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O elemento de fundação profunda (Quadro 2.1) é aquele que transmite carga ao terreno, através
da base (resistência de ponta) ou da superfície lateral, conhecida como resistência de fuste, ou
ainda, pela combinação das duas. A sua base apoiada em uma profundidade superior a oito
vezes a menor dimensão (fuste) em planta e no mínimo 3,0 m. Nesse tipo de fundação, estão
inclusas as estacas e tubulões (Fig. 2.1), conforme descrito nos itens 3.11 e 3.49,
respectivamente, na NBR 6122 (ABNT, 2019).
Esses tipos de fundações podem ser utilizados, tanto em solos coesivos, como em solos
granulares (não coesivos). Os solos coesivos (Argilosos) ao receberem água tendem a se
tornarem plásticos (surge a “lama”). Apresentam maior grau de estabilidade quando secos. Já
os solos não coesivos (granulares) compreendem-se os solos compostos de pedras, pedregulhos,
cascalhos e areias, ou seja, de partículas grandes (grossas).
No caso de ações, no elemento de fundação, decorrente do vento e, este for a ação variável
principal, as tensões admissíveis de sapata, tubulões e cargas admissíveis em estacas, podem
ser majoradas em até 15% (30% para galpões, graneleiros, torres e reservatórios elevados).
Quando essa majoração for utilizada, o coeficiente global não pode ser inferior a 1,6. Sendo as
verificações feitas por meio de valores de tensão resistentes de cálculo as ações podem ser
majoradas em até 10%, conforme visto nos itens 6.3.2 e 6.3.3 da NBR 6122 (ABNT, 2019).
No final do fuste é usual fazer um alargamento de base, igual ou maior do que 3 vezes o fuste,
cuja finalidade é diminuir as tensões no solo.
Importante destacar que em seu item 18.7.2.15 a NR 18 (2020) proíbe a execução de tubulões
feitos de forma manual, com mais de 15 metros de profundidade. Com menor profundidade,
o tubulão escavado manualmente deve ser encamisado em toda a sua extensão; possuir diâmetro
mínimo de 0,9 m (noventa centímetros) e ser executado, após sondagem ou estudo geotécnico
local, para profundidade superior a 3 metros (item 18.7.2.16 – NR 18, 2020).
Classe de agressividade
segurança (minoração
Tensão de
Classe e resistência
comprimento útil mínimo
do concreto ( c)
característica do
compressão simples
Coeficiente de
(incluindo trecho de
atuante abaixo da
ambiental
concreto
ligação com o bloco)
qual não é
necessário armar
Armadura Comprimento (exceto ligação com
(%) (m) o bloco
(Mpa)
Ainda de acordo com os itens B.9.1 e B.9.2 do anexo B, da NBR 6122 (ABNT, 2019), o
concreto a ser utilizado em tubulão a céu aberto deve satisfazer as seguintes exigências:
para o C25, consumo mínimo de cimento de 280 Kg/m3, fator a/c ≤ 0,6, abatimento
(slump) entre 100 a 160mmm e diâmetro de agregado de 9,5 mm a 25 mm (B2);
para o C40, consumo mínimo de cimento de 360 Kg/m3, fator a/c ≤ 0,45,
abatimento (slump) entre 100 a 160mmm e diâmetro de agregado de 9,5 mm a 25
mm (B2).
De acordo com o item C.3 do anexo C da NBR 6122 (ABNT, 2019) somente serão admitidos
trabalhos com pressões superiores a 0,15 MPa (1,5 Kg/cm2 – 15 metros de coluna d´água)
quando tomadas as seguintes providências:
Ao se dimensionar uma fundação utilizando-se de tubulão, seja ele curto, ou não, procura-se
fazer coincidir o centro de aplicação da carga, com o centro de gravidade do fuste e do tubulão
(existindo força normal e momento fletor os CG’s devem coincidir com a aplicação da carga
aplicada do eixo do pilar de e= M/N). É comum a transferência de carga ser direta pilar –
tubulão, sem a utilização de blocos (quando as tensões são baixas).
2.º caso - Pilar chegando ao tubulão por meio de um bloco de transição (Transição
indireta: pilar-bloco-tubulão, Erro! Fonte de referência não encontrada.-b);
Figura 2.9 - Ligação pilar-fuste: (A) solução para pilar folgado em termos de tensão no concreto
e (B) solução para pilar com tensões altas no concreto
Em casos com pilares com dimensões inferiores ao dos tubulões (Erro! Fonte de referência n
ão encontrada.), ou aparelhos de apoios sobre os tubulões, existe uma área de contato em que
a tensão de compressão solicitante aumenta. Todavia, o item 21.2.1 da NBR 6118 (ABNT,
2014) permite um aumento da capacidade resistente. Desta forma, a tensão solicitante de
cálculo deve ser inferior a tensão resistente de cálculo:
Sendo:
Nsd
σsd = 2.2
Aco
A
σRd = fcd √Ac1 ≤ 3,3fcd 2.3
co
Caso Aco seja retangular, este mesmo item da NBR 6118 (ABNT, 2014) recomenda que a
proporção entre os lados não ultrapasse 2.
d Ns
σt,pilar = 0,4 ∗ (1 − af ) ∗ A 2.4
pilar
b Ns
σt,fuste = 0,4 ∗ (1 − d ) ∗ A 2.5
f fuste
fctk
σct ≤ 2.6
2
2/3 2/3
fctk = 0,9 ∗ 0,3 ∗ fck = 0,27 ∗ fck
Mörsh (apud Leonhardt) conduz a uma solução semelhante à desenvolvida acima. Para isso
supõem que as trajetórias das tensões principais de compressão se concentrem em uma
resultante de trechos retos, conforme figura
a d
Rs ( − f)
4 4
= 2.7
Ns /2 a/2
d
R s ≅ 0,25Ns (1 − f ) 2.8
a
Leonhardt (1977) recomenda ainda que, para o cálculo da armadura, a tensão resistente de
cálculo, no aço, deve ficar entre 180 a 200 MPa.
R sd
As = ⁄f 2.12
yd
- Fretagem no tubulão
Neste caso existe abertura de carga nas duas direções, na cabeça do tubulão, e devem ser
calculadas as armaduras de fretagem, de forma semelhante aos cálculos efetuados
anteriormente:
Ns a Ns b
Rs = (1 − d ) 2.13 Rs = (1 − d ) 2.14
3 f 3 f
2.º Caso - Transição através de bloco - O cabeçote ou cabeça pode ser substituído por um
bloco sobre o topo do fuste
De um modo geral o bloco de transição circunscreve tanto o pilar, quanto o tubulão. A fretagem
no bloco se faz, portanto, nas duas direções, devido à abertura de carga, Pilar-Bloco, ou, devido
ao fechamento da carga em direção ao tubulão, Bloco - Tubulão.
Neste caso a carga do pilar abre dentro do Neste outro a carga do pilar fecha, dentro do
bloco procurando caminhar diretamente para bloco, caminhar diretamente para o tubulão.
o tubulão.
Ns b Ns d
R st = (1 − d ) 2.15 R s𝑙 = ∗ (1 − af ) 2.16
3 f 3
Ns 1
Rs = ∗ 2.17
2 tgα
Rsd
As = 2.18
fyd
> 450
Caso o ângulo > 600 colocar armadura de fretagem adicional (1,25*As), como se o tubulão
fosse cheio
Considerando a fórmula de tubos (ver figura acima) se obtém a tração atuante nos estribos.
β = ⁄π β = ⁄π
∑βi=0 2 pzi ∑βi =0 2 pr senβi
i i
p= = 2.19
r r
β =π⁄
p ∗ r = pr ∗ ∑βi =0 2 senβi 2.20
i
Ns ∗r⁄
pv ∗r 2πr Ns ∗r Ns
Rs = p ∗ r = = = = 2.21
tgα tgα 2πrtgα 2πtgα
Rsd γf ∗Rs
As = fyd
= fyd
2.22
Caso essa altura seja insuficiente pode-se diminuir o comprimento de ancoragem diminuindo
a tensão no aço.
Rsd Nsd
As = = 2.24
fyd 7,5∗fyd
- área da base
Quando o atrito lateral for considerado em tubulões, deve ser desprezado um comprimento de
fuste igual ao diâmetro da base imediatamente acima do início dela (item 8.2.1.2 da NBR 6122,
ABNT, 2019).
Ns πD2
Abase = = 2.25
σadm,s 4
4∗Ns
D = √π∗σ 2.26
adm,s
A transição do fuste para a base é feita através de uma superfície tronco-cônica, chamada
“sino”. A altura “h” é determinada através do ângulo “”
Caso a base necessite ser uma falsa elipse, a área é dada por:
πb2 Ns
Abase = + b∗x = 2.27
4 σadm,solo
σadm,s ∗ R3 σadm,s ∗ R2
R s,t = Ft = =
R ∗ tan β tan β
Sabendo-se que:
fct
σct ≤
2
E que a força de tração (Ft) atua na faixa de h0 0,15H ou 20 cm (o maior) a tensão no de tração
no concreto pode ser escrita:
Ft fct
σct = ≤
0,15H ∗ 2R 2
h = tgβ ∗ (D − df )/2
2σadm,s ∗ R2
≤ fct
0,15 ∗ tan2 β ∗ (D − df ) ∗ R
2R σadm,s D σadm,s
tan2 β ≥ ∗ = ∗
0,15 ∗ (D − df ) fct 0,15(D − df ) fct
D σadm,s
tan β ≥ √0,15(D−d ) ∗ 2.28
f fct
1,4∗σadm,s ∗R2
R sd = 1,4 ∗ Ft = 2.29
tan β
Rsd
As = → Nas duas direções
fyd
Os blocos de fundação podem ser dimensionados de tal maneira que o ângulo , expresso em
radianos e mostrado na Figura acima, satisfaça à equação:
tan β σadm,s
≥ +1 2.30
β fct
fctk = resistência característica à tração do concreto, cujo valor pode ser obtido a partir da
resistência característica à compressão (fck) pelas equações:
2⁄
fct,m = resitência à tração média = 0,3 ∗ fck 3
2⁄ 2⁄
fct = 0,4 ∗ 0,3 ∗ fck 3 = 0,12 ∗ fck 3 ≤ 0,8 MPa
Assim a determinação dos esforços solicitantes pode ser feita utilizando-se as fórmulas de vigas
sobre apoios elásticos.
No caso dos elementos estruturais submetidas a cargas axiais as propriedades dos tubulões
(estacas), segundo alguns autores, pouco influenciam no comportamento do conjunto tubulão
(estaca) – solo, visto que, na maioria dos casos a ruptura do conjunto se dá pela ruptura do solo,
na região de contato. Em contrapartida, os tubulões (estacas) submetidos à flexão composta e
esforços horizontais, têm suas propriedades estruturais influenciando no comportamento do
conjunto, tanto quanto as propriedades do solo, na região de contato e, as rupturas mais
frequentes ocorrem no elemento estrutural.
Portanto, dois parâmetros básicos são analisados nesse contexto: a deformação da estaca e a
reação do solo.
De acordo com Vesic apud Santos (1992) o elemento estrutural é: rígido, quando: L ≤ 0,8 (
1,0); semiflexível: 0,8 (1,0) < L < 3,0; e, flexível: L 3,0.
A estaca, como também o tubulão, sobre trecho elástico pode ser analisado como o caso limite
de uma viga contínua sobre apoios elásticos, quando a distância entre os apoios é infinitamente
pequena (Hahn, 1972). Winkler propôs em 1867 que a interação solo-estrutura (fundação) fosse
constituída por uma série de molas, independentes, com comportamento elástico e linear, onde
a rigidez dessas molas caracteriza uma constante de proporcionalidade entre a pressão aplicada
(p) e o deslocamento do solo (s), designada por coeficiente de reação, coeficiente elástico,
entre outros.
Para muitos autores o modelo de Winkler satisfaz as condições práticas e os resultados obtidos,
em termos de recalques e esforços solicitantes, para análise de edifícios, são satisfatórios.
Diante disso não há necessidade de se calcular utilizando-se o método dos elementos finitos ou
o método dos elementos de contorno.
Adaptando o conceito elemento estrutural em meio elástico, para um paramento vertical, caso
de estaca ou tubulões, as equações são as mesmas desenvolvidas anteriormente, somente
modificando as direções dos eixos:
d4 y
+ 44 ∗ y = 0 2.31
dx4
Para o cálculo das estruturas (Estacas, estacas prnachas ou tubulões) cravadas ou fixadas em
meios elásticos (solos) o conhecimento do coeficiente de reação do solo, para deslocamentos
horizontais, se faz necessário.
Segundo Sherif (1974) o coeficiente de reação do solo (ou coeficiente elástico do solo) na
direção vertical não pode ser usado na direção horizontal, visto que as condições de
deformações do solo nos dois casos não são identicos.
O coeficiente elástico vertical do solo foi por muito tempo tomado como um valor empírico.
Hahn (1972) destaca esses valores apresentados na 4.ª edição do Manual das Construções de
Concreto Armado (Handbuch für Eisenbetonbau) e, que se encontram na tabela 3.1
Posteriormente, baseados em cálculos mais refinados, desenvolvidos por Beer, apud Hann
(1972) observou-se que o valor de “Ks” sofre a influência de modo acentuada do módulo de
rigidez do solo (Esolo), bem como da forma da superfície concretada. Desse modo estabeleceu-
se algumas fórmulas práticas, válidas para solos em que o módulo de elasticidade (Es)
permanece constante ao variar a profundidade.
Quando uma estaca ou um tubulão se desloca horizontalmente dentro do solo, este exerce sobre
a superfície do fuste uma pressão variável com a profundidade e o solo reage na mesma
proporção.
x KsL
K s(x) = K sL ∗ L = m ∗ x; sendo: m = (KN⁄m4 ) 2.34
L
Considerações sobre a hipótese de viga sobre apoio elástico aplicada para estacas ou tubulões,
imersos em solo.
Figura 2.36 - Deformada, pressão lateral e esforços internos (V, M), devido a coeficiente elástico
genérico
Sendo KsL o coeficiente de reação do solo (coeficiente elástico do solo), na base do elemento
estrutural (estaca ou tubulão).
Elemento estrutural é considerado rígido, quando: L ≤ 0,8 ( 1,0) segundo Visic apud Santos
(1992)
Primeiramente Titze (1970) estudou as equações para o cálculo dos esforços internos,
considerando uma estaca rígida e coeficiente de reação do solo, uma parábola. Esse estudo
serviu de base para análise de estacas elástico-flexível.
1
Coeficiente de reação do solo parabólico: K s(x) = K sL √x⁄L = K sL ∗ (x⁄L) ⁄2
x H
Adotando: = L ; p(x) = β d ∗L ;
f
1⁄
β = −3,75 2 (2,5 − 3,5) 2.38
De forma semelhante foram desenvolvidas as equações para se obter os valores de V(x) e M(x),
considerando o coeficiente de reação do solo parabólico e, tais valores estão apresentados nas
tabelas 2.5 e 2.6. Os valores de deslocamentos, pressão lateral, força cortante e momentos
fletores estão representados nos gráficos da Figura 2.40, em décimos do vão.
Tabela 2.7 - Valores das deformações, pressões e esforços solicitantes, em elementos estruturais
rígidos, devido a aplicação de força horizontal, no topo, para Ks parabólico
Deformação Pressão lateral: Cortante: Momento:
(x) p(x)=*H/(df*L) V(x)=*H M(x)=*H*L
=X/L = -3,75* (2,5-3,5)
1/2
= [1- (6,25-5,25)]
3/2
= [1-3/2(2,5-1,5)]
0,0 75/8 = 9,375 0,000 1,000 0,000
0,1 -2,550 0,819 0,093
0,2 -3,019 0,535 0,161
0,2381 max.= -3,050 0,419 0,179
Variação linear
Figura 2.39 - Valores de delta, beta, gama e alfa para Ks parabólico, correspondentes às tabelas
2.5 e 2.6.
Figura 2.40 - pressão de contato e momento, ao longo do elemento estrutural, para os três casos
de coeficiente elástico
As equações para p(x), V(x) e M(x), considerando os demais casos de coeficiente de reação do
solo (constante e linear) estão apresentadas no anexo 10 e 11.
Elemento estrutural é considerado rígido, quando: flexível: L 3,0, segundo Visic apud Santos
(1992)
Devido aos efeitos da pressão de contato e resistência do solo, os esforços pontuais (Força
horizontal) e rotação (devido à aplicação de momento) desenvolvem como consequência,
movimento lateral no elemento estrutural.
Com a aplicação separadamente da força horizontal “H” e do momento fletor “M”, no topo do
elemento estrutural, as equações para constantes de integração, deformada (y(x)), declividade
(tg(x), para o momento (M(x)), cortante (V(x)) e pressão (p(x)), podem ser escritas, considerando
as variáveis de integração simplificadas, como seguem:
Titze (1970) dividiu o elemento estrutural em 100 ou 10 (i) partes iguais e calculou os
parâmetros: deformada (yi); declividade (tgi); momento (Mi); cortante (Vi); e pressão (pi), da
seguinte forma:
Figura 2.41 - Parâmetros y(x); M(x); p(x); V(x); a cada centésimo do vão
Momento: Mi = i*Mfic
Cortante: Vi = i*Vfic
Pressão no solo: pi = i*pfic
2.45
Deformada: yi = i*(pfic/KSL)
Deslocamento da cabeça do tubulão: y0 = *(pfic./KSL);
Rotação na cabeça do tubulão: tg0 = *[pfic./(KsL*L)];
Ângulo da tangente à curva de pressão, em x=0: tg0 = *(pfic./L)
Onde: , e são percentuais dos Mfic; pfic; e Vfic, respectivamente, em cada parte do
comprimento do elemento estrutural.
Com essas equações Titze (1970) elaborou ábacos de i (tabela 3.7) e i e os outros parâmetros
acima, em função de e desenvolveu os gráficos apresentados na tabela 3.8, tanto para “H”
quanto “M”, aplicados no topo do elemento estrutural.
L
2 = √L adimensional 2.48
E2
Para a determinação dos esforços e deslocamentos totais, no elemento estrutural, devido aos
esforços H e M, aplicados no topo do elemento estrutural, se faz necessário superpor os efeitos
de correntes de cada solicitante, H(x) e M(x), encontrados separadamente.
d4 y df ∗KsL
+ ∗y=0 2.49
dx4 EI
Sabendo-se que:
x x
LE1 = L⁄ ; = ; = ∗ 1
1 LE1 L
M𝑖
M𝑖 = α𝑖 ∗ HL = α𝑖 ∗ Mfict = α𝑖
H∗L
Figura 2.44 - Gráficos de i e i, em função de , para aplicação de "H" e "M", no topo do
elemento estrutural – Coeficiente elástico constante- Gráficos em escala maior nos anexos de 12 a
18
Figura 2.46 - Gráficos de i e i, em função de , para aplicação de "H" e "M", no topo do
elemento estrutural - coeficiente do solo variando linearmente - Gráficos em escala maior nos
anexo de 12 a 18
É importante ressaltar que, no caso de tubulões executados com alargamento de base, com tubos
pré-moldados, não é recomendável admitir-se o confinamento do solo. O preenchimento dos
espaços vazios entre a camisa do tubulão e o solo é feito durante a execução, à medida que
ocorrem queda e desmoronamento do solo das paredes laterais do poço escavado. Esse material
não é, portanto, compactado e, sua eficiência como elemento de consistência é duvidosa.
Figura 2.47 – Solo não confinado entre o solo escavado e a camisa do tubulão.
No caso de tubulão executado com camisa pré-moldada é importante verificar se existe folga
entre o fuste e poço. Caso haja esse vazio deve ser injetada argamassa, de maneira a garantir o
confinamento do solo (o fuste deve estar em contato com o solo).
Os tubulões não encamisados, segundo o item 8.6.3 da NBR 6122 (ABNT, 2019), podem ser
executados em concreto simples, ou seja, não armado (exceto ligação com o bloco), quando
solicitados por cargas de compressão e observas as condições da tabela 9.1 (Tabela 4 – NBR
6122 – ABNT, 2019). Recomenda ainda o item 24.6.3 da NBR 6118 (ABNT, 2014) que a
a) Concreto: fck,máximo = 25 MPa ( a resistência característica deve ser multiplicada por 0,85)
b) Coeficientes: f =1,4; c = 2,2 e s = 1,15;
c) Tensão máxima atuante (para não armar): 5,0 MPa;
A tensão máxima nas fibras de concreto simples, segundo o item 24.5.2.1 da NBR 6118 (ABNT,
2014), não deve exceder os valores das tensões resistentes de cálculo. Nesses casos de concreto
simples, o coeficiente de majoração será: f = 1,2*1,4 = 1,68
Portanto, a solicitação de cálculo, de acordo com a ABNT NBR 6118 (2014 – item 24.6.1), não
deve ultrapassar NRd.
α𝑙 2
Nsd ≤ NRd = 0,63 ∗ fcd ∗ Ac ∗ [1 − ( ) ]
32df
Onde:
é o fator de que define as condições de vínculo nas extremidades.
1,0, quando não existir restrições à rotação tanto no apoio, quanto na base;
α= {
0,8, quando existir alguma contra rotação, tanto no topo quanto na base.
df é o diâmetro do fuste
No caso de: 5 MPa ∗ Acf ≤ Nsd ≤ NRd , o fuste deverá ser armado
O cálculo das armaduras, para os elementos solicitados â flexão compostas serão tratados de
acordo com o apresentado no capítulo I – Considerações Preliminares - item 1.5.3.
Para tanto serão utilizadas as curvas de interação, semelhantes àquelas apresentadas por
Montoya et all. (1973).
Essas curvas de interação (ábacos) são práticas e podem ser elaborados considerando os pares
resistentes adimensionais (d, d), normalmente para distribuição de armaduras simétricas, caso
típico de elementos estruturais circulares, com estacas e tubulões.
ck f
αv = (1 − 250 ) - um fator redutor da resistência à compressão do concreto, quando há tração
transversal por efeito de armadura e existência de fissuras transversais às tensões de
compressão, com fck em megapascal.
Sendo:
A
Vsw = ( sw⁄s) ∗ 0,9 ∗ d ∗ fywd ∗ (sin α + cos α) 2.60
Resultando:
Vsd
Asw − 0,6∗fctd
(s∗sin α) (0,9∗f (bw ∗d)
) ∗ bw = ρw ∗ bw 2.61
ywd ∗sin α(sin α+cos α)
d) Detalhamento do fuste
As,max = 8%Ac
20 mm
e ≥ { diâmetro da barra
1,2 vezes a dimensão máxima do agregado
5 mm
t ≥ {1
⁄4 do diâmetro da barra longitudinal isolada
200 mm
et ≤ {menor dimensão da seção
24 para CA − 25, 12 para CA − 50
Projetar e dimensionar um tubulão para o pilar da Figura 2.52, com taxa admissível no solo de
0,6 MPa (600 KN/m2). Concreto: fck = 25 MPa. Assentar a base a 12 metros de profundidade.
Dados:
Carga permanente: G=70% x 1200= 840 KN
Carga variável: Q=30%1200=360 KN
Logo, a base circular não cabe na distância disponível, entre o pilar e a divisa. Necessário,
portanto, adotar uma falsa elipse (Figura 2.53):
Inicialmente adota-se b = 2*0,625 = 1,25
(pois, não é necessário deixar folga, visto
que a base está a 12 metros de
profundidade)
Portanto:
∗ b2 Ns + NG
Abase = + b∗x=
4 σadm,solo
2
𝛼∗𝑙 1,0 ∗ 1200 2
[1 − ( ) ] = 1− ( ) = 0,83
32 ∗ 𝑑𝑓 32 ∗ 90
2
𝛼∗𝑙 1,0 ∗ 1200 2
[1 − ( ) ] = 1− ( ) = 0,78
32 ∗ 𝑑𝑓 32 ∗ 80
- Concreto: fck,máximo = 25 MPa ( a resistência característica deve ser multiplicada por 0,85)
- Coeficientes: f=1,4; c = 2,2 e s = 1,15;
- Tensão máxima atuante: 5,0 MPa;
Fazendo D = a = 2,0 m
(D − df ) (2,0 − 0,9)
h = tgβ ∗ = tg600 ∗ = 0,95 m 95 cm
2 2
Dados:
- Diâmetro do tubulão: df = 1,40 m
- Tubulões iguais morrendo em ponta (sem alargamento de base)
- Esforço horizontal: H = 200 KN aplicado na altura do neuprene.
- Concreto: fck = 20 MPa
- Aço: CA-50
5 EI ∗ L 5 21 ∗ 106 ∗ 0,1886 ∗ 12
LE3 = √ = √ = 3,55 m
df ∗ K sL 1,4 ∗ 60.000
Nk = 2.600 KN
Mk = 1.584 KN.m
Nd 2600 ∗ 1,4
= = = 0,165
Ac ∗ fcd 0,785 ∗ 1,42 ∗ 20.000/1,4
Md 1.584 ∗ 1,4
μ = = = 0,076
0,785 ∗ h3 ∗ fcd 0,785 ∗ 1,43 ∗ 20.000/1,4
Nd
0,15 f
As,min. ≥ { yd
0,004 ∗ Ac (item 17.3.5.3.1 da NBR 6118, ABNT, 2014)
Nd 2.600 ∗ 1,4
As,min = 0,15 ∗ = 0,15 ∗ = 12,56 cm2
fyd 50⁄
1,15
3,1416 ∗ 1402
As,min = 0,004 ∗ = 61,6 cm2
4
Espaçamento = e = 2r/n.ºb = 18 cm
Ns πD2
Abase = =
σadm,solo 4
4(2.600+PP)
D = √4P⁄πσadm,solo = √ =
3,1416∗σ adm,solo
3,1416∗1,22
PP = Afuste ∗ L ∗ γconc = ( ∗ 12) ∗ 25 = 340 KN
4
O item 8.2.3.6.1 da NBR 6122 (ABNT, 2019) recomenda que os tubulões devem ser
dimensionados de maneira que as bases não tenham alturas superiores a 1,8 m.
H
tan 600 = H = tan 600 ∗ (Dbase − dfuste )/2
(Dbase −dfuste )/2
Detalhamento do tubulão
Alguns processos de estacas escavadas não propiciam a remoção do solo ou, ainda, na sua
concretagem tomam-se medidas tendo em vista restabelecer as tensões geostáticas. Essas
estacas podem ser classificadas em categoria intermediária às apresentadas acima, e são
denominadas estacas sem deslocamentos.
Estacas de Madeira
As estacas de madeiras devem ser de madeira dura, resistente, em peças retas, roliças e
descascadas. O diâmetro da seção pode variar de 18 a 40 cm e o comprimento de 5 a 8 metros,
geralmente limitado a 12 metros com emendas.
Recomenda-se o seu uso abaixo do nível d’água e, existindo variação desse nível d’água, as
estacas correm o risco de se decomporem pela ação de fungos que se desenvolvem em ambiente
água-ar.
Durante a cravação, as cabeças das estacas devem ser protegidas por um anel cilíndrico de aço,
destinado a evitar seu rompimento sob os golpes do pilão, assim como é recomendável o
emprego de uma ponteira metálica, a fim de facilitar a penetração e proteger a madeira.
Nas extremidades das estacas recomenda-se um reforço da armação transversal para levar em
conta as tensões que surgem durante a cravação.
De acordo com o item 3.20 da NBR 6122 (ABNT, 2019), a estaca metálica é uma estaca
cravada, constituída de elemento metálico produzido industrialmente, podendo ser de: perfis
laminados ou soldados, simples ou múltiplos, tubos de chapas dobradas ou calandradas, tubos
com ou sem costura, e, trilhos.
De acordo com o item 8.6.2 da NBR 6122 (ABNT, 2019), as estacas executadas em solos
sujeitos a erosão ou ainda que vierem a ficarem expostas ou que tenham sua cota de arrasamento
acima do nível do terreno devem ser protegidas ou ter a sua espessura de sacrifício (Tabela 3.1)
definida em projeto.
prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 55
Tabela 3.1 - Espessura de compensação de corrosão
Espessura mínima de sacrifício
Classe
(mm)
Solos em estado natural e aterros
1,0
controlados
Argila orgânica; solos porosos não saturados 1,5
Turfa 3,0
Aterros não controlados 2,0
Solos saturados (a) 3,2
(a) Caso de solos agressivos devem ser estudados especificamente
Fonte: Tabela 5 da NBR 6122 (ABNT, 2019)
Visando o desgaste natural proveniente de corrosões, o item 8.6.7 da NBR 6122 (ABNT, 2019)
exige que estacas metálicas quando estiverem total e permanentemente enterradas,
independente da situação do lençol freático, tenham uma espessura de sacrifício, indicado na
Tabela 3.1, em toda sua superfície, passando a considerar a área reduzida, para o cálculo da
tensão admissível, ou tensão de cálculo.
O item 8.6.5 da NBR 6122 (ABNT, 2019) especifica que o concreto a ser utilizado na fabricação
de estacas pré-moldadas deve limitar o fck a 40 MPa.
Detalhe de emendas
Uma das grandes preocupações com as estacas pré-moldadas diz respeito às emendas. O anexo
E da NBR 6122 (ABNT, 2019), em seu item E6, diz que as emendas, quando necessárias,
devem ser executadas através de anéis soldados ou de outros dispositivos que permitam a
prefeita transferência dos esforços de compressão, tração (mesmo durante a cravação) e flexão,
e ainda a axialidade (manutenção do eixo) dos elementos emendados.
prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 57
- Emenda com luva metálica de justaposição
Brocas
O item 3.5 da NBR 6122 (ANBT, 2019) define estaca tipo broca como uma fundação profunda
executada por perfuração com trado (manual, na maioria das vezes), utilizada para pequenas
construções, com cargas limitadas a 100 KN e comprimento mínimo de 3,0 m.
a) Strauss
As estacas Strauss podem ser armadas ao longo de todo seu comprimento, inclusive com a
colocação de estribos. Antes de se iniciar a 3.ª etapa coloca-se a ferragem, tendo o cuidado de
deixar espaço suficiente para passagem do soquete, bem como providencias para que o
cobrimento especificado seja obedecido.
Estaca moldada in loco e executada pela cravação, por meio de sucessivos golpes de um pilão,
de um tubo de ponta fechada sobre uma bucha seca de pedra e areia previamente firmada na
extremidade inferior do tubo por atrito. Esta estaca possui um bulbo alargado em sua ponta e é
integralmente armada (item 3.16 da NBR 6122, ABNT, 2019). A concretagem do fuste da
estaca é executada sem que a água ou o solo possam se misturar ao concreto.
Em relação à resistência do concreto, adota-se uma variação de 300 kg a 450 kg de cimento por
metro cúbico de concreto para sua dosagem. O adensamento desse concreto, por apiloamento
enérgico resulta em um concreto muito compacto e homogêneo de elevada resistência a
compressão.
Segundo Velloso e Lopes (2010) as tensões de compressão nas estacas Franki variam em torno
de 7 MPa.
É uma estaca concretada "in-loco", injetada, considerada de pequeno diâmetro, variando entre
100 mm e 410 mm, elevada capacidade de carga, baseada essencialmente na resistência por
atrito lateral do terreno. De acordo com o item 3.23 da NBR 6122 (ABNT, 2019) é uma estaca
armada e preenchida com argamassa de cimento e areia, moldada in loco executada através de
prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 61
perfuração rotativa ou roto-percussiva, revestida integralmente, por um conjunto de tubos
metálicos recuperáveis
Na Tabela 3.8 estão indicadas, a título de sugestão, capacidades de cargas para algumas bitolas
(diâmetros).
O item 3.14 da NBR 6122 (ABNT, 2019) define como estaca escavada com fluido estabilizante
(Erro! Fonte de referência não encontrada.) a estaca moldada in loco cuja estabilidade da p
arede perfurada é assegurada pelo uso de lama bentonítica, ou água, quando existir revestimento
metálico.
Figura 3.12 - Estacão Fonte: Este Geotecnia Figura 3.13 - Clam-Shell Fonte: Solonet
e Fundações - http://www.este.com.br/estaca-
Engenharia de Solos e Fundações
escavada.php
Na Tabela 3.10 estão indicadas, a título de sugestão, capacidades de cargas para alguns
diâmetros e capacidade de cargas de estacas escavadas.
− A forma mais barata de estaqueamento não é necessariamente a estaca mais barata por
metro de construção;
Uma fundação em estacas deve atender a segurança em relação ao colapso do solo (Estado
limite último - ELU), bem como os limites de deformações em serviço (Estados limites de
utilização ou de serviço – ELS). Diante disso é necessário avaliar a capacidade de carga do solo
para atender essas condições (Velloso e Lopes – 2010).
Existem inúmeros processos e métodos para se calcular a capacidade de carga no solo devido a
elementos cravados ou moldados “in loco”, que transmitem cargas através da resistência lateral
e/ou da resistência de ponta. Esses métodos estáticos utilizam formulários empíricos que
simulam o comportamento real do solo. Esses métodos são conhecidos como:
∑ 𝐅𝐲 = 𝟎 3.1
Pd = (Pk + G) ∗ γf 3.4
Pp,k +P𝑙,k
Prd = − Pan,k ∗ γf 3.5
γx
Sendo:
O atrito lateral é considerado negativo quando o recalque do solo é maior que o recalque da
estaca ou tubulão
Até alguns atrás se adotava, como valor aceitável, que a capacidade de carga dessas estacas era
da ordem de 10% de sua capacidade de carga à compressão.
Atualmente, baseado em pesquisas recentes, tem-se observado que os métodos teóricos, para o
cálculo da capacidade de carga das estacas, conduzem a valores bastante diversos dos valores
obtidos através de ensaio de provas de carga.
Existem inúmeros métodos para avaliar a capacidade resistente das estacas submetidas à tração,
embora, as divergências de resultados sejam acentuadas. Destaca-se os estudos desenvolvidos
por Campelo (1975) e outros, como: Danziger (1995), Carvalho (1983), Orlando (1999), apud
Albuquerque et AL.; e Martin (1966), Barata et al. (1978), Santos (1985, 1999), apud Velloso
e Lopes (2010).
Segundo Velloso e Lopes (2010) a capacidade de uma estaca vertical, solicitada à tração pode
ser obtida considerando o menor valor entre a:
- Capacidade de carga segundo uma superfície cônica (Figura 3.15b). Pode ser calculada de
acordo com Plagemann e Langner (1973) apud Velloso e Lopes (2010)
γ∗L c
Pk = πμ2 L2 (p + + μ) 3.6
3
Sendo:
= tg = coeficiente de atrito do solo;
c = coesão do solo;
p = sobrecarga aplicada na superfície do terreno;
g = peso específico do solo.
O processo inicia-se determinando, em função das cargas aplicadas, o número de estacas, sua
disposição, bem como, se inclinada ou somente verticais.
Uma vez escolhido o tipo de estaca, parte-se para a determinação do n.º de estacas necessárias.
Para tanto será necessário ter conhecimento prévio das cargas, suas direções e sentidos:
Importante destacar que esse tipo de cálculo somente é válido para o caso de cargas centradas,
coincidindo com centro de carga do estaqueamento e se, as estacas forem todas do mesmo tipo
e diâmetro. No caso da existência de momentos aplicados ou excentricidade da carga o cálculo
será feito considerando esses efeitos.
- Carga vertical e momento fletor – Para se determinar o n.º de estacas majora-se a ação vertical
em 30% para se levar em conta o peso próprio do bloco (5 a 10%) e o efeito do momento fletor.
Sabe-se de antemão que os momentos aplicados são absorvidos por binários (par de forças
opostas equidistantes). Quanto maior a distância entre as forças do binário, menor a carga nas
estacas, tanto a de tração quanto a de compressão.
1,3∗Carga do Pilar
NE = Carga Admissível da estaca 3.9
- Carga horizontal: A existência de ações horizontais que provoquem nas estacas cargas
horizontais, de até 10% de sua capacidade nominal vertical será aceito e a estaca será cravada
verticalmente. Quando o esforço horizontal ultrapassa esse patamar dever-se-á utilizar de
estacas inclinadas. Recomendam-se para cravação de estacas inclinadas, inclinações da ordem
de 140 a 150 embora, atualmente existem bate-estacas com capacidade de cravar estacas até
horizontalmente, caso de tirantes. O número de estacas será determinado como nos caso
anteriores.
- Embora a NBR 6122 (2019) não especifica a distância mínima entre estacas, recomenda-se:
- A distância “a” entre a estacas e a borda do bloco mais próxima deve ser de (1,0 a 1,5)dE ou
ainda dE+15 cm, o maior. A largura “b” do bloco com estacas alinhadas deve ser no mínimo
igual a “2*a”.
- O espaçamento “l” entre as estacas do mesmo bloco, também é o mesmo entre estacas de
blocos contíguos (ao lado).
- Quando as estacas estão alinhadas, sempre que possível alinhá-las também com a maior
dimensão do bloco, bem como com a maior dimensão do pilar.
Segundo Velloso e Lopes (2010) a capacidade de cargas e os recalques do grupo de estacas são
diferentes da estaca isolada. Essa diferença se deve à interação entre estacas próximas, através
do solo que as circundam.
TERZAGHI & PECK (1967) sugeriram avaliar o recalque de grupos de estacas nos solos
coesivos introduzindo uma fundação equivalente, conforme figura acima localizada na
profundidade de 1/3L acima da base das estacas. A pressão é transferida ao solo através desta
fundação. A carga é distribuída dentro de um tronco de uma pirâmide cujas faces têm inclinação
de 1:2 e causa a pressão adicional uniforme no solo subjacente.
A ABNT NBR 6122 (2019 – item 8.3) entende que o efeito de grupo de estacas ou tubulões e
a interação dos diversos elementos que compõem o conjunto (bloco - estaca ou tubulão – solo)
Ainda considera a ABNT NBR 6122 que a carga resistente admissível ou de projeto não pode
ser superior à da sapata hipotética de contorno do estaqueamento (grupo de estacas). Essa sapata
hipotética é definida como assentada a uma profundidade acima da ponta da estaca de 1/3 do
comprimento da camada de apoio da estaca do apoio.
Essas considerações não são válidas para estacas inclinadas. Sugere ainda a norma que se faça
a verificação de recalques, e prova de carga nas estacas.
No caso de se executar prova de carga estática nas estacas a ABNT NBR 6122 (2019 – item
9.2.2.1) recomenda um número mínimo conforme a tabela que segue, considerando a
necessidade de se executar pelo menos 1% do número de estacas, quando este for superior ao
valor indicado na tabela.
Recomenda-se que o espaçamento máximo, de eixo a eixo, de estacas seja de 3dE, para todo o
grupo.
Como a eficiência do grupo, depende: do espaçamento entre as estacas, bem como do tipo de
solo em que imersa, algumas considerações são apresentadas:
Também Kezdi e Stuart et al., apud Velloso e Lopes (2010), indicam que quando as estacas
estão com espaçamentos no grupo, entorno de 2dE, e cravadas em areias fofas, o efeito
provocado pela compactação do solo junto às estacas que lhe são contíguas, aumenta a
eficiência acima de 1,0. À medida que o espaçamento cresce a eficiência reduz para 1,0 (Estacas
rugosas).
Determinação das cargas nas estacas, para um estaqueamento genérico, devido às ações
verticais, horizontais e momentos.
Algumas hipóteses simplificadoras são adotadas possibilitando o cálculo dos esforços nas
estacas:
− O bloco é rígido;
− As estacas são articuladas nas duas extremidades, no bloco e no solo;
− Todas as estacas possuem o mesmo diâmetro (dE);
− Todas as estacas terminam no mesmo nível.
Denomina-se Centro Elástico o ponto onde, ao se aplicar uma carga ela provocará apenas
deslocamento horizontal e vertical do bloco (o bloco não gira).
FRH
∆H = 1 ∗ ⁄R 3.10
∆H
FRV
∆V = 1 ∗ ⁄R 3.11
∆V
Sendo:
Caso a resultante do carregamento externo não passe pelo CE, o bloco sofrerá rotação, além
de deslocamento horizontal e vertical.
- Deslocamento vertical: V = 1
Sendo:
V*cos – valor do encurtamento da estaca;
l – Comprimento da estaca;
A – Área da seção transversal da estaca;
E – Módulo de elasticidade;
P – Carga na estaca;
Pv – carga vertical na estaca = P*cos;
Ph – carga horizontal na estaca = P*sen.
Pode-se escrever:
Pv = 3.12
EA EA cos α EA senα
Ph = ∗ cosα ∗ senα = ∗ cos α ∗ senα ∗ = ∗ cos α2 ∗
𝑙 𝑙 cos α 𝑙 cos α
Ph = ∗ tg α 3.13
Portanto, Pv = v; Ph = v ∗ tg α
P = σ∗A= ε∗E∗A
∆H ∗sen α E∗A
P=E∗A∗ = ∗ sen α ∗ ∆H (= 1) 3.14
𝑙 𝑙
Pv = ∗ tg α 3.16
E∗A cos2 α
Ph = P ∗ sin α = ∗ sen2 α ∗ cos2α = ∗ tg 2 α 3.17
𝑙
∑n
1 (PVEi ∗Xi ) ∑n
1 (PVEi ∗X𝑖 ) ∑n
1 𝑖 ∗X𝑖
XRV = = ∑n
= ∑n
3.19
R∆V ∗cos αRV 1 PVE𝑖 1 𝑖
∑n
1 (PVE𝑖 ∗Xi )
XRH = 3.20
R∆H ∗cos αRH
∑n
1 (PVEi ∗Xi ) ∑n
1 (PVEi ∗X𝑖 ) ∑n
1 (𝑖 ∗tgαE𝑖 ∗X𝑖 )
XRH = = ∑n
= ∑n
3.21
R∆H ∗cos αRH 1 PVE𝑖 1 (𝑖 ∗tgαE𝑖 )
A relação entre a carga externa “F” aplicada no Centro Elástico “CE” e a carga nas estacas.
Denomina-se FRV como a componente de “F” na direção de RV e, da mesma forma, FRH como
a componente de “F” na direção de RH.
Diante disso pode-se dizer que a carga vertical na estaca “Ei” é diretamente proporcional à
carga vertical de todas as estacas.
PVE𝑖 = PE𝑖 ∗ cos α𝑖 = FRV ∗ cos αRV ∗ ∑ 𝑖 3.25
𝑖
O que corresponde, para a componente FRV, que a carga vertical na estaca “Ei” será:
FRV FRV ∗cos αRV
PVE𝑖 = ∗ 𝑖 = ∗ 𝑖 = FRV ∗ cos αRV ∗ ∑ 𝑖 3.26
RV R∆V ∗cos αRV 𝑖
Com idêntico raciocínio, a carga vertical na estaca “Ei”, devido à componente FRH será:
∗tgα
PVE𝑖 = PE𝑖 ∗ cos α𝑖 = FRH ∗ cos αRH ∗ ∑ 𝑖 ∗tgα𝑖 3.27
𝑖 𝑖
∗tgα2
PHEi = PEi ∗ sen αi = FRH ∗ sen αRH ∗ ∑ i ∗tgαi 2 3.29
i i
∗tgα2
PHE𝑖 = PE𝑖 ∗ sen α𝑖 = PE𝑖 ∗ cosα𝑖 ∗ tgα𝑖 = FRH ∗ sen αRH ∗ ∑ 𝑖 ∗tgα𝑖 2 3.30
𝑖 𝑖
∗tgα
PE𝑖 ∗ cos α𝑖 = FRH ∗ sen αRH ∗ ∑ 𝑖 ∗tgα𝑖 2 3.31
𝑖 𝑖
Caso o carregamento externo não passe pelo pondo Centro Elástico – CE será necessário
transportá-lo para o ponto “CE”, fazendo acompanhar do momento de transporte
correspondente. Esse momento tenderá a rodar o bloco em torno do ponto “CE”, carregando
algumas estacas e descarregando outras.
A fim de se obter fórmulas mais simples, coloca-se “p” em função de “”. Dessa maneira, todas
as medidas passam a ser feitas utilizando-se da reta horizontal que passa pelo ponto “CE”.
Sendo “” a distância do ponto “CE” à intersecção do eixo da estaca com a horizontal que passa
por “CE”.
EA M∗i ∗i
PVEi = ∗ i ∗ cosα2i ∗ ∆φ = i ∗ i ∗ ∆φ = ∑ i ∗2i
3.38
L
M
σ= ∗y
I
V m
R V,1 = R V,2 = ±H
2 2
R V,1 = H ∗ m1
R E,2 = V − H ∗ m1
O deslocamento H irá encurtar ou alongar as estacas de H*sen (valor igual para todas as
estacas), o que quer dizer que a força desenvolvida nas estacas são todas iguais e valem
∆H ∗ sin α
R= ∗ EA
L
Calculando as resultantes das forças nas estacas comprimidas (estacas à esquerda) pode-se
determinar a posição da resultante, fazendo somatória de momento em relação ao ponto “O”,
ponto de aplicação das estacas E1, E2 e E3, ou em relação ao eixo “Y”, obtendo-se:
Ou
Da mesma forma calcula-se a resultante das estacas inclinadas que estão tracionadas.
No ponto onde essas resultantes se encontram pode-se determinar RH (horizontal) e RV
(vertical)
Verifica-se que nos casos de estaqueamento simétrico a resultante RV estará sempre aplicada
no eixo de simetria.
V 2.700 KN
R VE = = = 225 KN (cmprimindo as estacas)
n. ºE 12 (estcas)
V 2.700
RE = = = 231,93 KN
n. ºE ∗ cos α 12 ∗ 0,97
i (tg αRH − tg αi ) vi ∞
R VEi = V ∗ ∗ = V∗ ∗ =
∑ i (tan αRH − tan αRV ) ∑ vi ∞
Uma vez que todas as estacas têm inclinações iguais e mesmos valores
Decompondo o esforço horizontal “H” nas direções das estacas inclinadas (direção da estaca
equivalente ou resultante) obtêm-se as Resultantes de Tração e de Compressão.
H 1 250 1
Rt = Rc = ∗ = ∗ = ±515,40 KN = 4R
2 sin α 2 0,2425
Figura 3.42 – Exemplo 3.6 - Esforços nas estacas devido ao Momento Fletor
Paras as estacas:
E1, E2, E3 1=2=3 = 0,25 m
E10, E11, E12 10=11=12 = 0,25 m
E4, E6, E7, E9 4=6=7=9 = 1,00
E5, E8 5=8 = 0,75
370KN. m
R Ei = ∗ i (m) =
5,5 m2
Esforços globais nas estacas (superpondo os efeitos) correspondem a somatória das reações,
que o conjunto de ações, aplica na estrutura e, estão apresentados na Tabela 3.15.
O esforço vertical desenvolvido nas estacas pelo momento “M” irá corresponder ao esforço
horizontal de tal maneira que a resultante Pv + Ph tenha direção do eixo da estaca.
Observa-se que a somatória dos esforços horizontais devido ao momento é zero, pois os
esforços se equilibram.
Admitindo-se, para ampliar a discussão no exemplo, uma força horizontal de 100 KN, na
direção longitudinal (Tabuleiro) aplicada a 9 m de altura, em relação do afundo do bloco, pode-
se determinar os esforços nas estacas com os mesmos procedimentos desenvolvidos
anteriormente, iniciando pelo cálculo do CE.
Para se dimensionar e detalhar estacas, sejam elas moldadas in loco ou pré-moldadas, se faz
necessário conhecer:
Os esforços resistentes devem ser calculados conforme especifica a NBR 6118 e NBR 6122
(2019 - item 8.6).
A carga de cálculo à compressão das estacas não armadas pode ser calculada de forma
semelhante à de um pilar, com seção de aço inexistente. Dessa forma:
Pd ≤ PR,d 3.40
Pp,k +P𝑙,k
Prd,solo = − Pan,k ∗ γf (veja 3.1.3) 3.42
γx
O fator de redução 0,85 leva em conta a diferença entre os resultados de ensaios rápidos de
laboratório e a resistência sob ação da carga de longa duração.
De acordo com a ABNT NBR 6122 (2019 – item 8.6.3) as tensões e coeficientes de minoração
devem atender os valores limitados conforme Tabela 3.16.
Tabela 3.16 - Parâmetros para dimensionamento das estacas moldadas "in loco"
% de armadura mínima
Tensão média
Classe de (incluindo o trecho de
Classe de atuante abaixo
concreto ligação com o bloco) e
Tipo de Estacas agressividade c da qual não é
(Resistência Comprimento útil mínimo.
ambiental necessário
característica) Armadura Comprimento
armar (MPa)
(%) (m)
Hélice / hélice de
deslocamento / I, II C30 2,7
hélice com trado
0,4 4,0 6,0
segmentado a III, IV C40 3,6
Escavadas s/ I, II C25 3,1
0,4 2,0 5,0
fluído III, IV C40 5,0
I, II C30 2,7 0,4 4,0 6,0
- submetida à tração
A capacidade de carga da estaca será calculada pela capacidade resistente das armaduras
tracionadas devidamente posicionadas dentro da estaca de forma que:
Pd ≤ Pr,d
O fator de redução tem a finalidade de garantir que durante a realização de uma prova de
carga, até o dobro da carga admissível, não ocorra ruptura estrutural (aço). Diante disso
recomenda-se um s = 2,0.
A ABNT NBR 6122 (2019 – item 8.6.2) permite, como forma alternativa, para não se verificar
a fissuração dos elementos de fundação, desde que se reduza 2 mm do diâmetro das barras
longitudinais.
De forma semelhante ao desenvolvido para os tubulões as estacas terão seus esforços internos,
ao longo de sua profundidade, calculados levando-se em conta o coeficiente de elasticidade do
solo (Ks(x) – constante; linear e parabólico). Após a obtenção dos esforços internos e, sendo a
peça submetida à flexão composta, utiliza-se do processo desenvolvido no capítulo 1.5.3.
A segurança da peça se da, desde que o par solicitante Nsd e Msd, proporcione um ponto dentro da
curva resistente
MR NR
Verifica-se o FSG = = 3.44
Msd Nsd
Devido à baixa resistência ao corte (devido suas dimensões pequenas), as estacas quando
submetidas à esses esforços, deve-se verificar seu estado limite último quanto ao cisalhamento
(Cap. 1.6). De forma estimada pode-se considerar que a estaca-solo, individualmente, tem uma
capacidade para absorver carga horizontal, da ordem de 10% de sua capacidade nominal,
vertical. Recomenda-se o uso de estacas inclinadas, que ficarão submetidas somente a esforço
de compressão, quando os esforços horizontais ultrapassam os 10%. Em 3.15 serão analisados
as cargas nos estaqueamentos submetidos a cargas, verticais, horizontais e momentos fletores.
A ABNT NBR 6122 (2019 – item 8.6.5) limita o fck máximo em 40 MPa
- Manuseio e transporte
- Içamento e estocagem
Fazendo uso das funções singulares (Capítulo 1.9) podem-se escrever as equações da cortante
e momento:
gx2 gL gL
M(x) = − < 𝑥 − 𝑎 >1 − < 𝑥 − b >1 3.47
2 2 2
Para a=0,2L
g(0,2L)2
M(x=0,2L) = 2
= 0,02gL2 3.49
Observa-se que a melhor situação é de que a estaca seja armazenada e içada com ponto de pega
a uma distância “a = 0,2L” de suas extremidades, conforme figura.
Recomenda o item 8.6.5 da NBR 6122 (ABNT, 2019), que nas duas extremidades da estaca
deve ser feito reforço da armadura transversal, para levar em conta as tensões de cravação.
• Carregamentos
t A
g v = ρ ∗ Av = ρ ∗ cosα = g 𝑖 /cosα 3.51
• Reações
g𝑖 ∗b g𝑖 ∗a2 g𝑖 ∗b a2
VA = − = (1 − b2 ) = R VA ∗ cosα 3.53
2 2∗b 2
g𝑖 ∗b g𝑖 ∗a2 g𝑖 ∗b a2
VB,e = + = (1 + ) 3.54
2 2∗b 2 b2
VB,d = g 𝑖 ∗ a 3.55
HA = R VA ∗ senα ∴ HB = R VB ∗ senα 3.56
gv ∗bcosα gv ∗(acosα)2
R VA = − 3.57
2 2∗bcosα
• Esforços internos
V(x𝑖) = VA − g 𝑖 ∗ x𝑖 3.58
g𝑖 ∗x2𝑖
M(x𝑖) = VA ∗ x𝑖 − 3.59
2
- Momento máximo
g𝑖 ∗x2𝑖(v=0)
Mmax. = VA ∗ x𝑖(V=0) − 3.62
2
(anexo E – NBR 6122-2019 E.3 e E.4) A cravação é normalmente executada com martelo de
queda livre, devendo o peso do martelo ser, no mínimo, igual a 70% peso total da estaca, e não
menor do que 20 kN. No uso de martelos automáticos ou vibratórios devem-se seguir as
recomendações dos fabricantes.
O sistema de cravação deve ser dimensionado de modo que as tensões de compressão durante
a cravação não ultrapassem a 85% da resistência nominal do concreto (exceto estacas
protendidas). A tensão de tração deve ser limitada a 70% da tensão de escoamento do aço
utilizado na armadura.
- Diâmetro da estaca: dE = 50 cm
- Comprimento da estaca: L = 26 m
- Carga de trabalho: Nk = 1.300 KN
- Armadura adotada: 416 - CA 50
- Concreto: fck = 20 MPa
Conforme sondagem do local, onde as estacas serão utilizadas, foram adotados os seguintes
parâmetros, para o solo:
- Coeficiente elástico do solo Constante (argila): KsL = 5.000 KN/m3 (Tabela 3.4)
- pressão lateral máxima admissível no solo: 0,05 MPa (50 KN/m2)
a) Dimensionamento
Para as verificações que seguem serão utilizado os gráficos 3.1 e 3.2 dos anexos: 13 e 14
4 4 ∗ EI L
LE1 = √ ; 1 =
df ∗ K sL LE1
- Inércia da estaca:
Sendo que:
50 ∗ dE ∗ L2
Mmax. = αmax. ∗ H ∗ L = αmax. ∗
βmax.
L 26
1 = = = 8,44
LE1 3,08
Utilizando-se do gráfico 3.1, se obtém:
Para que não se tenha ruptura da estaca à compressão, pode-se obter a equação:
Segundo a NBR 6122-2019, item 8.6.3, as estacas podem ser executadas em concreto simples,
ou seja, não armado (exceto ligação com o bloco), quando solicitados por cargas de compressão
e observas as condições (Tabela 29):
- Concreto: fck,máximo = 20 MPa ( a resistência característica deve ser multiplicada por 0,85)
- Tensão máxima atuante: 5,0 MPa;
A tensão máxima nas fibras de concreto simples, segundo a NBR 6118-2014, item 24.5.2.1,
não deve exceder os valores das tensões resistentes de cálculo. Nesses casos de concreto
simples, o coeficiente de majoração será: c = 1,2*1,4 = 1,68
Portanto, a solicitação de cálculo, de acordo com a NBR 6118/2014 – item 24.6.1, não deve
ultrapassar Nsd ≤ NRd ≤ 5,0 MPa ∗ Ac
Logo:
Nd Md
σC,E = − − ≤ −0,5 ∗ fck = −0,5 ∗ 20 = −10 MPa ≤ −5,0 MPa
AE W
Nd Md
σt,E = − + = 0,85fctd (fibra tracionada da estaca)
AE W
Nd Md Hd ∗ αmax. ∗ L
− = 940 − ∴ Nd = AE ( − 940)
AE W W
No caso da fibra comprimida:
Nd Md 0,85 ∗ 20 N
σC,E = − − ≤ − 0,85 ∗ fcd = = 10,12 < − 5,0 MPa
AE W 1,68 mm2
Nd Md
+ ≤ 5,0 N/mm2
AE W
Nd Nd ∗ αmax. ∗ L
+ ≤ 5,0 N/mm2
AE W
Nd Hd ∗ αmax. ∗ L N
+ ≤ 5,0 = 5.000 KN/m2
AE W mm2
Hd ∗ αmax. ∗ L
Nd = AE (5.000 − )
W
Com as duas expressões de Nd:
Hd ∗ αmax. ∗ L
Nd ≤ AE (5.000 − )
W
Hd ∗ αmax. ∗ L
Nd ≤ AE ( − 940)
W
Hd ∗ αmax. ∗ L
Nd ≤ AE ( ) → Considerando tensão de tração igual a zero
W
Observa-se que quanto maior a carga vertical aplicada, maior pode ser o esforço horizontal,
para não se ter a estaca tracionada ou com tensão de tração inferior a 0,94 MPa, todavia, a
medida que se aumenta a carga vertical, a força horizontal deverá ser cada vez menor, pois,
poderá romper à compressão. O ponto onde cruzam as curvas, para esse tipo de estaca e
características do solo especificado, leva a se permitir uma carga vertical máxima de 455,53
KN, e uma Horizontal de 33,27 KN, pois, com esses valores não teremos ruptura à compressão
e nem à tração.
O "método das bielas - tirante" é um dos processos aproximados empregados com freqüência
no dimensionamento de blocos. Esse processo foi inspirado no trabalho de Lebelle apud Blévot
(1967) proposto para o cálculo de sapatas diretas. Blévot e Frémy (1967) realizaram uma série
de ensaios de blocos cujos resultados são até hoje utilizados, como modelos de cálculos e
detalhes construtivos..
A ABNT NBR 6118 (2014 – item 22) considera os blocos sobre estacas como elementos
estruturais especiais que se caracterizam por um comportamento que não respeita a hipótese
das seções planas, por não serem suficientemente longos para que se dissipem as perturbações
localizadas e, devem ser calculados e dimensionados por modelos teóricos apropriados.
Recomenda ainda que, tendo em vista a responsabilidade desses elementos estruturais, devem-
se majorar as solicitações de cálculo por um coeficiente de ajustamento n, conforme instruções
da ABNT NBR 8681 (2014 – item 5.3.3).
γn = γn1 ∗ γn2
Onde:
Ainda segundo a ABNT NBR 6118 (2014 - 22.5.1) os blocos são estruturas de volume usadas
para transmitir às estacas as cargas de fundação, e podem ser considerados rígidos ou flexíveis
por critério análogo ao definido para as sapatas.
B−bp
h ≥ 4.1 h<
𝑙−bp
4.2
3
3
Considerando ainda que as cargas aplicadas nos blocos sejam distribuídas diretamente às
estacas, pode-se considerar que são rígidos os blocos, quando:
𝑙−bp
h ≥ 4.3
3
Sendo:
h é a altura do bloco;
B a dimensão do bloco em determinada direção;
l é o vão entre eixos de estacas;
bP a dimensão do pilar, na mesma direção considerada para o bloco.
No caso de blocos e estacas rígidas, e estas Para blocos flexíveis ou casos extremos de
espaçadas entre (2,5 a 3,0)*dE, pode-se admitir estacas curtas, apoiadas em substrato muito
plena a distribuição de cargas nas estacas. rígido, a hipótese de que a distribuição de
carga se da plenamente às estacas deve ser
Admite-se, portanto, para cálculo dos esforços revista.
internos que o bloco seja rígido
(comportamento de treliça) e, considera-se a Já, no caso de se considerar os blocos como
hipótese das estacas serem elementos flexíveis, a análise realizada é mais completa,
resistentes apenas a força axial, desprezando- desde a distribuição das ações nas estacas, dos
se os esforços de flexão. tirantes internos de tração nos blocos, até a
necessidade de verificação à punção (ABNT
De acordo com a ABNT NBR 6118 (2014 – NBR 6118: 2014 – 22.5.2.2)
22.5.2.1) o comportamento estrutural dos
O método das bielas consiste em admitir no interior do bloco, uma treliça espacial, onde as
barras tracionadas, situadas no plano médio das armaduras e barras comprimidas inclinadas,
chamadas de bielas, se interceptam nos eixos das estacas e em um ponto do pilar.
As bielas têm suas extremidades: de um lado na intersecção do eixo das estacas com o plano
das armaduras e do outro lado, em ponto conveniente do pilar (que é suposto sempre de secção
quadrada). As forças de compressão das bielas são resistidas pelo concreto e as de tração, que
atuam nas barras horizontais, são resistidas por armaduras colocadas na posição do eixo dessas
barras.
Sempre que o pilar for retangular, pode-se, a favor da segurança, admiti-lo quadrado, de lado
igual ao menor deles. Há teorias mais elaboradas que a das bielas, onde se permite levar em
conta as dimensões dos pilares retangulares.
As forças de compressão nas bielas (montantes inclinados) são resistidas pelo concreto e, as
forças de tração, que atuam nos banzos (barras horizontais) são resistidas por armaduras ali
posicionadas.
Para cálculo e dimensionamento dos blocos são aceitos modelos tridimensionais lineares ou
não e modelos biela-tirante tridimensionais, sendo esses últimos os preferidos por definir
melhor a distribuição de esforços pelos tirantes. Sempre que houver esforços horizontais
significativos ou forte assimetria, o modelo deve contemplar a interação solo-estrutura (ABNT
NBR 6118:2014 - 22.5.3)
Para blocos regulares, com cargas centradas e com duas, três e quatro estacas são apresentadas
os esforços internos de compressão (nas bielas) e de tração (nas armaduras) e, calculados
conforme quadro 4.1.
Ns 1 Ns √2 b
Ns 1 Ns b Ns 1 Ns Rs (diag. ) = ∗ = ∗ (𝑙 − ) 4.7
Rs = ∗ = ∗ (𝑙 − ) Rs(diag. ) = ∗ = ∗ (𝑙√3 − 0,9 b) 4 tgθ 8d 2
2 tgθ 4d 2 3 tgθ 9d Ns Ns
Ns Ns Ns Ns Rc = = 4.8
Rc = = 4 ∗ senθ nE ∗ senθ
Rc = = 3 ∗ senθ nE ∗ senθ
2 ∗ senθ nE ∗ senθ nE = n.º de estacas
nE = n.º de estacas
nE = n.º de estacas
Figura 4.5 - Blocos com 02, 03 e 04 estacas
Rs(diag.)
Rs(lados) = 4.9
√2
ou
Rs(diag.)
Rs(long. ) = 4.10
√2
Rs(diag.) Rs(diag.)
Rs (lados) = = 4.11
2cos300 √3
Ns Ns √3 bp
Rs(diag. ) = ∗ (𝑙√3 − 0,9 bp ) = (𝑙 − ) 4.12
9d 9d 2
Nessas treliças, as bielas se superpõem e o esforço final será sempre o mesmo, qualquer que
sejam os quinhões atribuídos às treliças. Nas barras tracionadas que ocupam a posição dos lados
da base o esforço será *Rs e, nas que barras tracionadas que ocupam as diagonais será igual a
(1-)*Rs.
Trata-se dos corpos da 2.ª série (tamanho natural). As armaduras de barras lisas eram retas e
terminavam em gancho; as de barras com mossas e saliências, também eram retas, mas não
tinham ganchos nas extremidades.
a) Tipos de ruptura
Sempre que a inclinação da biela se manteve superior a 400 ( > 400):
b) Outras considerações
• Com < 400, as tensões no concreto e no aço, calculadas pelos procedimentos de bielas
(treliças) resultam valores inferiores aos encontrados experimentalmente;
• As cargas de ruptura, calculadas com as tensões obtidas pelo método das treliças (bielas),
quando > 400, também resultam menores que as encontradas experimentalmente;
Na 1.ª série, com modelos reduzidos, as disposições das armaduras utilizadas são as indicadas
na figura 4.14.
Figura 4.12 - Série de modelos, de blocos sobre 03 estcas, ensaiados por Blevot
Na 2.ª série, com modelos em tamanho natural, foram ensaiados dois grupos de blocos:
a) com inclinações de bielas, 400 e, duas disposições de armadura: de acordo a figura 4.14
(a) ou (b) acrescidas de malha para distribuição de fissuras e, 4.14 (d);
b) as mesmas disposições de armaduras citadas em “a”, mas, com inclinação da biela, 550
- Na maioria dos casos verificou-se a ruptura a partir de fissura que se iniciavam nas estacas,
ocasionando o destacamento de parte do bloco, conforme se observa na figura 4.15 (c);
- Na disposição de armadura apresentada na figura 4.14 (d) verificou-se ruptura por tração no
concreto, do tipo “escorregamento por baixo” indicando a necessidade de armadura de
levantamento de carga (cisalhamento), conforme se destaca na figura 4.15 (d);
- Quando se arma com cintas (figura 4.14 (b)) a fissuração lateral é menor do que quando a
armação tem a disposição de armaduras, segundo os lado (figura 4.14 (a));
- E qualquer das duas, citadas acima, com malha, monstraram-se mais eficientes, com relação
à fissuraçaõ de baixo do bloco;
• Quando as inclinações das bielas se mantém entre 400 < < 550 os valores das cargas de
ruptura calculadas pelo método das bielas são em média inferiores do que aquelas obtidas
nos ensaios, mesmo com o crescimento da percentagem de armadura;
• Segundo Gertshenchtein (1972) Blevot e Framy (1972) verificaram que para < 550
houve escorregamento das bielas, próximo às faces do pilar. Esse escorregamento pode
ser entendido como fissuras decorrentes do efeito de bloco parcialmente carregado;
b) Outras considerações
- De modo geral as rupturas são bastante complexas, todavia, em nenhum dos casos houve
rupturas nitidamente provocadas por punção do pilar. Pode-se, portanto, dizer que, mantidas as
restrições de inclinação e de tensão máxima de compressão nas bielas, a ruptura não se da por
punção, mas, após escorregamento da armadura.
Na 1.ª série, com modelos reduzidos, as disposições das armaduras foram as indicadas na figura
abaixo.
a) Com bielas inclinadas a 450 e, com duas disposições de armadura: figura 4.16 (a) ou (b)
acrescidas de malha para distribuição de fissuras e, segundo a disposição de armadura da figura
4.16 (d);
- Tipos de ruptura
- Também para os blocos sobre 04 estacas foram observados vários corpos de prova, que a
ruptura de dava a partir de fissuras saído da estaca, ocasionando destacamento de uma parte do
bloco (Figura 4.16 (a)).
- As configuras de armaduras apresentadas nas figuras 4.15 (a), (b), (c) e (d) apresentaram a
mesma segurança, enquanto a configuração da figura 4.15 (e), com taxa de armadura (em
peso) aproximadamente igual ao da configuração 4.15 (a) apresentou uma carga de ruptura
20% menor que as demais;
- O ensaio do bloco com disposição de armadura da figura 4.15 (c) apresentou fissuras laterais
muito grandes para cargas baixas. Já, para os detalhes de armaduras, indicados nas figuras 4.15
(a) e (b) as fissuras apareceram na face inferior e mostrou a importância de se acrescentar, nessa
face, uma malha de armadura fina para distribuição dessas fissuras;
- O bloco com configuração de armadura do tipo da figura 4.15 (d) apresentou o melhor
comportamento à fissuração, por causa da presença de armaduras na periferia e nas diagonais
da base do bloco.
• Relativamente a inclinação das bielas valem as mesmas observações feitas para os blocos
sobre 03 estacas;
Segundo Gertsenchtein (1972) adaptando os resultados encontrados por Blevot e Famy (1972)
considera os valores máximos das tensões de compressão superiores às de Blevot, visto que
Blevot e Framy (1972) consideraram a relação entre a tensão última obtida nos ensaios e a
tensão cúbica, certo valor, aplicando a este um coeficiente de segurança, da ordem de 1,65, em
virtude de se considerar a resistência obtida em corpos de provas cilíndricos. Limitou também
a máxima tensão de cisalhamento a 1,6*fck, tendo em vista que as tensões de ruptura obtidas
nos ensaios variaram de 2,6 a 4 vezes fck. O valor de 1,6 corresponde à divisão de 2,6/1,65
Feitas as considerações acima foi montado o quadro 4.2, com um resumo dos valores a serem
considerados para Blocos de 02, 03 e 04 estacas, respectivamente.
A ABNT NBR 6118 (2014 – item 24.5.7.3) considera que, quando em uma determinada seção
atua uma força inclinada de compressão, com suas componentes de cálculo NSd aplicada em
uma seção eficaz Ae (Acp ou AcE), as condições de segurança devem ser calculadas por:
Para todos os casos, tanto junto ao pilar, quanto junto às estacas, recomenda:
- junto ao pilar:
A ABNT NBR 6118 (2014 – item 22) considera os blocos sobre estacas como elementos
estruturais especiais que se caracterizam por um comportamento que não respeita a hipótese
das seções planas, por não serem suficientemente longos para que se dissipem as
perturbações localizadas e, devem ser calculados e dimensionados por modelos teóricos
apropriados. Recomenda ainda que, tendo em vista a responsabilidade desses elementos
estruturais, devem-se majorar as solicitações de cálculo por um coeficiente de ajustamento
n, conforme instruções da ABNT NBR 8681 (2003 – item 5.3.3).
Onde:
- junto às estacas:
nE = n.º de estacas
Dessa forma se escrevem as tensões: Dessa forma se escrevem as tensões: Dessa forma se escrevem as tensões:
Nsk Ns Ns
≤ 0,85fck ≤ 1,06fck ≤ 1,28fck 4.16
Acp ∗ sen2 θ Acp ∗ sen2 θ Acp ∗ sen2 θ
Ns Ns Ns
≤ 0,85fck ≤ 1,06fck ≤ 1,28fck
2 ∗ AcE ∗ sen2 θ 3 ∗ AcE ∗ sen2 θ 4 ∗ AcE ∗ sen2 θ 4.17
= 1,4; 1,75 e 2,11 para os Blocos Nsk 0,43 ∗ fck Nsk 0,31 ∗ fck
2
≤ ≤
de 2, 3 e 4 estacas, Acp ∗ sen θ γn = (1,0 a 1,44) 2
Acp ∗ sen θ γn = 1,5
respectivamente.
Quadro 4.4 - Limites da NBR 6118, com as considerações de Blevot e Framy (1972)
Blocos sobre 02 estacas Blocos sobre 03 estacas Blocos sobre 04 estacas
- junto ao pilar: =1,4 - junto ao pilar: =1,75 - junto ao pilar: = 2,11
Importante destacar que: Na verificação junto ao pilar considera-se somente a carga que chega
na fundação, mas, na verificação junto às estacas a carga Nsk a ser considerada, deve-se levar
em conta o peso do bloco, diferentemente da sapara, onde a carga de peso próprio desce
diretamente para o solo.
Figura 4.17 - Inclinação da biela: a) maior que 450, b) menor que 450
Quando o ângulo é menor do que 450, a forças, tanto na biela, quanto no banzo inferior
aumentam, passando o bloco a ter comportamento de viga, cujos esforços são calculados por
flexão e, portando, sendo necessárias armaduras de levantamento de cargas (estribos ou barras
dobradas).
No caso do bloco ser muito alto o comportamento de biela descendo diretamente aos apoios se
descaracteriza, como se pode observar, pelas figuras 4.19 e 4.20.
A figura 4.19 indica o caso de um bloco muito alto >>>600. Nesses casos pode-se perceber
claramente o desenvolvimento de dois níveis de tração Ft e F’t, isto é, o andamento da carga do
pilar para atingir as estacas, se faz através de duas treliças.
É importante, portanto, que, ao se imaginar o esquema de treliça, ele tenha ângulos que sejam
compatíveis com aqueles que se desenvolve na peça. (figura 4.19-a)
Os sistemas de b e c coexistem
- (*1) A tensão de tração no aço, calculada pelo processo das bielas, foi, em média 15% inferior à tensão de escoamento, real ou
convencional, do aço.
- Importante destacar que, para o cálculo da armadura, a carga Nsk a ser considerada, deve-se levar em conta o peso do bloco,
diferentemente da sapara, onde a carga de peso próprio desce diretamente para o solo.
Deve-se procurar dispor as estacas de modo a conduzir à menor dimensão de bloco possível.
A seguir algumas recomendações e disposições para os casos mais usuais: blocos com uma
até seis estacas.
- Embora a NBR 6122 não especifica a distância mínima entre estacas, recomenda-se:
- A distância “a” entre a estacas e a borda do bloco mais próxima deve ser de (1,0 a 1,5)dE ou
ainda dE+15 cm, o maior. A largura “b” do bloco com estacas alinhadas deve ser no mínimo
igual a “2*a”.
- O espaçamento “l” entre as estacas do mesmo bloco, também é o mesmo entre estacas de
blocos contíguos (ao lado).
- Quando as estacas estão alinhadas, sempre que possível alinhá-las também com a maior
dimensão do bloco, bem como com a maior dimensão do pilar.
- Armaduras complementares
Recomenda-se além da armadura inferior principal, uma armadura complementar lateral (de
pele) igual a:
(0,2 a 0,3)As,long.
As,lat. {
0,10% Ac,alma (em cada face)
bfic. = dE + 2t 4.22
Deverá ser obrigatório, quando h 60 cm (aumento da vida útil da peça). No caso de blocos
sobre 02 estacas, sempre utilizar a armadura lateral.
Essa armadura tem dupla finalidade, ou seja: auxiliar na absorção de possíveis momentos de
torção decorrente da falta de alinhamento do bloco com as estacas; e dar ao bloco uma ruptura
mais dúctil.
O bloco deve ter altura suficiente para permitir a ancoragem da armadura de arranque (já visto
em sapatas). Nessa ancoragem pode-se considerar o efeito favorável da compressão transversal
às barras decorrente da flexão (ou biela).
- Blocos com inclinação de bielas superior a 450 usar armadura de pele (armadura lateral) para
absorver esforços da ordem de 20 a 25% da reação da estaca
12 cm , quando Ns ≤ 800 KN
• Espaçamentos: st ou se ≤ {
10 cm, quando Ns > 800 KN
- Para blocos com inclinação de bielas inferior a 400 calcular os estribos pelo critério de viga.
- A ancoragem das armaduras deve obedecer aos mesmos detalhes apresentados, para as barras
tracionadas e apresentados na figura 4.18, referente ao bloco sobre 02 estacas;
- No caso de cintas as emendas devem ser feitas por superposição mínima igual ao comprimento
de ancoragem de barras tracionadas.
α∗Nsd bp
R sd(lados) = (𝑙 − ) 4.23
8d 2
- Recomendações gerais
A ABNT NBR 6118 (2014 – item 22.2) considera os blocos sobre estacas como elementos
estruturais especiais que se caracterizam por um comportamento que não respeita a hipótese
das seções planas, por não serem suficientemente longos para que se dissipem as
perturbações localizadas e, devem ser calculados e dimensionados por modelos teóricos
apropriados. Recomenda ainda que, tendo em vista a responsabilidade desses elementos
estruturais, devem-se majorar as solicitações de cálculo por um coeficiente de ajustamento
n, conforme instruções da ABNT NBR 8681 (2003 – item 5.3.3).
Onde:
De acordo com a ABNT NBR 6118 (2014 – item 22.5.4.1.1), a armadura de flexão deve ser
disposta essencialmente (mais de 85%) nas faixas definidas pelas estacas, em proporções de
equilíbrio das respectivas bielas.
Recomenda-se que as armaduras sejam posicionadas sobre a cabeça das estacas, ou seja,
distribuídas em 1,0 a 1,2 vezes o diâmetro da estaca.
Onde:
= 1,0 para barras sem gancho;
= 0,7 para barras tracionadas com gancho, com cobrimento no plano normal ao do gancho ≥
3 ;
= 0,7 quando houver barras transversais soldadas conforme 9.4.2.2 (NBR 6118)
= 0,5 quando houver barras transversais soldadas conforme 9.4.2.2 (NBR 6118) e gancho,
com cobrimento no plano normal ao do gancho ≥ 3 ;
fyd
𝑙b = 4.26
4 fbd
- O valor do comprimento necessário pode ser reduzido em 20% pelo fato da compressão da
biela ser um efeito favorável
- As barras devem se estender de face a face do bloco e terminar em gancho nas duas
extremidades. Para barras com ≥ 20 mm devem ser usados ganchos de 135º ou 180º.
Quanto ao detalhamento a ABNT: NBR 6118 (2014 - item 22.4.4.1.1) recomenda que a
armadura de flexão deva ser uniformemente distribuída ao longo da largura da sapata,
estendendo-se integralmente de face a face da mesma e terminando em gancho nas duas
extremidades. Os ganchos das armaduras de tração seguem as determinações da ABNT: NBR
6118 (2014 - item 9.4.2.3).
Para barras com ≥ 20 mm devem ser usados ganchos de 135° ou 180°. Para barras com ≥ 25
mm deve ser verificado o fendilhamento em plano horizontal, uma vez que pode ocorrer o
destacamento de toda a malha da armadura.
Para controlar a fissuração, deve ser prevista armadura adicional em malha uniformemente
distribuída em duas direções para no máximo 20% (1/5) dos esforços totais, completando a
armadura principal, calculada com uma resistência de cálculo de 80% de fyd. (NBR 6118 –
2014 – item 22.5.4.1.2 e 22.7.4.1.2)
- Armadura de suspensão
Quando a armadura for uniformemente distribuída (malha, por exemplo) há uma tendência da
biela de compressão se apoiar fora da estaca exigindo uma armadura de levantamento. A
inexistência dessa armadura pode permitir uma ruptura por tração do concreto, conforme indica
a figura 4.31. Essa ruptura é típica de carregamento por baixo.
Embora o modelo de bielas parte do pressuposto que toda carga vertical seja transmitida às
estacas por meio de bielas principais comprimidas, o comportamento real revela que, à medida
que as estacas se distanciam entre si (acima de 3dE), a carga tende a descer a 450 e, diante disso
surgem bielas secundárias entre as estacas, ou seja, parte da carga vertical se propaga para o
intervalo entre as estacas – região onde não existe apoio. Logo, deve-se levantar essa parcela
da carga por meio de armaduras de suspensão, calculada da seguinte maneira:
Nsd
Asusp. = 4.29
1,5∗nE ∗fyd
Sendo que Nsd é a carga vertical oriunda da superestrutura, acrescida do peso próprio do bloco.
Prof. M.Sc João Carlos de Campos Página 137
Esse tipo de ruptura foi observado por Blevot e Framy ( 1967) com o detalhamento com o
detalhamento da figura 4.31-a) e por Leonhardat.
Figura 4.36 - Blocos sobre 04 (armadura em malha) e 03 estacas (armadura segundo as diagonais)
Como não tem sido usual a utilização de estribos em blocos, pela dificuldade de detalhamento,
sugere-se evitar a utilização de blocos somente com malhas, nos blocos sobre 04 estacas, bem
como somente armadura segundo as diagonais, no caso de blocos sobre 03 estacas.
Para equilibrar parcela da carga (para blocos com no mínimo 3 estacas), segundo a ABNT NBR
6118 (2014 – item 22.5.4.1.3), deverá ser utilizada nos casos em que a armadura de distribuição
for superior a 25% dos esforços totais ou, se o espaçamento entre estacas for maior que 3*dE.
Em peças de grande altura ou com grandes cobrimentos para armadura principal recomenda-se
a armadura lateral com a finalidade de reduzir fissuras. Essas armaduras devem ser localizadas
nas faces do bloco, com área mínima de:
Não sendo necessário uma armadura superior a 5 cm2/m, por face (NBR 6118-2014 – item
17.3.5.2.3)
- No caso de várias camadas de armaduras não se pode ancorar com gancho. Nestes caso
utiliza-se do seguinte detalhe:
Não deve ser esquecida a armadura desse consolo para a carga de terra.
Uma vez escolhido o tipo de estaca: estaca pré-moldada, vazada, com 26 cm de diâmetro
externo e 6 cm de espessura da parede. Sua carga admissível à compressão é de 500KN. A
distância mínima entre eixos de estaca é de 70 cm, determina-se o n.º de estacas necessárias.
P3 (22X50)
Segundo a ABNT: NBR 6122 (2019 – item 5.6) será considerado para peso próprio dos
elementos de fundação (bloco de coroamento e sapatas), um valor mínimo de 5% da carga
vertical permanente.
Recomenda-se, no entanto, 5% a 10% da carga permanente, como peso próprio do bloco mais
peso de terra acima do bloco, se houver: sendo, 5% para sapatas flexíveis e, de 5 a 10% para
as sapatas rígidas.
- Carga permanente:
- Carga variável:
- Dimensionamento do Bloco
- Embora a NBR 6122 (2010) não especifica a distância mínima entre estacas, recomenda-se:
Obs: Nas equações que se seguem o valor de “b” é sempre a menor dimensão do pilar e não a
distância do eixo da estaca à face do bloco.
b b 22 22
0,71 ∗ (l − ) ≤ d ≤ (l − ) 0,71 ∗ (70 − ) ≤ d ≤ (70 − )
2 2 2 2
Verificação das tensões de compressão nas bielas, junto ao pilar e junto às estacas.
d 50
tgθ = = = 1,29 θ = 52,140
𝑙√2 b√2 (0,707 ∗ 70 − 0,354 ∗ 22)
2 − 4
1. Junto ao pilar
NSK
σcp,k = ≤ 1,28 ∗ fck ∴ Critério Blevot
Ac ∗ sen2 θ
1.650 ∗ 103
σcp,k = ≤ 1,28 ∗ 20
(220 ∗ 500) ∗ 0,7892
γn ∗ Nsd
σcp,d = ≤ 1,2 ∗ fcd ∴ Critério NBR 6118
Ac ∗ sen2 θ
- Alternativas:
b b 35 35
0,71 ∗ (𝑙 − ) ≤ d ≤ (𝑙 − ) 0,71 ∗ (100 − ) ≤ d ≤ (100 − )
2 2 2 2
d 75
tgθ = = = 1,29 θ = 52,140
𝑙√2 b√2 (0,707 ∗ 100 − 0,354 ∗ 35)
2 − 4
4
γn ∗ 1,4 ∗ 1.650 ∗ ( ) ∗ 103 20
σcp,d = 5 = γn ∗ 16,95 MPa > 1,20 ∗ = 17,14 → OK
(35 ∗ 500) ∗ 0,623 1,4
2.ª alternativa: Aumentar a resistência do concreto do bloco de fck=20 MPa para fck=25 MPa
b b 35 35
0,71 ∗ (𝑙 − ) ≤ d ≤ (𝑙 − ) 0,71 ∗ (100 − ) ≤ d ≤ (100 − )
2 2 2 2
d 75
tgθ = = = 1,29 θ = 52,140
𝑙√2 b√2 (0,707 ∗ 100 − 0,354 ∗ 35)
2 − 4
4
γn ∗ 1,4 ∗ 1.650 ∗ ( ) ∗ 103 25
σcp,d = 5 = γn ∗ 21,22 MPa > 1,20 ∗ = 21,43 → OK
(22 ∗ 500) ∗ 0,623 1,4
P
σce,k = ≤ 1,28 ∗ fck
4 ∗ Ae ∗ sen2 θ
1.650 ∗ 103
σcE,k = π ≤ 1,28 ∗ fck
4 ∗ (4 ∗ 2602 ) ∗ 0,7972
1.650 ∗ 103
σcE,k = π = 12,23 MPa ≤ 1,28 ∗ fck = 25,6 MPa → OK
4 ∗ (4 ∗ 2602 ) ∗ 0,7972
γn = γn1 ∗ γn2
Onde:
Rs(d) = 196,00 KN
R sd(d)
As(d) =
fyd
As = 4,508 cm2
Bitola () As1 n.º de n.º de Barras
(mm) (cm2) barras Inteiro
12,5 1,227 3,67 4
16 2,011 2,24 3
20 3,142 1,43 2
25 4,909 0,92 1
3. Detalhamento do Bloco
Nsk
≤ 0,85fcd
Ac,p ∗ sen2 θ
bp
02 Estacas 0,58 ∗ (𝑙 − )
2 Nsk
≤ 0,85fcd
2 ∗ Ac,E ∗ sen2 θ
Nsd bp
R sd = 1,15 (𝑙 − )
4d 2
Nsk
≤ 1,06 ∗ fck
Ac,p ∗ sen2 θ
03 Estacas 𝑏 Nsd b
0,58 ∗ (𝑙 − ) Nsk R s1,d = (𝑙 − )
2 Nsd b 9d 2
≤ 1,06 ∗ fck (cintas ou segundo os lados)
3 ∗ Ac,E ∗ sen2 θ R sd = (𝑙 − )
9d 2 (1 − α)Nsd √3 b
(cintas segundo ou segundo R s2,d = (𝑙 − )
cada lado), mais malha de seção 9d 2
1/5 das cintas, em cada direção. (medianas)
2/3≤ ≤4/5
Nsk
≤ 1,28 ∗ fck
Ac,p ∗ sen2 θ
𝑏 α ∗ Nsd b α ∗ Nsd b
04 Estacas 0,71 ∗ (𝑙 − ) R s1,d = (𝑙 − ) R s1,d = (𝑙 − )
2 Junto às estacas 8d 2 8d 2
(cintas ou segundo cada lado) (cintas ou segundo os lados)
Nsk
≤ 1,28 ∗ fck 2,4(1 − α) ∗ Nsd b (1 − α)Nsd √2 b
4 ∗ Ac,E ∗ sen2 θ R s2,d = (𝑙 − ) R s2,d = (𝑙 − )
8d 2 8d 2
(em cada direção da malha) (medianas ou diagonais)
¾ ≤ ≤ 6/7 ½ ≤ ≤ 2/3
4⁄ ∗ N
5 sk
Igual ao bloco de 4 ≤ 1,59 ∗ fck
05 Estacas 𝑎 Ac,p ∗ sen2 θ
estacas, com uma 0,71 ∗ (𝑙 − ) Mesmas disposições do bloco com 04 estacas
(4+1) 2
estaca central Nsk
≤ 1,28 ∗ fck
5 ∗ Ac,E ∗ sen2 θ
Não há necessidade de
05 Estacas 𝑎 verificação da tensão
0,85 ∗ (𝑙 − )
3,4 máxima de compressão 0,725 ∗ Nsd a
nas bielas R s,d = (𝑙 − )
5d 3,4
(cintas ou segundo os lados)
Malha: Armaduras distribuídas com seção mínima igual a ¼ da
armadura da seção das cintas, em cada direção.
06 Estacas Como acima, com 𝑎 Mesmas disposições que no caso anterior. Substituir nos cálculos
0,85 ∗ (𝑙 − )
Idem Ns, por 5/6*Ns.
(5+1) uma estaca central 3,4
Nsd 𝑙 b1
06 Estacas
ldiag. Calcular igual ao bloco ( − )
sobre 04 estacas R s1,d o maior { 6𝑑 4 4
α ∗ Nsd
∗ 𝑙diag.
6
(segundo o lado menor)
(1 − α) ∗ Nsd
∗ 𝑙diag.
6
(segundo o lado maior)
Sendo: 1 o ângulo que a biela situada no plano vertical paralelo ao lado l1 faz com o plano médio da armadura Rs1 e, o ângulo que a biela situada
no plano vertical da diagonal faz com o plano média das armaduras.
Figura 4.44 - Detalhes de armação dos Blocos do Quadro 4.6
Este processo normalmente se aplica aos caso onde a disposição das estaca é complexa para
imaginar o um sistema de bielas.
Os momentos:
Mxx – vetor momento na direção de
x é igual ao momento My – na
direção de y;
Myy – vetor momento na direção de
y igual ao Mx, na direção de x.
No caso do pilar estar submetido à flexão oblíqua, ou, seja, momento nas duas direções,
simultaneamente, utiliza-se para se calcular o momento máximo, a reação na estaca mais
carregada, tanto na linha, quanto na coluna.
De forma semelhante ao apresentando em 2.12 – VI, os solicitantes nas seções dentro do pilar
podem ser reduzidos, devido à parcela de carga distribuída (Ns/bp).
é um coeficiente de
proporcionalidade do n.º de
estacas, consideradas para os
cálculos dos esforços nas
direções X e para Y. Para o
cálculo dos momentos,
considerar = 1,0.
Ns b2,p 2 1 Ns ∗b2,p
MX,I = MX − ∗( ) ∗ 2 = MX − 4.32
b2,p 2 8
b2,p b2,p
MX,II = (𝑥1 − ) ∗ ∑4𝑖=1 R VE𝑖 + (x2 − ) ∗ ∑8𝑖=5 R VE𝑖 4.33
2 2
MX,II = (𝑥1 − 0,35 ∗ b2,p ) ∗ ∑4𝑖=1 R VE𝑖 + (x2 − 0,35 ∗ b2,p ) ∗ ∑8𝑖=5 R VE𝑖 4.34
3.9. Cálculo das cortantes máximas junto ao pilar e, a distância d/2 do pilar
A determinação da cortante se faz considerando apenas as estacas que estão contidas nas áreas
hachuradas, nas direções X-X e Y-Y respectivamente. Essas áreas são delimitadas por paralelas
as faces do pilar, distante d/2, e por retas que saem dos cantos dos pilares, formando 450.
Admite-se que as estacas situadas a uma distância menor do que d/2 do pilar transmitem suas
cargas diretamente ao pilar, sem a possibilidade de desenvolver bielas de tração consideráveis.
1.º) limitar a posição da linha neutra entre os domínio 2 e 3. De essa forma impor, para o
dimensionamento com CA50: 0,259 < Kx < 0,628.
Kc,adot. MII,d
d ≥ √ 4.35
bbloco
2.º) Limitar a cortante na seção III-III, para que não se necessite de armadura para levantamento
de carga, ou seja:
VIII,d é a força cortante solicitante de cálculo, na seção III – III (VIII,k*f). O motivo de se fazer
esta verificação na seção III-III é pelo fato de que a cortante, a partir dessa seção, já está
entrando diretamente no pilar.
Onde:
Rd = 0,25*fctd (tensão resistente de cálculo do concreto ao cisalhamento) 4.38
2⁄
f f 3
fctd = ctk,inf⁄γc = 0,21 ∗ γck 4.39
c
As1
ρ1 = ⁄(b ∗ d) , não maior do 0,02 (2%) 4.40
w
- Para elementos onde: 50% da armadura inferior não chegam até o apoio: K = 1,0
- Para os demais casos: K = 1,6 - d , não menor que 1,0, com “d” em metros.
Após o cálculo da altura útil pelas duas considerações, utilizar o maior deles, ou, considerar o
calor calculado em função do momento e, armar o bloco à cortante.
3.11.Dimensionamento à flexão
Calcula-se o valor de Kc, com o valor da altura útil adotada e, de acordo com o concreto e aço
considerados, obtém na tabela, que se encontra no anexo 1, o valor para Ks
M
Logo: As = K s∗ dd 4.41
A armadura mínima será calculada como:
3.12.Verificação à cortante
A verificação ao cisalhamento deve ser feita nas duas direções, tanto junto à seção do pilar,
quanto junto à estaca mais solicitada.
A tensão de cisalhamento deve ser verificada como laje, caso a largura do bloco seja 5d.
A resistência ao esforço cortante deve ser verificada, também, junto às estacas de canto mais
solicitada.
As barras que compõem as armaduras principais de flexão devem cobrir toda a extensão da
base e ter ganchos de extremidade. Pode-se adotar ≥ 10 mm e espaçamento e ≤ 20 cm.
Normalmente, estas armaduras podem ser distribuídas de maneira uniforme por toda a base.
bp bp 0,30 0,30
0,71 (1 − ) ≤ d ≤ (𝑙 − ) → 0,71 ∗ (1 − ) ≤ d ≤ (0,90 − )
2 2 2 2
0,60 ≤ d ≤ 0,75
b ∗ d2 150 ∗ d2
K c,lim.3 = 2,19 = = → d2 = 509,86 → d ≥ 23 cm
γf ∗ M k 1,4 ∗ 24944
- Limitar a cortante na seção a d/2 da face do pilar, para que não se necessite de armadura
para levantamento de carga, devido à cortante, ou seja:
Onde:
- Para elementos onde: 50% da armadura inferior não chegam até o apoio: K = 1,0
- Para os demais casos: K = 1,6 - d , não menor que 1,0, com “d” em metros.
Será adotado d = 85 cm e h = 90 cm
d 85
tgθ = 𝑙√2 b√2
= 90√2 30√2
= 1,60 → θ = 580
− ( − )
2 4 2 4
Nsk 4 ∗ 277,15 KN KN
2
= = 1,29 2
≤ 1,28fck = 1,28 ∗ 2,0 = 2,56 2 → OK
Acp ∗ sen θ 30 ∗ 45 ∗ 0,848 cm cm
Nsk 4 ∗ 277,15 KN KN
= 2 = 0,46 ≤ 1,28fck = 2,56 2 → OK
4 ∗ AcE ∗ sen2 θ 30 cm2 cm
4 ∗ (3,1416 ∗ 4 ) ∗ 0,848
Armadura mínima:
0,15∗30∗85
Portanto: adotando b= 30 cm → As,min = = 3,825 cm2
100
Massa Área da
Barras
Nominal seção
( - mm)
(Kg/m)(*) (mm2)
6,3 0,245 31,2
8,0 0,395 50,3
10,0 0,617 78,5
12,5 0,963 122,7
16,0 1,578 201,1
20,0 2,466 314,2
22,0 2,984 380,1
25,0 3,853 490,9
32,0 6,313 804,2
40,0 9,865 1256,6
R s2,d 82,17 2
As2 = = = 1,26 cm ⁄m
BBL ∗ fyd 1,50 ∗ 50/1,15
31,2
Espaçamento da armadura da malha: s = = 24 → 6,3c/20
1,26
5,82 2
As,malha = = 1,17 cm ⁄m → 6,3c/20
5
7. Armaduras complementares
Recomenda-se além da armadura inferior principal, uma armadura complementar lateral (de
pele) igual a:
(0,2 a 0,3)As,long.
As,lat. {
0,10% Ac,alma (em cada face)
• Diâmetro da armadura lateral: lat.
12,5 mm
• Espaçamento (Recomendação da
ABNT NBR 6118 – 2014 – item
18.3.5)
d/3
s ≤ {
20 cm
Figura 4.52 - Exemplo 4.1 - Armadura lateral
As,lat = 2,55 cm2 → 212,5 em cada face (em função do espaçamento mínimo serão colocadas
312,5
Observa-se que a estca mais carregada ficou com 406,67 KN aproximadamente igual aos 400
KN da carga admissível da estaca.
Será admitido, a título de exemplo, que a variação entre as cargas nas estacas seja grande (que
na verdade não está ocorrendo) e conseqüentemente na mesma linha de estacas teremos cargas
variáveis.
Ns ∗ b2,p
MIX = 2(R VE1 + R VE2 ) ∗ 1,8 + 2(R VE5 + R VE6 ) ∗ 0,9 − =
8
6.000 ∗ 1,1
MIX = 2(406,67 + 380,00) ∗ 1,8 + 2(373,33 + 346,67) ∗ 0,9 − =
8
MIX = 3.303 KN. m
MIIX = 2(R VE1 + R VE2 ) ∗ (1,8 − 0,15b2,p ) + 2(R VE5 + R VE6 ) ∗ (0,9 − 0,15b2,p ) =
MIIX = 2(406,67 + 380) ∗ (1,8 − 0,15 ∗ 1,1) + 2(373,33 + 346,67) ∗ (0,9 − 0,165) =
- Cortante na direção de X
1.ª alternativa: Recomenda-se que a inclinação da biela menos inclinada seja da ordem de
300. Portanto:
d
tg300 = → d ≅ 105 cm → h = 115 cm
180
2.ª alternativa: Outra alternativa é impor uma posição de Linha Neutra, no limite do domínio 3,
ou seja, para o aço CA-50 e Concreto fck: 20 MPa
bBL ∗ d2 175 ∗ 2 ∗ d2
K c,lim.3 = 0,629 = = ∴ d ≥ 35 cm
Mx,d 1,4 ∗ 412800
3.ª alternativa: Limitar a tensão de cisalhamento, na seção d/2, para não armar à cortante:
- Na direção de X
Considerando um bW = 190 cm
- Na direção de Y
VIIX,k = 2.266,68 KN
VIIY,k = 2.906,67 KN
fck 20
αV = (1 − ) = (1 − ) = 0,92
250 250
2
VRd2 = 0,27 ∗ 0,92 ∗ ∗ 60 ∗ 125 = 2.661,43 KN
1,4
2
VRd2,x = 0,27 ∗ 0,92 ∗ ∗ 75 ∗ 125 = 3.326,78 KN > 2.266,68 ∗ 1,4
1,4
= 3.173,352 KN → OK
2
VRd2,Y = 0,27 ∗ 0,92 ∗ ∗ 110 ∗ 125 = 4879,28 KN > 2.906,67 ∗ 1,4
1,4
= 4069,34 KN → OK