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AO SR.

PRESIDENTE DA JUNTA ADMINISTRATIVA DE RECURSO DE


INFRAÇÃO DO DETRAN DO MATOGROSSO DO SUL

João Riberio da Silva, casado, RG nº044.111,581-80, CNH nº1652484855,


residente e domiciliado na Rua Nicola Candi , nº 260 , na cidade de Miranda
MS, telefone para contato , tendo sido autuado através do auto de infração em
anexo, vem respeitosamente através do presente, em conformidade com os
arts. 280, 281 e 285 do CTB, Lei Federal 9.784/1999, e CF/1988, para interpor
o presente

RECURSO ADMINISTRATIVO

contra autuação, por legítimo direito de ampla defesa e do exercício pleno do


contraditório.

DA INFRAÇÃO

Infração: Auto de Infração nº T210227508 Órgão Autuador: Policia Rodoviária


Federal

DO VEÍCULO

MARCA: FIAT, MODELO: TORO, PLACA: QAT 2879,


RENAVAM:01220275821.

DOS FATOS

O Auto de Infração indica que a ocorrência teria ocorrido às 06H17, NA BR


268. Aplicando a penalidade de multa no valor de R$ 2934,70 e perda de 7
pontos na CNH.

O condutor recebeu a Notificação de Infração em05/03/200, com data de


expedição em 05/03/2020. Ocorre que a multa que deu causa ao processo de
suspensão merece ser revista, conforme passa a dispor.

Na dada do dia 15/02/2020 por volta das 06h00 da manhã o condutor da


referida notificação, trafegava com devido cuidado e prudência na Br 262 km
497 em velocidade controlada por radar, ao perceber que lhe era seguro a

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ultrapassagem da motocicleta que seguia à sua frente, sinalizou sua intenção
e aguardou que o condutor da mesma percebesse a ultrapassagem.
( art.28.29 CTB) O fato e que ao iniciar a passagem (não forçada) com tempo
suficiente para conclui-la, sem iminência de passar um pelo outro ao realizá-la.
subitamente surgiu na pista o policial rodoviário federal dando ordem de
parada, com a viatura sem visibilidade alguma, sem nenhuma sinalização na
BR que caracterizasse a presença de fiscalização dos agentes federais (cones)
(giroflex) causando de forma simultânea que ambos os condutores usassem o
recurso de frenagem para reduzir a velocidade e ficaram perdido em relação ao
sinal de parada pois o sinal de parada foi dado no meio da ultrapassagem.
O tempo que se perdeu por causa concorrente do agente federal, pois ambos
aceleravam e freavam ao mesmo tempo não entendendo de imediato o sinal e
como iriam parar, o carro que vinha sentido contrário teve que diminuir a
velocidade.

Que fique já consignado DOS FATOS a imprudência por parte do agente


federal o qual poderia ter causado um acidente, pois o mesmo colocou em
risco a sua própria vida e a família dos condutores.

Questionado pelo condutor da suposta inflação o policial rodoviário federal em


um abuso de autoridade fez ameaças por não aceitar estar em lugar indevido
para aquele tipo e forma de fiscalização. Começou a revirar todo o carro no
momento em que o condutor se identificou como pasto evangélico. Por não ter
aceito ser questionado pela forma inconstitucional, arbitraria e perigosa de sua
abordagem que sem dúvida fere os princípio basilares da administração
pública, aplicou a penalidade sem culpa do condutor .

Do direito

Não são raros os flagrantes a policiais rodoviários estaduais e federais que tem
por prática posicionarem-se em locais não visíveis aos motoristas, literalmente
amoitados, com a finalidade de proceder a autuações de infrações de trânsito.
Tal prática, além de ferir a moral e a dignidade dos próprios policiais
rodoviários federais, viola os princípios constitucionais da transparência e
publicidade, não podendo ser toleradas”.

o A Resolução 798, do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), estipulou


algumas regras sobre radares portáteis, aqueles que são manuseados

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diretamente pelos agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

o Agora, os radares móveis devem ser precedidos de sinalização, para


que fiquem mais visíveis.

o Onde o radar for utilizado, os agentes devem ligar os dispositivos


de iluminação da viatura (giroflex), colocar cones em volta do carro
e ficarem do lado de fora do veículo.

Segundo o inspetor da PRF no Espírito Santo, Valdo Lemos, a sinalização para


o aviso da presença dos equipamentos móveis de fiscalização será feita com
cones e policiais à vista dos condutores.

“Com a nova resolução, os agentes devem ligar os dispositivos de luz do carro


(giroflex), colocar cones em volta da viatura, além de ficarem em pé, fora do
veículo”, Fato esse que não ocorreu.

DA NECESSÁRIA RESTITUIÇÃO DO VALOR PAGO DA MULTA

Com a nulidade do Auto de Infração, a devolução dos valores indevidamente


pagos deve ser restituída por força de expressa previsão do Art. 286 do CTB:

Art. 286 (...) § 2º Se o infrator recolher o valor da multa e apresentar recurso,


se julgada improcedente a penalidade, ser-lhe-á devolvida a importância
paga, atualizada em UFIR ou por índice legal de correção dos débitos fiscais.

Assim, considerando que o valor da multa de R$ 2,347.76 foi pago em


31/05/201 requer a sua restituição devidamente atualizada, conforme
precedentes sobre o tema:

MULTA DE TRÂNSITO. PAGAMENTO INDEVIDO. RESTITUIÇÃO.


CORREÇÃO MONETÁRIA. TENDO EM CONTA A NATUREZA FISCAL DAS
MULTAS DE TRÂNSITO, CORRETA A APLICAÇÃO DA TAXA SELIC NA
RESTITUIÇÃO DO INDÉBITO (CTB, ART. 286 , § 2º), A QUAL JÁ CONTÉM
JUROS. HONORÁRIOS EXCESSIVAMENTE MÓDICOS. ELEVAÇÃO.
APLICAÇÃO DO ART. 85, § 8º , DO CPC . APELAÇÃO PROVIDA EM PARTE.
(Apelação Cível Nº 70078062346, Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça
do RS, Relator: Irineu Mariani, Julgado em 03/04/2019).

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO. COMPROVAÇÃO DO


PAGAMENTO DA MULTA DE TRÂNSITO. NULIDADE DO AUTO DE

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INFRAÇÃO. RESTITUIÇÃO DA MULTA. (...) No caso dos autos, como
sustentado pelo embargante, efetivamente, há contradição no julgamento, pois,
ao contrário do que constou no acórdão, comprovado por meio do Extrato
do Auto de Infração de Trânsito, que o autor (proprietário do veículo)
efetuou o pagamento da multa de trânsito, fazendo jus à restituição do
valor pago, eis que anulado o auto de infração. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO ACOLHIDOS. (TJ-RS - ED: 71007417215 RS, Relator: José
Ricardo Coutinho Silva, Data de Julgamento: 25/10/2018, Terceira Turma
Recursal da Fazenda Pública, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia
12/11/2018, #04723244)

TRÂNSITO, AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. RESTITUIÇÃO DOS


VALORES PAGOS A TÍTULO DEMULTA. AUTO DE INFRAÇÃO DE
TRÂNSITO DESCONSTITUÍDO EM AÇÃO PRETÉRITA. AUSÊNCIA DE
INTERESSE DE AGIR NÃO CONFIGURADO. SENTENÇA DE EXTINÇÃO DO
FEITO REFORMADA. 1. Não se faz necessário o exaurimento dos meios
administrativos para que a parte interessada possa ingressar na via judicial.
Com efeito, o interesse de agir não está vinculado ao requerimento
extrajudicial, sendo prescindível o esgotamento da esfera administrativa como
pressupostos ao ajuizamento da ação. Deve-se atentar ao princípio da
inafastabilidade da jurisdição, contemplado no art. 5º , inciso XXXV , da
Constituição Federal de 1988, que preconiza que "a lei não excluirá da
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito". 2. No que se refere
à pretensão da restituição da multa, assiste razão ao recorrente, haja vista
que, uma vez anulado o ato administrativo que deu origem à penalidade
sub judice nos autos da ação pretérita por ele promovida, a
desconstituição da multa correspondente é decorrência lógica, fazendo
jus a parte à restituição do respectivo valor, em atenção à disposição do
art. 286 , § 2º , do CTB . RECURSO INOMINADO PROVIDO. UNÂNIME.
(Recurso Cível Nº 71008016198, Turma Recursal da Fazenda Pública, Turmas
Recursais, Relator: José Pedro de Oliveira Eckert, Julgado em 29/10/2018).

Assim, considerando que foi pago indevidamente, indicar valor da multa, em


virtude de Auto de Infração manifestamente nulo, a sua restituição ao
contribuinte é medida que se impõe.

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DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto REQUER:

1 - Seja recebido o presente Recurso, pois atende a todos os requisitos de sua


admissibilidade de acordo com a Res. 299/08 do CONTRAN;

2 - Seja julgado PROCEDENTE o presente recurso, e por via de consequência


o cancelamento da penalidade imposta, conforme preceitua o art. 281, inciso I
do CTB, sendo anulada a pontuação;

3 - Seja a decisão devidamente motivada, nos termos do Art. 37 da


Constituição Federal e Lei 9.784/00;

4 - Caso o presente recurso não seja julgado em 30 dias, requer desde já, o
efeito suspensivo nos termos do Art. 285, §3º do CTB.

Nestes termos, pede e espera deferimento.

CAMPO Grande 13,Abril de 2022

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