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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância - IED

Os Novos Caminhos da Ciência

Melito Armando

Código: 708210494

Curso: Licenciatura em Ensino de História

Disciplina: História das Sociedades II

Nível: 2º Ano

Turma: E

Docente: Moisés Filipe Mbiza

Nampula, Agosto de 2022


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Capa 0.5

Índice 0.5

Introdução 0.5

Estrutura Aspectos Discussão 0.5


organizacionais
Conclusão 0.5

Bibliografia 0.5

Contextualização (Indicação 1.0


clara do problema)

Descrição dos objectivos 1.0


Introdução
Metodologia adequada ao 2.0
objecto do trabalho

Articulação e domínio do 2.0


Conteúdo discurso académico (expressão
escrita cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão Revisão bibliográfica nacional 2.0
e internacionais relevantes na
área de estudo

Exploração dos dados 2.0

Conclusão Contributos teóricos práticos 2.0

Aspectos Paginação, tipo e tamanho de 1.0


gerais letra, paragrafo, espaçamento
Formatação entre linhas

Referências Normas APA Rigor e coerência das 4.0


Bibliográficas 6ª edição em citações/referências
citações e bibliográficas
bibliografia

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Folha para recomendações para a melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice

1. Introdução ............................................................................................................................... 5

2. Os Novos Caminhos da Ciência ............................................................................................. 6

3. A Ciência na Idade Média ...................................................................................................... 6

4. A Ciência na Idade Moderna .................................................................................................. 8

5. A historiografia racionalista ................................................................................................. 11

5.1. Caracterização da historiografia racionalista ..................................................................... 11

6. A historiografia renascentista ............................................................................................... 13

6.1. O papel dos precursores da historiografia renascentista .................................................... 14

7. Considerações finais ............................................................................................................. 16

8. Referências bibliográficas .................................................................................................... 17

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1. Introdução

Este trabalho é da cadeira de História das Sociedades II, onde iremos abordar sobre os novos
caminhos da ciência. Nele, vamos falar principalmente das ciências na idade média e
moderna, assim como a historiografia racionalista e historiografia renascentista.

O objectivo Geral deste trabalho é de:

 Descrever o percurso da cientificidade.

E os objectivos específicos são:

 Estabelecer a diferença entre a Idade Média e Moderna;


 Caracterizar a historiografia racionalista nos seguintes aspectos (Racionalismo,
Individualismo, Naturalismo, Antropocentrismo, Heliocentrismo)
 Destacar o papel dos precursores da historiografia renascentista ( Jean Bodin, Nicolau
Maquiavel , René Descarte, Calchi, Lorenzo Valla, Giustiniani).

O trabalho está estruturado em três partes, que são: Introdução, desenvolvimento e conclusão,
para além dos elementos pré e pós-textuais que o compõe.

Para a elaboração deste trabalho, deve-se o privilégio de ir ao encontro de consultas


bibliográficas, e links a partir da internet que foram alistadas na página de referências
bibliográficas, na última página do trabalho.

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2. Os Novos Caminhos da Ciência

Segundo Música (s/d) a elaboração de uma nova via de conhecimento deveu-se através da
divulgação nos séculos XV e XVI de ciências greco-romanas (como a geometria de Euclides,
a física de Arquimedes, e a medicina de Hipócrates e Galeno) e a partir do desenvolvimento
do espírito crítico e do novo saber, proporcionado pelas viagens de expansão. Nesta
perspectiva o saber prático foi com base na observação e na experiência e apoiado em
cálculos matemáticos.

Os progressos científicos mais importantes a destacar deram-se nas seguintes áreas:

a) A Medicina - Graças à prática da disseminação aperfeiçoa-se o conhecimento do


corpo humano. O espanhol Servet descobre a pequena circulação do sangue e o rances
Pare cria novos processos de estancar hemorragias.
b) A Astronomia – O sábio polaco Copérnico descobre que contrariamente ao que se
pensava, a terra gira em volta do sol; (teoria heliocêntrica). A observação da natureza
e a experiência facilitada pelas viagens de expansão permitiram aprofundar o saber
científico ao nível da geografia e das ciências naturais. (Música, s/d)

Regressa-se a tradição crítica da época clássica onde a investigação da história readquire


rigor. A evolução científica e tecnológica, a formação da dúvida metódica, a exaltação do
valor da experiência na construção da ciência, a formação do método científico etc, criaram
condições para um salto qualitativo no conceito e nas metodologias da história. (Música, s/d)

3. A Ciência na Idade Média

Segundo Rosa (2012, Cit. em Carvalhedo, 2016), com a queda do Império Romano do
ocidente em 476 d.C. marcou o fim da Antiguidade e iniciou um período conhecido como
Idade Média. Convencionalmente, a Idade Média (476 d.C.-1453) é dividida em alta idade
média e baixa idade média, mas para Rosa (2012, Cit. em Carvalhedo, 2016), temos que fazer
essa divisão levando em conta os aspectos políticos, económicos e sociais. Segundo a autora,
para a história da ciência essa divisão acontece de uma maneira diferente, a Alta Idade Média
compreende entre os séculos IV e XII e o período que entendemos como Baixa idade Média
se estabelece entre os séculos XIII e XVI.

A partir do século IV o cristianismo veio a se tornar a religião oficial do império romano, que
logo foi disseminada por toda a Europa (Ronan, 2001, Cit. em Carvalhedo, 2016). As
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condições económicas e políticas da Alta idade média, não favoreceram o desenvolvimento
do pensamento científico, pois a religião era contrária aos conhecimentos das antiguidades,
que foram consideradas pagãs pelo cristianismo (Rosa, 2012, Cit. em Carvalhedo, 2016).

Ao final da Alta Idade Média, houve uma redescoberta da cultura grega, pois, houve uma
preservação da cultura grega pelos árabes, e que importantes obras foram traduzidas do grego
ou do árabe para o latim, porém o trabalho de tradução das obras se reduziu a partir do século
XIII (Rosa, 2012, Cit. em Carvalhedo, 2016).

Na Baixa Idade Média, houve um pequeno início da retomada pelo pensamento científico, que
séculos a frente se tornariam o renascimento científico. Para Rosa (2012, Cit. em Carvalhedo,
2016), na área da matemática na idade média era estudada a geometria, e podemos observar a
constatação desse fato ao olharmos as obras arquitectónicas desse período como igrejas e
catedrais, no ramo da astronomia foram feitas observações celestes, porém essas observações
não tinham fundamentação científica, eram feitas com propósitos religiosos, em mosteiros.

Para Chassot (2004. Cit. em Carvalhedo, 2016), a ciência medieval está ligada a alquimia e
em sua maioria eram membros da igreja, uma fácil explicação para esse fato é que nos
mosteiros estavam os poucos alfabetizados. Podemos destacar alguns nomes como Alberto
Magno (1206-1280) e Roger Bacon (1214-1292) que acreditavam na ideia de transmutação,
que basicamente era a transformação de um determinado elemento químico em outro
elemento. Pode-se destacar também o trabalho do espanhol Arnaldo de Vilanova (1250-1311)
que possui cerca de cinquenta trabalhos sobre o assunto e o médico suíço Paracelso (Philipus
Aureolus Theofrastus Bombastus Von Hohenheim Paracelsus) que foi um famoso médico e
pensador alquimista do século XVI.

Um fato importante que ocorreu no começo do segundo milénio foi o nascimento das
universidades, Chassot (2004, Cit. em Carvalhedo, 2016) data que as primeiras universidades
criadas foram a Universidade de Bolonha na Itália em 1088 e Universidade de Paris entre
1050 e 1170. Essas instituições nesse período estavam subordinadas a vontade da igreja,
assim como os seus currículos, que eram denominados de trivium e quadrivium.

Um grande nome que podemos destacar dessa época é o de Robert Grosseteste, que segundo
Ronan (2001, Cit. em Carvalhedo, 2016) foi um grande intelectual do século XIII na
Inglaterra e um dos pioneiros a escrever sobre pesquisa científica.

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A ciência, dizia, começou com a experiência dos fenómenos pelo homem, que era
usualmente complexa. A finalidade da ciência era descobrir as razões para a
experiência- encontrar suas causas- os “agentes causais” -, o próximo passo seria
analisá-las, seleccionando-as em suas partes ou princípios componentes. Depois disso,
o fenómeno observado deveria ser reconstruído a partir desses princípios, com base
numa hipótese, e finalmente a própria hipótese teria de ser testada e verificada- ou
invalidada- pela observação. (Ronan, 2001, p.139, Cit. em Carvalhedo, 2016)

Através da influência de trabalhos de Aristóteles, Grosseteste formulou ideias que seriam


futuramente a base da ciência experimental.

4. A Ciência na Idade Moderna

De acordo com Rosa (2012, Cit. em Carvalhedo, 2016), o período que vai do início do século
XVII ao final do século XIX é denominado de Ciência Moderna. No século XVII Galileu
Galilei (1564- 1642) foi um importante físico e astrônomo que introduziu vários conceitos
como o da inércia e aceleração dos corpos em queda livre e também fez várias descobertas no
âmbito da astronomia dando suporte ao modelo heliocêntrico. Por causa dessas descobertas
foi acusado de heresia, e chamado a depor diante o tribunal da Inquisição, onde se retratou.
Suas obras foram proibidas pelo Santo Ofício, e retirada do Índice de Livros Proibidos
somente em 1822 (Filho & Saraiva, 2004, Cit. em Carvalhedo, 2016).

Galileu Galilei foi o responsável ao principiar a matemática e a geometria como linguagens da


ciência e o teste quantitativo experimental como mecanismo de validação de hipóteses, e a
partir de Galileu se solidifica o domínio do diálogo científico, que ocorre entre o homem e a
natureza (Köche, 1997. Cit. em Carvalhedo, 2016).

Francis Bancon (1561- 1626) foi um grande filósofo e teve uma grande contribuição para a
razão. Segundo Gottschall (2004, Cit. em Carvalhedo, 2016), Bacon exigia três etapas para
obter uma descoberta cientificamente comprovada, essas etapas envolviam o estudo dos fatos,
formular a hipótese e testar essa hipótese. Ainda segundo o autor Bacon extingue o método
dedutivo usado pelos gregos, tendo o primeiro questionador desse método Galileu Galilei e
cria a teoria da indução científica.

Segundo Köche (1997, Cit. em Carvalhedo, 2016), vários cientistas rejeitaram o método
aristotélico, incluindo Bacon que também rejeitou o empirismo ingênuo, em face de todos os
acontecimentos Bacon identificou a necessidade de um novo método como instrumento para a
pesquisa, e apontou a indução experimental como um novo caminho para a ciência, esse novo
método foi denominado de método científico.

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Para Francis Bacon, o método científico deveria seguir os seguintes passos:

a) Experimentação: é a fase em que o cientista realizaria os experimentos sobre o


problema investigado, para pode observar e registrar metódica e sistematicamente
todas as informações que pudesse colectar (experimento lucífero);

b) Formulação de hipóteses fundamentadas na análise dos resultados obtidos dos


diversos experimentos, tentando explicar a relação causal dos fatos entre si;

c) Repetição da experimentação por outros cientistas ou em outros lugares, com a


finalidade de acumular dados que pudessem servir para a formulação de hipóteses
(experimentos frutíferos);

d) Repetição do experimento para a testagem das hipóteses, procurando obter novos


dados e novas evidências que as confirmassem;

e) Formulação das generalizações e leis: pelas evidências obtidas, depois de seguir


todos os passos anteriores, o cientista formularia a leia que descobrir, generalizando
suas explicações para todos os fenómenos da mesma espécie. (Köche, 1997, p.50, 51,
Cit. em Carvalhedo, 2016)

Isaac Newton, nascido em Woolsthorpe, Linconlsshire no ano de 1642, foi um físico


importante que formulou as três leis do movimento, em 1687 foi publicado a sua obra prima
sob o título de Philosophiae naturalis principia mathematica (Os princípios matemáticos da
filosofia natural), nessa obra Newton reescreveu a ciência dos corpos em movimento com
uma grande análise matemática (Ronan, 2001, Cit. em Carvalhedo, 2016).

“A interpretação newtoniana de método científico, de acordo com Duhem (1914), era


indutivista e positivista, próxima à interpretação de Bacon. Newton, dando uma interpretação
diferente à de Galileu, se recusava a admitir que trabalhava com hipóteses apriorísticas.”
(Köche, 1997, p.55, Cit. em Carvalhedo, 2016). Ainda segundo o autor, a teoria newtoniana
foi formulada com base no método científico- experimental indutivista, que era um método de
grande confiabilidade pela precisão de seus resultados.

Röd (2008, Cit. em Carvalhedo, 2016) relata que o pensamento predominante do século
XVIII foi o Iluminismo, e o movimento defendia o pensamento racional se opondo a velhas
superstições, John Locke foi considerado o pai do Iluminismo, apesar de pertencido ao século

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XVII. Para John Locke todas as ideias tinham que ser apoiadas em observações antes de
alguma experiência.

De acordo com Rosa (2012, Cit. em Carvalhedo, 2016), fazendo uma comparação na
trajectória da História da Ciência, o século XVII houve um grande avanço na ciência. Esses
avanços foram realizados em diversas áreas do conhecimento. A matemática obteve grande
desenvolvimento no século XVII, com o surgimento do Cálculo e as geometrias projectiva e
analítica. Na astronomia o grande destaque do século XVII é Newton, que estabelece a
Mecânica Celeste e na mesma época constrói um telescópio reflector, superior às lunetas
(telescópio refractor), criadas em 1608. No âmbito da física mais uma vez os autores dão
destaque a Isaac Newton, que “... foi capaz de formular as três leis do movimento e a lei da
gravitação, de definir os conceitos de inércia, massa e quantidade de movimento, de introduzir
a ideia de força, de adoptar os conceitos de espaço e tempo absolutos. ” (Rosa, 2012, p.101,
Cit. em Carvalhedo, 2016)

Robert Boyle (1627- 1691) foi um cientista importante no século XVII, segundo Rosa (2012,
Cit. em Carvalhedo, 2016), ele demonstrou que se em um sistema fechado, a temperatura for
constante, o volume de um gás é inversamente proporcional a sua pressão, essa lei é
conhecida como Lei de Boyle- Mariotte.

Uma nova teoria foi formulada no século XVIII, chamada teoria do “flogisto”, essa teoria foi
formulada por Georg Ernst Stahl. De acordo com essa teoria, “Metais, papel, madeira, carvão-
materiais diferentes, mas combustíveis- conteriam, em proporções desiguais, o “princípio do
fogo” ou flogisto; assim, quando queimados, o flogisto existente nos materiais seria liberado”.
(Rosa, 2012, p. 331, Cit. em Carvalhedo, 2016)

Segundo Santos (2002, Cit. em Carvalhedo, 2016) com Antoine Laurente Lavoisier, a
química se solidifica, ele incorporou nos seus trabalhos experimentais uma precisão nas suas
medições com o uso do termômetro, calorímetro e a balança. Através de seus estudos,
Lavoisier chegou à conclusão que a teoria do flogisto não era válida.

Definitivamente Lavoisier foi um marco no nascimento da Química Moderna, e Rosa (2012,


Cit. em Carvalhedo, 2016) descreve isso com muita clareza a seguir:

Lavoisier pesquisou os gases, decompôs o ar atmosférico e a água, refutou a decadente


Alquimia e a metafísica do flogisto ao explicar a combustão, estudou os ácidos, introduziu o

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uso sistemático da balança e a prática da quantificação, estabeleceu o princípio da
conservação da matéria, criou um novo método de nomenclatura química com novas
designações para as substâncias, invalidou a teoria dos quatro elementos e formulou novo
conceito de elemento; foi ainda pioneiro na físico-química, ao trabalhar sobre os efeitos do
calor nas reacções químicas, e o pioneiro na Bioquímica, ao pesquisar a respiração humana e
de animais, medindo o oxigénio consumido; inventou o calorímetro de gelo e o gasómetro,
lançou mão da nova ciência em seu Tratado Elementar da Química. (Rosa, 2012, p.325, Cit.
em Carvalhedo, 2016)

No século XVII e XVIII ocorreu um avanço científico em diversas áreas das ciências. No
final do século XVIII, temos o nascimento da Revolução Industrial na Inglaterra, para Chassot
(2004, Cit. em Carvalhedo, 2016), há uma grande relação entre o desenvolvimento das
ciências e Revolução Industrial.

5. A historiografia racionalista

A historiografia Racionalista surgiu no século XVII, quando as metodologias da História se


aperfeiçoam com a introdução de novos instrumentos de crítica histórica – a Diplomática,
Paleografia, e de novos procedimentos metodológicos envolvendo a investigação dos factos,
sua classificação por temática e épocas, crítica e organização em dicionários ou reportórios.
(Modulo 1 de História)

Já no século XVIII a história beneficia do surgimento do método crítico de investigação e de


uma redifinição que a leva ao alargamento do Objecto de Estudo, passando a uma história
global das sociedades, debruçando sobre todos os aspectos da vida, ao Aprofundamento do
campo metodológico - através da crítica minuciosa, da afirmação da dúvida metódica, bem
como da reformulação da função da História. (Modulo 1 de História)

5.1. Caracterização da historiografia racionalista

A historiografia racionalista é caracterizada por: Racionalismo, Individualismo, Naturalismo,


Antropocentrismo, Heliocentrismo. (Kuhn, 2000)

a) Racionalismo

Ao defender a razão humana, essa corrente filosófica foi importante para desenvolver diversos
aspectos do pensamento renascentista em detrimento da fé medieval.

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Com ele, o empirismo ou a valorização da experiência, foram essenciais para a mudança de
mentalidade no período do renascimento. Esta corrente afirmava que os fenómenos humanos
e da natureza deveriam ser comprovados diante de experiências racionais. (Kuhn, 2000)

Note que o racionalismo está intimamente relacionado com a expansão científica, de forma
que busca uma explicação para os fatos, baseada na ciência. Em outras palavras, a razão é o
único caminho para se chegar ao conhecimento.

b) Individualismo

Representou uma das importantes características dos renascimentos associados ao movimento


humanista.

O homem é colocado em posição central e passa a ser regido, não somente pela igreja, mas
também por suas emoções e escolhas. Assim, ele torna-se um ser crítico e responsável por
suas acções no mundo. (Kuhn, 2000)

c) Naturalismo

Naturalismo foi um estilo de época dos finais do século XIX. Seu surgimento está associado á
publicação em 1859, do livro A origem das espécies, de Charles Darwin (1809 - 1882), que
revolucionou o pensamento científico na segunda metade desse século. Os escritores
naturalistas usavam ciência como base de composição de seus personagens, nesse ponto
diferenciavam-se dos realistas. Darwin, comprovou que, assim como outros seres vivos, o ser
humano é resultado de um processo de evolução.

d) Antropocentrismo

Em detrimento do pensamento teocêntrico medieval, onde Deus estava no centro do mundo, o


antropocentrismo (homem como centro do mundo) surge para valorizar diversos aspectos do
ser humano. (Kuhn, 2000). A razão torna-se o instrumento pelo qual o ser humano deve
pautar suas acções. Ainda que a religião continue a ter muita importância, a inteligência
humana foi exaltada diante das diversas descobertas científicas da época.

Desta maneira, reforçado pelo individualismo, o homem passa a ter uma posição centralizada
e isso o impulsiona a ousar no aprendizado e em descobertas científicas ou de novas terras.

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e) Heliocentrismo

Segundo Piletti (1998) Heliocentrismo é uma teoria astronómica que demonstra


cientificamente que o sol é o centro do sistema solar. Foi o astrónomo grego Aristarco de
Samos que apresentou pela primeira vez, no século III a.C, esta teoria. Foi o astrónomo
Nicolau Copérnico (no século XVI) e, posteriormente, Galileu Galilei (no século XVII) que
desenvolveram e deram sustentação científica para a teoria heliocêntrica. Este ultimo
astrónomo conseguiu provar a teoria graças as observações realizadas com o uso do telescópio
(instrumento óptico de lentes para fazer observações astronómicas de longas distancias.)

6. A historiografia renascentista

Os séculos XV e XVI foram marcados por grandes transformações que levaram a uma
verdadeira Renovação Cultural marcada pelo desejo de mudança – o Renascimento.
Criticando a sociedade e a cultura medieval, o Renascimento defende a revalorização da
época clássica. Portanto a arte do Renascimento inspira-se na arte clássica - classicismo.
Outro aspecto relevante deste movimento consistiu na tentativa do homem de acreditar na sua
própria capacidade - Humanismo. (https://escola.mmo.co.mz/historia/historiografia-do-
renascimento/#ixzz7cJv7gu4p)

O Renascimento favoreceu o surgimento de um pensamento humanista, que defende o livre


arbítrio, o valor da experiência e o desejo de glória individual, e para a história esta tendência
no pensamento conduziu a história humanista, que reduz o papel de Deus. O homem vai-se
sentindo cada vez mais o construtor e responsável do processo histórico. (Modulo 1 de
História)

O pensamento humanista deu também lugar a ideia da relatividade das coisas e a experiência
passou a ser o critério de verdade. Por influência da reforma religiosa desenvolve-se a
preocupação da crítica de textos, através da qual os movimentos religiosos dedicam-se à
análise dos textos sagrados para fundamentarem a sua doutrina e se auto proclamarem
legítimos herdeiros das primeiras comunidades cristãs. (Modulo 1 de História)

Sob influência do Renascimento a história seguiu um novo rumo, humanista, caracterizado


por:

 Abordagem crítica do passado nacional ou urbano, por poetas, literatos, diplomatas


retirando assim a tarefa de escrever história aos monges.
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 Alargamentos da temática histórica, embora os aspectos políticos continuassem com
maior expressão.
 Mudança da forma de exposição, com a substituição da crónica medieval pelos anais,
com destaque para a biografia. (Modulo 1 de História)

6.1. O papel dos precursores da historiografia renascentista

Uma nova abordagem metodológica, com início na ordenação metódica das fontes, foi graças
a contribuição de vários historiadores como:

 Flávio Biondo, que começou a reunir e a comparar as fontes com algum sentido
crítico;
 Calchi, pioneiro no uso de documentos e inscrições;
 Giustiniani que introduziu a crítica histórica objectiva submetendo todos os dados da
tradição a crítica da sua possibilidade de aplicação prática.
 Nicolau Maquiavel (1469 – 1527) – defendeu uma nova concepção de Estado: O
Estado temporal, soberano, independente da igreja, centralizado e único.

Nas suas obras “ Discorsi sopra la prima decada de Tito Lávio” e “ II Principe “ Maquiavel
adopta já uma atitude científica procurando explicar os fenómenos sociais que descreve pela
intervenção de factores naturais como o clima, a natureza humana, etc.

 Lourenzo Valla (1407 – 1457) – o primeiro a defender a crítica filológica das fontes.
Escreveu uma obra com o título “ De falso credita et emetita ccontantine” na qual
apresentava as suas ideias sobre procedimentos de crítica histórica. Com essa obra
criou-se um dos maiores instrumentos de crítica histórica - a filologia humanística -
que consiste na comparação de estilos documentais, erros de tradução, etc.)

 Francis Bacon (1561 – 1626) Defende a superioridade dos tempos actuais em relação
aos antigos e a ciência experimental sobre as concepções teóricas do passado. Para ele,
as ciências devem ser renovadas e colocadas ao serviço do progresso da humanidade
através das leis da natureza.

 René Descarte (1649 - 1700) filosofo mais influente da história da humanidade,


alcança várias áreas do saber da ciência como na matemática no uso da álgebra e
geometria.

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 Jean Bodin (1530 – 1569) defende que a história deve ser uma espécie de tábua da
verdade e dos acontecimentos; e quem a ela se dedica não deve começar pela história
de Deus, mas pela dos homens. Defendia igualmente a influência do clima sobre a
natureza física e psíquica dos homens. (Modulo 1 de História)

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7. Considerações finais

Neste trabalho procuramos explicar sobre os novos caminhos da ciência, onde dissemos que a
nova via de divulgação científica data-se nos séculos XV e XVI traves das ciências greco-
romanas como é o caso da geometria de Euclides, a física de Arquimedes, e a medicina de
Hipócrates e Galeno.

Durante a idade media, aconteceu um centrismo entre as crenças religiosas e o conhecimento


clássico. Assim os filósofos medievais foram influenciados pelas obras de Aristóteles. Platão
também influenciou o pensamento das ciências na idade media. As ciências da idade
moderna, propõe uma nova visão de mundo, rejeitando a autoridade imposta pelos costumes e
pela hierarquia da nobreza da igreja, em favor da recuperação do que há de virtuoso, intuitivo
e espontâneo na natureza humana. Com a modernidade surge um novo estilo, que valoriza o
corpo humano, artes, pensamento, política e sobretudo uma ciência. O Renascimento foi um
movimento artístico, cultural e científico que marcou a transposição da Idade Média para a
Idade Moderna no início do século XV. O movimento renascentista teve início na Itália, mas
logo se espalhou por outros países da Europa como Alemanha, Flandres e norte dos Alpes. A
historiografia racionalista é caracterizada por: Racionalismo, Individualismo, Naturalismo,
Antropocentrismo, Heliocentrismo. Os precursores da historiografia renascentista destacam-se
os seguintes: Jean Bodin, Nicolau Maquiavel, René Descarte, Calchi, Lorenzo Valla,
Giustiniani. E cada um deles teve um papel preponderante na historiografia do renascentismo.

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8. Referências bibliográficas

_______Módulo 1 de História: Introdução à História. Ministério da educação e


desenvolvimento humano instituto de educação aberta e à distância – IEDA.

Carvalhedo, T. D. (2016). História da ciência no ensino de ciências e as contribuições da


revista química nova na escola no período de 1995 a 2015. Brasília- DF.

Kuhn, T. S. (2000). A Estrutura das Revoluções Científicas. 5ª Ed. São Paulo: Perspectiva.

Música, J. J. (s/d). História das Sociedades II: O Renascimento Cultural, e a Revolução


Industrial. UCM : Moçambique-Beira.

Piletti, N. (1998). História e Vida Integrada. Editora Ática: São Paulo.

https://escola.mmo.co.mz/historia/historiografia-do-renascimento/#ixzz7cJv7gu4p.
consultado em 12 de Agosto de 2022.

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