Este documento discute os blocos de coroamento sobre estacas utilizados em fundações. Ele descreve os critérios para classificar blocos como rígidos ou flexíveis e os métodos de projeto, incluindo o método das bielas e tirantes para blocos rígidos e o método clássico de flexão para blocos flexíveis. Além disso, discute parâmetros importantes como o ângulo de inclinação das bielas e o dimensionamento da armadura principal.
Este documento discute os blocos de coroamento sobre estacas utilizados em fundações. Ele descreve os critérios para classificar blocos como rígidos ou flexíveis e os métodos de projeto, incluindo o método das bielas e tirantes para blocos rígidos e o método clássico de flexão para blocos flexíveis. Além disso, discute parâmetros importantes como o ângulo de inclinação das bielas e o dimensionamento da armadura principal.
Este documento discute os blocos de coroamento sobre estacas utilizados em fundações. Ele descreve os critérios para classificar blocos como rígidos ou flexíveis e os métodos de projeto, incluindo o método das bielas e tirantes para blocos rígidos e o método clássico de flexão para blocos flexíveis. Além disso, discute parâmetros importantes como o ângulo de inclinação das bielas e o dimensionamento da armadura principal.
A definição do tipo de fundação para uma construção é baseada nos
estudos técnicos e econômicos da obra. Para escolher a melhor alternativa, o projetista deve levar em conta aspectos técnicos e econômicos do caso em questão, avaliando o tipo de solo e seus parâmetros, as ações incidentes e os tipos de fundações disponíveis no mercado local. As fundações em estacas são adotadas quando o solo em suas camadas superficiais não é capaz de suportar ações originadas na superestrutura, sendo necessário, portanto, buscar resistência em camadas profundas. Quando for necessária a utilização de fundação em estacas, faz-se necessário a construção de outro elemento estrutural, o bloco de coroamento, também denominado bloco sobre estacas. Para os casos de fundações utilizando tubulões também há a necessidade de blocos de coroamento para a transferência das ações. Os blocos sobre estacas são elementos com um sistema de funcionamento complexo, pelo fato de todas as suas dimensões possuírem a mesma ordem de grandeza e devido ao seu comportamento mecânico. O conhecimento do real comportamento dos blocos é de extrema importância, tendo em vista que geralmente não é possível a inspeção visual dos blocos em serviço. Apesar da relevância dos blocos sobre estacas para a segurança da estrutura, os métodos utilizados em projetos para o dimensionamento e verificação destes elementos são simplificados. Além disso, encontramos divergências nas normas e métodos de cálculo em relação às classificações dos blocos e parâmetros adotados para dimensionamento. A norma brasileira NBR 6118:2003 classifica os blocos sobre estacas em rígidos e flexíveis, aceitando para cálculo dos blocos rígidos modelos tridimensionais, lineares ou não, e modelos de bielas e tirantes tridimensionais, tendo esses últimos a preferência por definir melhor a distribuição de forças nos tirantes. Porém, não é apresentado no texto da NBR 6118:2003 prescrições para o dimensionamento e verificação dos blocos sobre estacas. Desenvolvimento
Os blocos são estruturas de volume que têm a função de distribuir as
cargas dos pilares a elementos de fundações profundas, tais como estacas e tubulões. Em geral, o dimensionamento dos blocos é similar ao das sapatas, diferenciando-se dessas pelo fato de se ter cargas concentradas no bloco devido à reação das estacas. O comportamento estrutural e o dimensionamento dependem da classificação do bloco quanto à rigidez, utilizando-se os mesmos critérios das sapatas. Portanto, quanto à rigidez, os blocos são classificados como flexíveis ou rígidos. As dimensões em planta dos blocos sobre estacas dependem, quase sempre, apenas da disposição das estacas, adotando-se, em geral, o menor espaçamento possível entre elas. Esse espaçamento é adotado igual a 2,5 vezes o seu diâmetro no caso de estacas pré-moldadas e 3,0 vezes o diâmetro se as estacas forem moldadas "in loco". Em ambos os casos, esse valor não pode ser inferior a 60 cm. Deve-se ainda respeitar uma distância livre mínima entre as faces das estacas e as extremidades do bloco. Obedecendo essas recomendações, as dimensões dos blocos são minimizadas resultando na maioria das vezes em blocos rígidos. Entretanto, por razões diversas, o espaçamento entre as estacas pode ser aumentado, resultando em um bloco flexível.
Neste texto, aborda-se o projeto estrutural dos blocos rígidos, por
serem mais utilizados que os flexíveis. Para estes últimos, o método de cálculo é similar ao visto para as sapatas flexíveis, ou seja, utiliza-se o método clássico da flexão (balanços). Para os blocos rígidos, o método mais apropriado baseia- se nos modelos de biela e tirante. O modelo de bielas e tirantes pode ser adotado considerando o fluxo de tensões na estrutura, utilizando o processo do caminho das cargas. Essas tensões podem ser obtidas por meio de uma análise elástica linear, utilizando métodos numéricos, como por exemplo, o método dos elementos finitos. O modelo de bielas e tirantes pode ser definido como o comportamento estrutural dos blocos sobre estacas, sendo que o bloco rígido sobre estacas é uma região de descontinuidade generalizada, conhecida como “região D”. As geometrias das regiões nodais e das escoras comprimidas são diferentes das apresentadas por Blévot. As verificações das escoras comprimidas, assim como das regiões nodais, podem ser feitas através das considerações apresentadas em normas como o Eurocode e a norma espanhola EHE, entre outras.
2. METODO DAS BIELAS E TIRANTES – APLICAÇÃO AOS BLOCOS
RÍGIDOS.
Um bloco é considerado rígido se a sua altura se enquadrar nas seguintes
inequações: Nos blocos rígidos, não se aplica diretamente a teoria de flexão, devendo-se recorrer a outras formas para se calcular a armadura principal de tração. A NBR 6118 (2003) sugere a utilização de modelos de biela e tirante, pelo fato destes definirem melhor a distribuição dos esforços pelos tirantes. No método das bielas e tirantes, admite-se, no interior do bloco, uma treliça espacial constituída de: • barras tracionadas, denominadas de tirantes, situadas no plano médio das armaduras. Este plano é horizontal e se localiza logo acima do plano de arrasamento das estacas; • barras comprimidas e inclinadas, designadas como bielas. Estas têm suas extremidades de um lado na intersecção com as estacas do outro na interseção com o pilar. O esquema geral do modelo de cálculo empregado no método das bielas e tirantes está indicado na figura 2. A força normal do pilar é transmitida às estacas pelas bielas de compressão. O equilíbrio no topo das estacas é garantido pela armadura principal de tração. O método das bielas também pode ser empregado para blocos submetidos a carregamentos não centrados, desde que se admita que se trabalhe, nas formulações de equilíbrio de forças, com a estaca mais carregada.
Ângulo de inclinação das bielas
Além de permitir a ancoragem das barras longitudinais dos pilares, o
bloco deve ter altura suficiente para permitir a transmissão direta da carga, desde a base do pilar (no topo do bloco) até o topo das estacas, por meio das bielas comprimidas. Para que isso aconteça de modo eficiente, a inclinação da biela mais abatida (menos inclinada) não deve ser inferior à 40° (ou 45°). Além disso, ensaios experimentais indicam que o método das bielas fornece resultados à favor da segurança para inclinações de biela entre 40 e 55 graus em relação à horizontal. Portanto, recomenda-se limitar o ângulo de inclinação das bielas em:
Vale notar que o ângulo de inclinação da biela depende exclusivamente da
geometria do bloco. Assim, as dimensões envolvidas são: • a distância na horizontal do eixo da estaca ao ponto de aplicação da força normal do pilar; • a altura útil da armadura principal.
Por fim, a área da armadura principal de tração é calculada por:
Verificação das tensões de compressão atuantes na biela para evitar
o esmagamento da biela diagonal, deve-se limitar as tensões de compressão atuantes na mesma. Junto ao pilar: Método CEB-70
Os blocos rígidos de até 6 estacas tem seu dimensionamento estrutural
realizado pelo métodos das Bielas, no entanto, blocos com mais de 6 estacas, por ter função de mais complexidade, é utilizado para seu dimensionamento estrutual, por ser mais comum nesses caso é utlizado como dimensionamento estrutural o método CEB-70 em que o mesmo indica também a verificação de segurança para as tensões normais e tangenciais, devendo sempre atender alguns critérios:
Para os blocos flexíveis, independentemente dos números de estacas,
considerando o bloco uma laje, sempre respeitando os limites normativos para sua resistência ao cisalhamento, em função da inexistência de armaduras para esse tipo de esforço.
Para o dimensionamento dos blocos de coroamento dependem, quase sempre,
apenas da disposição das estacas, adotando-se, em geral para estacas pré- moldadas 2.5 vezes o seu diâmetro, para estacas moldadas “in loco” 3 vezes o seu diâmetro. Conclusão Os blocos são estruturas de concreto armado usados principalmente para a transferência das ações provenientes da superestrutura. São comumente encontrados em infraestrutura de obras como pontes e edifícios e o conhecimento do seu comportamento real é de importância fundamental, pois sua inspeção visual, após a construção é de grande dificuldade. Em virtude dos fatos mencionados demonstra quanto os Blocos de Coroamento têm importância fundamental na estrutura de fundações das edificações. Pois permite reparos nas estruturas em casos de recalques evitando colapso de estruturas e possibilitando uma maior rigidez e segurança em toda sua infraestrutura. É imprescindível compreender que para a correta classificação dos blocos em função da sua rigidez, o que deve ser verificada é a inclinação da biela de compressão da estaca mais afastada, em direção ao centro ao centro geométrico do respectivo bloco. 1. Quais os critérios devem ser levados para a utilização nos blocos de coroamento?
Tipo de fundação executada, excentricidade da superestrutura e infraestrutura,
distribuição das cargas entra as estacas.
2. Qual a finalidade do bloco de coroamento?
Distribuir as cargas sobre as estacas, corrigir a excentricidade entra a
superestrutura e infraestrutura, dando uma maior rigidez e segurança para a estrutura.
3. Quais os tipos de estacas utilizadas no bloco de coroamento?
Pré-moldadas, Franki, Strauss, Raiz.
4. No Brasil utilizam-se principalmente dois métodos de cálculo para
dimensionamento de bloco de coroamento sobre estacas:
a) Método das bielas e CEB-70
b) Método das treliças e MEF
c) Método do cisalhamento e das Bielas
d) Método da sapata e Compressão
5. De acordo com a NBR 6118:2014 blocos são estruturas de volume
usadas para transmitir às estacas e aos tubulões as cargas de fundação. Esses blocos são classificados em dois tipos:
a) Rígidos e Moles
b) Flexíveis e dobráveis
c) Rígidos e Flexíveis d) Rígidos e Maleáveis
REFERÊNCIAS
ALONSO, U. R. (1983). Exercícios de Fundações. Editora Edgard Blücher Ltda.
ANDRADE, J.R.L. (1989). Dimensionamento Estrutural de Elementos de Fundação. São Carlos, EESC-USP. (Notas de aula) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2003). NBR 6118 – Projeto de Estruturas de Concreto, Rio de Janeiro. FUSCO, P.B. (1995). Técnica de Armar as Estruturas de Concreto. Editora Pini, São Paulo. GIONGO, J.S.; VANDERLEI, R.D. (2000). Projeto Estrutural de Blocos sobre Estacas. São Carlos, EESC-USP. (Programa de Aperfeiçoamento de Ensino – PAE) MIGUEL, M. G. (2000). Análises Experimental e Numérica de Blocos sobre 3 estacas. São Carlos. 211p. Tese (Doutorado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. SILVA, T.J. (2003). Estruturas de Concreto Armado: Blocos sobre estacas. Uberlândia – FECIV-UFU (Notas de aula).