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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de educação à Distância

Actividade II
Helena Avelino Tiago

Código: 708212849

Curso: Educação Física


Disciplina: Introdução ao Pensamento
contemporâneo (1º ano)

Nampula, Janeiro, 2022

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is  Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
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(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
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objectivos
 Metodologia adequada
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ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e
2.0
internacional relevante
na área de estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
Aspectos Formatação  Paginação, tipo e 1.0
gerais tamanho de letra,
paragrafo,

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Referênci Normas APA


 Rigor e coerência das
as 6ª edição em
citações/referências 2.0
Bibliográ citações e
bibliográficas
ficas bibliografia

Recomendações de melhoria:

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Índice
Folha de Feedback..........................................................................................................................1

Recomendações de melhoria:.........................................................................................................2

1. Introdução.............................................................................................................................4

2. Ética, Deontologia ou Fair Play...........................................................................................5

2.1. As intenções do código.....................................................................................................5

3. Pensamento filosófico; uma perspectiva endógena e exógena.............................................8

4. Desporto, Estética, valores e arte (sua relações)...................................................................8

5. A filosofia do desporto no âmbito das ciências do desporto................................................9

6. Conclusão...........................................................................................................................11

7. Referencias Bibliográficas..................................................................................................12

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1. Introdução
O homem, ao viver em sociedade e ao conviver com outros seres de sua espécie, dito, outros
homens, deve ter a ideia de como agir socialmente e como se comportar de acordo as regras de
conduta moral. De que maneira o ser humano deve pautar sua convivência na área desportiva?
Na ética e deontologia, sem, no entanto confundi-las, porque são empregadas como sinónimas,
ou seja, padrões de conduta do ser humano em sociedade.

Como são as condutas desportivas de quem trabalha e o respeito que deve plasmar as relações
das pessoas que se inserem no mundo do desportivo; como deve ser o a ética educacional de
cada um em relação ao outro; e, por que as boas regras de convivência são basilares para que
haja bom desempenho e prosperidade num nos jogos desportivos.

A princípio os conceitos pareçam subjectivos e análogos, têm carácter diferenciados e consistem


numa reminiscência do valor que cada um ser atribui. Na filosofia, o campo que se ocupa da
reflexão sobre a moralidade humana recebe a denominação de ética. Esses dois termos, ética e
moral, têm significados próximos e, em geral, referem-se ao conjunto de princípios ou padrões
de conduta que regulam as relações dos seres humanos com o mundo em que vivem.

Outro sentido pertinente da conduta humana é os valores, que vêm capitaneados pelos costumes.
Os costumes de cada povo são o ponto de toque entre os valores e o sentido ético. É na
construção dos valores que se vê o que está inserto na ética. As sociedades e grupos são
responsáveis pela criação dos seus códigos de ética. Estes, importantes em demasia, trilham o
bem viver de povos e raças iguais e diferentes. É no respeito que a ética tem a sua evolução. Na
esteira da convivência humana está a cadeia de valores que permeiam os atores envolvidos numa

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mesma sociedade. Destarte, a vida em sociedade propugna por regras, para que os direitos de
cada um não sejam violados pelo outro.

2. Ética, Deontologia ou Fair Play


Sobral (n-d), no âmbito governativo frisou-se o Código de Ética Desportiva, elaborado na 7ª
Conferencia dos Ministros Europeus, que representou um passo para o desenvolvimento da
verdade no desporto. Reunidos em Rhodes, (1992), e nele foi estabelecido o seguinte:
1. O Código da Ética no desporto do Conselho da Europa para o “Fair play no desporto”
é uma declaração de intenção aceite pelos Ministros europeus responsáveis pelo
Desporto. 2. O Código parte do princípio que as considerações éticas que estão na origem
do fair play não são um elemento facultativo mas algo essencial a toda a actividade
desportiva, toda a política e toda a gestão no domínio do desporto e que se aplicam a
todos os níveis de competência e de envolvimento da actividade desportiva, e tanto nas
actividades recreativas como no desporto de competição.
3. O Código fornece um sólido quadro ético destinado a combater as pressões exercidas
pela sociedade moderna, pressões estas, que se revelam ameaçadoras para os
fundamentos tradicionais do desporto, os quais assentam no fair play, no espírito
desportivo e no movimento voluntário.

2.1. As intenções do código


4. O Código está essencialmente centrado no fair play nas crianças e nos adolescentes,
que serão os praticantes e vedetas do desporto de amanhã. No entanto, o Código dirige-se
às instituições e aos adultos que têm uma influência directa ou indirecta sobre o
envolvimento e a participação dos jovens no desporto.
5. O Código engloba a noção do direito das crianças e dos adolescentes de praticar um
desporto e dele tirar satisfação, e a noção da responsabilidade das instituições e dos
adultos como promotores do fair play e garantes do respeito destes direitos.
Permitam-me realçar desde já, uma certa timidez na sua feitura, pela utilização da expressão “...
Declaração de intenção...”, embora a terminologia da sua qualificação jurídica seja a de
“Código”. Foi assim conforme nele é referido, intenção muito profícua dos governos em criar um
código, e daí talvez surgisse a possibilidade de se proceder à introdução rigorosa de princípios
vinculadores de critérios formais. Isto é, a declaração de intenções certamente poderia integrar
qualquer estudo preliminar com o mesmo nome, quero dizer «Declaração de intenções», mas um

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código, certamente que terá de ir mais longe. Ainda nesta esteira, os princípios nele preceituados
saltam de imediato para um conceito mais abrangente, quotidianamente muito utilizado até
utilizado noutras vertentes, o qual merece uma especial atenção o FAIR PLAY.
Diz o Código
Definição de fair play:
6. O fair play significa muito mais do que o simples respeitar das regras; mas cobre as
noções de amizade, de respeito pelo outro, e de espírito desportivo, um modo de pensar, e
não simplesmente um comportamento. O conceito abrange a problemática da luta contra
a batota, a arte de usar a astúcia dentro do respeito das regras, o doping, a violência (tanto
física como verbal), a desigualdade de oportunidades, a comercialização excessiva e a
corrupção.
7. O fair play é um conceito positivo. O Código considera o desporto como uma
actividade sócio - cultural que enriquece a sociedade e a amizade entre as nações,
contanto que seja praticado legalmente. O desporto é também considerado como uma
actividade que, de for exercida de maneira leal, permite ao indivíduo conhecer-se melhor,
exprimir-se e realizar-se; desenvolver-se plenamente, adquirir uma arte e demonstrar as
suas capacidades; o desporto permite uma interacção social, é fonte de prazer e
proporciona bem-estar e saúde. O desporto, com o seu vasto leque de clubes e
voluntários, oferece a ocasião de envolver-se e de tomar responsabilidades na sociedade.
Além disso, o envolvimento responsável em certas actividades pode contribuir para o
desenvolvimento da sensibilidade para com o meio ambiente.”

Pretende-se com o Fair Play desportivo, mais do que respeitar regras, abarcar o saber estar, o
saber individual (mesmo em desportos colectivos), alimentar-se a interacção social, preconizar-
se acima de tudo um modo de estar.
Sobral (n-d), a ética desportiva, de modo algum poderá ser imposta a uma sociedade, ou
desvincular-se da ética da própria sociedade. Não afasto, pelo contrário alimento a ideia de que
por via de comportamentos éticos desportivos, devem os seus agentes incutir a jovens e crianças,
e mesmo a adultos valores educacionais.
Torna-se assim necessário, fazer crescer os nossos atletas com condutas de saber estar, de saber
viver, de saber respeitar, para depois de as interiorizar, sabe-las cumprir. Isto é, numa
provocação intelectual, diríamos que, numa primeira fase estaremos perante regras éticas, na
segunda teremos regras deontológicas, e por fim atingiremos o Fair Play.
Ainda o mesmo autor Sobral (n-d), sustenta que no nosso sistema jurídico, conhecemos vários
diplomas, os quais ilustram a preocupação legislativa no tocante à ética desportiva,
designadamente a Lei 39/2009 de 30 de Junho que estabelecia o “Regime Jurídico do Combate à
violência, ao racismo, à xenofobia e à intolerância nos espectáculos desportivos, de forma a
possibilitar a realização dos mesmos com segurança”; o Dec. Lei 248-B/ 2008 de 31 de

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Dezembro, que veio regulamentar a Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto, e pela Lei
5/2007, de 16 de Janeiro, que “ veio estabelecer um conjunto de orientações às federações
desportivas, as quais apontam para a necessidade de se proceder a uma extensa reforma
relativamente à organização e funcionamento destas organizações, assente em novos princípios e
valores, reflectindo acrescidas exigências éticas, para que aquelas possam responder, com
eficácia, aos novos desafios com que estão confrontadas”; e a Lei 19/2008 de 21 de Abril que
aprova medidas de combate à corrupção.
Objecto da nossa atenção, a Lei n. 5/2007, de 16 de Janeiro, que define as Bases da Actividade
Física e do Desporto cujo objecto e princípios gerais vêem estipulados no Artigo 2º que
preconiza os Princípios da Universalidade e da Igualdade, que a seguir se transcreve:
1 - Todos têm direito à actividade física e desportiva, independentemente da sua
ascendência, sexo, raça, etnia, língua, território de origem, religião, convicções políticas
ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.
2 - A actividade física e o desporto devem contribuir para a promoção de uma situação
equilibrada e não discriminatória entre homens e mulheres.
No tocante à ética, o normativo do artigo 3 deste diploma, realça o Princípio da ética desportiva
1 - A actividade desportiva é desenvolvida em observância dos princípios da ética, da
defesa do espírito desportivo, da verdade desportiva e da formação integral de todos os
participantes.
2 - Incumbe ao Estado adoptar as medidas tendentes a prevenir e a punir as manifestações
anti desportivas, designadamente a violência, a dopagem, a corrupção, o racismo, a
xenofobia e qualquer forma de discriminação.
3 - São especialmente apoiados as iniciativas e os projectos, em favor do espírito
desportivo e da tolerância. Ou seja, o desporto deve ser desenvolvido sob os princípios da
ética, sob os princípios da igualdade de todos os participantes, mas acima de tudo sob o
espírito da Verdade, sob pena de se descredibilizar.

3. Pensamento filosófico; uma perspectiva endógena e exógena


Nas condições africanas, o conhecimento endógeno é experimentado societariamente como parte
do processo de herança cultural, contrastando com o exógeno que é um saber proveniente de um
outro sistema de valores (Houtondji 1997a, p. 16-19).
Na lógica administrativa colonial, um saber indígena significa a sua reclusão a um espaço local
restrito. No entanto não existe nenhum fechamento local do saber, mas a sua apropriação como
forma de integração no sistema cultural profundo existente ou como uma mudança gradual ou
ruptura no sentido de um abandono dos seus pressupostos, num processo ligado à comunicação e
ao poder

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4. Desporto, Estética, valores e arte (sua relações)
O pensamento de Schiller (1994), manifesta uma grande contemporaneidade dado que a
educação estética se justifica não apenas por argumentos de natureza filosófica, mas encontra
também fundamentação em aspectos bioantropológicos.
Para Shiller (1994), não se tratava apenas de uma educação artística, para a arte ou pela arte, que
vissasse exclusivamente o desenvolvimento e aperfeiçoamento das faculdades sensíveis ou o
cultivo do gosto, mas que se propusesse fundamentalmente como o desenvolvimento harmonioso
de todas as faculdades humanas.
Nadal (1990), percorre este entendimento ao reforçar que a finalidade da educação estética não
se circunscreve a promover o conhecimento e o gosto pelas artes e pela cultura e a desenvolver
as capacidades artísticas. Se nos situarmos no domínio do desporto, apreciar o ritmo e a dinâmica
de uma corrida de barreiras, o desequilíbrio e a velocidade de um contra ataque num jogo de
andebol ou a graciosidade e a harmonia de movimentos de uma exibição de natação
sincronizada, podem constituir-se como oportunidades para educar a sensibilidade.
Arnold (1997), chama a atenção para a importância que desempenha na educação estética a
possibilidade de desenvolver no indivíduo a capacidade de observação (na qual se inclui a
observação de si próprio), fazendo uso de um tipo particular de atenção imaginativa (que
pensamos poder qualificar como atitude estética), tornando-se cada vez mais discriminante e
criticamente reflexivo nas suas reacções.
A atenção imaginativa na observação, quando aplicada ao contexto do desporto, permite melhor
compreender a importância das mais recentes tecnologias audiovisuais (nomeadamente ao nível
da captação, registo e tratamento de imagens) na instauração da experiência estética pelo
desporto. A possibilidade de aceder inúmeras vezes a imagens desportivas de elevada qualidade
técnica, pode comparar-se à possibilidade de ouvir repetidamente as gravações mais cristalinas
de uma sonata, o que permite a elaboração do juízo estético, que contém uma actividade crítica e
reflexiva.
Nadal (1990) é exactamente da opinião que a educação estética tem por objectivo despertar a
percepção crítica, ao mesmo tempo que desenvolve a componente subjectiva que existe em todo
o processo de conhecimento.
Smith (1998) argumenta que a educação estética é basicamente a educação da sensibilidade,
sobretudo no que respeita à imaginação e expressão, independentemente do sujeito ou contexto.

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Assim, tanto a dança como o desporto podem constituir domínios qualitativamente significativos
para o desenvolvimento da educação estética.
Oliveira (1992), entende esta esfera da educação como uma orientação da energia vital para a
qualidade, ao recriar ou apreciar forma, tratando-se de uma vivência necessária a todo o
crescimento humano. É óbvio que a arte ocupa um espaço destacado na educação estética.
De acordo com Orey (1996), as grandes obras de arte têm um papel decisivo na educação:
exercitam o olhar ou o ouvido, adestram a perspicácia e a sensibilidade, aumentam o nosso
reportório categorial.
Segundo esta autora, com elas aprendemos a ver o que não víamos, a ouvir o que não ouvíamos e
a dar atenção a aspectos que nos passa vam despercebidos. Ao desenvolver contactos com a arte,
um indivíduo torna as suas relações com o mundo mais flexíveis, significativas e orientadas para
o futuro (Leontiev, 2000).
O contacto com obras de arte que representam o desporto, traduz-se numa possibilidade de
fomentar o desenvolvimento de uma atitude estética em relação à actividade desportiva, de lhe
reconhecer qualidades estéticas e de viabilizar experiências estéticas por seu intermédio.

5. A filosofia do desporto no âmbito das ciências do desporto


Um discurso epistemológico sobre o corpo Manuel Sérgio (2008) reforça a ideia de que uma
linguagem da motricidade humana não se reduz ao simples movimento e assume-se como um
movimento intencional de transcendência. Segundo o mesmo autor, o desporto, só à luz das
ciências humanas é possível estudá-lo, apesar de beneficiar do enorme contributo das ciências
naturais (medicina desportiva, fisiologia, biomecânica, etc.).
O desenvolvimento do Desporto parece seguir uma nova orientação, onde um desporto “mais
humano” aponta para um novo paradigma, centrado na pesquisa científica, no ensino, nas
implicações éticas do desporto e, principalmente, na emergência de uma nova filosofia, a do
“estudo do corpo” .
O corpo enquanto dimensão global é um dos temas mais debatidos no mundo contemporâneo,
sendo um objecto de estudo com particular relevância no domínio das Ciências Sociais (Crespo,
1990).
Tal concepções de corpo opõem-se à perspectiva mecanicista da Filosofia e da Ciência
tradicional, mostrando-nos uma nova compreensão do corpo e do movimento humano, que se
baseia na compreensão das relações corpo-mente como unidade e não como integração de partes

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distintas. Os discursos dominantes sobre o corpo científico têm o corpo sem interior, totalmente
exterior. Aqui, distingue-se claramente a alma do corpo, rescogitans como puro pensamento,
distinto da ordem dos sentidos, dares extensa (Sérgio, 2008).
Cunha e Silva (2007, pp.360) considera que o corpo contemporâneo vai para além de uma
construção simbólica, é de facto uma evidência. Há corpos por todos os lados. Não há como
evitá-lo, não há como fugir-lhe.
Enquanto as Ciências naturais e as Ciências Sociais parecem beneficiar da integração entre
diferentes aspectos das diferentes ciências (Altenberger, 1991), as Ciências do Desporto ainda
não efectuaram uma ruptura com as disciplinas científicas de origem que lhe garanta uma
verdadeira autonomia (Gaya, 1994).
Santos (2007) alerta para o perigo do determinismo mecanicista, uma vez que a totalidade do real
não se reduz à soma das partes em que dividimos para observar e medir. Também no desporto se
vive uma excessiva parcelização e disciplinarização do saber científico. Convém referir que o
problema não está na concepção de conhecimento especializado, mas está na ideia de que o
conhecimento especializado possa expressar a complexidade do real. É a ilusão de que se possa
interpretar a complexidade do fenómeno desportivo a partir de uma visão disciplinar, seja essa
disciplina a fisiologia, a biomecânica, a psicologia, a antropologia, a sociologia.

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6. Conclusão
As condutas de ética baseadas num conjunto de valores morais e de princípios devem nortear a
conduta humana, e implicitamente da própria a sociedade
A importância da educação estética na formação plena do homem ficou inequivocamente
reforçada pelas ideias expressas ao longo deste trabalho. Mostrou-se o tão difundido papel da
arte, em particular da dança, neste domínio, sublinhando-se o lugar que o desporto, enquanto
objecto estético, pode desempenhar no processo de educação estética. A relevância social e
cultural que o desporto adquiriu na contemporaneidade e que tem suscitado que seja objecto de
múltiplas abordagens, justifica que a abordagem estética inclua o interesse pela educação estética
através do desporto. Enquanto dimensão eminentemente antropológica, a estética permite ao ser
humano ler o mundo através de um olhar que concilia a racionalidade com a emocionalidade.
Uma parte do mundo é o mundo do desporto, palpável e objectivo, mas onde existe espaço para a
emergência da subjectividade humana que continuamente amplia o desporto e lhe concede
pluralidade.
O modelo de Homem que tem guiado a civilização, desde o início dos tempos até aos nossos
dias, demonstra que o Desporto tende a ser um investimento no progresso corporal, gestual e
comportamental das pessoas, onde o culto do corpo, da aparência e da exacerbação parecem ser a
tendência dominante.
Conclui-se que a Ciência do Desporto enquanto “estudo do corpo”, nas suas mais diversas
vertentes, deverá assumir uma atitude aberta e cooperante no seio das Ciências Naturais e das
Ciências Sociais. A interdisciplinaridade que resulta destas ciências aponta para a utilização de
abordagens múltiplas direccionadas para a actividade prática de intervenção e transformação da
sociedade

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7. Referencias Bibliográficas
Arnold, P. (1997). Educación física, movimiento y curriculum. 2ª Ed. Madrid: Ediciones Morata,
Crespo, J. (1990). A história do corpo. Lisboa: DIFEL
Gaya, A. (1994). Das ciências do desporto à ciência do desporto. Notas introdutórias para uma
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porto sentido. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto. 1 (1, 80- 87).
Gaya, A. (2007). O desporto como questão científica. Dialéctica e trandisciplinaridade. In J.O.
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Oliveira, E. (1992). Dimensões e funções de uma educação estética integral. Cadernos de
Educação de Infância, 23, 49-56
Santos, B.S. (1989). Introdução a uma ciência pós-moderna. Porto: Afrontamento.
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Sobral, C. A.B, (n-d), Ética, Deontologia e Fair Play no Desporto,
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Constantino (Coord.), Em defesa do desporto. Mutações e valores em conflito (pp.357-369).
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Smith, R. (1998). Education, aesthetics: contemporary aesthetic education. In Encyclopedia of
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