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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Contexto Histórico do Surgimento da Filosofia

Nome: Pedro Guerra Senzecua

Código: 708226324

Curso: Lic. Ensino de História

Disciplina: Introdução a Filosofia

Ano de frequência: 2º Ano

Docente: Lurcy Nguenha

Quelimane, Maio de 2023


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 Capa 0.5
 Índice 0.5
Estrutura Aspectos  Introdução 0.5
organizacionai  Discussão 0.5
s
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Introdução  Descrição dos 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
Conteúdo académico 2.0
(expressão escrita
Análise e cuidada, coerência /
discussão coesão textual)
 Revisão
bibliográfica
nacional e 2.0
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos 2.0
dados
Conclusão  Contributos teóricos 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos Formatação tamanho de letra,
gerais paragrafo, 1.0
espaçamento entre
linhas
Normas APA  Rigor e coerência
Referências 6ª edição em das
Bibliográfica citações e citações/referências 4.0
s bibliografia bibliográficas
Índice

1. Introdução ........................................................................................................................ 3

1.1. Objetivos ...................................................................................................................... 3

1.2. Metodologias ............................................................................................................... 3

2. Contexto Histórico do Surgimento da Filosofia.................................................................. 4

2.1. Passagem da filosofia da fase Mítica para o Racional.................................................... 4

2.1.1. O Pensamento Racional (Filosófico) ........................................................................... 5

2.2. Filósofos Naturalistas ...................................................................................................... 6

2.2.1. Factores determinantes para o surgimento da Filosofia ............................................... 8

3. Conclusão ...................................................................................................................... 11

4. Referência bibliográfica .................................................................................................... 12


1. Introdução

O surgimento do conhecimento filosófico na Grécia antiga se deu por volta dos séculos
VII a VI a.C. e foi o resultado de um conjunto de fatores que foram contribuindo para o
distanciamento lento e gradual, da mitologia em relação à filosofia. Os relatos míticos
explicavam a natureza a partir da geração dos deuses, já os filósofos investigavam esta origem
de maneira racional.

Com tal distanciamento tem-se a formação de grupos de pensadores, sendo que esses se
formaram a partir dos filósofos pré-socráticos. Os cidadãos que possuíam uma boa condição
de vida, que lhes permitia afastar-se do trabalho e podiam assim se dedicar integralmente ao
ato do livre pensar, passaram a formar tais grupos de pensadores que assim passavam o dia
todo juntos, e muitas vezes residiam, nos mesmos domicílios. Com isso, é possível apreender
que esses filósofos faziam do ato de filosofar uma postura de vida.

1.1. Objetivos
1.1.1. Objetivo Geral
 Compreender o desenvolvimento da história dos números complexos.
1.1.2. Objetivo Específicos
 Apresentar a história dos números no geral;
 Explicar as teorias que giram em torno dos conjuntos dos números naturais aos
complexos.

1.2. Metodologias

De acordo com Marconi & Lakatos, (2003), qualquer pesquisa depende de uma
pesquisa bibliográfica, factores, magnitude e aspectos tomados no passado a partir do material
já elaborados de diversos autores sobre o assunto em análise. Este método permite
compreender as diversas opiniões de autores sobre o tema em pesquisa. Para a materialização
do trabalho utilizou se a técnica de pesquisa bibliografia.

Para estas mesmas autoras, método é o conjunto de actividades sistemáticas e


racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objectivo –
conhecimentos válidos e verdadeiros - traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e
auxiliando as decisões do cientista.

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2. Contexto Histórico do Surgimento da Filosofia

A filosofia antiga surge com a substituição do saber mítico ao da razão e isso ocorreu com
o surgimento da polis grega (cidade-estado). Essa nova organização grega, foi fundamental
para a desmistificação do mundo através da razão e, com isso, as reflexões dos filósofos. Mais
tarde, as discussões que ocorriam em praça pública juntamente com o poder da palavra e da
razão (logos) levaram a criação da democracia Chauí, (2002).

É nesse contexto que surge a filosofia. A investigação sobre a natureza fez com que os
filósofos produzissem conhecimento. Inicialmente, a filosofia era uma cosmologia, um estudo
sobre o cosmo (universo) tendo como base a razão (lógos). Essa perspectiva de pensamento se
contrasta com a anterior, que era compreendida como uma cosmogonia, explicação do cosmo
a partir das relações que fizeram nascer (gonos) as coisas. A mesma distinção ocorre entre a
teologia (estudo sobre os deuses) e a teogonia (histórias sobre o nascimento dos deuses).

2.1. Passagem da filosofia da fase Mítica para o Racional

Um dos modos talvez mais simples e menos polémicos de se caracterizar a filosofia é


através de sua história, forma de pensamento que nasce na Grécia antiga, por volta do século
VI a.C., se afirmamos que o conhecimento científico, de cuja tradição somos herdeiros, surge
na Grécia por volta do século VI a.C., nosso primeiro passo deverá ser procurar entender
porque se considera que esse novo tipo de pensamento aparece aí pela primeira vez e o que
significa essa ―ciência‖ cujo surgimento coincide com a emergência do pensamento filosófico
Chauí, (2002).

O pensamento filosófico – científico surge na Grécia, caracterizado como uma forma


específica de o homem tentar entender o mundo que a cerca, isto não quer dizer que
anteriormente não houvesse também outras formas de se entender essa realidade. É
precisamente a especificidade do pensamento filosófico-científico que tentar-se-á explicitar
aqui, contrastando-o com o pensamento mítico que lhe antecede na cultura grega.
Procuraremos destacar as características de uma e de outra forma de explicação do real.

O pensamento mítico – consiste em uma forma pela qual um povo explica aspectos
essenciais da realidade em que vive, a origem do mundo, o funcionamento da natureza e dos
processos naturais e as origens deste povo deste povo, bem como seus valores básicos. O mito
caracteriza-se, sobretudo pelo modo como estas explicações são dadas, ou seja, pelo tipo de

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discurso que constitui. O próprio termo grego mythos significa um tipo bastante especial de
discurso, o discurso fictício ou imaginário, sendo por vezes até mesmo sinónimo de
―mentira‖.

Por ser parte de uma tradição cultural, o mito configura assim a própria visão de mundo
dos indivíduos, a sua maneira mesmo de vivência esta realidade. Nesse sentido, o pensamento
mítico pressupõe a adesão, aceitação dos indivíduos, na medida em que constitui as formas de
sua experiência do real. O mito não se justifica, não se fundamenta, portanto, nem se presta ao
questionamento, à crítica ou à correcção. Não há discussão do mito porque ele constitui a
própria visão do mundo dos indivíduos pertencentes a uma determinada sociedade, tendo,
portanto um carácter global que exclui outras perspectivas a partir das quais ele poderia ser
discutido. Um dos elementos centrais do pensamento mítico e de sua forma de explicar a
realidade é o apelo ao sobrenatural, ao mistério, ao sagrado, à magia. As causas dos
fenómenos naturais, aquilo que acontece aos homens, tudo são governadas por uma realidade
exterior ao mundo humano e natural, superior, misteriosa, divina, a qual só os sacerdotes, os
magos, os iniciados, são capazes de interpretar, ainda que apenas parcialmente Chauí, (2003).

É Aristóteles que afirma ser Tales de Mileto, no séc. VI a.C., o iniciador do pensamento
filosófico-científico. Podemos considerar que este pensamento nasce basicamente de uma
insatisfação como o tipo de explicação do real que encontramos no pensamento mítico.

De fato, desse ponto de vista, o pensamento mítico tem uma característica até certo ponto
paradoxal. Se, por um lado, pretende fornecer uma explicação da realidade, por outro lado,
recorre nessa explicação ao mistério e ao sobrenatural, ou seja, exactamente àquilo que não se
pode explicar, que não se pode compreender por estar fora do plano da compreensão humana.
É nesse sentido que a tentativa dos primeiros filósofos será de buscar uma explicação do
mundo natural (a physis, daí o nosso termo ―física‖) baseada essencialmente em causas
naturais. A chave de explicação do mundo de nossa experiência estaria então, para esses
pensadores. No próprio mundo, e não fora dele, em alguma realidade misteriosa e inacessível
Chauí, (2003).

2.1.1. O Pensamento Racional (Filosófico)

O pensamento filosófico-científico representa assim uma ruptura bastante radical com


o pensamento mítico, enquanto forma de explicar a realidade. Entretanto, se o pensamento
filosófico-científico surge por volta do séc. VI a.C., essa ruptura com o pensamento mítico
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não se dá de forma completa e imediata. Ou seja, o surgimento desse novo tipo de explicação
não significa o desaparecimento por completo do mito, do qual delas sobrevivem muitos
elementos mesmo em nossa sociedade contemporânea, em nossas crenças, superstições,
fantasias, etc., isto é, em nosso imaginário.

O mito sobrevive ainda que vá progressivamente mudando de função, passando a ser


antes parte da tradição cultural do provo grego do que a forma básica de explicação da
realidade. É claro que essa mudança de papel do pensamento mítico, bem como a perda de
seu poder explicativo resultam de um longo período de transição e de transformação da
própria sociedade grega, que tornam possível o surgimento do pensamento filosófico-
científico no séc. VI a.C.

O pensamento mítico, com seu apelo ao sobrenatural e aos mistérios, vai assim
deixando de satisfazer as necessidades da nova organização social, mais preocupada com a
realidade concreta, com a actividade política mais intensa e com as trocas comerciais. É nesse
contexto que o pensamento filosófico-científico encontrará as condições favoráveis para seu
nascimento. O carácter global, absoluto, da explicação mítica teria se enfraquecido no
confronto entre os diferentes mitos e tradições, revelando-se assim sua origem cultura: o fato
de que cada povo tem sua forma de ver o mundo, suas tradições e seus valores. Ao mesmo
tempo, em uma sociedade dedicada as praticas comerciais e aos interesses pragmáticos, as
tradições míticas e religiosas vão perdendo progressivamente sua importância Aranha e
Martins (2010).

Esta é uma hipótese que parece razoável, de um ponto de vista histórico e sociológico,
e mesmo geográfico e económico, para a explicação do surgimento do tipo de pensamento
inaugurado por Tales e pela chamada Escola de Mileto, naquele momento e naquele contexto.

2.2. Filósofos Naturalistas

O Naturalismo, propriamente dito, é uma doutrina filosófica que relaciona os métodos


científicos (hipótese, observação, descrição, previsão, controle) afirmando que todos os seres
do nosso universo são naturais e que todo o conhecimento que se tem sobre o universo só é
possível com investigações científicas. O naturalismo é, ―em oposição ao sobrenatural ou
espiritual, a ideia ou crença de que apenas as leis e as forças naturais operam no mundo; em
extensão, a ideia ou crença de que não existe nada além do mundo natural‖. Eles acreditam

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em um ou mais deuses transcendentes ao natural, geralmente criador (es) da natureza Aranha
e Martins (2010).

Os naturalistas defendiam a natureza, as transformações que o mundo passava, o efémero.


Exemplos: Tales defendia o princípio da água, Heráclito o fogo. Eles condenavam a
degradação da natureza e do ser humano.

Os filósofos naturais são aqueles que analisam questões relacionadas à natureza, como de
onde ou como surge o mundo. Esses filósofos romperam com a visão mítica e religiosa da
natureza que prevalecia na época, adoptando, desde então, uma forma científica de pensar.
Dentre os filósofos naturalistas encontram-se; Tales, Anaxímenes, Anaximandro, e Heráclito.

i. Tales de Mileto (640-548 a.C.)

Tales – Tales de Mileto (640-548 a.C.) – É considerado filosofia grega‖. Para ele a água.
É considerado ―o pai da série o elemento) de tudo o que existe. Atribui-se a Tales a
demonstração do primeiro teorema de geometria (embora o estudo sistemático desta ciência
tenha realmente começado na escola de Pitágoras, no séc. VI a.C.).

É o pensador ao qual é atribuído o começo da filosofia grega. Ele viveu em Mileto, na


Jónia, provavelmente nas últimas décadas do século VII e na primeira metade do século VI a.
C. Ele foi o que iniciou a filosofia da Physis, pois foi o primeiro a afirmar a existência de um
princípio originário único (Arché), causa de todas as coisas que existem (no caso, a água).
Tales de Mileto afirmava que existe um princípio que era a fonte e a origem, a foz ou termo
último e o sustentáculo permanente de todas as coisas. Esse princípio seria a água, visto que
onde há vida, há presença do elemento.

ii. Anaximandro de Mileto (610547 a.C.)

Anaximandro, seria apeiron 547 a.C. ―o princípio gerador de todas as coisas, segundo
Anaximandro, seria o (ilimitado/indeterminado/que não tem limite/ infinito). A ordem do
mundo virtude deste princípio. Assim, o original de todos os seres, tanto de seu quanto de sua
dissolução. Anaximandro foi discípulo de Tales de Mileto. O filósofo procurou buscar o
elemento fundamental de todas as coisas, denominando de ápeiron (o infinito e o
indeterminado), que representaria a massa geradora da vida e do universo.

iii. Anaxímenes de Mileto (585 a.C. – 528 a.C.)

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Anaxímenes de Mileto (588 pensador, o elemento gerador de tudo é rarefacção e da
condensação, o ar forma tudo o que existe. Segundo este pensador, o elemento gerador de
tudo é o ar. Anaxímenes de Mileto foi discípulo de Anaximandro. Assim como o seu mestre
discordou de Tales quanto ao arché da natureza, Anaxímenes também o fez. Após seus
estudos com seu professor e a incansável observação da natureza como maneira de tentar
buscar uma possível origem para o universo, o filósofo concordou com a parte da teoria de
Anaximandro que diz que o princípio de tudo seria algo infinito, mas discordou quanto à
definição. O princípio de tudo seria, então, um elemento infinito, porém definido: o ar.

O filósofo compreendeu o ar como uma substância que permeia todos os corpos e objectos
da natureza. As características de cada ser variariam, então, de acordo com a quantidade
(maior ou menor) de ar que eles contivessem. O universo seria compreendido, nessa
concepção, como um grande ser vivo que abriga todos os outros seres, vivos ou não vivos,
sendo o ar o elemento em comum entre todos eles e a composição da alma dos seres vivos.

iv. Heráclito de Éfeso (VI-V a.C)

Heráclito de Éfeso, é conhecido como o filósofo do devir da mudança. De acordo com


Heráclito, o logos (razão, inteligência, discurso e pensamento) governa todas as coisas e está
associado ao fogo. Heráclito – tinha interpretações contraditórias a respeito do surgimento das
coisas. Heráclito observa que as coisas estão em constante movimento, tudo na natureza se
transforma. Parménides defende a teoria que o ser é imóvel e imutável, que vive em um
eterno presente, já que o passado é aquilo que não é mais e o futuro é aquilo que ainda não é.
Esse afirma essa teoria com a seguinte frase ―O ser é e não é.‖.

2.2.1. Factores determinantes para o surgimento da Filosofia

Além das ciências, algumas alterações de cunho social, político e económico no mundo
antigo deram as bases para o processo que culminou no surgimento dos filósofos, em especial
(Martins e Aranha, 2003, p. 81 e Chauí, 2010, p.37-38):

i. Historiadores divergem sobre a origem da Filosofia como género literário. Há textos


no estilo filosófico já no Egipto antigo, mas a tradição filosófica só se consolidou na
Grécia antiga. O primeiro filósofo ocidental desta tradição é Tales de Mileto (actual
Turquia-África)

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ii. Se diz que a Filosofia nos moldes ocidentais (crença, verdadeira, justifica sobre
princípios críticos e reflexivos) ―Surgiu‖, não se diz que ela foi inventada ou criada.
iii. Segundo Martins e Aranha, 2003, e Chauí, (2010) Entre os factores decisivos para o
surgimento da filosofia enquanto TRADIÇÃO e TIPO DE CONHECIMENTO entre
os séculos VII e VI a.C. estão:

a) As Viagens Marítimas

Que permitiram aos povos descobrir que os locais que os mitos diziam habitados por
deuses, titãs e heróis eram, na verdade, habitados por outros seres humanos; e que as regiões
dos mares que os mitos diziam habitadas por monstros e seres fabulosos não possuíam nem
monstros nem seres fabulosos. As viagens produziram o desencantamento ou a desmitificação
do mundo, que passou, assim, a exigir uma explicação sobre a origem, explicação que o mito
já não podia oferecer;

b) A Invenção do Calendário

Que é uma forma de calcular o tempo segundo as estações do ano, as horas do dia, os
fatos importantes que se repetem, revelando, com isso, uma capacidade de abstracção nova,
ou uma percepção do tempo como algo natural e não como um poder divino incompreensível;

c) A Invenção da Moeda

Que permitiu uma forma de troca que não se realiza através das coisas concretas ou dos
objectos concretos trocados por semelhança, mas uma troca abstracta, uma troca feita pelo
cálculo do valor semelhante das coisas diferentes, revelando, portanto, uma nova capacidade
de abstracção e de generalização;

d) O Surgimento da Vida Urbana

Com predomínio do comércio e do artesanato, dando desenvolvimento a técnicas de


fabricação e de troca, e diminuindo o prestígio das famílias da aristocracia proprietária de
terras, por quem e para quem os mitos foram criados; além disso, o surgimento de uma classe
de comerciantes ricos, que precisava encontrar pontos de poder e de prestígio para suplantar o
velho poderio da aristocracia de terras e de sangue (as linhagens constituídas pelas famílias),
fez com que se procurasse o prestígio pelo patrocínio e estímulo às artes, às técnicas e aos
conhecimentos, favorecendo um ambiente onde a filosofia poderia surgir;
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e) A Invenção da Escrita Alfabética

Que como a do calendário e a da moeda, revela o crescimento da capacidade de


abstracção e de generalização, uma vez que a escrita alfabética ou fonética, diferentemente de
outras escritas — como, por exemplo, os hieróglifos dos egípcios ou os ideogramas dos
chineses — supõe que não se represente uma imagem da coisa que está sendo dita, mas a
ideia dela, o que dela se pensa e se transcreve;

f) A Invenção da Política

Que introduz três aspectos novos e decisivos para o nascimento da filosofia:

A ideia da lei como expressão da vontade de uma colectividade humana que decide
por si mesma o que é melhor para si e como ela definirá suas relações internas. O
aspecto legislado e regulado da cidade servirá de modelo para a filosofia propor o
aspecto legislado, regulado e ordenado do mundo como mundo racional;
O surgimento de um espaço público, que faz aparecer um novo tipo de palavra ou de
discurso, diferente daquele que era proferido pelo mito. Neste, o poeta-vidente, que
recebia das deusas ligadas à memória (a deusa Mnemosyne, mãe das Musas que
guiavam o poeta) uma iluminação misteriosa ou uma revelação sobrenatural, dizia aos
homens quais eram as decisões dos deuses a que eles deveriam obedecer.
Agora, com a cidade política, surge a palavra como direito de cada cidadão de emitir
em público sua opinião, discuti-la com os outros, persuadi-los a tomar uma decisão
proposta por ele, de tal modo que surge o discurso político como a palavra humana
compartilhada, como diálogo, discussão e deliberação humana, isto é, como decisão
racional e exposição dos motivos ou das razões para fazer ou não fazer alguma coisa.
A política, valorizando o humano, o pensamento, a discussão, a persuasão e a decisão
racional, valorizou o pensamento racional e criou condições para que surgisse o
discurso ou a palavra filosófica.
A política estimula um pensamento e um discurso que não procuram ser formulados
por seitas secretas dos iniciados em mistérios sagrados, mas que procuram, ao
contrário, ser públicos, ensinados, transmitidos, comunicados e discutidos. A ideia de
um pensamento que todos podem comunicar e transmitir, é fundamental para a
filosofia.

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3. Conclusão

Ao realizar o trabalho com tanto que aprendi fui-me concluir assim que; a filosofia não é
somente o saber, também o amor da sabedoria, visto que com a vontade de saber mais, mais
se aprende, pois é de meira importância saber que muitas vezes conhecido como ―milagre
grego‖, o surgimento da filosofia não dependeu de um milagre. Foram uma série de factores
que conduziram à relativização do pensamento, à descrença (desmitificação) e à busca de
melhores explicações sobre a realidade.

Porém, é possível verificar uma enorme contribuição da sofística ao próprio pensamento e


desenvolvimento das ideias de Sócrates, principalmente no aspecto metodológico com a
contribuição da dialéctica e também no aspecto da quebra dos preconceitos próprios dos
gregos. A filosofia antiga é o período que corresponde ao seu surgimento, no século VI A.C. e
à queda do Império Romano.

Essa época é chamada assim porque os pensadores gregos começaram a questionar sobre a
racionalidade humana e tentaram encontrar explicações para entender a sua própria natureza.
Para facilitar, será feito um breve resumo da filosofia antiga.
Para os gregos, a palavra filosofia possuía um significado bastante intenso: era caracterizada
pela constante busca da sabedoria.

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4. Referência bibliográfica

Aranha, Maria Lucia de Arruda e Martins, Maria Helena Pires (2010). Filosofando:
introdução à filosofia. São Paulo: Editora Moderna.

Chaui, M. (2004). Filosofia, Série Novo Ensino Médio, Volume Único, São Paulo,
Editora Ática.

Chaui, M. (2002). Introdução à História da Filosofia – dos pré-socráticos a Aristóteles,


Volume 1, São Paulo, Cia. das Letras.

Lakatos, E. M & Marconi, M. A., (2003). Fundamentos de metodologia científica. (6ª


ed.).

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