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DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS

Determinação das espessuras das camadas:

 Reforço do subleito
 Sub-base
 Base
 Revestimento

resistir, transmitir e distribuir as pressões


resultantes da passagem dos veículos ao subleito

Sem que ocorra:

ruptura, deformações apreciáveis ou


desgaste superficial excessivo.
Dimensionamento de Pavimento Flexível
Método do DNIT

Introdução

Este método foi proposto pelo Engenheiro Murillo Lopes de Souza, na década de
60, com base no ensaio C.B.R de O. J. Porter, no Índice de Grupo, de Steele e no que se
refere ao tráfego, nos trabalhos do U.S. Corps of Engineers, apresentados por J. Turnbull, C.
R. Foster e R. G. Alvhin, e conclusões obtidas na Pista Experimental da AASHTO. Os dados
correspondentes aos coeficientes de equivalência estrutural são baseados nos resultados
obtidos na pista experimental da AASHTO em Otawa, Estado de Ilinois, no final da década de
50.
O método se apresenta na seguinte seqüência de estudos:

• Subleito;
• Tráfego;
• Materiais das camadas;
ESTUDO DO SUBLEITO
Serviços de Campo Ensaios de Laboratório Analise Estatística Relatório final

1. Serviços de Campo

- Sondagens : eixo longitudinal e/ou bordos


 Profundidade dos furos (h) : 0,60 m a 1,50 m abaixo
da superfície de rolamento ou do greide projetado.
 Determinação do N.A

- Identificação expedita dos horizontes de solo (exame visual, tato, cheiro,


dilatância, resistência seca, etc.)
- Coleta de Amostras
2. Ensaios de Laboratório

Ensaios

Granulometria
Classificação H R B

LL
IP
IG
LP

Compactação

ISC

Adensamento
Ensaios Permeabilidade
Especiais Triaxial
3. Análise Estatística
 Sub-trechos com extensão de até 20km.
 Ensaios de caracterização:
no de amostras > 25, tomar aleatoriamente 25 amostras e ensaia-las.
9 < no de amostras < 25, todas as amostras devem ser ensaiadas.
no de amostras < 9, completar o no mínimo de amostras (= 9) para ensaio.
 Ensaios de ISC : 9 amostras
4. Apresentação dos resultados e traçado do perfil longitudinal

• Planta de localização dos furos realizados;


• Boletim de sondagens
• Resultados dos ensaios de laboratório;
• Análise estatística
• Perfis dos solos para identificação dos tipos de materiais, com todas as
camadas e as indicações das cotas de início e fim de cada uma delas,
Indicando a cota do lençol freático (se houver)

Convenção para os solos (DNIT)

Perfil longitudinal dos horizontes de solo


Índice de Suporte do Subleito (IS)

Índice de Índice de Suporte


( IS IG  IS CBR ) Grupo ISIG
IS  IG
2
0 20
1 18
2 15
3 13
ISIG - Índice Suporte, função do IG do solo 4 12
ISCBR – Índice Suporte derivado do CBR 5 10
6 9
Numericamente: ISCBR = CBR
7 8
8 7
9 a 10 6
IS  CBR = ISCBR
11 a 12 5
13 a 14 4
Anteprojetos: IS = ISIG 15 a 17 3
18 a 20 2
ESPECIFICAÇÕES DE MATERIAIS

A) Terreno de Fundação (Subleito)


o Compactação dos 20 cm superiores com 100% AASHTO intermediário.
o Expansão ≤ 2% , medida no ensaio de C.B.R.
o C.B.R.  2%
o Caso da ocorrência de materiais com IS < 2, a fazer a substituição, na
espessura de, pelo menos, 1 m, por material com IS  2.

B) Reforço
o C.B.R. maior do que o do subleito
o Expansão  1%

C) Materiais para Sub-base


o C.B.R.  20%
o I.G = 0
o Expansão  1%
D) Materiais para Base

 C.B.R  80%
 Expansão  0,5%
 Limite de Liquidez  25%
 Índice de Plasticidade  6%
 Equivalente de Areia  20%
 A granulometria deverá obedecer as faixas (Parte I) mostradas na tabela.
 As misturas betuminosas devem ser dosadas, utilizando-se o ensaio Marshall.
 A massa especifica exigida para a compactação do solo no campo definirá o CBR
de projeto.
 Sempre haverá um sistema de drenagem superficial adequado.
 O lençol d’água subterrâneo será rebaixado a, pelo menos, 1,50 m em relação
ao greide de regularização.

Tipos I II
Peneiras A B C D E F Material CBR (%)
2” 100 100 - - - -
1” - 75-90 100 100 100 100 Brita compactada 80 – 120
3/8” 30-65 40-75 50-85 60-100 - Macadame hidráulico 80 – 120
NO 4 25-55 30-60 35-65 50-85 55-100 70-100 Solo cimento 40 – 60
NO 10 15-40 20-45 25-20 40-70 40-100 55-100
NO 40 8-20 15-30 15-30 25-45 20-50 30-70 Solo estabilizado 20 – 40
NO 200 2-8 5-20 5-15 10-25 6-20 8-25 Areia (sem argila) 15 – 40
Argila arenosa 6 – 10
Silte argiloso plástico 3-5
ESTUDO DO TRÁFEGO - VEÍCULOS

Referencias
DNIT. Manual de estudos de tráfego. Ministério dos Transportes. Publicação
IPR 723. Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes. 2006.

DNIT. Manual de pavimentação. Ministério dos Transportes. Publicação IPR


719. Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes. 2006.

DNIT. Manual de restauração de pavimentos asfálticos. Publicação IPR 720.


Ministério dos Transportes. Departamento Nacional de Infra-Estrutura de
Transportes. 2006.

MEDINA, J. MOTTA, L.M.G. Mecânica dos pavimentos. Rio de Janeiro:


COPPE/UFRJ, 2005.
Necessidade de se conhecer o tráfego

As características do tráfego afetam


a qualidade dos pavimentos flexíveis.
Solicitações acima das previstas em projeto
podem ocasionar degradações como
deformações permanentes, trincas e perda
de material da superfície de rolamento.
CARGAS RODOVIÁRIAS E TRÁFEGO
o As rodovias são trafegadas por eixos de diversas configurações com cargas diversas
o O Veículo Padrão serve de referencia aos demais carregamentos.
o Reproduz a influencia deletéria dos diversos eixos sobre o pavimento.

Veiculo Padrão - Eixo simples com roda dupla

ESRD
Padrão

Problemas para estimativa do tráfego:

– falta de controle da pressão de inflação de pneus dos veículos comerciais


– pressão de inflação vigente = 80 psi = 5,62 Kgf/cm2
– pressão de inflação utilizada na prática = em torno de 100 psi = 7,03 Kgf/cm2
– a conseqüência é a alteração da distribuição de tensão, causada pelo aumento da
pressão de contato, que é admitida como igual à pressão de inflação do pneu
Classificação Simplificada da Frota Circulante (DNIT)
 Veículos de passeios Automóveis e Utilitários
ou Veículos leves

Caminhões leves: 2 eixos simples com rodas simples.

 Veículos comerciais Caminhões médios: 2 eixos simples, rodas traseiras duplas.

Caminhões pesados: 2 eixos, traseiro em tandem.

Reboques e Semi-Reboques: outras combinações.

Ônibus: equivalente a caminhões leves

roda simples - ESRS


o Eixos Simples
roda dupla - ESRD

Duplo - ETD
o Eixo Tandem
Triplo - ETT
CONFIGURAÇÕES POR EIXO

ESRS ESRD ETD ETT


CONFIGURAÇÕES POR EIXO
CONFIGURAÇÕES POR EIXO
Classificação detalhada

Considerando que podem ocorrer


expressivas variações na capacidade
de carga entre caminhões de uma
determinada subclasse, em função do
tipo de veículo, o DNIT adota a seguinte
classificação apresentada no Quadro.
Assim, os semi-reboques poderiam ser
classificados da seguinte maneira: 2S1;
2S2; 3S2 e 3S3.
Nessa classificação, o primeiro
algarismo representa o número de
eixos do cavalo mecânico, e o segundo
algarismo o número de eixos do semi-
reboque.
AS CARGAS DEVIDO AO TRÁFEGO
Além da classificação dos veículos, também é importante classificar os tipos
de eixos, estabelecendo-se limites de peso para cada tipo de eixo e
verificando-se a distribuição da carga por eixo, para cada caminhão.
Pesos e Dimensões dos
veículos

A Resolução Nº 210 do Conselho


Nacional de Trânsito (CONTRAN), de 13 de
novembro de 2006, estabelece os limites de
peso e dimensões para veículos que
transitem por vias terrestres.
Carga / Eixo
Carga / Eixo
Número Equivalente de Operações de Eixo Padrão - N

Vm - Vol. diário médio de tráfego .


P - Período de projeto ou vida útil, em anos
N = 365 . Vm . P . (FC) . (FE) . (FR) FC – Fator de Carga
FE - Fator de Eixo
FR – Fator Climático Regional

FV = FC x FE - fator de veículo
Taxa de Crescimento de Tráfego
Atual
Tráfego Desviado
Gerado
  t 
a) Taxa de crescimento linear anual, t (%). V1  VO 1   i  
  100 
V1 - Volume de tráfego no primeiro ano. TDM o  D
Vo - Volume de tráfego inicial. Vo 
VP - Volume de tráfego no último ano de projeto
100
TDMo - Tráfego diário médio atual   t 
D – porcentagem de tráfego no sentido dominante V P  V1 .1   P  
  100 
V1  VP 
Vm 
OBS: Na falta de dados - t = 5% a.a. 2
Exemplo:

Seja uma contagem de tráfego TDMO = 800 veículos/dia, com 60% dos veículos no
sentido mais solicitado, numa via de duas faixas de tráfego e duas mãos. Qual o volume
total de tráfego no período de projeto (VT) ? São conhecidos:
Taxa de crescimento linear do tráfego t = 5%
Período de projeto P = 10 anos
Tempo de execução das obras p = 1 ano

-Solução –

D = 60%
VO = (800x60)/100 = 480 veículos/dia
V1 = 480x (1 + 5/100)] = 504 veículos/dia
VP = 504 x [1 + (10 x 5/100)] = 756 veículos/dia

(504  756)
Vm   630 veiculos / dia ( sentido mais solicitado )
2
VT = 365.Vm .P
VT = 365 x 630 x 10 = 2.299.500  VT  2,3 . 106 veículos
b) Taxa de crescimento geométrico anual
o Tráfego no ano inicial do projeto: V1 = V0 (1 + t)
o Tráfego no último ano do período de projeto: VP = V1 ( 1+ t )P
o Tráfego total: VT = 365. V1 [(1+t)P – 1]/t

Fator Equivalente de Operações (FEO) - f

EV = f x EVP Ev – efeito da passagem de um veículo


Evp – efeito da passagem de um veículo padrão

Determinação do FEO

1) Método da A A S H T O 4 , 32
 Q 
Roda simples – Eixo simples FEO   
 7,77 
Roda dupla:  Q 
4 , 32

FEO   
Eixo simples  8,17 
4 ,14
 Q 
Eixo duplo FEO   
 15,08 
4 , 22
 Q 
Eixo triplo FEO   
 22,95 
2) Método do D N I T
Composição de tráfego

Eixo simples No de eixos (%) VDMI fi fi x VDMi fi x (%)


(tf)

Eixo Tandem Duplo


(tf)

FC 100  (VDM i )
 ( f VDM )  
i
f i  % 

Fator de Carga: equivalência de operação entre o tráfego de veículo padrão e o tráfego real

FC 
 ( f  VDM
i i )
FC 
  f  %
i TDM 0   (VDM i )
 VDM i 100

Fator de Eixo: Transforma o numero de veículos padrão, em número de passagens de eixos equivalentes

FE = P2 x 2 + P3 x 3 + ....+ Pn x n P2 , P3 , ...., Pn - % de veículos com 2 eixo, 3 eixos, ....., n eixos

Outra maneira:

n  VT  FE VT - Volume total de tráfego


n - número total de eixos

OBS: Na falta de dados adotar - FC = 1,70 e FE = 2,07


Exemplo 1:

Para um projeto em que se prevê 60% dos veículos com 2 eixos e 40% com 3 eixos, o
fator eixo será:

FE = 0,60 x 2 + 0,40 x 3  FE = 2,4.

Exemplo 2:

Em uma estrada, a amostragem contou 300 veículos comerciais assim constituídos: 200
veículos com 2 eixos, 80 veículos com 3 eixos e 20 veículos com 4 eixos. Qual o valor de
(FE).

Cálculo do no de eixo: n = 200 x 2 + 80 x 3 + 20 x 4 = 720 eixos

720 = 300 x (FE)  (FE) = 2,4


Fator Climático Regional (FR)
m  m  m 
FR   s   FRs   c   FRc   i   FRi
 12   12   12 

ms – no de meses de seca , no ano FRs – Fator climático para os meses de seca


mc – no de meses de chuvas, no ano FRc – Fator climático para os meses de chuvas
mt – no de meses de clima temperado, no ano. FRt – Fator climático para os meses de clima temperado.

Exemplo:

Seja uma estrada em que prevalecem as seguintes condições durante o ano.

Duração Coeficiente
(meses) climático  3   2   7 
FR    2    1,5     0,7  1,16
3 2,0  12   12   12 
2 1,5
7 0,7

No Brasil, o DNIT sugere os valores constantes na tabela:


Altura média anual chuva FR
(mm)
Até 800 0,7
800 –1.500 1,4
> 1.500 1,8
Classificação do Tráfego
SOLICITAÇÕES TRÁFEGO
N < 106 Leve
5x106  N  106 Médio
5x107  N  5x106 Pesado
N > 5x107 Muito Pesado
EXERCICIOS
* ) Em uma via urbana com duas faixas de tráfego e sentido único a contagem de veículos é
apresentada no quadro abaixo. São conhecidos:
Taxa de crescimento anual de veículos: 6%
Contagem total (TDMo): 640 ; Não há predominância de veículos.
Fator Climático Regional: 1,0
Pede-se determinar:
a) Preencher a planilha de composição de tráfego;
b) O fator Veículo, FV;
c) O valor de N, para uma vida útil estimada de 8 anos.
d) O tipo de tráfego

Eixo Simples No eixos/dia Freqüência (%) VDM FEO (f) x (%) (f) x VDM
(ton) (f)
6,0 2 34,5
10,0 2 22,0
Eixo Tandem
Duplo
(ton)
16,0 3 26,5
30,0 4 17,0
(*) Conhecidos os dados do tráfego abaixo pede-se calcular: a) os valores de FC e FE; b) O número N,
considerando FV = 5,0 x 106 veículos/dia. Dado: Altura media anual de chuva = 900 mm.

ESRS (ton) No eixos Freqüência (%) FEO Eq. Operações


(f) (f) x (%)
 5 2 72
5 2 7
7 2 3
9 2 7
11 3 5
13 3 4
15 3 1
ESRD (ton)
19 2 1
-
100%
*) Está sendo prevista a abertura de uma nova avenida em Belém, com uma faixa exclusiva para ônibus. No
sentido bairro-centro, estão previstos 100 ônibus/hora durante as cinco horas de pico, trafegando cheios; 40
ônibus/hora pelo período de 11 horas durante o dia, trafegando com poucas pessoas. Desprezam-se os ônibus
que trafegam durante as 8 horas de período noturno e nos finais de semana. Supondo que a configuração dos
ônibus seja a mesma para toda a frota, tem-se que nos horários de pico, o ESRS pesa em média 4,5
toneladas e o ESRD 9 toneladas; nas demais horas, o ESRS pesa 3 toneladas e o ESRD 5 toneladas. Calcule
o número de repetições equivalentes ao eixo-padrão para um período de projeto de 10 anos, com crescimento
linear de 1% ao ano.
- Solução -

100 ônibus/h  5 h = 500 (lotados)  4,5 t (ESRS) / 9,0 t (ESRD)

40 ônibus/h  11 h = 440 (1/2 lotação)  3,0 t (ESRS) / 5,0 t (ESRD)


940 ônibus por dia  5 dias por semana

ESRS (ton) No eixos/dia Freqüência (%) FEO Eq. Operações


(f) (f) x (%)
3,0 440 23,4 0,02 0,468
4,5 500 26,6 0,09 2,394
ESRD (ton)
5,0 440 23,4 0,13 3,042
9,0 500 26,6 1,70 45,22
 = 1.880 100,0  = 51,502

- Fator eixo: n = Vt . (FE)


1.880 = 940 . (FE)  FE = 2,0
- Volume médio diário:

FC 
 (%)  ( f )  51,502  0,515 V1  V P 949,4  1.044,34
100 100 Vm    996,87 veiculos
•Volume inicial de tráfego diário no sentido mais solicitado: 940 ônibus
2 2
•Volume de tráfego no primeiro ano de operação: V1 = Vo (1 + t) N = 365 x 10 x 996,87 x 0,50 x 2,0 x 1,0 = 3.638.575,5
V1 = 940 (1 + 0,01) = 949,4
•Volume de tráfego para o período de projeto: VP = V1 (1 + P . t) N = 3,6 x 106 veículos
V10 = 949,4 (1 + 10 x 0,01) = 1.044,34
Materiais das camadas
Coeficiente de equivalência estrutural (k)
HP – espessura de material padrão equivalente a hi
HP = Ki . hi
hi – espessura do material que irá compor a camada

Componentes do Pavimento Coeficiente


K
- Base ou revestimento de concreto betuminoso: CBUQ 2,00
- Base ou revestimento pré-misturado a quente: PMQ 1,70
- Base ou revestimento pré-misturado a frio: PMF 1,40
- Base ou revestimento betuminoso por penetração: PMAF; MB; TSS; TSD; TST 1,20

- Camadas granulares: BGS; MH; BC; SB 1,0


- Sub-base granular; 0,77*
- Reforço do subleito; 0,71 *

- Mat. estabilizado com cimento: Rc7 > 4,5 MPa (45 kgf./cm2 ) BGTC; SC 1,70
- Mat. estabilizado com cimento: 2,8 MPa <Rc7< 4,5 MPa SC 1,40
- Mat. estabilizado com cimento: 2,1 MPa<Rc7<2,8 MPa: SMC 1,20
-- Material estabilizado com Cal: solo-cal 1,20

(*) Quando não se conhece os CBR’s das camadas de reforço e subbase.


Coeficiente Estrutural das camadas de reforço e sub-base

 CBR1 
1/ 3 CBR1 = CBR do reforço ou sub-base
K Re f ou K Sb   CBR2 = CBR do subleito
 3  CBR 2 
Se CBR1 > 3 x CBR2 , adotar KSub ou KRef = 1

Exemplo: Um pavimento é constituído por 4 camadas a saber: revestimento de concreto betuminoso;


base de solo-brita (CBR = 82%); sub-base de areia com pedregulho e argila, com CBR = 25%; reforço
com solo local de CBR = 10%. O subleito possui CBR = 6%. Determine os coeficientes de equivalência
estrutural de cada camada.

Tabela de equivalência de materiais :


- Revestimento de concreto asfaltico: kR = 2,0
- Base granular: kB = 1,0
-Sub-base granular: Como CBR = 25% > 3 x CBR (Subleito)  Adotar : kSB = 1,0

• Determinação de k da camada de Reforço:

1/ 3
 CBR1 
1/ 3
 10 
K Re f      0,82
 3  CBR 2  3  6
Cálculo das espessuras das camadas

R.KR - espessura equivalente do revestimento


B.KB – espessura equivalente da base
H20.KS – espessura equivalente da sub-base
Hn.KRef ou hn.Kn - espessura equivalente do
reforço do subleito.
N Espessura mínima de Revestimento Betuminoso ( Rmin)

N  106 Tratamentos superficiais betuminosos


106 < N  5 x 106 Revestimentos betuminosos com 5,0 cm de espessura
5 x 106 < N  107 Concreto betuminoso com 7,5 cm de espessura
107 < N  5 x 107 Concreto betuminoso com 10,0 cm de espessura
N > 5 x 107 Concreto betuminoso com 12,5 cm de espessura

2
Outro material: R  Rmin 
KR
Ábaco de Dimensionamento
1/ 2
 7011 
H T  9,02  0,23  log 10  N  0,5    234,33 cm 
 CBR 
CONSTRUÇÃO POR ETAPAS

Muitas vezes, quando não se dispõe de dados seguros sobre a composição do


trafego, é conveniente a pavimentação por etapas, havendo ainda a vantagem de,
ao se completar o pavimento para o período de projeto definitivo, eliminar as
pequenas irregularidades de superfície que podem ocorrer nos primeiros anos de
vida do pavimento.
EXEMPLOS SOBRE DIMENSIONAMENTO

1) Dimensionar o pavimento de uma estrada para a qual se prevê N = 103 veic. Padrão.
O subleito apresenta IS = 2 e que se dispões de material para reforço com IS = 12 e
material para base e sub-base. Utilizar concreto betuminoso como revestimento.

- SOLUÇÃO –
- Do Ábaco e das tabelas obtem-se:
H2 = 56 cm KR = 2,00
H12 = 21 cm KB = 1,00 N = 103 R = 5 cm (Tabelado)
H20 = 18 cm Ksub = 0,77
KRef = 0,71

2.R + B x 1,00 = 18 cm  B = 8 cm B ≈ 10 cm ( espessura mínima permitida)


2.R + B x 1,00 + 0,77 x h20 = 21 cm h20 = 1,3 cm , adota-se h20 = 10 cm
2.R + B . 1 + 0,77 x 10 + 0,71 x href = 56 cm href = 40 cm

Espessura final do Pavimento: H = 5 + 10 + 10 + 40 = 65 cm


2) Dimensionar o pavimento para uma rodovia em que N = 106 eixos padrão, sabendo-se
que o subleito apresenta um IS = 8. Dispõe-se de material para sub-base e base.
a) Adotar concreto betuminoso como revestimento;
b) Adotar concreto betuminoso como revestimento e base granular com 20 cm de
espessura;
c) Adotar revestimento e base de concreto betuminoso;
d) Adotar macadame betuminoso como revestimento (KR = 1,2)

3) Dimensionar o pavimento para uma estrada em que N = 108 eixos padrão, sabendo-se
que o subleito apresenta um IS = 10. Dispõe-se de material para reforço do subleito
com IS = 15 e de material para camada de base. O revestimento é de concreto
betuminoso.

4) Dimensionar o pavimento para uma estrada em que N = 1,85 x 107 eixos padrão,
sabendo-se que o subleito apresenta CBR = 6. Dispõe-se de material para reforço do
subleito, com CBR = 15 e de material para base. O revestimento é de concreto
betuminoso.

5) O solo de subleito possui IG = 4 e CBR = 8%. Caso necessário, dispõe-se de solo para
reforço com CBR = 12%. O material para sub-base tem CBR = 24%. O revestimento
asfaltico é um pré-misturado a frio. Dimensionar o pavimento para um valor de N = 4 x
106 eixos padrão.
6) Para um tráfego estimado, na faixa de projeto, de 109 repetições do eixo padrão de 80 kN, para
período de projeto de 20 anos, o SETRAN (PA) estabeleceu a estrutura de pavimento asfaltico semi-
rígido abaixo indicada como solução para parte do trecho Entroncamento - Marituba, cuja construção
dá sinais de inicio de degradação (trincas no revestimento). Verifique se as camadas de tal pavimento
atendem ao critério de projeto do DNER.

 Revestimento: 15 cm de CBUQ
 Base: 12 cm de Brita Graduada Simples
 Sub-base: 17 cm de brita graduada tratada com cimento
(Resistência, 7 dias de cura, 6 MPa)
 Reforço do subleito: 30 cm de solo melhorado com cimento
(Resistência, 7 dias de cura, 2 MPa e CBR = 15%)
 Subleito: Solo com CBR = 6%

 Verificação segundo o método de dimensionamento do DNER:

A) Revestimento: Tabela : N = 109  Espessura minima 12,5 cm

Como o revestimento foi construído com espessura de 15 cm > 12,5 cm , OK !

B) Camada de Base (Brita Graduada simples: K = 1,0)


D) Camada de reforço: (Solo melhorado com cimento: K = 1,2)
Ábaco: N = 109 e CBR = 20%  H20 = 32 cm
Ábaco: N = 10 9 e CBR = 6%  H6 = 73 cm
R . KR + B . KB  H20 15 x 2,0 + B x 1,0  32  B  2 cm
15 x 2,0 + 12 x 1,0 + 17 x 1,7 + hRef x 1,2  73 cm
Como a Base foi construída com a espessura de 12 cm > 2 cm, OK !
30 + 12 + 29 + 30 x 1,2 = 107 cm > 73 cm , OK !
C) Camada de Sub-base (Brita tratada com cimento: K = 1,7)
N = 109 e CBR = 15%  H15 = 40 cm Conclusão: As espessuras das camadas construídas estão de
acordo com o método de projeto do DNER, não havendo, portanto,
15 x 2 + 12 x 1,0 + h20 x 1,70  40 cm
falhas estruturais para originar o aparecimento das trincas no
30 + 12 + 17 x 1,70 = 71 cm > 40 cm , OK ! revestimento, considerando que as camadas foram rigorosamente
compactadas conforme o projeto.
Custo do Pavimento
Custo total do pavimento Composição de custos das diversas camadas que o constitui.

ROTEIRO:

1) Consumo (m3/km) , de cada camada acabada.

Va = e x L x 1.000 e - espessura da camada


L – largura da camada

2) Custo total da camada acabada por km.

Custo total = Custo de transporte + Custo da camada acabada

Custo de transporte = DMT x custo unitário do material


Custo da camada acabada = Va x Custo/m3
Composição e dimensões das camadas

Camadas Material Espessura Largura Quantidade


(cm) (m) de material
(m3/m)
1 Revestimento CA 5 7
Imprimação ADP - 8
2 Base Solo cimento 10 8
3 Subbase Solo estabilizado 10 9
4 Reforço Solo de jazida 20 10
5 Regularização Solo escolhido Variável Variável
6 Subleito Solo local - Variável

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