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EXMO(A). SR(A). DR(A).

JUIZ(A) FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL


FEDERAL DA 11ª VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE
SANTANA DO IPANEMA – AL.

TRAMITAÇÃO VIA – JUÍZO 100% DIGITAL

José do Nascimento, brasileiro, solteiro, inscrito no RG nº 1453806881


SSP/BA e CPF nº 050.357.665-43, residente e domiciliado no Pv. Cacimba
Cercada, s/nº, Zona Rural, Água Branca - AL, vem respeitosamente perante
Vossa Excelência, ajuizar a presente:

AÇÃO DE CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE

em desfavor do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, na


pessoa de seu representante legal, pelos fatos e fundamentos jurídicos que
passa a expor:

1 – DOS FATOS

A parte autora viveu na condição de companheiro(a) do(a) Sr(a).


Cícera Maria Ferreira de forma pública e notória, por longas datas, residindo
com o mesmo e figurando, assim, como sua dependente previdenciária com

Travessa José Correia Filho, nº 40, Eldorado 1


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fundamento no art. 16, I, da Lei n° 8.213/91. Em 18/09/2019, houve o
falecimento do(a) companheiro(a) da parte autora.

Com o que houve o falecimento do de cujus, o(a) requerente, na


qualidade de dependente, apresentou administrativamente junto ao INSS,
pedido de concessão de pensão por morte, protocolado em 17/01/2023 com
N.B.: 202.938.139-4, o qual restou INDEFERIDO sob o tênue argumento
de: “Não houve a devida comprovação para fins de reconhecimento da União
Estável”

O companheiro da falecida mantinha uma relação de união


estável de forma pública e notória, por longas datas, residindo com o de
cujus e figurando, assim, como sua dependente, fato facilmente comprovado
ao se analisar os documentos anexos, tais como: certidão de óbito,
comprovante de residência, declaração de união estável, dentre outros.

É notório, portanto, que o autor mantivera uma relação pública,


contínua e duradoura com a segurada/falecida, convivendo como se
casados fossem por longo período e sob o mesmo teto, constituindo,
assim, uma entidade familiar, cujos pressupostos coadunam-se com a
natureza do instituto jurídico denominado União Estável.

No que tange a qualidade de segurado, a falecida era


APOSENTADA.

2 – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Como amplamente conhecido, para que haja a concessão do


benefício de pensão por morte, deve o autor, comprovar o perfeito
implemento dos requisitos legais, os quais, segundo o art. 74 da Lei
8.213/91, são:
“ser dependente da segurada/falecida; e ocorrer o
óbito de uma segurada da Previdência Social”.
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Sabendo-se de tais condições, passar-se-á a comprovar cada uma
destas exigências, com o objetivo de demonstrar o seu total preenchimento
dos requisitos, resultando no merecimento ao benefício previdenciário ora
requerido.

2.1 – DA CONDIÇÃO DE DEPENDENTE

Questão que merece destaque diz respeito à condição de


dependente de que goza o autor em relação a segurada/falecida.

Cumpre-nos atentar, antecipadamente, para o disposto no art. 16,


I, da lei 8.213/91, o qual afirma que o companheiro se enquadra no rol legal
de dependentes do segurado da previdência social, conforme se expõe:

Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na


condição de dependentes do segurado:

I – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não


emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos
ou inválido;

§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem


ser casada, mantém união estável com o segurado ou com a
segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal.
(grifo nosso)

Ademais, importante destacar que a dependência econômica do


companheiro sobrevivente é presumida, conforme se vê:

Art. 16
(...)
§4° A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é
presumida e a das demais deve ser comprovada.

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Diante do exposto, bem como através da análise dos documentos
anexados à exordial, percebe-se que as autoras se encontram com seu
pedido de concessão de pensão por morte devidamente fundamentado, posto
que, como salientado anteriormente.

Portanto, tais documentos demonstram que a companheira


manteve uma relação duradoura, pública e notória com o segurado/falecido,
tendo vivido todos esses anos no ambiente familiar.

Sendo assim, não restam dúvidas acerca da qualidade de


dependente da companheira, percebendo que a autora somente não efetivou
seu direito em consequência das atitudes infundadas praticadas pelo INSS,
quando indeferiu a concessão do benefício de pensão por morte.

2.2 – DA QUALIDADE DE SEGURADO

O artigo 74 da Lei 8.213/91, o benefício de pensão por morte será


devido ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, in verbis:

“Art. 74. A pensão por morte será devida ao conjunto dos


dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar
da data: (...)”.

Desta forma, vislumbra-se perfeitamente que, NA DATA DA


OCORRÊNCIA DO ÓBITO, que a falecida gozava da qualidade de segurado
especial da Previdência Social, uma vez que a mesma era APOSENTADA.

Nesse sentido, consoante exaustivamente demonstrado, inexistem


óbices à concessão do benefício de pensão por morte, razão pela qual
facilmente se percebe o descabimento das alegações aduzidas pelo INSS para
justificar o indeferimento administrativo.

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Portanto, depois de devidamente configurados os fatos através do
conjunto de provas anexado, DEVE SER CONCEDIDA A PENSÃO POR MORTE,
medida esta que refletirá a mais absoluta e verdadeira Justiça.
3 – DOS PEDIDOS

Destarte, diante das razões acima aduzidas, a parte autora requer


que V. Ex.ª digne-se em:

1. Designar a audiência prévia de conciliação, nos termos do art. 319, VII, do


CPC/2015.

2. A concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita, tendo em


vista que o Autor não tem como suportar as custas judiciais sem o prejuízo
de seu sustento e de sua família;

3. O recebimento e deferimento da presente peça inaugural – nos moldes do


Juízo 100% Digital

4. Determinar a citação do INSS, ora réu, por meio de seu representante


legal, no endereço supracitado, para que, querendo, conteste os termos da
presente, no prazo legal, com as advertências previstas no art. 246,
CPC/2015;

5. Seja julgada PROCEDENTE a presente ação, concedendo o benefício de


PENSÃO POR MORTE ao requerente, por restarem indubitavelmente
comprovados os requisitos exigidos por nossa legislação, bem como que seja
CONDENADO o INSS ao pagamento das parcelas retroativas a que o
mesmo tem direito, conforme planilha de cálculos em anexo, respeitando o
limite do teto do JEF, renunciado desde já o excedente;

6. Protesta, o autor, pela produção de todos os meios de prova em direito


admitidos, os quais desde já se requerem, especialmente o seu depoimento
pessoal, por ser meio idôneo à confirmação do seu direito.

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Dá à causa o valor de R$ 30.577,73 (trinta mil quinhentos e
setenta e sete reais e setenta e três centavos).
Nestes termos,
Pede deferimento.

Delmiro Gouveia/AL, 04 de abril de 2022.

RENATO DAVID TORRES DE OLIVEIRA


Advogado - OAB/AL nº 8.025

ROBERTA ASSIS CALIXTO TORRES


Advogada – OAB/AL n° 12.895

SERGIO DAVID TORRES DE OLIVEIRA


Advogado – OAB/AL nº 9.904

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