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Universidade Católica de Moçambique


Instituto de Educação à Distância

A moral e a Ética: Vontade Humana e o seu agir na sociedade

Júlia Candulo
708216698

Curso: Licenciatura em Ensino de Educação Física e Desporto


Disciplina: Ética Social
Ano de Frequência: 3º
Turma‫ ׃‬B

Nampula, Maio, 2023


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Índice

Introdução ........................................................................................................................................ 4

A moral e a Ética: Vontade Humana e o seu agir na sociedade ...................................................... 5

Vontade humana .............................................................................................................................. 7

O agir humano ................................................................................................................................. 8

Conclusão ...................................................................................................................................... 11

Referências Bibliográficas ............................................................................................................. 12


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Introdução

A ética é um elemento vital na formação dos laços sociais, é uma característica própria de toda
acção humana e, por este entendimento, todo homem possui um senso ético, estando
constantemente a avaliar e julgar as suas acções, com o intuito de saber se são benévolas ou
malévolas, corretas ou incorrectas, justas ou injustas.

É de extrema relevância destacar que a ética está directamente ligada aos hábitos e costumes, e
esses mudam conforme o tempo e a localização. Sendo assim, o que é considerado ético hoje,
pode não o ser amanhã e o que é considerado certo em determinado país ou localidade, pode não
o ser em outro. Esses todos aspectos condicionam na livre vontade de agir humano.

O presente trabalho visa em primeira instância, definir a ética e indicar as suas diferenças com a
moral, para além de abordar sobre a livre vontade de agir humano na sociedade. Para a execução
deste intento, foi empregue o método de pesquisa bibliográfica, onde foi possível através de
revisão de artigos científicos e dissertações encontrar concordância no desenrolar deste texto.
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A moral e a Ética: Vontade Humana e o seu agir na sociedade

Etimologicamente falando, a palavra ética vem do grego "ethos", e tem o seu correspondente no
latim "morale", com o mesmo significado: conduta, ou relativo aos costumes. "Ethos˝ ética, em
grego, designa a morada humana. Podemos concluir que etimologicamente ética e moral são
palavras sinónimas. Ética significa tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para ser
uma moradia saudável (Pereira, 2010).

Salienta Pereira que, a ética surge quando os filósofos de cultura ocidental apontam suas teorias
aos “contemporâneos dos mistérios do universo e das forças cósmicas (cosmogonia), para a
essência moral e o carácter dos indivíduos”, então, o homem passa a ser objecto de pesquisa,
iniciando a temática do discurso moral e político como forma de enquadramento social e, essa
tendência movimenta o mundo das ideias, que, percorre em diversos períodos na visão de
filósofos até os dias actuais.

A ética pode ser olhada como o estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana, do
ponto de vista do bem e do mal, ou ainda, conjunto de normas e princípios que norteiam a boa
conduta do ser humano (Ferreira, 2005).

Por sua vez, Menezes (2017), entende a ética como o estudo de valores e princípios que orientam
as acções humanas. É baseada na ideia do bem.

Portanto, podemos considerar nas ideias dos autores referidos que, a ética manifesta ser um juízo
respeitável para orientar e modelar as acções humanas, de modo a produzir relações harmoniosas
no perímetro particular, no público e entre ambos. A ética são normas e ou princípios que devem
guiar-nos enquanto seres pensantes e cientes das nossas atitudes.

Para Dubrin (2003), a ética é definida como as escolhas morais que uma pessoa faz e o que essa
pessoa deveria fazer. É o que ela considera como certo e errado ou como bom e mau. É
transformar valores em ação.

Uma definição mais abrangente de ética, onde se entende como hábitos e comportamentos aceitos
em determinado espaço de tempo e em determinada localidade de acordo com os costumes
vigentes, enquanto considerados morais pela maioria da sociedade, deixando clara a condição
situacional da ética (Álvaro Valls, 2000).
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Existe um outro aspecto que se deve olhar antes de agir, como a questão dos hábitos e costumes,
além da localidade ou meio onde o indivíduo se encontra inserido. Estes aspectos condicionam a
livre vontade do agir humano.

moral

A moral é a matéria com a qual a ética trabalha. Muitas vezes, os termos ética e moral são usados
como se fossem sinónimos, e, de fato, em alguns momentos da história da filosofia eles chegaram
a significar a mesma coisa (Stacey, 2010).

Para Menezes (2017), existe muita diferença entre a ética e a moral. O quadro abaixo ilustrado
relata alguns pontos que diferenciam a ética da moral.

Ética Moral Definição A ética é o estudo e a reflexão sobre os princípios da moral, das regras de
condutas aplicadas a alguma organização ou sociedade. A moral refere-se as regras de conduta
que são aplicadas a determinado grupo, em determinada cultura.

O homem só age moralmente quando, pela sua livre vontade, determina as suas acções com a
intenção de respeitar os princípios que reconheceu como bons. O que o motiva, neste caso, é o
puro dever de cumprir aquilo que racionalmente estabeleceu sem considerar as suas
consequências (Pereira, 2010).

A moral arca assim, um conteúdo puramente formal, isto é, não nos diz o que devemos fazer
(conteúdo da acção), mas apenas o princípio (forma) que devemos seguir para que a acção seja
considerada boa.

Segundo Ramalho (2010), a vontade livre possui como tarefa própria, concretizar sua liberdade
no mundo objectivo do espírito, o que diferencia, propriamente, sua tarefa da tarefa do
pensamento. Sob esta perspectiva, Hegel (2003), concebe a vontade livre fundamentalmente
como uma actividade e, mais especificamente, como uma actividade livre finalista que tenciona
realizar-se na objectividade.

Livre vontade de agir é estimada como uma capacidade particular de actuantes racionais para
escolher um curso de acção entre algumas alternativas que significa a probabilidade de uma
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autodeterminação interna, sem barreiras de uma pessoa na realização de determinados objectivos


e actividades.

De acordo com Souza e Silva (2015), é comum conceber que nosso agir e nosso pensar estejam
unidos entre si. De facto, é bastante evidente para nós, que nossas decisões possam ser levadas a
termo em nossas acções. A vontade é o aspecto prático do espírito, por outro lado, é o
posicionamento de diferenças e autodeterminação em relação ao mundo externo. A singularidade
aparece como um conceito concreto onde a universalidade e a particularidade apareceram como
os momentos do devir (Hegel, 2003). A vontade livre apenas em si, é a vontade que é livre em
conceito, formalmente, mas não em conteúdo. A vontade é a definição essencial de liberdade,
mas ainda é puramente formal, é apenas um esboço do que é a liberdade, e ainda não é a ideia de
liberdade. O conteúdo da vontade ainda precisa ser especificado. Não é qualquer escolha com a
qual o “eu” é capaz de se identificar. Para

ser livre em um sentido real, o “eu” tem que se encontrar, em alguma escolha particular que deve
representar uma realidade adequada a ele mesmo (Hegel, 2003).

Vontade humana

Dentro desse artigo, há a busca daquilo que seja comum a cada pessoa, para que, a partir disso,
possamos desenvolver algo que seja instrumento de condução para uma boa convivência na
sociedade e, um deles, é a boa vontade, “Neste mundo, e até também fora dele, nada é possível
pensar que possa ser considerado como bom sem limitação a não ser uma só coisa: uma boa
vontade.” (KANT, 2003, p.21) Para Kant, essa boa vontade, está ligada como o fazer o bem, e o
bom uso de nossas faculdades.

Moderação nas emoções e paixões, autodomínio e calma reflexão são não somente boas a muitos
respeitos, mas parecem constituir até parte de valor íntimo da pessoa; mas faltam ainda muito
para as podermos declarar boas sem reserva (ainda que os antigos as louvassem
incondicionalmente). Com efeito, sem os princípios duma boa vontade, podem elas tornar-se
muitíssimo más, e o sangue-frio dum facínora não só o torna muito mais perigoso como o faz
também imediatamente mais abominável ainda a nossos olhos do que o julgaríamos sem isso. A
boa vontade não é boa por aquilo que promove ou realiza, pela aptidão para alcançar considerada
em si mesma, deve ser avaliada em grau muito mais alto do que tudo o que por seu intermédio
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possas ser alcançado em proveito de qualquer inclinação, ou mesmo, se quiser, da soma de todas
as inclinações. (KANT, 2003, p. 22).

Vontade está relacionada com o ato de se fazer algo sem ser movido apenas pela emoção, mas
com o uso da racionalidade. A boa vontade contribui para que o agir de cada pessoa, seja feito
com prudência e inteligência, partindo de um valor íntimo do indivíduo, no qual apenas ele pode
dizer o grau de intencionalidade do seu ato. Daí poder também se admitir uma má ação como
sendo uma boa vontade, porque se pode fazer uma coisa boa, contudo, estando mal-intencionado,
ou seja, fazendo do seu gesto algo para seu próprio proveito, inclusive, algumas vezes com
perversidade.

Diante disso, o que vai definir o ato como bom ou ruim é sua intencionalidade, visto que uma
atitude má, movida pelas emoções do momento, pode ter uma extensão maior, entretanto, sua
culpabilidade é menor por não estar em total domínio da sua consciência. Ao passo que um ato
feito com uma boa vontade, mas, com uma má intenção tem culpabilidade maior, exactamente
porque tem a consciência do ato, ainda que a extensão do ato seja menor. Desse modo,
percebemos que a boa vontade faz parte do íntimo de cada pessoa, no entanto, ela por si mesma
não pode ser uma premissa para o universal, no qual tudo seja contemplado, mas sim, que seu
valor se apresenta por ser o motor de uma acção, o que nos remete, ainda, buscar no íntimo de
cada homem algo que leve um bem agir em si mesmo.

O agir humano

O ser humano é o único ser que possui a faculdade da racionalidade e que tem a capacidade de
reflectir sobre si mesmo, seus problemas, sua vida, sua existência. Essa faculdade permite ao
homem se relacionar com o outro e se agrupar, formando uma microinstituição como família, e,
macro instituição como um país. No concernente a este último aspecto, o homem já nasce tendo
de criar uma relação com essas instituições em razão da necessidade de desenvolvimento.

No homem (única criatura racional sobre a Terra) aquelas disposições naturais que estão voltadas
para o uso de sua razão devem desenvolver-se completamente apenas na espécie e não no
indivíduo. Numa criatura, a razão é a faculdade de ampliar não conhece nenhum limite para seus
projetos. Ela, todavia, não atua sozinha de maneira instintiva, mas, ao contrário, necessita de
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tentativas, exercícios e ensinamentos para progredir, aos poucos, de um grau de inteligência a


outro. (KANT, 2014, p.5)

Convém salientar que no começo da existência humana, a vida era um meio para sua
subsistência, contudo, a cada instante em que o homem vencia os desafios impostos pelo meio,
passava a deter uma maior liberdade.

A natureza quis que o homem tirasse inteiramente de si tudo o que ultrapassa a ordenação
mecânica de sua existência animal e que não participasse de nenhuma felicidade ou perfeição
senão daquela que ele proporciona a si mesmo, livre do instinto, por meio da própria razão.
(KANT, 2014, p.6).

No entanto, a relação do homem com mundo não é simples. Como se pode observar a evolução
histórica do ser humano, em cada momento do passado, ampliava os questionamentos sobre sua
vida, sua existência, e uma questão bastante emblemática, é sobre seu agir. A cada fase evolutiva
podemos compreender uma forma diferente do que seja o certo ou errado, assim o homem não é
um ente fixo, mas, está sempre em um processo contínuo, de buscar algo que organiza sua vida.
A partir do pensamento de Kant, percebemos que este processo está dentro da pessoa, em uma
dimensão interna, no entanto, não de modo dependente, já que não somos como os animais que
seguem seus instintos, “[...] Ele não deveria ser guiado pelo instinto, ou ser provido e ensinado
pelo conhecimento inato; ele deveria, antes, tirar tudo de si mesmo [...]”. (KANT, 2014, p.8)

O enfoque no agir humano, como um desvio necessário à manutenção do equilíbrio contingente


do sistema, deve perpassar pela análise das características e dos fundamentos de diferentes
correntes éticas, que servem de 'pano de fundo' para o convívio moral dos agentes, nos ambientes
organizacionais e sociais (sistemas interagentes). Em outros termos, como essa forma de criação
e socialização de um conhecimento organizacional, vista como fundamento para o
desenvolvimento das ciências administrativas, ancorada numa fundamentação ou nas diferentes
correntes éticas, pode criar um conjunto de valores aceitos e justificados moralmente num
ambiente interno de uma organização, e de que forma o agir humano poderá ser exteriorizado
numa sociedade, uma vez que os atores que participam de um sistema organizacional são os
mesmos que atuam no ambiente social de uma comunidade, estado, país, e no mercado global.
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Isto é, de que forma o agir humano, com base numa ética justificadora do ato moral, pode
contribuir para o equilíbrio dinâmico do sistema contingencial.
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Conclusão

O agir é antecipado pelo pensar, isto é, pensar nas acções humanas. O assunto mais ecuménico
(buscar pela união apesar das diferenças) que existe actualmente é o da dignidade humana, viver
com qualidade e felicidade. No entanto percebe-se que o mundo se tornou uma guerra, e o
homem como um todo, encontra-se mergulhado em meio a tanta balbúrdia.

O comportamento ético não consiste exclusivamente em fazer o bem ao outro, mas sim, agir pelo
exemplo mostrando o aprendizado recebido. É o exercício da paciência em todos os momentos da
vida, a tolerância para com as falhas alheias, a obediência, o silêncio perante uma ofensa recebida
e posterior reflexão.

O agir humano é uma capacidade particular de cada indivíduo e tem grande impacto na
moralidade e consequentemente na tomada de decisões. A livre vontade de agir humano deve
estar dentro dos padrões e das regras da sociedade em que estiver inserido.
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Referências Bibliográficas

Dubrin, A. J. (2003). Fundamentos do comportamento organizacional. Trad. James Sunderland


Cook e Martha Malvezzi Leal. São Paulo: Thomson.

Ferreira, A. B. H. (2005). o dicionário da língua portuguesa. 6. ed. rev. Atual. Curitiba: Positivo.

Menezes, P. (2017). Qual é a diferença entre ética e moral? Universidade Porto (FPCEUP).

Pereira, G. A. (2010). Curso de formação de agentes de reflorestamento: Noções básicas de ética


e cidadania Universidade Federal Rural Do Rio De Janeiro

Ramalho, J. S. (2010). Liberdade e Natureza: o problema da finitude e infinitude da vontade na


Introdução da Filosofia do Direito de Hegel.

Stacey S. (2010). Relação fundamental entre Ética e Moral, e-Tec Brasil.

Valls, A. L. M. (2000), O que é ética. 9. ed. São Paulo: Brasiliense.

Souza, G. G. M e Silva F. A. C. (2015). Investigações sobre o agir humano, Mossoró: UERN.


Hegel, G.W.F. (2003). Princípios da Filosofia do Direito. Tradução: Orlando Vitorino. São
Paulo: Martins Fontes

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