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UNIVERSIDAD CATHOLIC DE MOZAMBIQUE

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 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e
2.0
internacional relevante
na área de estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Referência Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
s edição em
citações/referências 2.0
Bibliográfi citações e
bibliográficas
cas bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 5

2. ÉTICA ......................................................................................................................................... 6

2.1. Ética social ................................................................................................................................ 6

2.2. Origem da ética social .............................................................................................................. 6

2.3. Ética e metodologias éticas .................................................................................................. 7

2.4. Teorias e princípios éticos em relação à ética social ............................................................ 9

2.5. Justiça distributiva e ética social ........................................................................................ 11

2.6. Ética em saúde pública, como um elo entre a saúde e a ética social .................................. 11

2.6.1. A natureza da ética profissional................................................................................... 12

2.7. As contribuições de Rawls, um caminho para a ética social .............................................. 13

2.8. Contracto Social, Solidariedade, Responsabilidade e Ética Social .................................... 13

3. CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 14

4. BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................... 15

iv
1. INTRODUÇÃO

A ética não deve ser vista como uma lista de regras e normas equilibradas. Mas sim, como uma
reflexão sobre os costumes e práticas morais dos homens.

De acordo com Humberto Calloni (2011), aponta que o termo ética é muito utilizado de forma
constante no dia-a-dia, a fim de expressar uma determinada forma de ser individual ou de um grupo,
mas também, a ética é abordada vários estudos de diversos níveis e graus de ensino, como em
trabalhos acadêmicos, que incluem monografias, dissertações, teses e artigos, respectivamente.
Além disso, a maior parte das obras de autores em diversas áreas de conhecimento não deixam de
lado a palavra ética como um convite de reflexão dos valores e das condutas que socialmente
viáveis para conduzir bem as acções em todos os momentos e contextos vividos.

Conforme Dumler-winckler (2019), refere que actualmente, é muito comum ouvir ou ler em
jornais, revistas e outros meios de comunicação que as sociedades passam por uma severa crise
ética em todo mundo. É muito curioso, no dia a dia, pessoas que querem se referir da ética,
enfatizam mais a sua ausência, isto é a sua falta do que a sua presença, seja para demonstrar o seu
desencantamento antes a um determinado facto, um evento ou simples disputa verbal a palavra
ética é negada. Por exemplo a política que é praticada por políticos profissionais no mundo inteiro
não condiz com o desejado preceito ético que a política e os políticos deveriam seguir para o bem
social da população. Constantes anúncios de malversações de questões prementes no dia a dia como
aborto, a eutanásia, a manipulação genética, a superpopulação que estão presos por má conduta, a
miséria, a violência sofrida pelos oprimidos seja em orfanatos, nos próprios lares, o abuso sexual
que crianças e adolescentes estão submetidos em muitos sectores sociais em todo mundo, enfim, a
exclusão social, são algumas amostras, para além, de outros problemas éticos que estão presentes
no mundo inteiro.

Portanto tendo em conta todos esses problemas que se encontram no mundo inteiro, da ausência de
ética entre as pessoas. O presente trabalho tem como objetivo principal, conceituar a ética e abordar
sobre do surgimento da ética social.

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2. ÉTICA

A palavra “ética” deriva de duas palavras grega êthos e ēthos que significa, prospectivamente, a
morada ou carácter e hábitos ou costumes, também teve a sua origem por meio da tradução latina
de mores, isto é moral. Que considera o carácter do homem como sendo onde este habita, algo
exterior ao individual, voz da consciência ou voz divina e os hábitos e costumes ao nível dos
comportamentos e do conjunto. Dessa forma, a ética e moral são dois termos que são equivalentes
pela sua origem etimológica. A palavra grega “ethos” que significa “forma de ser” ou “carácter”,
o justifica o facto das pessoas serem nomeadas ou chamadas, quando cometem um erro, como
sendo “mau-carácter”. Também, por outro lado, as experiências vividas por um indivíduo
determinam as suas condutas e comportamentos na sociedade (Fernandes, 2013; Jesus, 2017;
Jones, 2014).

Segundo Ulman (2015), refere que, antes de tudo, a ética é definida como sendo padrões de
conduta que distinguem entre certo e errado, bom e mau, da sociedade, em segundo lugar, a ética
é uma disciplina acadêmica que estuda os padrões de conduta dos seres humanos, e também, a ética
pode ser descrita como um estado de carácter. Como disciplina acadêmica, a ética é um ramo da
filosofia moral que se preocupa com questões antigas sobre o dever, a honra, a integridade, a
virtude, a justiça e uma boa vida.

2.1. Ética social

De acordo com Ulman (2015), refere que a ética social se preocupa com o bem comum dos seres
humanos, dando a ênfase a justiça social sociedade ou seja a ética social ajuda as sociedades a
melhorar as suas vidas. Os filósofos antigos como Aristóteles, seguindo-se Sócrates e Platão eu
consideram virtudes éticas que incluem a justiça, coragem, amizade, prazer, honra, riqueza como
habilidades racionais, emocionais e sociais complexas centrais para ter uma vida bem vivida.

2.2. Origem da ética social

As ideias e as inspirações da ética social elas tem raízes da filosofia grega e na ética de Aristóteles.
Desse modo, as noções estudadas por Aristóteles que envolvem a sabedoria política e acção política
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foram beneficiadas para fazer uma conexão do pensamento ético grego e da ética social de Karl
Marx, posteriormente. Pois esses elementos no pensamento de Aristóteles que incluem ênfase na
natureza social e política do homem, a relação metafísica entre substância e forma, potência e acto
e, finalmente, suas diferenças entre conhecimento teórico, prático e produtivo.

Segundo McCarthy (1986), no século X existiram algumas posições filosóficas divergentes em


relação à justiça social e econômica que incluíam utilitarismo, formalismo, liberalismo entres
outras posições que divergiam da justiça social e econômica. Estas posições enfatizaram mais na
distribuição da riqueza social em termos de felicidade individual, contracto social ou justiça. No
entanto, Marx acredita que as questões essenciais da ética e da política residem na análise da
natureza e estrutura da infra-estrutura econômico-social e da organização das relações produtivas.
Desde então, buscou-se um equilíbrio entre essas duas características. Mas a história mostrou como
essa tensão trouxe consequências negativas no bem comum, por exemplo algumas atrocidades
cometidas foram contra a liberdade e a dignidade individuais.

Conforme Di Mattia (2008), aponta que história da ética social pode ser interpretada por meio da
definição, metodologia, teorias e princípios da ética no contexto ser um estudo da conduta da
sociedade, e dando especial ênfase ao princípio da justiça na ética social.

A ética, a princípio, era uma forma de conhecimento utilizada somente por filósofos, e com o passar
do tempo se inseriu no campo da ciência, porém sem perder sua concepção filosófica. Foi
exatamente a inserção da ética no campo científico que permitiu a instauração do conceito “Ética
médica”, sendo que a ética profissional se compõe por princípios da conduta humana, os quais são
responsáveis por definir diretrizes para o exercício de uma profissão (Nunes;., 2019).

2.3. Ética e metodologias éticas

Existem diferentes disciplinas que se encontram nas ciências sociais e comportamentais, como
psicologia, sociologia, antropologia e ciências políticas, estas utilizam uma abordagem descritiva
das questões éticas na medida descrevem e explicam crenças, atitudes e comportamentos éticos.
(Leuven, 2005; Ulman, 2015).

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De acordo com Shamoo e Resnik (2009), apontam que o estudo da ética pode ser dividido em três
formas, que incluem a ética teórica, metaética e aplicada.

 Ética teórica também denominada normativa, esta estuda teorias, conceitos e princípios
gerais da ética.
 Metaética que estuda o significado e a justificação de palavras, conceitos e princípios éticos.
 Ética aplicada também denominada prática que estuda questões éticas que surgem em
situações ou áreas de conduta específicas, como medicina, pesquisa e utilizando pessoas.

A ética pode ser comparada com a lei, quando a ética é definida como um padrão de conduta. As
sociedades utilizam as leis desde os tempos antigos. Um dos primeiros sistemas legais foram as
282 regras do Código de Hamurabi que foram utilizadas entre 1795 a 1750 aC, estas foram
estabelecidas há quase 4.000 anos (Ulman, 2015).

As leis modernas actualmente baseiam-se, em grande parte, em leis que desenvolvidas na Roma
antiga. As leis são como padrões éticos de diferentes formas. Em primeiro lugar, as leis, como a
ética, são padrões de conduta dos seres humanos, que referem como pessoas devem se comportar
ou não. Em segundo lugar, os padrões éticos e as leis compartilham conceitos e termos, como
dever, responsabilidade, negligência, direitos, benefícios e danos. Terceiro ponto, os métodos de
raciocínio que são utilizados no direito e na ética são semelhantes. Assim, a ética e as leis jurídicas
ambas apresentam argumentos e contra-argumentos, analisam conceitos e princípios e discutem
casos e exemplos. Averígua-se que, a ética difere da lei em vários aspectos importantes. O escopo
da ética e do direito são diferentes, apesar de utilizarem termos similares (Jesus, 2017; Jones, 2014;
Leuven, 2005; Ulman, 2015).

De acordo com Shamoo e Resnik (2009), aponta que existe uma diferença é entre a ética e a
religião. As teorias éticas e as tradições religiosas apresentam também uma grande similaridade na
medida em que prescrevem os padrões de conduta humano e fornecem alguma explicação sobre o
significado e o valor da vida. No entanto, ética não é o mesmo que a religião. Em primeiro lugar,
pessoas de diferentes origens religiosas podem concordar com alguns princípios e conceitos éticos
básicos, como a religião cristãos, os judeus, os muçulmanos, os hindus e os budistas concordam a
importância da honestidade, integridade, justiça, benevolência, respeito pela vida humana e muitos
outros valores éticos, apesar de suas divergências teológicas. Em segundo lugar, o estudo da ética
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ou filosofia moral é uma disciplina secular que se baseia no raciocínio humano para analisar e
interpretar conceitos e princípios éticos.

Dessa forma, a metodologia de tomada de decisão racional e de pensamento secular pode ser
implementada com os princípios que norteiam o direito internacional dos direitos humanos e
valores universais, com objectivo de alcançar uma análise ética com aspectos sociais e da
comunidade (Shamoo e Resnik, 2009).

2.4. Teorias e princípios éticos em relação à ética social

De acordo com Beauchamp (2003), aponta que as teorias éticas no sentido dos aspectos sociais e
da comunidade podem ser definidas os princípios morais que incluem o respeito à autonomia, que
refere a obrigação de respeitar as capacidades de tomada de decisão das pessoas autônomas, não
maleficência que diz respeito a obrigação de evitar causar danos, beneficência que refere as
obrigações de fornecer benefícios e equilibrar os benefícios e riscos e justiça que refere as
obrigações de equidade na distribuição de benefícios e riscos.

O método conforme a ética, começa com as convicções morais que inspiram a mais alta confiança
e que parecem ter o menor nível de viés. Eles servem como primeiros princípios e condições de
concepções morais mais específicas. Princípios éticos são considerados normas que são
universalmente válidos que permitem fazer os julgamentos interculturais e transculturais sobre
depravação moral, crenças moralmente equivocadas, crueldade selvagem e outras falhas morais. E
esses princípios que são abstratos precisam ser especificados para tornar adequados para uma
análise de um contexto, caso ou política (Jones, 2014; Pereira, 2007; Ulman, 2015).

O kantismo é uma teoria que foi desenvolvida pelo filósofo iluminista alemão Immanuel Kant em
1724-1804, e que foi afinada pelos kantianos modernos, como Christine Korsgaard em 1996. O
conceito básico do kantismo considera que a conduta ética é uma questão de escolher viver a vida
de acordo com princípios e regras morais. O conceito de agente moral desempenha uma teoria
importante na teoria de Kant. Um agente moral aquele que tem a capacidade de distinguir entre o
certo e o errado e obedecer às leis morais. Agentes morais (pessoas) são autônomos ou
autogovernados na medida em que podem escolher viver conforme as regras morais. De acordo

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com Kant, os motivos dos agentes ou razões das acções importam muito. Onde deve-se fazer a
acção certa pelo motivo certo. Conforme Kant, a coisa certa a fazer está incorporada em um
princípio conhecido como imperativo categórico. Um dos imperativos categóricos sustenta que se
deve agir de forma que sua conduta possa se tornar uma lei universal para todas as pessoas. De
acordo com outro imperativo categórico kantiano, deve tratar a humanidade sempre como um fim,
nunca como um meio. Onde se verifica que as pessoas têm dignidade ou valor moral inerente ou
intrínseco, e não se deve abusar, manipular, prejudicar, explorar ou enganar as pessoas para atingir
objectivos pessoais (específicos). Assim, a teoria ética kantiana se torna relevante para deliberar as
ações do agente moral em termos de suas implicações sociais (Shamoo e Resnik 2009).

Conforme Hare (2012), aponta que consequencialismo também denominado utilitarismo que
baseia a tomada de decisão ética em uma análise das prováveis consequências ou resultados de
diferentes escolhas e acções. Um consequencialista pensa o que determina a qualidade moral de
uma acção, isto é, determina se é certo ou errado e são suas consequências.

De acordo com Schwartz et al. (2002) e seus colaboradores, referem que o principialismo se tornou
uma das teorias mais populares na ética da saúde, e os princípios que fornecem conceitos básicos
de principialismo sobre a resolução de problemas éticos.

Segundo Ranaan Gillon (2003), afirma que existem quatro princípios, que apresentam uma
relevância moral na aplicação da ética em saúde e prevê os conceitos da bioética universal, que é
compatível com a sensibilidade entre o relativismo moral e o imperialismo moral, que ajuda na
busca da paz no mundo inteiro. Os princípios básicos mais aplicados incluem: autonomia,
beneficência.

Autonomia consiste na capacidade de uma pessoa ser autodeterminada e autogovernada. Ou seja,


é necessário promover ou pelo menos não prejudicar a autonomia de seu paciente. A autonomia
concentra-se principalmente no tratamento do paciente.

Beneficência/não maleficência estes conceitos relacionados. A beneficência exige que o cuidador


faça o bem e ajude as pessoas; a não maleficência é a exigência hipocrática do cuidador de não
causar dano. Se apenas a beneficência fosse exigida de um médico, seria impossível mantê-la
porque não implica limites. Assim, o requisito é equilibrado, portanto, no mínimo, o cuidador não
deve causar danos.
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2.5. Justiça distributiva e ética social

De acordo com Beauchamp (2008), aponta que o termo justiça distributiva refere-se à distribuição
de forma justa, equitativa e adequada na sociedade, determinada por normas justificadas de
distribuição que estruturam parte dos termos da cooperação social. Entanto esse termo se refere à
distribuição de bens sociais primários, como bens econômicos e direitos políticos fundamentais.
Recentemente a literatura aborda a justiça distributiva se concentra na distribuição econômica justa,
especialmente distribuições injustas na forma de desigualdades de renda entre diferentes classes de
pessoas e cargas tributárias injustas sobre certas classes.

2.6. Ética em saúde pública, como um elo entre a saúde e a ética social

A saúde pública está preocupada com a saúde de toda a população, e não com a saúde dos
indivíduos. As suas características incluem ênfase na promoção da saúde e prevenção de doenças
e incapacidades relacionadas a estas. Por meio da colecta e utilização de dados epidemiológicos,
vigilância populacional e outras formas de avaliação quantitativa empírica.

A ética da saúde pública, como campo da saúde pública se concentrou mais na prática e em casos
particulares da saúde do que na teoria. Pode-se estabelecer a importância de um conjunto dessas
considerações, em parte, observando os tipos de morais, onde os agentes de saúde pública fazem
ao deliberar e justificar suas acções, assim como, as questões morais em saúde pública. As
considerações morais mais importantes na saúde pública incluem:

 Produzir benefícios;
 Evitar, prevenir e remover danos;
 Produzir o equilíbrio máximo de benefícios sobre danos e outros custos;
 Distribuir benefícios e os encargos de maneira justa que utiliza a os conceitos da justiça
distributiva e garantir a participação pública, a partir da participação das partes afetadas
denominada justiça processual;
 Respeitar escolhas e acções autônomas, incluindo a liberdade de acção;
 Protegendo a privacidade e a confidencialidade;
 Cumprir promessas e compromissos;
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 Divulgar informações, bem como falar com honestidade e verdade;
 Construir e manter a confiança.

Várias considerações morais gerais incluem: beneficiar outras pessoas, prevenir e remover os danos
e a sua utilidade (Childress et al. 2002).

2.6.1. A natureza da ética profissional

A ética profissional é uma dimensão muito específica do serviço social, onde as suas determinações
são mediadas pelo conjunto de necessidades e possibilidades, de demandas e respostas que
legitimam a profissão na divisão social do trabalho da sociedade capitalista, marcando a sua origem
e a sua trajetória histórica (Banks, 2017). A ética profissional objectiva-se como acção moral, por
meio da prática profissional, utilizando a normatização de deveres e valores, por meio do código
da Ética Profissional, como teorização ética, através das filosofias e teorias que fundamentam sua
intervenção e reflexão e como acção ético política. (Pereira, 2007). A moral profissional refere o
respeito à relação entre a acção profissional do indivíduo singular que deriva de determinado
comportamento prático objectivador de decisões, escolhas, juízos e acções de valor moral, os
sujeitos nela envolvidos, dos utentes, colegas, entre outros (Jesus, 2017).

A partir da segunda metade do século XX, a autoridade da medicina e a postura paternalista dos
médicos e agentes da saúde pública passaram a ser questionadas devido a alguns fatores:

 A descoberta de novos tratamentos e novas tecnologias aumentou enormemente as chances


de cura e o risco de causar danos;
 O conhecimento dos pacientes em geral e sobre questões médicas em particular cresceu de
forma desproporcional;
 O lugar do indivíduo ganhou mais espaço na sociedade, assim como as políticas e leis
governamentais que se desenvolveram para proteger o indivíduo, sendo informadas por
questões de autonomia e direitos humanos.

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2.7. As contribuições de Rawls, um caminho para a ética social

As ideias de John Rawls. Onde na sua Theory of Justice, Rawls desenvolveu a teoria da justiça
onde descreveu o papel da justiça na cooperação social e definindo justiça como equidade, e tratou
da concepção tradicional de contrato social (Rawls 1999). A sua a elaboração da justiça no contexto
da cooperação social e do contracto social que abriu o caminho para uma ideia de ética social. É
considerado um dos filósofos políticos mais importantes do século XX, onde escreveu artigos que
influenciaram entre a década 1950 e 1960 que focava os problemas substantivos de filosofia moral
e política sobre qual deve-se fazer. Onde o contracto social foi utilizado para defender uma visão
mais detalhada sobre o liberalismo igualitário no seu primeiro livro. Onde a filosofia política
principalmente o pluralismo razoável efectivamente permanentes doutrinas ou visões sobre o
mundo religiosos, filosóficas e outras abrangentes que caracterizam as sociedades modernas no
liberalismo político.

2.8. Contracto Social, Solidariedade, Responsabilidade e Ética Social

O contracto social na sociedade foi estabelecida por meio de um acordo ou contracto colectivo e
que mutuamente vinculante. As expectativas e deveres morais são moldados pelo contracto e suas
implicações. A ética é, entanto, primordial que foi construída e regulada socialmente. Em um
estado pré-político, denominado como estado de natureza, as pessoas racionais aceitam celebrar
um acordo recíproco mutuamente benéfico. O contracto é hipotético na medida em que sua
existência não pode ser validada historicamente, no entanto, sua legitimidade moral deriva da
suposição de que indivíduos racionais e auto interessados provavelmente trocavam esse acordo
porque têm mais a ganhar participando de uma associação mutuamente benéfica do que ficando
fora dela. O contracto social, a moralidade, teve a sua origem na realidade social, como uma
resposta pragmática e auto interessada para sustentar a sobrevivência (Rozuel 2013).

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3. CONCLUSÃO

A ideia da ética social foi proposta para desenvolver os temas da governação em todo mundo,
sociedade civil, desenvolvimento humano sustentável para apontar a necessidade de uma parceria
e uma visão de longo prazo das necessidades conjuntas, uma condição essencial no processo de
desenvolvimento equitativo, e sustentável. Os valores e comportamentos éticos são conceituados
pelas experiências da vida real. Conforme os princípios éticos da não maleficência, beneficência,
autonomia e justiça, a ideia de ética social abriu o caminho para uma alternativa comunitária para
restaurar as injustiças e desigualdades em uma sociedade democrática fomentada com a ideia de
bem público, razão. Ao promover os valores de responsabilidade social, solidariedade e utilidade
social, a ética social se coloca como o fulcro de uma sociedade racional, moral, igualitária,
pluralista e democrática, estes são os pilares dos direitos humanos e da dignidade humana.

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4. BIBLIOGRAFIA

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