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Índice
1. Introdução...............................................................................................................................1
1.1. Objectivos............................................................................................................................1
1.1.1. Objectivo Geral.................................................................................................................1
1.1.2. Objectivos Específicos......................................................................................................1
1.2. Metodologia.........................................................................................................................1
2. Liberdade da Pessoa................................................................................................................2
2.1. A relação da liberdade com a verdade e a lei natural..........................................................2
2.2. O conceito da liberdade.......................................................................................................3
2.3. Importância da liberdade......................................................................................................3
2.3.1. Limites da Liberdade........................................................................................................3
2.4. A diferença entre liberdade e libertinagem..........................................................................4
2.5. A liberdade nos dias de hoje................................................................................................5
2.6. A lei natural..........................................................................................................................6
2.6.1. Os limites da lei natural: a crítica de Rousseau................................................................6
2.7. A dignidade da pessoa humana............................................................................................8
2.6.1. O conceito da dignidade da pessoa humana.....................................................................9
Conclusão..................................................................................................................................10
Referências Bibliográficas........................................................................................................11
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1. Introdução
O presente trabalho tem como tema Liberdade da Pessoa. Neste contexto, tem por objectivo
geral compreender a liberdade da pessoa no contexto da ética social. No entanto, a liberdade,
para Hobbes, é um direito que temos de agir em conformidade com nossos desejos, vontades
e inclinações. Já que nesse contexto liberdade não é um termo que se aplique para designar
algum ato propriamente espiritual, e sim para caracterizar a acção humana possível na
ausência de entraves externos, podemos dizer que essa concepção de liberdade é negativa.
1.1. Objectivos
1.2. Metodologia
O presente trabalho foi conduzido como uma investigação de abordagem qualitativa, na qual
buscou-se privilegiar uma visão mais compreensiva sobre, Liberdade da Pessoa. Para a
colecta de dados, baseou-se nas consultas bibliográficas, ideias pessoais, e as quais estão
referenciadas na bibliografia deste trabalho.
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2. Liberdade da Pessoa
Assim, a liberdade, para Hobbes, é um direito que temos de agir em conformidade com
nossos desejos, vontades e inclinações. Já que nesse contexto liberdade não é um termo que se
aplique para designar algum ato propriamente espiritual, e sim para caracterizar a acção
humana possível na ausência de entraves externos, podemos dizer que essa concepção de
liberdade é negativa.
Neste contexto, a liberdade enquanto direito natural é o fato mesmo de o homem, na ausência
de algum poder exterior, não deparar com entraves ao fazer aquilo que tem vontade de fazer.
Berlin qualificava como liberdade negativa, mas é preciso notar que a questão central em sua
obra política não era tanto a da extensão ou a da limitação do poder político, mas
principalmente a da fundamentação da obediência que se deve ao Soberano.
De acordo com Hobbes, o direito natural, ou liberdade, é algo que cada ser possui em função
de uma espécie de princípio de conservação. O que parece confirmar a tese de B. Barret-
Kriegel (1989), que chama atenção para as más interpretações do pensamento jurídico
moderno que desvinculam a concepção do direito natural de sua base biológica. O direito
natural e, por consequência, o próprio direito (pois, em certo sentido, este seria uma parte
daquele, já que não há nada mais primário do que o jus naturale) estão vinculados à
conservação da vida, princípio biológico. Não há como separarmos totalmente aqui plano
jurídico e plano biológico.
Assim, apesar de poder ser associado a um princípio negativo, como vimos, o direito natural
é, por assim dizer, positivado pelas leis naturais. Em si mesmo, o direito natural não é dado
real, coisa ou substância, nem é essência, mas caracteriza-se como liberdade de usar o próprio
poder para a preservação da vida. É como se houvesse um vácuo jurídico, situação em que
tudo é permitido – “em tal condição todo homem tem direito a todas as coisas, incluindo os
corpos dos outros” (Hobbes, 1843, Leviathan, p. 14).
As leis naturais - que são leis morais e leis divinas - obrigam, ainda que apenas in foro
interno. Temos, então, na concepção do estado de natureza de Hobbes, uma interiorização de
todo o aparato jurídico de sanção-proibição-ordenação. Se transportamos à filosofia política
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alguns princípios da teologia cristã, como quer L. Strauss, ou se fundamos o dever político na
obrigação diante das leis, da vontade e da autoridade divina, não é digno de esquecimento que
toda essa dimensão subjectiva (direito, liberdade, consciência) acaba sendo legada àquele que
detém o poder soberano. Legada, mas, como veremos, não postergada.
No entanto, liberdade significa o direito de agir segundo o seu livre arbítrio, conforme a
própria vontade, desde que não prejudique outra pessoa, é a sensação de estar livre e não
depender de ninguém.
De acordo com a ética, a liberdade está relacionada com responsabilidade, uma vez que um
indivíduo tem todo o direito de ter liberdade, desde que essa atitude não desrespeite ninguém,
não passe por cima de princípios éticos e legais.
Segundo a filosofia, liberdade é o conjunto de direitos de cada indivíduo, seja ele considerado
isoladamente ou em grupo, perante o governo do país em que reside; é o poder qualquer
cidadão tem de exercer a sua vontade dentro dos limites da lei.
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a) Em normas constitucionais, quando terá que conviver com outros valores também
prestigiados pela Constituição, como a dignidade humana e direitos de personalidade;
b) Pelas normas infraconstitucionais que tipificam condutas ilícitas, determinadas pelo
Código Penal e outros dispositivos, que aponta os crimes de preconceito em razão de
raça, cor, etnia, religião, entre outros.
Para Rabelo (2016), diz que “embora haja liberdade de manifestação, contudo, essa não pode
ser usada para manifestações que venham a desenvolver actividades ou práticas ilícitas (anti-
semitismo, apologia ao crime, entre outras), dado entendimento que não há direito
fundamental absoluto” (p.50).
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Para Machado (2002), diz que “a liberdade só é considerada como verdadeira e plena quando
esta, respeita os limites e os direitos do seu próximo. Neste sentido, até mesmo liberdade
precisa submeter-se a alguns preceitos, regras e limites” (p.76).
A libertinagem parte do princípio de que “eu faço o que eu quero ninguém pode impedir;
ninguém tem nada com isso.” Em muitos casos a libertinagem é traduzida como a ausência de
regras.
No entanto, “hoje assim como nos tempos em que à noção de liberdade no mundo moderno
foi formulada, esta é uma questão de medida, de condições e de limites. Isso em qualquer
campo, desde o metafísico e psicológico, até o económico, jurídico, político e social”
(Fernandes, 2011, p.427).
Conforme Camargo (2005), refere que “ a liberdade de escolha por parte dos indivíduos, para
decidir sobre suas próprias vidas, seus destinos e seus futuros, é reduzida; sem falar em outras
imposições de ordem religiosa, legal, social e política, existentes em muitos países do mundo,
que fazem com que milhões de seres humanos sejam impedidos de exercitar as chamadas
Instituições Estratégicas da Liberdade, como a liberdade de pensamento, de consciência, de
imprensa, de reunião, de ir e vir, etc. Assim, milhões de seres humanos têm impedidas suas
possibilidades de escolhas nos campos cientifico, religioso, político, social e económico”.
Assim, T. Hobbes afirma que o “homem livre é aquele que não é impedido de fazer o que tem
vontade, no que se refere às coisas e que pode fazer por sua força e capacidade”.
Para Kant, diz que “ser livre é ser autónomo, isto, é dar a si mesmo as regras a serem seguidas
racionalmente. Para Jean-Paul Sartre, a liberdade é a condição ontológica do ser humano. O
homem é, antes de tudo, livre. O homem é nada antes de definir-se como algo, e é
absolutamente livre para definir-se, engajar-se, encerrar-se, esgotar a si mesmo”.
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”A responsabilidade moral pressupõe, portanto, a possibilidade de decidir e agir vencendo a
coacção externa e interna” (Vásquez, 1997, p.96)
“Com estas premissas parece que a lei natural fundamental é a seguinte: cada homem deve
cultivar e manter na medida do possível a sociabilidade” (Pufendorf, 1998a, II, III, 15).
Ainda, atribui-se ao direito natural moderno o carácter de ser filosófico pois os seus teóricos
acreditavam na razão para deduzir o direito da natureza das coisas. Eles acreditavam poder
determinar um sistema completo, um código de regras universais envolvendo o conjunto das
instituições e das actividades do homem. À excepção de Pufendorf, imediatamente
admoestado por Leibniz, e de Christian Thomasius, todos os representantes do jusnaturalismo
moderno ainda confundem direito e moral. O direito natural se estende indistintamente às
acções internas e externas do homem, envolve o conjunto de seus deveres. Ora, os preceitos
concernentes ao amor, amor de Deus, amor do próximo e amor de si, advêm da moral e não
da justiça.
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linguagem, o homem natural e solitário não podia conhecer absolutamente nenhuma lei
racional da natureza, nem ser submetido à nenhuma lei deste género.
Se Rousseau afirma que não há lei natural no estado de natureza, isto é, código moral
obrigatório no qual os homens poderiam e deveriam conscientemente se submeter, ele
sustenta, porém, que há um direito natural, qual seja, um modo natural de se relacionar uns
com os outros, mediante o qual os homens se conformam cega e instintivamente.
Os modernos só reconhecem como lei uma regra prescrita a um ser moral, isto é, inteligente, livre e
considerado nas suas relações com os demais seres, limitando consequentemente ao único animal
dotado de razão, isto é, ao homem, a competência da lei natural; definindo, porém, esta lei cada um a
seu modo, estabelecem tudo sobre princípios tão metafísicos que há, mesmo entre nós, muito poucas
pessoas em situação de compreender esses princípios, em lugar de poderem encontrá-los por si mesmos.
De forma que todas as definições desses homens sábios, aliás em perpétua contradição entre si,
concordam unicamente quanto a ser impossível compreender a lei da natureza e, consequentemente,
obedecê-la, sem ser grande pensador e profundo metafísico. Tal coisa significa, precisamente, que os
homens tiveram de utilizar, para o estabelecimento da sociedade, luzes que só se desenvolvem com
muito trabalho e para poucas pessoas, no próprio seio da sociedade” (p. 125).
Estas observações, fundadas sobre um raciocínio abstracto, são confirmadas pelos fatos
históricos: “A este propósito, os fatos confirmam perfeitamente o que a reflexão nos ensina, e
só ao voltar-nos para os tempos veremos facilmente que as ideias saudáveis do direito natural
e da irmandade de todos os homens foram disseminadas bem tarde, e fizeram no mundo um
progresso tão lento que só o Cristianismo conseguiu generalizá-las suficientemente”
(Rousseau, 1964, p. 287).
Assim, conclui o autor, a primeira condição da lei natural, qual seja, que ela seja dispensada e
conhecida por natureza, não é preenchida.
Como diz Jean-Jacques Burlamaqui, a lei natural é o conjunto das “regras que só a razão
prescreve aos homens, para conduzi-los seguramente ao fim que devem se propor, e que se
propõem todos realmente, quero dizer, à verdadeira e sólida felicidade” (Burlamaqui, 1984,
cf. Gagnebin, 1944, pp. 95-101).
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2.7. A dignidade da pessoa humana
Para Hunt (2009), avalia que para que a dignidade se tornasse um direito humano auto
evidente, as pessoas comuns precisavam ter novas compreensões humanísticas, que nasceram
de novos tipos de sentimentos vinculados ao humanismo.
De acordo Nunes (2009) elucida que “a dignidade da pessoa humana é uma conquista da
razão ético-jurídica, fruto da reacção à história de atrocidades, que marcou a experiência do
homem” (p. 50-51).
Dessa forma, tendo como base o princípio da dignidade, os direitos humanos têm sido
incorporados em Constituições nacionais servindo de fonte para decisões judiciais nacionais,
em que o termo ‘direitos fundamentais’ significa os direitos positivados em nível interno, ao
passo que o termo ‘direitos humanos’ designa os direitos naturais positivados nas declarações
e convenções internacionais, relacionados à dignidade, liberdade e a igualdade de todos,
assumindo assim, um carácter supra estatal, uma vez que são direitos positivados.
Para Blanco (2010), expõe que “a conquista dos direitos humanos associados ao princípio da
dignidade humana permite, evolutivamente, o reconhecimento actual da diversidade humana e
social como uma premissa básica de qualquer sociedade e em respeito aos direitos humanos
assegurados pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, a qual preceitua que “todos os
homens nascem iguais em dignidade e direitos”.
“A dignidade da pessoa não consiste apenas no fato de ser ela, diferente das coisas, um ser considerado
e tratado, em si mesmo, com um fim em si e nunca como um meio para a consecução de determinado
resultado. Ela resulta também do fato de que, pela sua vontade racional, se a pessoa vive em condições
de autonomia, isto é, como ser capaz de guiar-se pelas leis que ele próprio edita. Pela sua vontade
racional, a pessoa, ao mesmo tempo que se submete às leis da razão prática, é a fonte dessas mesmas
leis, de âmbito universal, sendo o imperativo categórico – age unicamente segundo a máxima, pela qual
tu possas querer, ao mesmo tempo, que ela se transforme em lei geral” (p.269).
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Portanto, a pessoa humana, como ser histórico, cultural, e que cria o seu mundo e os seus
valores, como conceito de liberdade de todos, desde o mais abastardo até o mais pobre, pois
faz parte da natureza humana. Isso em razão do denominador comum a liberdade e,
consequentemente, o respeito a ela, as sociedades humanas devem ser constituídas e
organizadas reconhecendo essa aspiração mundial a liberdade; devem tornar a sociedade
humanizada, observando o valor ontológico do ser da sua condição humana de humanidade.
Dignidade é a qualidade de quem é digno, ou seja, de quem é honrado, exemplar, que procede
com decência, com honestidade. A dignidade de um indivíduo representa a sua “integridade
moral”.
Neste contexto, o termo dignidade vem do latim dignitas, que designa tudo aquilo que merece
respeito, consideração, mérito ou estima. A dignidade da pessoa humana é, acima de tudo,
uma categoria moral; significa a qualidade ou valor particular que atribuímos aos seres
humanos em função da posição que ocupam na escala dos seres.
“Temos por dignidade da pessoa humana a qualidade própria e distintiva reconhecida em cada ser
humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da sociedade,
implicando, neste sentido, um complexo de direitos (o homem tem direito a ter direitos) e deveres
fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de modo degradante e desumano,
como venham a lhe garantir uma existência digna – de humanidade – das mínimas condições
existenciais para uma vida saudável (saúde, previdência, assistência, moradia, educação, etc.), além de
lhe propiciar e promover a sua participação activa e corresponsável nos destinos da própria existência e
da vida em comunhão com os demais seres humanos (sócios sociais), mediante o devido respeito aos
demais seres que integram a rede da vida” (p.123).
“O valor da pessoa humana como valor fonte da ordem da vida em comunidade encontra a sua
expressão jurídica nos direitos humanos, que foram, a partir do século XVIII, positivados em
declarações constitucionais. Estas positivações buscavam, para usar as categorias arendtianas, a
durabilidade do work do homo-faber, através de normas da hierarquia constitucional. Tinham como
objectivo tornar aceitável, ex parte populi o estar entre os homens (o interhominis esse) em sociedade
que se caracterizariam pela variabilidade do Direito Positivo – a sua dimensão de labor – requerida
pelas necessidades da gestão do mundo moderno, tal como percebidas pelos governantes” (p.98).
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Conclusão
O presente trabalho teve como desenvolvimento sobre liberdade da pessoa. Assim, teve como
objectivo compreender a liberdade da pessoa. Entretanto, a liberdade de escolha por parte dos
indivíduos, para decidir sobre suas próprias vidas, seus destinos e seus futuros, é reduzida;
sem falar em outras imposições de ordem religiosa, legal, social e política, existentes em
muitos países do mundo, que fazem com que milhões de serdes humanos sejam impedidos de
exercitar as chamadas Instituições Estratégicas da Liberdade, como a liberdade de
pensamento, de consciência, de imprensa, de reunião, de ir e vir. Assim, milhões de seres
humanos têm impedidas suas possibilidades de escolhas nos campos cientifico, religioso,
político, social e económico.
Portanto, a pessoa humana, como ser histórico, cultural, e que cria o seu mundo e os seus
valores, como conceito de liberdade de todos, desde o mais abastardo até o mais pobre, pois
faz parte da natureza humana. Isso em razão do denominador comum a liberdade e,
consequentemente, o respeito a ela, as sociedades humanas devem ser constituídas e
organizadas reconhecendo essa aspiração mundial a liberdade; devem tornar a sociedade
humanizada, observando o valor ontológico do ser da sua condição humana de humanidade.
Falou-se que a pessoa humana é revestida em sua essência de humanidade de dignidade de
condição humana, razão pela qual deve estar em seu lugar de destaque em primeiro lugar, por
ser o valor fonte dos direitos humanos.
Com tudo isto, podemos então afirmar a constante interacção entre a liberdade, os preceitos
éticos e a formação moral do homem. No entanto, será necessário que cada pessoa, na sua
liberdade de actuação pessoal, passe a procurar com mais precisão seus próprios direitos
como ser que pensante e de opinião, mas também é necessário que não se perca a relação, tão
decisiva e coerente, da sociedade, de onde provém o desenvolvimento estrutural do indivíduo.
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Referências Bibliográficas
Fernandes, B. G. (2011). Curso de direito constitucional. (9ª ed). Rio de Janeiro. p. 427.
Hobbes, T. (1992). The Collected Works of Thomas Hobbes Ed. Molesworth.Londres: 1839
(reed. de G. A. J. Rogers. Londres: Routledge/Thoemmes).
Hunt, L. (2009). A invenção dos direitos humanos: uma história. Tradução Rosaura
Eichenberg. São Paulo.
Lafer. C. (2003). Hannah Arendt. Pensamento, persuasão e poder. (2ª. ed). rev.eampl. São
Paulo: Paz e Terra.
Machado, J. E. M. (2002). Liberdade de Expressão: Dimensões constitucionais da esfera
pública no sistema social. Coimbra.
Vásquez, S. A. (1997). Ética (17ª ed). Rio de Janeiro. Civilização Brasileira. p. 96-104.
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