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Índice

Introdução..........................................................................................................................3

1. Conceitos gerais.............................................................................................................4

1.1. Ética............................................................................................................................4

1.2. Valor ético..................................................................................................................5

2. Essência do Conhecimento............................................................................................6

2.1.3. Conhecimento vulgar/popular.................................................................................7

2.1.4. Conhecimento científico..........................................................................................7

2.1.5. Conhecimento filosófico.........................................................................................8

2.1.6. Conhecimento religioso/teológico...........................................................................8

3. Conhecimento e valores éticos......................................................................................8

3.1. A ética do conhecimento............................................................................................9

3.2. Ética do conhecimento e o ideal socialista...............................................................10

Conclusão........................................................................................................................11

Referências......................................................................................................................12

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Introdução
O trabalho intitulado o conhecimento como valor ético. O conhecimento (do latim
cognoscere, "acto de conhecer"), como a própria origem da palavra indica, é o
acto ou efeito de conhecer. Como por exemplo: conhecimento das leis; conhecimento de
um fato; conhecimento de um documento; termo de recibo ou nota em que se declara o
aceite de um produto ou serviço; saber, instrução ou cabedal científico (homem com
grande conhecimento); informação ou noção adquiridas pelo estudo ou pela experiência;
(autoconhecimento) consciência de si mesmo. A Ética é um ramo da filosofia que lida
com o que é moralmente bom ou mau, certo ou errado. As palavras éticas e moral têm a
mesma base etimológica: a palavra grega ethos e apalavra latina moral, ambas
significam hábitos e costumes. O trabalho tem como objectivo geral de compreender o
conhecimento como valor ético. E temos como objectivos específicos Conceitualizar o
conhecimento e a ética; Descrever a essência do conhecimento assim como os seus
diferentes tipos; Explicar como o conhecimento afecta o valor ético, bem como o ideal
socialista.

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1. Conceitos gerais
1.1. Ética
A ética faz parte da vida do ser humano, todos os homens têm comportamentos
diferenciado se únicos. A ética é um princípio que cada indivíduo traz consigo desde a
infância. É um valor adquirido na sua relação familiar, e quotidiano de sua existência.
Segundo Arduini (2007, p.35). O ser humano é chamado a estruturar, desde cedo, o
sentido de sua personalidade.

A pessoa constrói-se através de fases, desde a fecundação genética até a ida ao túmulo.
Para Fromm (1968, p.30), o Homem não é uma folha de papel em branco em que a
cultura pode escrever seu texto: é uma entidade com sua carga própria de energia
estruturada de determinadas formas, que, ao ajustar-se, reage de maneira
específica e verificável as condições exteriores. Através dos valores, que são
princípios morais, o homem adquire o comportamento ético, que rege suas atitudes na
sociedade em que vive. O comportamento ético conduz o homem a fazer o que
considerar importante em sua vida. Bonder (2006) afirma que o tema "conhecimento"
inclui, mas não está limitado a descrições, hipóteses, conceitos, teorias, princípios e
procedimentos que são úteis ou verdadeiros.

O estudo do conhecimento é a gnosiologia. Hoje existem vários conceitos para esta


palavra e é de ampla compreensão que conhecimento é aquilo que se sabe sobre algo ou
alguém. Isso em um conceito menos específico. No entender de Arduine (2007), quando
o individuo busca aprendizagem e conhecimentos, procuram ambientes em que todos
tenham o mesmo objectivo, como as escolas. Alguns podem encontrar mais dificuldades
para alcançar o que almejam.

Outros possuem ou encontram mais oportunidades de crescimento. Ainda de acordo


com Arduine (2007), as oportunidades variam de indivíduo para indivíduo e também a
forma que cada pessoa vê as oportunidades e ameaças no ambiente externo. Cada
indivíduo de acordo com a sua convivência familiar cria a sua capacidade para melhorar
a sua realidade de vida. Alguns criam possibilidades e alimentam esperanças
de mudanças e descobrem melhores caminhos para um futuro promissor. Outros
transformam as dificuldades em possibilidades e mudam o rumo dos seus destinos.
Vásquez (1984, p.69) define a moral como sendo um sistema de normas, princípios e
valores, segundo o qual são regulamentadas as relações mútuas entre os indivíduos ou

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entre estes e a comunidade, de tal maneira que estas normas, dotadas de um carácter
histórico e social, sejam acatadas livres e conscientemente, por uma convicção
íntima, e não de uma maneira mecânica, externa ou impessoal. Cada pessoa
possui valores individuais e intransferíveis. Consciência do certo ou errado e suas
próprias convicções, ideais, opiniões sobre as pessoas e bens materiais, que influenciam
e manifestam nos relacionamentos sociais

1.2. Valor ético


No campo da ética, consideram-se os valores como propriedades que pertencem aos
objectos, sejam estes abstractos ou físicos. Estas propriedades permitem qualificar a
importância de cada objecto de acordo com que tão próxima está daquilo que se
considera correto ou bom (CHAUÍ,2004, p, 54).

Se o valor ético do objecto for elevado, é sinal que a ação em questão é boa e por
conseguinte deveria realizar-se ou viver-se. Em contrapartida, se o valor ético for baixo,
trata-se de uma questão negativa que teria de se evitar.

Os valores éticos podem ser relativos (dependem da perspectiva individual da pessoa ou


da sua cultura) ou absolutos (não se associa ao individual ou ao cultural, pois mantém-
se constante uma vez que tem valor por si mesmo).

A ideia de valor ético possui ligação com o conceito de valor moral. Os valores éticos
são guias que impõem como devem atuar as pessoas, ao passo que os valores morais
constituem o indivíduo como ser humano. As duas noções, de todas as formas, tendem a
confundir-se e inclusivamente a combinar-se de acordo com o autor.

É importante que não haja essa confusão entre valores


éticos com valores morais. Esse último se constitui num
conjunto de regras, normas e leis que servem para orientar
as pessoas dentro de uma sociedade a fim de que saibam
julgar o que é certo e o que é errado. Enquanto que os
valores éticos se traduzem em algo mais reflexivo, no que
diz respeito a pensamentos considerados certos ou errados
por uma sociedade ou mesmo por uma pessoa
(CHAUÍ,2004, p, 154).

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Os valores éticos são essenciais para que o homem conviva numa sociedade sem que
haja danos a outras pessoas. Logo, esses valores contribuem para que a sociedade possa
funcionar de modo adequado.

2. Essência do Conhecimento
O conhecimento pode ainda ser aprendido como um processo ou como um produto.
Quando se refere a uma acumulação de teorias, ideias e conceitos, o conhecimento
surge como um produto resultante dessas aprendizagens, mas como todo produto
é indissociável de um processo, pode-se então olhar o conhecimento como uma
actividade intelectual por meio da qual é feita a apreensão de algo exterior à pessoa. A
definição clássica de conhecimento, originada em Platão, diz que este consiste numa
crença verdadeira e justificada. Aristóteles divide o conhecimento em três áreas:
científica, prática e técnica (Hessen, 1980). O conhecimento representa uma relação
entre o sujeito e um objecto, onde o verdadeiro problema centra-se na relação entre o
sujeito e o objecto. No entanto, pode-se resolver o problema do sujeito e do objecto
remontando-se ao último princípio das coisas, ao absoluto, e definindo a partir dele a
relação do pensamento e do ser (Hessen, 1980).

Segundo a teoria do objectivismo, o objecto é o elemento decisivo entre os dois


membros da relação cognitiva, ou seja, o objecto determina o sujeito, onde o sujeito
toma sobre si, de certo modo, as propriedades do objecto, reproduzindo-as. Isto supõe
que o objecto enfrenta como algo já acabado, algo já definido, a consciência
cognoscente, sendo algo dado, algo que representa a uma estrutura totalmente definida,
estrutura que e reconstituída pela consciência cognoscente (Durant,
1960).Contrariamente ao objectivismo, o subjectivismo procura fundamentar o
conhecimento humano no sujeito. Para isso, coloca o mundo das ideias, o conjunto dos
princípios do conhecimento, no sujeito. Este apresenta-se como ponto de que depende,
por assim dizer, a verdade do conhecimento humano, tendo em conta que com
o sujeito não se pretende significar o sujeito concreto, individual, do
pensamento, mas sim um sujeito superior, transcendente (Durant, 1960).

Já o realismo, defende que o problema do sujeito e do objecto ainda não existe para ele,
ou seja, não distingue em absoluto entre a percepção, que é um conteúdo da consciência
e o objecto percebido, e não vê que as coisas não nos são dadas em si mesmas,

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imediatamente, na sua corporeidade, mas somente como conteúdos da percepção
(Durant, 1960).

2.1. Tipos de Conhecimentos

Hessen (1980) afirma que existem cerca de sete (7) principais tipos de
conhecimento, nomeadamente, o conhecimento sensorial ou sensível, o
conhecimento intelectual, o conhecimento vulgar/popular, o conhecimento
científico, filosófico, religioso/teológico e declarativo.

2.1.1. Conhecimento sensorial/sensível

É o conhecimento comum entre seres humanos e animais. Obtido a partir de nossas


experiências sensitivas e fisiológicas (tato, visão, olfacto, audição e paladar) (Hessen,
1980).

2.1.2. Conhecimento intelectual

Trata-se de um raciocínio mais elaborado do que a mera comunicação entre corpo e


ambiente. Aqui já pressupõe-se um pensamento, uma lógica (Hessen, 1980).

2.1.3. Conhecimento vulgar/popular


É a forma de conhecimento do tradicional (hereditário), da cultura, do senso comum,
sem compromisso com uma apuração ou análise metodológica. Não pressupõe reflexão,
é uma forma de apreensão passiva, acrítica e que, além de subjectiva, é superficial
(Hessen, 1980)

2.1.4. Conhecimento científico


O conhecimento científico preza pela apuração e constatação, busca por leis e sistemas,
no intuito de explicar de modo racional aquilo que se está observando. Não se contenta
com explicações sem provas concretas; seus alicerces estão na metodologia e na
racionalidade. Análises são fundamentais no processo de construção e síntese que o
permeia, isso, aliado às suas demais características, faz do conhecimento científico
quase uma antítese do popular (Hessen, 1980).

2.1.5. Conhecimento filosófico


Mais ligado à construção de ideias e conceitos. Busca as verdades do mundo por meio
da indagação e do debate; do filosofar. Portanto, de certo modo assemelha-se ao

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conhecimento científico - por valer-se de uma metodologia experimental -, mas dele
distancia-se por tratar de questões imensuráveis, metafísicas. A partir da razão do
homem, o conhecimento filosófico prioriza seu olhar sobre a condição humana
(Hessen, 1980.

2.1.6. Conhecimento religioso/teológico


Diz respeito ao conhecimento adquirido a partir da fé teológica, é fruto da revelação da
divindade. A finalidade do teólogo é provar a existência de Deus e que os textos
bíblicos foram escritos mediante inspiração Divina, devendo por isso ser realmente
aceitos como verdades absolutas e incontestáveis. A fé pode basear-se em experiências
espirituais, históricas, arqueológicas e colectivas que lhe dão sustentação (Hessen, 1980

3. Conhecimento e valores éticos


Durant (1965) afirma que todos os sistemas tradicionais colocavam ética e valores além
do alcance do homem. Os valores não lhe pertenciam; eles lhe foram impostos,
e ele lhes pertencia. Hoje ele sabe que eles são dele e somente dele, mas agora ele é o
mestre deles, eles parecem estar se dissolvendo no vazio indiferente do universo. De
acordo com Monod (1970), a ética e conhecimento estão inevitavelmente ligados na e
através da acção. A acção coloca conhecimento e valores simultaneamente em jogo ou
em questão. Toda ação significa uma ética, serve ou desrespeita certos valores; constitui
uma escolha de valores, ou finge. Por outro lado, o conhecimento está necessariamente
implícito em toda acção, enquanto reciprocamente, a acção é uma das duas
fontes necessárias de conhecimento Num sistema animista, a interpenetração da ética
e do conhecimento não cria conflito, uma vez que o animismo evita qualquer distinção
básica entre essas duas categorias: as vê como dois aspectos da mesma realidade. A
ideia de uma ética social fundada nos chamados direitos "naturais" do homem também
reflecte essa perspectiva, exibida, mas muito mais sistemática e enfaticamente, nas
tentativas de delinear a ética implícita no marxismo (Monod, 1970).

A partir do momento em que a objectividade é feita, a condição sine qua non do


conhecimento verdadeiro é estabelecida entre os domínios da ética e do
conhecimento, uma distinção radical, indispensável à própria busca da verdade. O
conhecimento em si é exclusivo de todo julgamento de valor (excepto o do "valor
epistemológico"), enquanto a ética, em essência, não objectiva, é para sempre excluída
da esfera do conhecimento (Monod, 1970). Com efeito, é essa distinção radical,

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estabelecida como uma axioma, que criou a ciência. Essa distinção não apenas permitiu
que a ciência seguisse seu próprio caminho (desde que não ultrapasse o domínio do
sagrado); preparou a mente para uma distinção muito mais radical colocada pelo
princípio da objectividade. Os ocidentais costumam ter problemas para entender que,
paracertas religiões, não existe e não pode haver distinção entre sagrado e
profano: para o hinduísmo, tudo fica dentro dos limites do sagrado; o próprio conceito
de 'profano' (Monod,1970).

3.1. A ética do conhecimento


Na ética do conhecimento, é a escolha ética de um valor primário que é o fundamento.
A ética do conhecimento difere assim radicalmente da ética animista, que todos
afirmam basear-se no "conhecimento" de leis imanentes, religiosas ou "naturais" que
deveriam se impor ao homem. A ética do conhecimento não se impõe ao homem; pelo
contrário, é ele quem o impõe, tornando-o a condição axiomática da autenticidade
para todo discurso e toda acção.

O Discurso sobre o método propõe uma epistemologia normativa, mas também deve
serlida acima de tudo como uma meditação moral, um exercício espiritual (Monod,
1970). Para Vasquez (1984), a ética do conhecimento também é, em certo sentido,
"conhecimento da ética", isto é, dos impulsos e paixões, das necessidades e limitações
do ser biológico. É capaz de confrontar o animal no homem, vê-lo não como absurdo,
mas estranho, precioso em sua própria estranheza: a criatura que, pertencente
simultaneamente ao reino animal e ao reino das ideias, é ao mesmo tempo rasgada e
enriquecida por essa dualidade agonizante, expresso da mesma forma na arte e na poesia
e no amor humano. Por outro lado, os sistemas animistas preferem, em um grau ou
outro, ignorar, denegrir ou intimidar o homem biológico, e fazê-lo temer ou abominar
certas características inerentes à sua natureza animal. A ética do conhecimento, por
outro lado, o encoraja a honrar e assumir essa herança, enquanto sabe como dominá-la
quando necessário. Quanto às mais elevadas qualidades humanas, coragem, altruísmo,
generosidade, ambição criativa, a ética do conhecimento reconhece sua origem
sócio biológica e afirma seu valor transcendente a serviço do ideal que define
(Monod, 1970).

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3.2. Ética do conhecimento e o ideal socialista
Para Monod (1970), a ética do conhecimento é a única atitude racional e resolutamente
idealista e sobre a qual um socialismo real pode ser construído. Para os jovens de
espírito, essa grande visão do século XIX ainda persiste com intensidade intensa. O
messianismohistórico baseado no materialismo dialético continha as sementes
de todos os perigos encontrados posteriormente. Talvez mais do que os outros
animismos, o materialismo histórico é baseado em uma total confusão das categorias
de valor e conhecimento. Nas fontes da própria ciência, na ética sobre a qual o
conhecimento é fundado e que, por livre escolha, torna o conhecimento o valor supremo
- a medida e a garantia de todos os outros valores. Uma ética que baseia a
responsabilidade moral na própria liberdade dessa escolha axiomática (Monod, 1970).

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Conclusão
A ciência, traço que singulariza as sociedades modernas, vem sendo analisada sob os
mais diversos ângulos. Desde o enfoque mais clássico da epistemologia ao olhar mais
recente dos estudos culturais, multiplicam-se os estudos sobre a actividade científica.
Entretanto, em nossos dias, uma perspectiva, a da ética, exerce particular interesse,
associada ao desenvolvimento contemporâneo das ciências da vida. Os órgãos que
regulam a ética nas pesquisas científicas que envolvam seres humanos, o crescente
cuidado no trato dos animais associados à pesquisa científica, a atenção e a
sensibilidade com que são vistas as questões relativas à intervenção no meio ambiente
são indicadores de que estamos diante de um novo cenário. Mas, se, de um lado,
devemos celebrar o reaparecimento da temática ética, na medida em que se localiza no
campo da ação humana, por outro lado, cabe perguntar sob que condições é razoável
esperar uma aproximação permanente entre a ciência e a ética.

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Referências
CHAUÍ, M. 1994. Convite à filosofia. São Paulo: Ática.

BOTTOMORE,T e NISBERT,1978 Roberto, História de Analise Sociológica, Zahar


editores S.A. Rio de Janeiro

COMPENHOUDT, Luc ivan, 2003. Introdução a analise dos fenómenos sociais,


Gadiva, Lisboa.

FICHER, Gustave, 1994. Psicologia social e do Ambiente, Perspectiva Ecológica,


Lisboa.

HORTELANO, A. 1970 Moral responsável, edição Paulista, Lisboa 1970;

MORIN, Edgar,1989, Introdução ao Pensamento ético, edição Paulista, Lisboa.

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