Você está na página 1de 5

AO JUÍZO FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE BOM JESUS DA

LAPA, SEÇÃO DO ESTADO DA BAHIA.

ALCIR PEREIRA CAMPOS, brasileiro, solteiro, lavrador, RG:


RG: 27.005.344-X-2.ª-via, CPF: 248.439.688-03, residente e domiciliado na
Rua Wilson Ferreira de Moura, n.º 248, Vila Sorriso, Cocos/BA, CEP: 47.680-
000, por intermédio de seus advogados constituídos, com endereço
profissional constante no rodapé desta, local onde receberá as futuras
intimações, vem, perante este Juízo, propor a presente:

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA PARA CONCESSÃO DE PENSÃO POR


MORTE - URBANA

Contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, pessoa


jurídica de Direito Público Interno, pelos fatos e fundamentos a seguir
delineados:

I – DA JUSTIÇA GRATUITA

O Autor não possui condições de pagar as custas e despesas


do processo sem prejuízo próprio ou de sua família, conforme declaração de
hipossuficiência anexa, sob égide no Código de Processo Civil, artigo 98 e
seguintes e pelo artigo 5.º, LXXIV da Constituição Federal.

Desse modo, o Autor tem direito à concessão da gratuidade


de Justiça. Insta ressaltar que entender de outra forma seria impedir os mais
humildes de ter acesso à Justiça, garantia maior dos cidadãos no Estado
Democrático de Direito.

Rua Olímpio Cardoso Bomfim, n.º 338, Centro, Cocos/BA, CEP: 47.680-000
E-mail: ailtonvasconcelos.adv@gmail.com
Celular: (61) 9.8336-2926
II – DOS FATOS

O autor, Alcir Pereira Campos, manteve união estável com


Ana Paula Catira por 23 (vinte e três) anos. O relacionamento iniciou-se em
meados do ano de 1997 e chegou ao fim apenas na data de 17 de agosto de
2020, quando a companheira faleceu.

Por mais de 02 (duas) décadas o casal manteve um


relacionamento que era conhecido por toda a sociedade. Juntos, criaram e
educaram 01 (um) filho, Henrique Catira Campos. O casal, porém, não
oficializou o casamento civilmente.

O casal sempre foi muito unido, do início ao fim da relação,


conforme vemos nas imagens abaixo:

Dessa forma, uma vez que a companheira do Autor era


segurada da Previdência Social, na data de 18 de novembro de 2020, ele
requereu ao INSS a pensão por morte (NB 194.612.124-7). No entanto,
equivocadamente, o seu benefício foi indeferido.

Rua Olímpio Cardoso Bomfim, n.º 338, Centro, Cocos/BA, CEP: 47.680-000
E-mail: ailtonvasconcelos.adv@gmail.com
Celular: (61) 9.8336-2926
Foram apresentados diversos documentos que comprovam o
relacionamento que existiu entre o casal: Certidão de Óbito na qual consta
que o Autor tinha união estável com a falecida; Certidão de Nascimento do
filho comum; contrato de seguro de vida em que a falecida é titular e o
Requerente é beneficiário, várias fotos, dentre outros documentos anexos.

Destaca-se que tanto na vida real quanto na virtual o casal


era conhecido pela sociedade. Na rede social Facebook, por exemplo, a
falecida tinha uma página para divulgar o seu trabalho de artesã e lá também
compartilhava com seus 1.222 (mil duzentos e vinte e dois) seguidores um
pouco de sua vida pessoal. Na foto do perfil, atualizada em 04/02/2020, ela e
o Autor estão juntos e diversas pessoas os reconhecem como casal:

Portanto, os documentos apresentados pelo Autor são aptos


a comprovar a relação que existia entre ele e sua falecida companheira.
Assim, evidencia-se o seu direito ao benefício pleiteado, já que os requisitos
legais estão totalmente preenchidos, razão pela qual requer-se a esse Juízo
a total procedência da presente ação.

Rua Olímpio Cardoso Bomfim, n.º 338, Centro, Cocos/BA, CEP: 47.680-000
E-mail: ailtonvasconcelos.adv@gmail.com
Celular: (61) 9.8336-2926
III – DO DIREITO

O artigo 74 da Lei n.º 8.213/1991 dispõe sobre o benefício da


pensão por morte. O texto legal exige que aquele que o pleiteia comprove três
requisitos: (i) o óbito do segurado; (ii) a qualidade de segurado do falecido; e
(ii) a qualidade de dependente em realação ao falecido.

No presente caso, comprova-se o óbito por meio da certidão


anexa. Do mesmo modo, é inequívoco o cumprimento do requisito da
qualidade de segurada da falecida, posto que, na data do óbito, ele já era
beneficiario do Auxílio por Incapacidade Temporária (NB 705.979.167-2).

Desse modo, resta apenas a comprovação de que o Autor era


dependente da segurada, o que ora se faz com os documentos acostados
aos autos que atestam que ele era companheiro da falecida. Nesse sentido,
veja-se o disposto no artigo 16 da Lei n.º 8.213/91:

Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência


Social, na condição de dependentes do segurado:
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um)
anos ou inválido; (Grifo nosso).

O parágrafo 3.º, do mesmo artigo 16, considera como


companheiro quem, sem ser casado, mantém união estável com o
segurado da Previdência Social, nos termos previstos na Constituição
Federal. O § 4º da ressalta que a dependência econômica entre eles é
presumida.

O Autor apresentou provas suficientes para comprovação da


união estável com a segurada instituidora, pois todos os documentos trazidos
aos autos evidenciam a vida conjugal de ambos e sua convivência em
comum perante a sociedade. Desta forma, deve ser reconhecida a qualidade
de dependente e, consequentemente, ser-lhe concedida a pensão por morte.

Rua Olímpio Cardoso Bomfim, n.º 338, Centro, Cocos/BA, CEP: 47.680-000
E-mail: ailtonvasconcelos.adv@gmail.com
Celular: (61) 9.8336-2926
IV – DOS PEDIDOS

Ante todo o exposto, requer a este Juízo:

a) A concessão do benefício da Gratuidade de Justiça, posto


que o Autor é hipossuficiente financeiramente na forma da Lei e não tem
como arcar com as custas do processo;

b) A citação do INSS, na pessoa do Procurador Judicial


para, querendo, oferecer resposta no prazo legal;

c) Ao final, julgar a presente ação TOTALMENTE


PROCEDENTE para CONDENAR o INSS a implantar a Pensão por Morte -
Rural ao Autor (NB 194.612.124-7) e a pagar os valores das mensalidades
atrasadas, acrescidas de juros e correção monetária desde a data do óbito
(DIB: 17/08/2020), nos termos do inciso I do artigo 74 da Lei n.º 8.213/91; e

d) Em caso de recurso, a condenação do INSS ao


pagamento de custas e honorários advocatícios, a teor do art.º 55 da Lei n.º
9.099/95 c/c art.º 1.º da Lei n.º 10.259/01.

Por fim, o Autor informa que NÃO TEM INTERESSE na adesão


da instrução concentrada.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em


Direito admitidos.

Dê-se à causa o valor de R$ 49.008,36 (quarenta e nove mil


oito reais e trinta e seis centavos).

Termos em que pede e espera deferimento.

De Cocos para Bom Jesus da Lapa, 25 de outubro de 2022.

Ailton Vasconcelos de Oliveira Joaquim José de Souza Barros


OAB/BA 65.921 OAB/BA 57.340

Rua Olímpio Cardoso Bomfim, n.º 338, Centro, Cocos/BA, CEP: 47.680-000
E-mail: ailtonvasconcelos.adv@gmail.com
Celular: (61) 9.8336-2926

Você também pode gostar