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EXMO(A). SR(A). DR(A).

JUIZ(A) FEDERAL DA 11ª VARA FEDERAL DA


SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE SANTANA DO IPANEMA – AL.

Janira Francisca da Silva, brasileiro(a), solteiro(a), portador(a) do RG nº


1.486.247 SEDS/AL, CPF nº 034.550.054-70, residente e domiciliada na Rua
Alj. Fazendinha, s/nº, Nossa Sra. Das Graças, Piranhas/AL, vem a presença
de Vossa Excelência, impetrar o presente

MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR

Visando proteger direito líquido e certo seu, indicando como coator o Sr.
Gerente-Executivo da Agência da Previdência Social de Paulo Afonso/BA, a
ser encontrado na Av. Apolônio Sales, n. 200, Vila Poty, Paulo Afonso - BA,
CEP: 48.601-200, pelos seguintes fundamentos fáticos e jurídicos que passa a
expor:
PRELIMINARMENTE – PEDIDO DE HIPOSSUFICIÊNCIA
Em primeiro plano cabe aquilatar, que a Impetrante não detém condições
financeiras suficientes, para arcar com as custas advindas do presente
procedimento, sem afetar a sua subsistência.
Pois, requer-se, desde já o benefício da gratuidade na forma legal ao art.
1.124-A, do CPC, §3º.

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I – DOS FATOS
Excelência, fora concedido Auxílio-Doença Previdenciário (N.B.:
635.089.928-1), com pagamento até 13/06/2022.
Ressalta-se ainda que, fora agendado, aos 13/12/2021, Perícia
Médica Conclusiva Judicial para o dia 13/06/2022, as 10h20min, na
agência do INSS de Paulo Afonso/BA.
No entanto, para sua surpresa, no mesmo dia que fora agendada a
predita perícia, a Impetrante teve seu benefício cessado.
Destarte, faz juntar aos autos a documentação que comprova as
alegações expostas, e, em tempo, vem requerer o reestabelecimento do
N.B.: 635.089.928-1, como medida de direito que faz jus, tendo em vista
que não assiste razão ao INSS cessar o referido benefício 06 (seis) meses
antes da realização da Perícia Médica.
DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA
Conforme o Artigo 5º LXIX, da Constituição da República Federativa
do Brasil, conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por “habeas-corpus” ou “habeas-data”, quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
Nesse mesmo sentido é a redação do artigo 1º da Lei 12.016 de 2009
ao assegurar que conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre
que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica
sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja
de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
No caso em tela, o direito líquido e certo está sendo violado por ato
ilegal do INSS – na figura do Gerente da APS de Paulo Afonso/BA eis que não
assiste razão ao INSS cessar o referido benefício 06 (seis) meses antes da
realização da Perícia Médica.
DO INTERESSE DE AGIR
No presente caso o interesse processual da Impetrante assenta-se
na ilegalidade cometida pelo Gerente da APS que cessou o benefício da
Impetrante antes do prazo estabelecido e sequer realizou perícia.
Nessa esteira, considerando a decisão do Gerente do INSS, evidente
a presença do trinômio necessidade-utilidade-adequação que caracteriza o
interesse de agir, na medida em que o ato ilegal emanado pelo Administrador

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somente poderá ser reparado pela atuação do Poder Judiciário, por meio do
processo, instrumento útil e adequado para persecução deste fim.
Pelo exposto, denota-se que a ilegalidade, que implica em grave
prejuízo ao seu direito, e assim configura o interesse de agir.
DO MÉRITO
No que se refere ao mérito da presente ação, é desnecessário
grandes debates acerca do tema, na medida em que o art. 59 da Lei n.º
8.213/91, que regula o RGPS, é muito clara ao estabelecer os requisitos para
concessão do benefício.
Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que,
havendo cumprido, quando for o caso, o período de
carência exigida nesta Lei, ficar incapacitado para o seu
trabalho ou para a sua atividade habitual; por mais de 15
(quinze) dias consecutivos.

Nesse sentido, caminha os entendimentos majoritários


jurisprudências:
PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. CESSAÇÃO DO
BENEFÍCIO. REALIZAÇÃO DE PERÍCIA MÉDICA.
Incabível a cessação do benefício por incapacidade sem
a realização de perícia médica administrativa,
independentemente de pedido de prorrogação do segurado
perante a Autarquia.
(TRF-4 - AC: 50244248120194049999 5024424-
81.2019.4.04.9999, Relator: JORGE ANTONIO
MAURIQUE, Data de Julgamento: 06/11/2019, TURMA
REGIONAL SUPLEMENTAR DE SC)

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE


PARCIAL E TEMPORÁRIA. CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO.
REALIZAÇÃO DE PERÍCIA MÉDICA. 1. Quatro são os
requisitos para a concessão do benefício em tela: (a)
qualidade de segurado do requerente; (b) cumprimento da
carência de 12 contribuições mensais; (c) superveniência
de moléstia incapacitante para o desenvolvimento de
qualquer atividade que garanta a subsistência; e (d)
caráter temporário da incapacidade. 2. O fato de a
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incapacidade temporária ser total ou parcial para fins de
concessão do auxílio-doença não interfere na concessão
desse benefício, uma vez que, por incapacidade parcial,
deve-se entender aquela que prejudica o desenvolvimento
de alguma das atividades laborativas habituais do
segurado. 3. Comprovada a incapacidade parcial e
temporária para o trabalho, é devido o auxílio-doença. 4.
Incabível a cessação do benefício por incapacidade sem
a realização de perícia médica administrativa,
independentemente de pedido de prorrogação do
segurado perante a Autarquia.
(TRF-4 - AC: 50228935720194049999 5022893-
57.2019.4.04.9999, Relator: JORGE ANTONIO
MAURIQUE, Data de Julgamento: 06/11/2019, TURMA
REGIONAL SUPLEMENTAR DE SC)

Assim, requer desde já que seja determinado o restabelecimento do


benefício da Impetrante, tendo em vista que o mesmo foi cessado antes do
prazo estabelecido e sequer fora realizado perícia médica.
IV – DA TUTELA DE URGÊNCIA
O novo Código de Processo Civil estabelece em seu art. 300 que “A
tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo”.
No presente caso, o direito está manifestamente comprovado, uma
vez que foi cessado o benefício da Impetrante antes do prazo estabelecido e
sem realização da perícia médica.
O periculum in mora, de outra banda, se dá pelo caráter alimentar
do benefício, sobretudo no presente caso, em que está acometida de graves
enfermidades e não possui renda para sua mantença, dependendo de ajuda
de terceiros.
Portanto, imperioso seja determinada, liminarmente, o imediato
restabelecimento do benefício de auxílio doença por incapacidade temporária.
V – DO PEDIDO
ISSO POSTO, requer:
O recebimento e o deferimento da presente peça inaugural;

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O deferimento do benefício da Gratuidade da Justiça, por ser a Autora pobre
na acepção legal do termo;
A concessão liminar de tutela de urgência para determinar o restabelecimento
imediato do auxílio doença por incapacidade temporária da Impetrante;
A notificação da autoridade coatora, Sr. Gerente-Executivo da Agência da
Previdência Social de Paulo Afonso - BA, a ser encontrado na Av. Apolônio
Sales, 200, Vila Poty, Paulo Afonso - BA, CEP: 48.601-200, neste município;
A CONCESSÃO DA SEGURANÇA a fim de determinar confirmar a tutela de
urgência, sendo restabelecido o auxílio doença por incapacidade temporária.

Nestes termos,
pede e espera deferimento.
Dá à causa o valor de R$ 1.212,00 (um mil, duzentos e doze reais).

Delmiro Gouveia – AL, 2 de abril de 2024.

RENATO DAVID TORRES DE OLIVEIRA


Advogado - OAB/AL nº 8.025

ROBERTA ASSIS CALIXTO TORRES


Advogada – OAB/AL n° 12.895

SERGIO DAVID TORRES DE OLIVEIRA


Advogado – OAB/AL nº 9.904

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