qual se
encaixaria a historiografia.

Não há uma resposta definitiva para nenhuma dessas perguntas, pelo menos no estágio atual
das pesquisas em torno de um conceito de historiografia. Nas palavras do historiador Jurandir
Malerba, “parece faltar um campo de entendimento comum sobre o próprio escrito histórico:
enfim, um conceito operacional de historiografia” (MALERBA, 2006:15). Há autores, porém,
dentre eles o alemão Jörn Rüsen, que possuem uma definição clara de historiografia: o
produto do conhecimento histórico

a análise epistemológica da história como ciência, isto é, a forma especializada profissional de


produção de conhecimentos sobre o passado dos agentes racionais humanos em sociedade.
Sua fonte é a historiografia admitida como tal pelos que, por sua vez, são socialmente
reconhecidos como integrantes de uma corporação profissional de historiadores. Essa
corporação é identificada pelos procedimentos que utiliza para tratar as fontes informativas
com que lida, para as articular e para elaborar os discursos mediante os quais narra,

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construtivamente, o processo temporal e ativo em que os homens se fizeram (MARTINS,
2002:15).

obtido racionalmente, ou seja, obedecendo às regras metodológicas e de cognição da história


com pretensões de cientificidade (RÜSEN, 1995). Para ele, as “formas de apresentação” do
conhecimento histórico são fundamentos da ciência histórica, ou seja, a historiografia é “parte
integrante da pesquisa histórica, cujos resultados se enunciam, pois, na forma de um ‘saber
redigido’” (RÜSEN, 2001:46).

Neste sentido, historiografia seria a construção narrativa dos resultados da pesquisa histórica,
realizada a partir do controle metódico de investigação empírica e de crítica documental. É ela
que dá forma e feitio histórico aos elementos empíricos (objetivos) da pesquisa, inserindo-os
na vida prática, atribuindo-lhes sentidos e significados. O importante é que, apesar das
tentativas de dissociar objetividade e narratividade, chegando ao extremo de alegar a
diametral oposição entre ambas4, a narratividade histórica apresenta em si mesma “elementos
de objetividade”, tornando possível caracterizá-la como um produto intelectual do historiador.

5. Obras históricas como historiografia

Não faltam autores que classificam Heródoto e Tucídides como os primeiros historiadores de
que se têm notícia. Apesar de não se enquadrarem na noção de “historiadores profissionais”
típica do século XIX e da história-ciência, o próprio Leopold von Ranke – tido por muitos
como o “metódico” por excelência – é categórico em afirmar que os dois são os “fundadores
de toda a ciência e arte histórica” (RANKE, 2011:252). Tanto Heródoto quanto Tucídides
escreveram a história da Grécia Antiga, limitando-se ao presente ou no máximo ao passado
recente de seu tempo, utilizando-se de testemunhos orais ou registros escritos e da própria
experiência como viajantes, estabelecendo, assim, um “método” de escrita da história que
perdurou ao longo de séculos5. Como, então, compreender as obras históricas por eles
produzidas.

De fato, a resposta é suscetível a elementos muito subjetivos, como o que o historiador ou a


historiadora em questão entende por “história”, por “historiografia” e também por
“historiador”. Arnaldo Momigliano, um dos grandes estudiosos da Antiguidade Clássica,
Sobre a historiografia grega e sua relação com a historiografia moderna, cf. MOMIGLIANO,
Arnaldo. As raízes clássicas da historiografia moderna. Tradução Maria Beatriz Borba
Florenzano. Bauru: Edusc, 2004, 228p.

11
A história tradicional distinguia os aptos autênticos dos apócrifos. Mas ‘autêntico’ significava
ser caucionado por uma autoridade, uma instituição ou pessoa (...) Portanto, um texto era
estimado em virtude de garantias externas. Para Mabillon, somente a análise “interna” da
fonte, ou seja, a observação do suporte, da escrita, da tinta, dos títulos e expressões, da
datação, do selo, provava sua autenticidade (...) A autoridade da fonte substituía a autoridade
da tradição. Portanto, o conceito de fonte que conhecemos hoje vem da erudição beneditina
(CADIOU, 2007:60).

Esta reflexão é igualmente parte de um exercício que chamaria de natureza historiográfica e


que objetiva interrogar a memória disciplinar que se constituiu, memória esta que tende a
sacralizar procedimentos, autores e obras como parte de um exercício de escrita da história da
própria disciplina. Refazer assim este percurso de institucionalização de nossa disciplina
significa considera-la como eminentemente histórica, e portanto sujeita às transformações
próprias das criações humanas (...) a história na sua forma disciplinar deve ser considerada
como apenas uma das inúmeras formas de elaboração significativa do tempo decorrido, como
parte de algo mais amplo que chamaria de “cultura historiográfica como parte de uma cultura
da lembrança” (GUIMARÃES, 2005:70).

6. A possibilidade prática da história da historiografia como disciplina autônoma

Não é a história em si que é aqui apresentada, mas antes a história da historiografia: a


avaliação das narrativas históricas e o exame de sua verdade e confiabilidade. O aspecto mais
notável deste método com relação ao fato é a intenção, é a perspicácia do autor, que extrai os
resultados mais das narrativas do que dos acontecimentos (HEGEL apud GUIMARÃES,
2011:20).

disciplina autônoma18. Para ele, é possível pensar o campo em termos normativos, sobretudo
após o chamado giro linguístico que trouxe à tona “essa desconfiança de que o discurso da
história também possui sua historicidade, que está condicionado por um lugar de produção”
(ARAÚJO, 2006:80).

18 Cf.

Segundo Valdei Araújo, a história da historiografia, ao contrário da teoria da história, não


possui uma identidade construída, mal conseguindo ser separada de seu objeto mais evidente,
a escrita da história. O autor identifica como principal motivo para essa situação a
hegemonização, nas universidades brasileiras, de um padrão historiográfico “que prioriza a
pesquisa empírica e o método em detrimento da teoria e da autorreflexão” (ARAÚJO,

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2013:36). Sua solução seria pensar “as condições teóricas de uma história da historiografia”
(ARAÚJO, 2006:79), ou seja, apreender a história da historiografia como algo mais do que
fundamento e aporte teórico aos mais diferentes objetos.

No lugar de propor classificar as diversas formas que a história da historiografia tem


assumido, desde os balanços historiográficos até as análises comparativas, institucionais ou
dos conceitos históricos, nossa intenção é apresentar um esforço de pensar o campo em
termos normativos (ARAÚJO, 2006:80).

Contudo, a abordagem proposta por Valdei Araújo é estritamente teórica e bastante abstrata, e
parece dissociada da prática. Afinal, é possível separar a história da historiografia de seu
objeto, qual seja, a própria historiografia? No caso positivo, como se dar, na prática, uma
“história da historiografia geral”, que seria desencarnada de objetos e subespecialidades
específicas?

Parece, portanto, muito mais proveitoso e praticável voltar-nos para a história da


historiografia como fundamento para nossas pesquisas, tratando-a dentro das
subespecialidades da história. Desta feita, é possível produzir uma “história da historiografia”
da escravidão, do Brasil Imperial, das mulheres no século XX, entre tantos outros temas –
produzidos, vale mencionar, por historiadores especializados no assunto, garantindo maior
aprofundamento e conhecimento no tema em questão. É imperativo para qualquer pesquisador
o conhecimento do que já foi escrito sobre o seu objeto de estudo – e isso é reconhecido há
muito tempo, pelo menos desde Langois e Seignobos.

7. A historiografia como um produto da história

Apesar do problema de se pôr em prática uma história da historiografia como disciplina


autônoma, proposta por Valdei Araújo, de suas reflexões fica a necessidade de se pensar
criticamente a noção de historiografia, sobretudo porque ela mesma é um produto da história
e, como tal, está repleta de historicidade. No mesmo caminho estão os estudos de Jurandir
Malerba. Inspirado nos escritos de Benedetto Croce, Malerba procura lançar as bases
metódicas para uma crítica historiográfica conveniente:

O maior indício da historicidade da historiografia seria a necessária e recorrente “retificação


das versões do passado histórico, operada a cada geração”. Desta feita, cada geração
conheceria mais e melhor o passado do que a precedente, nascendo assim a “necessidade
incontrolável da crítica” (MALERBA, 2006:17). A historicidade, tal como

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O julgamento de uma obra de história deveria ser levado a cabo não pela quantidade e
exatidão de informações que ela fornece. Claro que se deve sempre esperar que as
informações dos livros de história sejam verdadeiras, senão por outro motivo, porque ‘a
exatidão é um dever moral dos historiadores’. Também não se deve julgar a obra histórica
pelo prazer que o livro proporciona, pela excitação ou comoção que provoque; mas
simplesmente por sua historicidade (MALERBA, 2006:16).

8. Características da mitologia e cosmogonia

Segundo Eliade “[...] a cosmogonia constitui o modelo exemplar de toda situação criadora:
tudo que o homem faz repete, de certa forma, o ‘feito’ por excelência, o gesto arquetípico do
Deus criador: a Criação do Mundo.” (ELIADE, 2006, p. 34). Os mitos cosmogônicos são de
grande importância em seus estudos (cf. 2006, p. 25) sobre mitologia e religião, e isso se dá –
conforme reitera o autor em diversos exemplos6 ao longo de sua obra – pois todos os mitos e
as necessidades do homem arcaico, de certa maneira, se remetem ao mito cosmogônico. O
mito de origem, que conta sobre a origem das coisas (e não do Cosmos) se refere ao mito
cosmogônico não apenas por implicar a existência deste, como também por reproduzir o
próprio ato de criação primordial, conforme a citação acima. Além do próprio mito de origem,
em A Função dos Mitos, Eliade comenta que “De certo ponto de vista, todo mito é
‘cosmogônico’”, pois, em linhas gerais, cria paradigmas para todo o tempo futuro (ELIADE,
1977, p. 15), justamente por “constituir um modelo exemplar”, para todos os mitos e criações
que se seguem.

O mito enquanto história exemplar é uma ideia recorrente nos textos do autor. Tanto o mito
cosmogônico quanto todos os outros que se seguem são tidos como precedentes exemplares
para todas as ações e situações que os retomam (id., ibid., p. 155). Essa exemplaridade do
mito parece referir-se não apenas aos ritos, mas à conduta humana e suas questões morais,
suas ações. Pode-se dizer que essa função do mito é a mais marcante não só pela relevância ao
nosso trabalho, mas por ser a característica que, por excelência, o tornou uma base cultural tão
importante. O modelo e o exemplo mítico é evidente na literatura, para citar apenas um dos
efeitos dessa história exemplar.

Nas etapas finais de nossa leitura, a abordagem que se torna mais interessante para termos em
mente durante o trabalho sobre a mitologia no século XX é aquela que toma o mito como um
elemento constituinte a um nível superior da língua. Em “O Mito, hoje”, de Roland Barthes,
capítulo de Mitologias – uma das obras mais famosas do autor – é feita uma análise do mito a

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partir de uma visão mais estruturalista7 e pelo viés da semiologia. A definição de mito de
Barthes parte da seguinte ideia: “O que é um mito, hoje? Darei desde já uma primeira
resposta, muito simples, que concorda plenamente com a etimologia: o mito é uma fala.” e,
acrescenta: ele é um sistema de comunicação, uma forma (BARTHES, 2003, p. 199). A partir
disso, o autor passa a fazer uma análise que se utiliza do conceito saussuriano de signo, a
partir de exemplos de fala mítica. O mito aqui é visto como uma estrutura que vai muito além
da mitologia arcaica e clássica, tal como vimos com Eliade. Portanto, o mito pode ser até
mesmo uma propaganda do governo francês: é um deslocamento no sistema signo-
significante-significado, e tudo é passível de ganhar o estatuto de mito. O sistema semiológico
segundo, no qual o mito se constrói, nesta perspectiva, consiste e em linhas gerais, na
transformação do primeiro sistema – o significante e o significado, que aqui não
necessariamente são uma palavra, mas uma fala que, de acordo com Barthes, é uma
mensagem e não está presa à escrita ou à oralidade – em significante do segundo sistema (id.,
ibid., p. 205).

9. Importância da mitologia e cosmogonia na produção do conhecimento histórico

A mitologia, de o prior tem a importância de acomodar e tranquilizar o homem num mundo


perigoso e assustador, dando-lhe segurança. O que no mundo natural passa a depender,
através de suas acções magicas, do actos humanos. Alem disso, o mito também serve para
fixar modelos exemplares de todas as actividades humanas.

Os relatos míticos dos antigos assumem papel central no ensino e aprendizagem por serem
conhecimentos incorporados, traduzindo-se num modo de relação humano-mundo. As
narrativas míticas repassadas oralmente devem ser compreendidas nessa perspectiva
fenomenológica, isto é relacional corporificada. (GRAMÁTICA ONLINE).

Mito cosmogónico – é aquele que trata da origem e formação do mundo. Mito teológico –
aquele trata do nascimento, das histórias, casamentos e genealogias dos deuses. Mito
antropológico – aquele que trata da origem do homem.

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Conclusão

Depois de termos feito a presente pesquisa cientifica sobre as primeiras manifestações


históricas, concluímos que Historiografia - É uma disciplina preocupada com a pesquisa
histórica em si, em como fazer a colecta de dados.

É uma obra da história, um escrito de natureza histórica. E põe-se a palavra historiografia,


uma vês que a palavra história é uma ambígua, por ser tanto a referencia ao acontecimento,
como sua reconstituição em livro (…) trata-se por tanto, de obras elaboradas, não de
documentos meramente extraídos.

É o estudo de como a história é escrita e como nossa compreensão histórica muda com o
tempo (Juliana Bezerra).

Esse estudo considera as abordagens usadas pelos historiadores que procuram entender como
e por que suas teorias e interpretações diferem. Enquanto o passado em si nunca muda, a
escrita da história esta sempre evoluindo. Novos historiadores exploram e interpretam o
passado. Eles desenvolvem novas teorias e conclusões que podem mudar a maneira como
entendemos o passado. A historiografia reconhece e discute esse processo de mudança.

A palavra Mito, possui sua origem no termo grego mitos que significa “narrativa”. Assim, a
mitologia pode ser compreendida como um conhecimento oral que visa explicar o mundo. O
mito é história contada oralmente composta de seres fantásticos: Heróis, deuses e criaturas
mitológicas. Essas são repletas de ensinamento e formam um tipo de conhecimento.

Segundo Valdei Araújo, a história da historiografia, ao contrário da teoria da história, não


possui uma identidade construída, mal conseguindo ser separada de seu objeto mais evidente,
a escrita da história. O autor identifica como principal motivo para essa situação a
hegemonização, nas universidades brasileiras, de um padrão historiográfico.

Para o efeito deste trabalho, tivemos o auxílio de algumas obras que mencionaremos nas
fichas bibliográficas.

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Referências bibliográficas

Daniela Pereira Rodrigues, (2020) Coimbra, FONTES: historiograficas e da historia, P.67-78

CECILIA Siqueira Cordeiro, (2015) lugar dos historiadores velhos e novos desafios

ESTEVAO Martins, (2002:15). “Teoria da história.”

Manual de Investigação da Universidade Católica de Moçambique (2012).

(MOMIGLIANO, 2004:54-55 apud RUIZ, 2013:176-179).

CADIOU, (2007:60). Em 1681, De re diplomática.

RODRIGUES apud GUIMARÃES, 2011:25), História da história E MITOS.

LARISSA Candido da Silva, (2008) Cosmogonia em hesíodo, ovídio e tolkien: A eterna


contemporaneidade da mitologia na compreensão de universos.

Ferry. Luc (2008) A sabedoria dos mitos gregos; Editora Objectiva LTDA: Rio de Janeiro.

Meno. Luís (s/d) Evolução do Pensamento histórica; Modulo IED-UCM: Beira.

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