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Modelo de petição de ação de indenização por danos

materiais, morais e lucros cessantes em acidente de


trânsito
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA
VARA CÍVEL DA COMARCA DE FLORIANÓPOLIS - SC

[AUTOR], brasileiro, solteiro, empresário, inscrito no RG n..., e CPF n...,


residente e domiciliado na Rua..., n..., Centro, Florianópolis/SC, CEP...,
endereço eletrônico..., vem, à presença de Vossa Excelência, por seu
advogado, com fundamento nos artigos 186 e 927 do Código Civil, propor

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS


DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRÂNSITO

provocado por [RÉ], brasileira, casada, servidora pública federal, inscrita no


RG n..., e CPF n..., residente e domiciliada na Av..., n..., Centro,
Florianópolis/SC, CEP..., endereço eletrônico..., pelos fatos e fundamentos a
seguir expostos.

1. DOS FATOS
Trata-se de ação de indenização por danos materiais decorrentes de acidente
de trânsito, envolvendo o veículo Toyota/ Hilux, placa ABC-1234 Renavam
1234567890 de propriedade do Autor, e o veículo GM S/10, placa ABC-1234,
Renavam 1234567890 de propriedade do Ré, ora condutor.

Na data de 02.04.2022, quinta-feira, às 18h 45min, o Autor, transitava com seu


veiculo Toyota Hilux transitava pela rua délio de Almeida Oliveira, com intuito
de voltar a sua cidade Porteirinha/mg, quando o veículo GM S-10 pretendeu
realizar a conversão atingindo o veículo Toyota/ Hilux, o Ré, condutor do
veículo e sem a habilitação especifica para a categoria não obedeceu a
sinalização, invadindo abruptamente a pista preferencial do Autor, o atingindo
sem qualquer chance de reação. Evidente a culpa da Ré.

Importante mencionar, que o Autor realizou 3 orçamentos distintos, sendo que


o mais em conta, foi na própria concessionária da BMW em Montes Claros,
local em que autorizou os reparos, uma vez que a Ré ficou silente e inerte.
Todos os orçamentos estão anexados aos autos.
Portanto, diante da desídia da Ré em arcar com as custas do conserto do
veículo e de sessões de fisioterapia, todas suportadas pelo Autor, conforme
notas fiscais e orçamentos em anexo; tentativa de eximir-se da
responsabilidade; da ausência de assistência da Ré; das tentativas infrutíferas
de composição amigável; do direito patente do Autor à indenização pela prática
de ato ilícito cometido pela Ré, o presente instrumento torna-se indispensável,
devendo o Autor ser reparado pelos danos materiais experimentados, para
que, inclusive, sirva de exemplo à Ré ao cometimento de novas ilicitudes.

2. DO DIREITO
O artigo 5º, inciso X da Constituição Federal dispõe:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das


pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação.

De início exsurge o direito do Autor à indenização material, posto que a Ré, por
certo, promoveu manobra sem se atentar para as regras de trânsito. Ao
contrário, teria evitado o acidente. De acordo com o artigo 28 e 29 do Código
de Trânsito Brasileiro, temos que:

Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo,
dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.

Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação


obedecerá às seguintes normas: [...]

II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o


seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista,
considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da
circulação, do veículo e as condições climáticas;

III - quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se aproximarem de


local não sinalizado, terá preferência de passagem:

a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que estiver


circulando por ela;
Temos por cristalino que a Ré não manteve observância aos cuidados
indispensáveis à segurança do trânsito, agindo com total falta de atenção,
ignorando a sinalização, avançando com notória imprudência, e portanto,
infringindo o disposto normativo supra.

A Ré também deixou de observar as normas insertas nos artigos 34 e 44 da


mesma Lei, que tratam sobre a indispensável prudência e velocidade
moderada em qualquer tipo de cruzamento:

Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-se de
que pode executá-la sem perigo para os demais usuários da via que o seguem,
precedem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua direção e sua
velocidade.

Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o condutor do veículo


deve demonstrar prudência especial, transitando em velocidade moderada, de
forma que possa deter seu veículo com segurança para dar passagem a
pedestre e a veículos que tenham o direito de preferência.

Nesse diapasão, a responsabilidade pelo cometimento de ato ilícito vem


expressa nos artigos 186 e 927 do Diploma Civil Brasileiro, ora invocados:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência


ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.

A legislação, portanto, determina que no caso de ilícito cometido, a reparação é


patente.

Como já frisado em mais de uma oportunidade, sempre antes de iniciar


qualquer manobra, o condutor precaver-se-á com as cautelas necessárias
para que conduza o veículo de forma tranquila e segura. Deve certificar-
se sobre se a manobra não acarretará nenhum perigo aos demais
usuários da via.

Evitará, assim, que um ato repentino e inoportuno possa exigir do veículo que
está atrás uma manobra brusca e até a perda do controle do automóvel.

Cumpre se levem sempre em conta, na realização da manobra, a posição


do veículo na pista, para que não atrapalhe o tráfego, a direção em que
segue e a velocidade atingida, de forma que, seja qual for a manobra a ser
executada, possa, o condutor, manter o total controle do veículo

Logo, as provas anexadas aos autos deixa claro que o impacto ocorreu na
pista da mão de direção do veiculo Toyota Hilux, em razão da condutora Ré ter
cruzado a via preferencial por onde o Autor conduzia seu veículo.
O ato ilícito é conduta conflitante com o ordenamento pátrio. Violar direito é, via
de regra, transgredir norma imposta.

Assim, a conduta praticada pela Ré, conforme dispositivos avocados, afrontou


direito do Autor causando-lhe dano material, o que por conseguinte, merece a
devida reparação.

Nesse sentido, destacam-se ainda os seguintes dispositivos legais:

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.

As fotos do local do acidente são nítidas. A placa de PARE cravada no


cruzamento onde a Ré deveria ter parado antes de adentrar na via preferencial
é indiscutivelmente clara.

Ademais, por tratar-se de veículo utilizado como ferramenta indispensável ao


deslocamento do Autor ao trabalho, a Ré deveria ter o mínimo cooperado para
o conserto.

Certo é que, não fosse o comportamento de desatenção da Ré, o acidente não


teria ocorrido, na medida em que tentou atravessar via preferencial sem se
precaver das cautelas necessárias.

Essas especificidades exigem que o arbitramento do quantum da indenização


se faça conforme o posicionamento jurisprudencial do Tribunal ora
mencionado, fundado sempre em critério de razoabilidade, tendente a
reconhecer e condenar a ré a pagar valor que não importe enriquecimento sem
causa para aquele que suporta o dano, mas uma efetiva reparação de caráter
moral, e uma séria reprimenda ao autor do dano, que lhe sirva de exemplo a
não reincidência.

Assim, considerados os aspectos acima e a situação socioeconômica da Ré,


tem-se por razoável e proporcional a fixação do quantum indenizatório em R$
8.000,00 (oito mil reais), valor este, aliás, que está em consonância com
precedentes do TJMG. No valor de 8mil para GM S-10 e 18 mil para Toyota
Hilux

3. DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS


Diante de todo exposto, REQUER:
1. A citação da Ré por CARTA, para contestar, querendo, os termos da presente, sob
pena de confissão e revelia;
2. A procedência do pedido para condenar a Ré ao pagamento no valor de R$ 32.039,92
por danos materiais, comprovados por meio de nota fiscal em anexo, valor este que
deverá ser acrescido de juros e correção monetária desde a data do acidente;
3. A condenação da Ré ao pagamento de todas e quaisquer custas e despesas
processuais, bem como, de honorários sucumbenciais de 20% sobre o valor total da
condenação em conformidade com o artigo 84 e 85 do CPC/2015;
4. A dispensa da audiência conciliatória, conforme preconiza o art. 319, inciso VII do
NCPC, por ser medida inócua, posto que a Ré já demostrou que não irá arcar com as
custas materiais decorrentes do acidente que dera causa;
5. Requer ainda, que as futuras intimações e notificações sejam todas feitas em nome do
advogado subscritor.
6. Protesta, por fim, comprovar o alegado por todos os meios de prova em direito
admitidos.

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