Este documento pede uma tutela provisória de urgência para garantir o tratamento médico de uma criança que teve seu plano de saúde cancelado após a demissão de sua mãe sem justa causa. Alega que a criança tem direito de manter o plano pagando integralmente, mas a ré cancelou o plano em meio ao tratamento dela, colocando sua saúde em risco. Pede que a justiça determine a manutenção do plano durante o processo judicial.
Este documento pede uma tutela provisória de urgência para garantir o tratamento médico de uma criança que teve seu plano de saúde cancelado após a demissão de sua mãe sem justa causa. Alega que a criança tem direito de manter o plano pagando integralmente, mas a ré cancelou o plano em meio ao tratamento dela, colocando sua saúde em risco. Pede que a justiça determine a manutenção do plano durante o processo judicial.
Este documento pede uma tutela provisória de urgência para garantir o tratamento médico de uma criança que teve seu plano de saúde cancelado após a demissão de sua mãe sem justa causa. Alega que a criança tem direito de manter o plano pagando integralmente, mas a ré cancelou o plano em meio ao tratamento dela, colocando sua saúde em risco. Pede que a justiça determine a manutenção do plano durante o processo judicial.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA
CÍVEL DA COMARCA DE ________________________
TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA – ARTIGOS 300 E 303 DO CPC
SICRANO DE TAL, brasileiro, solteiro, estudante,
menor impúbere e absolutamente incapaz, nascido em ___/___/___, atualmente com ____ anos de idade, e neste ato representado por sua genitora FULANA DE TAL, brasileira, convivente em regime de união estável, bacharel em direito, portadora da Cédula de Identidade RG n.[...], portadora do CPF/MF n. [...], fulana@email.com.br, residente e domiciliada na Rua [...] n. [...] – apto. [...] – CEP [...], nesta Capital, por intermédio de seus advogados e bastante procuradores (instrumento de mandato em anexo), vêm, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com supedâneo nos artigos 300 e 303 do Código de Processo Civil requerer TUTELA ANTECIPADA EM CARÁTER ANTECEDENTE em face do GRUPO [...], inscrita no CNPJ 05.032.035/0001- 26, com sede na Avenida [...] n. [...], [...] andar – no bairro [...] – CEP [...], São Paulo, nesta Capital e BRADESCO SAÚDE S/A, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º 92.693.118/0001-60, com endereço na Av. Paulista, n.º 1415, 10.º andar, Cerqueira César, São Paulo/SP – CEP 01311-925, endereço eletrônico: judicial@bradescoseguros.com.br, pelos motivos de fato e de direito abaixo articulados: PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
I – DOS FATOS
1. O autor está com uma enfermidade chamada de [...]”.
Ele estava com a consulta marcada para início do tratamento, quando a coautora foi informada pela ré que seria dispensada sem justa causa no dia 01/03/2017.
2. No entanto, em 05/03/2017, o requerente teve uma “crise
de ausência”, precisando ser levado às pressas ao Hospital Infantil [...]. No pronto-socorro, a médica internou-o imediatamente em razão dos problemas de reflexos que as convulsões ou “crises de ausência” poderiam causar no cérebro dele.
3. O corréu autorizou a internação do autor e iniciaram-se
os exames necessários para o tratamento do autor. Foram realizados vários exames de eletroencefalograma, ressonância magnética e tomografias. A carteira do plano de saúde é de número [...].
4. Depois de analisar esses exames, o médico [...]
transferiu o autor para a UTI, leito [...] do hospital Sabará. Na UTI, o jovem foi induzido ao coma por causas das crises epiléticas, permanecendo neste estado até 20/03/2017. Neste mesmo dia, o médico assistente do paciente exigiu exames os seguintes exames: [...].
5. Uma vez que a coautora havia sido dispensada do
trabalho sem justa causa, embora não tenha sido formalizada a dispensa, no dia 11/03/2017, o companheiro dela, o advogado [...], enviou e-mail para a Sra. [...], (sra@email.com.br), funcionária do réu com a finalidade de optar pela manutenção do plano de saúde nos termos do artigo 30 da Lei n. 9.656/98 (Lei dos Planos de Saúde) e pela Resolução Normativa n. 279/2011, da Agência de Saúde Suplementar.
6. No dia 15/03/2017, o Sr. [...], gerente do RH, respondeu
o e-mail somente para a coautora, com cópia para o Sr. [...,], gerente PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
comercial, (gerentel@comercial), informando-a de que não haveria
possibilidade de manter o plano de saúde, considerando que a coautora não havia contribuído diretamente para o pagamento do plano.
7. O companheiro da coautora enviou um e-mail para o Sr.
[...], comunicando-o de que a recusa de manutenção do plano de saúde era ilegal e que autor e coautora tinham o direito de optar pela manutenção do plano, pagando-o integralmente, uma vez que, o Tribunal de Justiça de São Paulo já havia decidido a favor de beneficiários dos planos de saúde em situações idênticas. Além de não responder o e-mail do companheiro da coautora, naquele mesmo dia, ou seja, 15/03/2017, o plano de saúde do autor e da coautora foi cancelado pelo réu e pelo corréu. Além disso, cancelaram todos os tratamentos autorizados anteriormente em benefício da criança.
8. Diante dessa situação, o hospital obrigou a coautora a
assinar declaração de dívida da internação e dos procedimentos realizados e daqueles que devem ser realizados.
II – DO PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA EM CARÁTER
ANTECEDENTE – ARTIGOS 300 E 303 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
9. Excelência, os fatos e fundamentos jurídicos expostos
nesta peça exordial dão conta de que o estado de saúde do jovem [...] é grave. Além disso, o tratamento médico também não pode ser interrompido. Está, portanto, caracterizado os requisitos para a concessão da tutela provisória de urgência.
10. O artigo 300 do Código de Processo Civil explicita que
“a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.” PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
11. A probabilidade do direito está fundamentada em três
pontos essenciais. O primeiro refere-se ao art. 30 da Lei n. 9.656/98 que dispõe de forma explicita:
Art. 30. Ao consumidor que contribuir para produtos
de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei, em decorrência de vínculo empregatício, no caso de rescisão ou exoneração do contrato de trabalho sem justa causa, é assegurado o direito de manter sua condição de beneficiário, nas mesmas condições de cobertura assistencial de que gozava quando da vigência do contrato de trabalho, desde que assuma o seu pagamento integral.
12. O Tribunal de Justiça de São Paulo explicitou que a
expressão “contribuir para produtos” significa que essa contribuição nada mais é do que o salário indireto do empregado, mesmo que a mensalidade do plano seja paga integramente pelo empregador. Neste sentido:
“A contribuição paga pela ex-empregtadora nada mais
é do que o salário indireto, ainda que a mensalidade do plano seja arcada integralmente pela pessoa jurídica. Não há colidência deste com o disposto no artigo 458, § 2º, inciso IV, da CLT” (Apelação 0001022- 12.2013.8.26.0011 da Comarca de São Paulo – Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo).
13. Em segundo lugar, o artigo 11, inciso V, da Resolução
279/2011 da Agência Nacional de Saúde Suplementar explicita que: “A operadora, ao receber a comunicação da exclusão beneficiário do plano privado de assistência à saúde, deverá solicitar à pessoa jurídica contratante que lhe informe: V – se o ex-empregado optou pela sua manutenção como beneficiário ou se recusou a manter esta condição.” PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
14. A corré não deveria ter cancelado o plano de saúde dos
autores, uma vez que havia acabado de autorizar a internação e o tratamento do autor. Cancelou o plano, assumindo inteira responsabilidade. Aliás, a responsabilidade da ré é objetiva.
15. Há de se ressaltar, por fim, que o Superior Tribunal de
Justiça já enfrentou a questão e decidiu a favor do beneficiário:
RECURSO ESPECIAL. CIVIL, PROCESSUAL CIVIL E
CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE EM GRUPO. EMPREGADO DEMITIDO SEM JUSTA CAUSA. PERMANÊNCIA NA QUALIDADE DE BENEFICIÁRIO. APLICAÇÃO DO ARTIGO 30, CAPUT, DA LEI N. 9656/98. BOA-FÉ OBJETIVA. INTERPRETAÇÃO DA RESOLUÇÃO 20/1999 DO CONSU. PRAZO DE 30 DIAS PARA FORMALIZAR A OPÇÃO DE MANUTENÇÃO NO PLANO. NECESSIDADE DE COMUNICAÇÃO INEQUÍVOCA DO EMPREGADOR, CONFERINDO ESSA OPÇÃO AO EX-EMPREGADO. ENTENDIMENTO RESPALDADO NA RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 275/2011 DA ANS. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. Demanda proposta por empregada demitida, pouco mais de trinta dias após sua demissão, buscando manter a sua vinculação ao plano de saúde empresarial, mediante o pagamento das parcelas correspondentes. 2. Decorre do princípio da boa-fé objetiva o dever de comunicação expressa ao ex-empregado do seu direito de optar pela manutenção da condição de beneficiário do plano de saúde, no prazo razoável de 30 dias a partir do seu desligamento da empresa. 3. A contagem desse prazo somente inicia-se a partir da "comunicação inequívoca ao ex-empregado sobre a opção de manutenção da condição de beneficiário de que gozava quando da vigência do contrato de trabalho" (parágrafo único do art. 10 da RN 275/2011 da ANS). 4. Não comprovação da efetiva comunicação à autora. 5. Recurso especial provido. (STJ – RECURSO ESPECIAL. Resp 1237054 PR 2011/0032003- 8. Data da publicação: 19/05/2014).
16. O estado de saúde do autor merece cuidados urgentes
sob pena de ficar com graves sequelas ou mesmo vir a falecer. Ele não tem condições de aguardar o deslinde da demanda para usufruir dos efeitos PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
jurídicos da sentença. Por esse motivo, preenche os requisitos de que a
demora causara perigo de dano e também risco ao resultado útil do processo.
III – DOS PEDIDOS
Isto posto, requerem a Vossa Excelência que se digne de
conceder inaudita altera parte e de forma liminar que determine a ré que informe à corré para restabelecer o plano de saúde da coautora e do autor, nas mesmas condições anteriores, além de cobrir a internação e os gastos com os medicamentos e exames do jovem [...] até seu pronto restabelecimento.
Requer que lhe seja deferida a tutela de urgência sem
exigir-lhe caução real ou fidejussória, uma vez que é pessoa economicamente hipossuficiente e não pode oferecê-la, nos termos do artigo 300, § 1º, do Código de Processo Civil.
Requer a citação da requerida, conforme dispõe o art. 246,
inc. I, do CPC, para responder aos termos do presente requerimento, concedendo-se ao final, a tutela de forma definitiva.
Ao conceder a tutela antecipada, os autores requerem a
Vossa Excelência que torne estável a decisão, nos termos do artigo 304, do Código de Processo Civil, se as rés não recorrerem da decisão.
Requerem também que seja fixada multa cominatória
contra as rés, se não cumprirem a determinação judicial. Os autores requererm a Vossa Excelência que fixe o valor dessa multa.
Explicita os autores que, com a concessão da tutela, irá
aditar a inicial, com a complementação de sua argumentação, pedido de manutenção da tutela, ampliando o pedido para dano moral “in re ipsa”, juntada de documentos, no prazo de 15 (quinze) dias, consoante o artigo 303, § 1º, inciso I, do Código de Processo Civil. PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Os autores explicitam a Vossa Excelência que irão aditar a
petição inicial no prazo legal, ampliando os pedidos aqui pleiteados para obrigação de fazer, restituição de valores eventualmente pagos pelos autores no que se refere ao tratamento médico e indenização por danos morais e materiais.
Requer a intimação do Ministério Público a fim de se
manifestar se tem interesse ou não nos presentes autos, visto que há interesse de menor envolvido na lide.
Diante da situação de urgência desta demanda os autores
requerem prazo a Vossa Excelência para recolher as custas no prazo de 48h.
Protestam provar o alegado por todos os meios de prova
admitidos em direito, especialmente pelo depoimento pessoal do réu, sob pena de confissão, oitiva das testemunhas, juntada de novos documentos e outras provas que se fizerem necessárias para o deslinde da demanda.
Dá-se à causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil
reais) para efeitos de alçada. Nestes termos, pede deferimento. Local e data..